Categoria: Bem-estar & Estilo de Vida

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  • Uso nocivo de álcool: 10 sinais de alerta e como a família pode ajudar

    Uso nocivo de álcool: 10 sinais de alerta e como a família pode ajudar

    Quando o consumo de bebidas alcoólicas se torna frequente e excessivo no dia a dia, o organismo passa a conviver com alterações que, normalmente, passam despercebidas no início.

    Em casos de uso nocivo de álcool, também chamado de binge drinking, o contato constante com a substância pode desencadear desgaste físico, piora do sono, irritação gástrica e queda de energia — além de mudanças no humor e concentração que afetam as tarefas simples, relações pessoais e até o rendimento no trabalho.

    Com o tempo, quando o uso de álcool continua por muito tempo, o cérebro se adapta à presença constante da bebida e cria uma tolerância, fazendo a pessoa precisar de doses maiores para sentir o mesmo efeito. Isso pode evoluir para uma dependência alcóolica, uma doença crônica e multifatorial, e um dos transtornos mentais mais comuns relacionados ao consumo de bebidas alcoólicas.

    Uso nocivo de álcool e dependência de álcool são a mesma coisa?

    O uso nocivo de álcool e a dependência alcoólica não são a mesma coisa, mas fazem parte do mesmo conjunto de problemas relacionados ao consumo.

    Quando uma pessoa apresenta uso nocivo, ela já bebe de um jeito que causa prejuízos na saúde, na rotina, no humor e nos relacionamentos, mas ainda mantém algum grau de controle sobre quando e quanto consome.

    O binge drinking, também chamado de Beber Pesado Episódico (BPE), é definido pela Organização Mundial da Saúde como ingestão de 60 g ou mais de álcool puro, o equivalente a cerca de 4 doses, em pelo menos uma ocasião no último mês.

    Já a dependência alcoólica é um quadro mais grave, em que o consumo passa a ser guiado por necessidade, não apenas por vontade. A pessoa sente forte desejo de beber, precisa de doses maiores para ter o mesmo efeito e pode apresentar tremores, suor frio, irritabilidade e ansiedade quando tenta parar. O álcool vira prioridade no dia a dia e interfere em diversas áreas da vida.

    A OMS define dependência como um conjunto de mudanças comportamentais, cognitivas e físicas que surgem após uso repetido de álcool e tornam o consumo cada vez mais difícil de controlar. No Brasil, estima-se que 1,4% da população conviva com algum grau de dependência alcoólica, segundo dados de 2018.

    Quando saber que o uso de álcool não é mais social?

    O consumo de álcool deixa de ser social e passa a ser um padrão de risco quando a bebida começa a ocupar espaço maior do que deveria na rotina. De acordo com a médica de família e comunidade, Gabriela Barreto, isso pode ser observado nas seguintes situações:

    • Quando a pessoa usa a bebida como forma de escape ou para lidar com emoções;
    • Quando precisa beber para relaxar ou “desligar” após o dia;
    • Quando há dificuldade de parar ou controlar a quantidade ingerida;
    • Quando o álcool começa a interferir nas relações pessoais, no trabalho ou na saúde.

    Também é possível notar mudanças no comportamento, como ressacas intensas, apagões, faltas no trabalho, conflitos familiares ou piora da saúde física e mental. A partir do momento em que a bebida deixa de ser eventual e passa a interferir no bem-estar, no desempenho diário e nas relações, o consumo já não é considerado social e merece atenção profissional.

    “Não existe um nível totalmente seguro de álcool para o organismo, pois mesmo pequenas quantidades diárias podem ser prejudiciais se o consumo for constante”, explica a especialista.

    Quais são os principais sinais de alerta do uso nocivo de álcool?

    Os sinais do uso nocivo de álcool podem ser discretos no início, mas costumam se tornar evidentes com o passar do tempo. Gabriela aponta os principais sinais comportamentais:

    • Afastamento social ou troca de círculos de amizade;
    • Mudanças de humor (irritabilidade, impulsividade, ansiedade ou depressão);
    • Beber sozinho ou em horários inadequados;
    • Negligência com responsabilidades no trabalho, nos estudos ou em casa;
    • Mentiras ou tentativas de esconder o consumo.

    Já os sinais físicos incluem:

    • Alterações no sono e no apetite;
    • Alterações de memória e lapsos após beber;
    • Cansaço frequente e queda no desempenho diário;
    • Tremores nas mãos, sudorese excessiva ou palpitações;
    • Em casos mais avançados, sinais de lesão hepática, como pele e olhos amarelados.

    Quando o uso de álcool continua por muito tempo e vai ficando mais intenso, o cérebro começa a se adaptar à presença constante da bebida. Com isso, surge a tolerância, que é a necessidade de beber quantidades maiores para sentir o mesmo efeito de antes.

    Depois, pode aparecer a dependência fisiológica, que faz o corpo reagir mal quando a pessoa tenta parar, causando sintomas de abstinência. A partir daí, beber deixa de ser uma escolha e vira uma compulsão, com perda de controle, marcando a passagem do uso nocivo para a dependência alcoólica.

    Como o consumo frequente afeta a saúde do corpo?

    Mesmo quando a pessoa ainda acredita ter controle, o consumo frequente do álcool afeta o corpo e a saúde mental de diversas formas. A curto prazo, Gabriela explica que a bebida afeta a coordenação, o raciocínio e o autocontrole — aumentando o risco de acidentes, episódios de violência e intoxicações.

    No organismo, o álcool sobrecarrega o fígado, altera o funcionamento do estômago e do intestino, prejudica o sono, enfraquece o sistema imunológico e aumenta o risco de problemas como:

    • Doenças hepáticas (como hepatite alcoólica e cirrose);
    • Alterações neurológicas e cognitivas, com perda de memória e atenção;
    • Maior risco de depressão e ansiedade;
    • Hipertensão arterial e problemas cardíacos;
    • Maior propensão a cânceres, especialmente de fígado, boca, esôfago e mama.

    Com o tempo, o corpo passa a tolerar doses maiores, o que facilita o aumento do consumo e amplia ainda mais os danos físicos.

    Impacto do álcool na saúde mental

    Além dos problemas que o álcool pode causar ao organismo, a saúde mental também é afetada gradualmente — e os efeitos podem aparecer mesmo quando o consumo parece controlado, o que torna o processo ainda mais difícil de reconhecer no dia a dia.

    O uso frequente de bebidas alcoólicas altera os neurotransmissores ligados ao humor, reduzindo a estabilidade emocional e deixando o corpo mais sensível à sintomas como irritabilidade, ansiedade e mudanças bruscas de humor. A rotina passa a oscilar mais, e situações simples podem causar reações intensas, como choro fácil, perda de paciência e sensação constante de sobrecarga.

    Ao mesmo tempo, o álcool também dificulta a capacidade de lidar com emoções de forma natural, de modo que a pessoa começa a usar a bebida como válvula de escape para relaxar, dormir ou aliviar a tensão depois de situações estressantes. Isso cria um ciclo de consumo ainda mais difícil de quebrar e, com o tempo, qualquer mudança ou emoção mais forte pode se tornar um gatilho para beber.

    Também vale destacar que o álcool prejudica os processos cognitivos, tornando a memória mais falha, diminuindo a concentração e deixando a tomada de decisões mais impulsivas. Como consequência, isso pode comprometer o desempenho no trabalho, interferir em relações afetivas e mexer diretamente com a autoestima da pessoa.

    Como a família pode ajudar uma pessoa com dependência alcoólica?

    Quando uma pessoa querida está passando por uma situação difícil com o álcool, a postura da família precisa ser acolhedora, aberta ao diálogo e livre de julgamentos, para que ela não se sinta criticada ou envergonhada. A ideia é mostrar preocupação genuína, deixando claro que a intenção não é apontar erros, e sim entender o que está acontecendo e oferecer apoio.

    Gabriela dá algumas sugestões para abordar alguém com empatia e cuidado:

    • Evitar discutir ou ameaçar, o objetivo é abrir espaço para o diálogo;
    • Escolher um momento calmo, quando a pessoa não estiver sob efeito do álcool;
    • Oferecer ajuda concreta, como marcar uma consulta ou acompanhar em um serviço de saúde;
    • Falar com empatia, usando frases como “estou preocupado com você” em vez de acusações;
    • E não tentar resolver sozinho, o suporte profissional é essencial.

    A partir daí, a família pode sugerir ajuda profissional e se oferecer para acompanhar consultas, sempre reforçando que ninguém precisa enfrentar esse processo sozinho. “Na verdade, o apoio da família pode ser o fator decisivo para que a pessoa aceite buscar tratamento”, complementa a médica.

    Quais tratamentos estão disponíveis para quem deseja parar o álcool?

    No Brasil, existem diversas formas de tratamento para o uso nocivo e dependência de álcool e a maioria pode ser feita de forma ambulatorial, sem a necessidade de internação. São cuidados estruturados e contínuos, pensados para ajudar a pessoa a recuperar estabilidade, entender seus gatilhos e construir uma relação mais saudável com o próprio corpo e com as emoções.

    Entre algumas das abordagens, é possível destacar:

    • Acompanhamento médico e psicológico, para avaliar a saúde, orientar cada etapa e oferecer apoio emocional;
    • Terapia individual ou em grupo, que ajuda a entender o que alimenta o consumo, a lidar com sentimentos difíceis e a criar novas estratégias para o dia a dia;
    • Medicamentos quando necessário, indicados por um médico, para diminuir sintomas de abstinência e reduzir a fissura por álcool;
    • Grupos de apoio, que oferecem acolhimento, troca de experiências e sensação de pertencimento, o que faz muita diferença no processo;
    • Participação da família, que fortalece o tratamento e ajuda a construir um ambiente mais seguro e compreensivo para a pessoa.

    De acordo com Gabriela, a internação é indicada apenas em situações mais delicadas, como abstinência grave, risco de complicações clínicas ou falta de suporte social. Nesses casos, o ambiente hospitalar oferece proteção, cuidados intensivos e acompanhamento constante até que a pessoa esteja estável para continuar o tratamento fora do hospital.

    Leia também: Trabalho noturno: conheça os riscos para a saúde do coração

    Perguntas frequentes

    Quando procurar ajuda profissional para parar de beber?

    É importante buscar ajuda profissional quando a bebida começa a causar problemas na rotina e você não consegue parar ou diminuir por conta própria. Isso inclui se o álcool afeta o trabalho, os relacionamentos, a saúde física ou mental, ou se você sente uma necessidade forte (compulsão) de beber e apresenta sintomas de abstinência ao tentar parar.

    Não espere a situação se agravar! Procurar ajuda cedo é um sinal de força e o primeiro passo para o tratamento.

    O álcool pode piorar ansiedade e depressão?

    Sim, o álcool pode piorar a ansiedade e a depressão a longo prazo, mesmo que inicialmente pareça aliviar os sintomas.

    O álcool é um depressor do sistema nervoso central, então quando o efeito passa, ele pode levar a uma piora do humor e da ansiedade (o chamado “efeito rebote”), pois interfere no equilíbrio químico do cérebro. O uso regular e excessivo pode, inclusive, desencadear ou agravar quadros de ansiedade e depressão já existentes.

    O que são apagões alcoólicos?

    Os apagões alcoólicos, ou blackouts, são períodos de tempo em que uma pessoa estava acordada e ativa, mas não consegue se lembrar do que aconteceu, mesmo que outras pessoas digam que ela interagiu normalmente.

    Eles são causados pelo rápido aumento da concentração de álcool no sangue, o que impede o cérebro de transferir memórias do curto prazo para o longo prazo (ou seja, de formar novas lembranças). Isso é um sinal de intoxicação grave e de que o álcool está afetando perigosamente o cérebro.

    Bebidas “mais fracas”, como vinho ou cerveja, também podem causar problemas?

    Sim, elas podem causar os mesmos problemas de saúde e dependência que bebidas com maior teor alcoólico (como destilados). O que importa é a quantidade total de álcool puro consumida ao longo do tempo.

    Uma taça grande de vinho ou uma lata de cerveja podem conter a mesma quantidade de álcool que uma dose de destilado. O consumo excessivo e regular de qualquer tipo de bebida alcoólica sobrecarrega o corpo e o cérebro, levando a doenças e dependência.

    Existe um limite seguro para beber?

    Não existe um limite de consumo de álcool totalmente seguro, já que qualquer quantidade pode aumentar riscos à saúde, incluindo doenças crônicas e alguns tipos de câncer. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reforça que não há nível de consumo considerado livre de risco.

    A recomendação mais saudável é manter ingestão mínima ou nenhuma ingestão de álcool, principalmente para pessoas com condições crônicas. Além disso, nunca é seguro dirigir após beber, mesmo em pequenas quantidades.

    O que é considerado consumo excessivo de álcool?

    O consumo excessivo de álcool é, em geral, definido como beber muitas doses em pouco tempo ou manter uma quantidade alta de bebida ao longo da semana. A OMS define o binge drinking como ingestão de 60 g ou mais de álcool puro, cerca de 4 doses, em pelo menos uma ocasião no último mês.

    No Brasil, o Ministério da Saúde aponta limites diferentes para cada sexo: para mulheres, o consumo de 4 ou mais doses em uma ocasião já é considerado abusivo; para homens, o limite é a partir de 5 doses.

    Leia mais: Metanol em bebidas: saiba o que fazer na suspeita de intoxicação

  • Canetas emagrecedoras: ficar sem comer faz emagrecer mais rápido?

    Canetas emagrecedoras: ficar sem comer faz emagrecer mais rápido?

    Não é novidade que o uso de canetas emagrecedoras, como são conhecidos popularmente medicamentos a base de semaglutida e tirzepatida, mudou completamente o cenário do tratamento de obesidade. Só que, junto com a perda de peso, existem alguns cuidados que devem existir para evitar problemas que podem surgir durante o emagrecimento, como a perda de massa muscular.

    As orientações envolvem especialmente a rotina alimentar que deve ser seguida no período, afinal, não é incomum algumas pessoas adotarem longos jejuns, acreditando que comer pouco ajudaria a emagrecer mais rápido.

    Conversamos com a nutricionista Bárbara Yared para entender os principais riscos da restrição alimentar durante o uso de agonistas GLP-1, além dos cuidados necessários e de como deve ser a alimentação ao longo de todo o tratamento.

    Como os agonistas GLP-1 atuam no emagrecimento?

    As canetas emagrecedoras atuam no organismo imitando o hormônio GLP-1, que é liberado naturalmente pelo intestino após a refeição. Ao se ligarem aos receptores localizados no cérebro, no pâncreas e no trato gastrointestinal, os medicamentos ajudam a regular o apetite de maneira mais eficiente, fazendo o corpo perceber a saciedade mais cedo e com maior intensidade.

    Ao mesmo tempo, o esvaziamento gástrico fica mais lento, fazendo com que a comida fique no estômago por um período maior de tempo, prolongando a sensação de plenitude. Com isso, a vontade de beliscar diminui e a ingestão calórica reduz de maneira natural, sem provocar sensação intensa de restrição que costuma dificultar as dietas tradicionais.

    O pâncreas também passa a produzir insulina de forma mais estável, enquanto a liberação de glucagon diminui. Isso melhora o controle glicêmico e evita picos e quedas bruscas de açúcar no sangue, que frequentemente aumentam o desejo por carboidratos ou doces. Com a glicemia mais estável, a fome emocional tende a diminuir.

    Ficar sem comer emagrece mais rápido durante o tratamento?

    O uso das canetas emagrecedoras não deve ser feito em combinação com longos períodos sem comer. A prática não acelera o emagrecimento e, na verdade, pode prejudicar o processo e o organismo.

    Os agonistas de GLP-1 já reduzem a fome de forma natural, mas o corpo continua precisando de energia, proteínas, vitaminas e minerais para manter funções básicas e preservar a massa muscular.

    Segundo Bárbara Yared, permanecer muitas horas sem se alimentar reduz a oferta de energia e proteína, favorecendo perda de massa muscular e queda do metabolismo. A ausência prolongada de comida também pode provocar hipoglicemia, com redução de glicose (açúcar) no sangue, mal-estar, tremores e até risco de desmaios.

    A falta de refeições regulares ainda eleva a chance de carências de vitaminas e minerais importantes para o funcionamento do organismo, como ferro, vitamina B12, cálcio, magnésio, potássio e ácido fólico. Com o tempo, déficits desses nutrientes podem causar queda de cabelo, fadiga intensa, fraqueza muscular, alterações de humor, redução da imunidade e até problemas neurológicos.

    Reganho de peso depois do tratamento

    Como pode acontecer em quase todo processo de emagrecimento, o retorno do peso depois do tratamento pode acontecer (e de forma rápida!), principalmente quando não houve a adoção de hábitos saudáveis que ajudem a controlar o apetite no dia a dia.

    Sem uma rotina estruturada, o apetite volta de forma mais intensa quando o medicamento é suspenso. A pessoa tende a comer mais do que comeria antes, pois o corpo tenta compensar o período de baixa ingestão calórica. O processo, chamado de efeito rebote, faz com que parte ou até todo o peso eliminado volte com o tempo.

    É por isso que os ajustes nos hábitos de vida, que começam durante o uso das canetas emagrecedoras, precisam ser mantidos mesmo com o fim do tratamento. Isso envolve tanto a alimentação adequada quanto a prática de atividades físicas regularmente.

    Como deve ser a alimentação de quem usa caneta emagrecedora?

    Antes de tudo, Bárbara reforça que é fundamental contar com orientação de um nutricionista, que pode avaliar a rotina, horários, preferências alimentares e necessidades individuais para montar o plano mais adequado durante o tratamento.

    De maneira geral, a orientação é manter pequenas refeições ao longo do dia, mesmo quando não tiver fome, pois isso ajuda a garantir energia, preserva massa muscular e evita desconfortos digestivos.

    Entre algumas medidas necessárias, vale destacar:

    • Priorizar proteínas em todas as principais refeições, como ovos, carnes magras, peixes, tofu, iogurtes e leguminosas, porque ajudam na saciedade, evitam perda muscular e mantém o metabolismo ativo;
    • Incluir fibras diariamente, com alimentos como aveia, chia, linhaça, frutas, verduras e legumes, que melhoram o trânsito intestinal, reduzem desconfortos gastrointestinais e prolongam a sensação de plenitude;
    • Manter carboidratos de boa qualidade, como grãos integrais, arroz, batata-doce, mandioca e frutas, para garantir energia estável e evitar tontura, fraqueza ou hipoglicemia;
    • Adicionar gorduras boas, como azeite, abacate, castanhas e sementes, que ajudam na saciedade e favorecem equilíbrio metabólico;
    • Evitar longos períodos sem comer, porque o jejum prolongado pode intensificar os efeitos colaterais dos agonistas GLP-1, como náuseas, mal-estar, tontura, além de estimular episódios de compulsão ao final do dia.

    Por fim, Bárbara orienta que a hidratação deve ser distribuída ao longo do dia, para evitar que a falta de sede causada pelo remédio diminua o consumo de água. Uma dica é manter uma garrafa sempre por perto e beber pequenos goles com frequência, mesmo sem vontade, além de programar lembretes no celular para te ajudar a lembrar.

    Sinais de alerta quando a alimentação é insuficiente

    Quando a alimentação começa a ficar muito reduzida durante o uso de agonistas GLP-1, o corpo costuma dar alguns sinais de que falta energia e nutrientes, como:

    • Queda de cabelo;
    • Fadiga intensa;
    • Fraqueza nas pernas;
    • Tontura frequente;
    • Sensação de desmaio iminente;
    • Alterações de humor;
    • Dificuldade de concentração;
    • Intestino preso;
    • Redução da imunidade;
    • Perda de força muscular;

    Em muitos casos, a pessoa sequer percebe que a fome desapareceu, mas o corpo começa a funcionar com lentidão, demonstrando que a ingestão de alimentos ficou insuficiente.

    Quando os sintomas aparecerem, é indicado avaliar a alimentação, ajustar quantidades e buscar orientação profissional para corrigir o desequilíbrio. O uso dos agonistas GLP-1 não devem ser feitos sem o acompanhamento de um profissional da saúde.

    Confira: Canetas emagrecedoras: saiba como evitar a perda de massa muscular

    Perguntas frequentes

    1. Como organizar as refeições mesmo com pouca fome?

    A organização das refeições durante o tratamento deve começar com horários definidos e porções pequenas, distribuídas ao longo do dia.

    A intenção não é consumir grandes quantidades de comida, mas oferecer ao corpo proteína, fibras, carboidratos de boa qualidade e fontes de gordura que mantenham a energia e preservem os músculos. Uma porção pequena, mas nutritiva, já é suficiente para manter o corpo funcionando bem.

    A orientação de um nutricionista ajuda a ajustar quantidades conforme a rotina e as necessidades de cada pessoa.

    2. Por que comer proteínas é tão importante durante o tratamento?

    A proteína é necessária porque mantém os músculos, sustenta o metabolismo e contribui para uma saciedade mais duradoura. Durante o uso de GLP-1, a fome diminui bastante e muitas pessoas acabam ingerindo menos proteína do que o corpo precisa.

    Logo, se não há proteína suficiente, pode ocorrer a perda muscular, o metabolismo fica mais lento e o risco de recuperar o peso aumenta. A distribuição de proteína em várias refeições ao longo do dia garante melhor uma preservação muscular e melhora os resultados do tratamento.

    3. Por que a sede diminui com o uso de canetas emagrecedoras?

    Os agonistas GLP-1 afetam os centros cerebrais ligados à saciedade e ao apetite, o que inclui sensações corporais como sede. Isso faz com que muitas pessoas bebam menos água sem perceber, aumentando o risco de desidratação — o que pode causar tontura, mal-estar e piorar desconfortos digestivos.

    A recomendação é beber água em pequenos goles ao longo do dia, mesmo sem sentir sede, para manter o corpo funcionando bem.

    4. Qual é o melhor horário para usar canetas emagrecedoras?

    O horário pode variar de acordo com orientação médica e a rotina de cada pessoa, mas normalmente o medicamento pode ser aplicado a qualquer hora do dia, independentemente das refeições. O mais importante é manter regularidade e aplicar sempre no mesmo período, evitando mudanças constantes que possam alterar a tolerância do organismo.

    5. Quantas refeições por dia são recomendadas?

    O ideal é manter três refeições principais e pequenos lanches caso necessário, sempre respeitando as orientações do nutricionista. A ideia não é comer mais, mas distribuir nutrientes de maneira que o corpo receba energia suficiente ao longo do dia e evite quedas bruscas de glicemia.

    Leia mais: Canetas emagrecedoras: como evitar deficiências nutricionais?

  • Férias acabando? Saiba como voltar a treinar sem se machucar

    Férias acabando? Saiba como voltar a treinar sem se machucar

    O descanso e os dias livres ficam para trás quando as férias de cada pessoa terminam e, com o retorno da rotina, surge novamente a necessidade de voltar a treinar, recuperar o ritmo perdido e reorganizar os horários para garantir constância ao longo das próximas semanas.

    Só que, depois de algumas semanas sem treino, o corpo desacostuma ao esforço, a fadiga aparece com mais facilidade e a força diminui — o que torna importante alguns cuidados para evitar dores incapacitantes, reduzir o risco de lesões e permitir que o organismo recupere gradualmente a capacidade de rendimento. Vamos entender mais, a seguir.

    O que acontece com o corpo após semanas sem treinar?

    A partir de duas semanas que o treino é interrompido, o condicionamento aeróbico já começa a cair, porque o corpo perde eficiência para usar oxigênio durante esforços moderados. A força costuma diminuir entre a terceira e a quarta semana sem treino, já que o músculo deixa de receber estímulos regulares e reduz a capacidade de gerar tensão.

    Em cerca de dez semanas longe da atividade física, pesquisas apontam que a perda de força pode chegar a quase 28%, acompanhada por piora do equilíbrio dinâmico, já que o sistema neuromuscular fica menos preciso.

    “Então, quanto maior o tempo de inatividade, mais afetados são os sistemas muscular, esquelético, neural e os demais pelo destreinamento”, explica o profissional de educação física, Álvaro Menezes.

    Isso significa que não é seguro retornar a mesma intensidade de treino que tinha antes das férias, pois isso aumenta a chance de dor muscular intensa, sobrecarga articular e até lesões que poderiam ser evitadas com uma progressão mais lenta.

    O corpo precisa de um período de adaptação para voltar a tolerar cargas maiores, recuperar coordenação e retomar o nível de resistência e força construído ao longo dos meses anteriores.

    Qual período de readaptação é seguro após semanas sem treinar?

    O período de readaptação depende de quantas vezes a pessoa vai treinar durante a semana e de sua experiência, de acordo com Álvaro. Mas, de forma geral, ele pode variar entre 8 a 12 semanas para reganho de força e potência.

    Já no caso do condicionamento aeróbico, o consumo máximo de oxigênio (VO₂) costuma começar a melhorar entre 4 e 8 semanas, podendo retornar aos níveis anteriores por volta de 12 semanas — principalmente quando o treino é bem individualizado e realizado pelo menos três vezes por semana.

    O VO₂ máximo é o indicador que mostra a capacidade do corpo de utilizar oxigênio durante atividades intensas.

    Vale apontar que esse período não significa que você está treinando “fraco”, mas sim ajustando a carga para que o corpo volte a responder aos estímulos sem causar dor incapacitante, sobrecarga articular ou lesões.

    Com o passar das semanas, é possível elevar gradualmente o peso, o número de séries, a velocidade e o tempo de treino aeróbico, sempre observando sinais como fadiga excessiva, dor persistente ou sensação de queda de desempenho.

    Como estruturar volume e intensidade na primeira semana?

    O volume e a intensidade na primeira semana de treino depende muito do nível de experiência e da frequência semanal de treino, mas uma sugestão para quem nunca praticou é:

    • 1 a 2 séries por exercício, para evitar sobrecarga inicial;
    • 8 a 15 repetições, priorizando a técnica correta em vez do peso;
    • 4 a 5 exercícios multiarticulares, como agachamentos, remadas, puxadas e flexões, que ativam vários grupos musculares ao mesmo tempo.

    O ideal é que os exercícios sejam de baixa complexidade, para facilitar a aprendizagem técnica e favorecendo a adaptação neural. A ideia é evoluir de forma gradual, ajustando carga, repetições e variedade de movimentos a cada 4 a 8 semanas, conforme o corpo responde aos estímulos.

    De acordo com Álvaro, os treinos de mobilidade podem contribuir para a prevenção de lesões na retomada das atividades, mas é importante priorizar o treino de força e a melhora da capacidade aeróbica para garantir maior efetividade na redução de riscos. “A mobilidade é apenas um complemento e nem sempre é necessária para todos”, reforça o profissional.

    O que evitar na volta dos treinos?

    Na volta dos treinos, é importante evitar comportamentos que aumentam risco de dor intensa, sobrecarga e lesões, como:

    • Não voltar usando cargas altas, porque os músculos, tendões e articulações ainda não readaptaram ao esforço;
    • Evitar excesso de repetições e séries, já que o volume elevado favorece dor muscular tardia incapacitante;
    • Não treinar muitos dias seguidos, pois o corpo precisa de pausas para recuperar coordenação, força e resistência;
    • Evitar movimentos complexos sem preparo, como variações avançadas de agachamentos, saltos ou exercícios olímpicos;
    • Evitar treinos muito longos, que costumam gerar acúmulo de estresse e dificultam a recuperação;
    • Não ignorar sinais de dor aguda, sensação de puxão, instabilidade ou cansaço extremo.

    O ideal é retomar aos poucos, respeitando o ritmo do corpo e ajustando cargas conforme a resposta nas primeiras semanas.

    Sinais de alerta para ficar atento

    Se qualquer um dos sinais surgir na sua rotina, pode ser um momento de reaver a rotina, hábitos e até consultar um médico para avaliar a necessidade de um detalhamento mais profundo a respeito de sua saúde física e mental.

    Segundo Álvaro, os sinais de alerta incluem:

    • Noites de sono irregulares;
    • Alimentação inadequada;
    • Estresse mental elevado;
    • Sinais de cansaço constante;
    • Sonolência ao longo do dia;
    • Exercícios habituais se tornando exaustivos;
    • Desânimo e vontade de interromper o treino no meio;
    • Queda da imunidade;
    • Falta de paciência.

    Se, durante o treino, você apresentar sintomas mais sérios, como falta de ar fora do habitual, dor no peito, tontura intensa, palpitações, náuseas persistentes ou sensação de desmaio, interrompa a atividade e busque a avaliação de um médico.

    Faça o mesmo: Energia no pré-treino: veja ideias de refeições rápidas para quem treina cedo

    Perguntas frequentes

    Por que o condicionamento aeróbico cai tão rápido durante uma pausa?

    A capacidade cardiorrespiratória depende do trabalho eficiente de pulmões, coração e músculos. Quando o treino é interrompido, o corpo reduz a habilidade de transportar e utilizar oxigênio durante o esforço.

    Em cerca de duas semanas, já existe queda perceptível de desempenho, pois o sistema cardiovascular não é mais desafiado com a mesma regularidade. Isso explica por que subir escadas, fazer caminhadas longas ou realizar atividades habituais pode parecer mais cansativo logo após a volta.

    Como identificar quando o treino está pesado demais?

    Os principais sinais de que você está exagerando no treino incluem cansaço desproporcional, falta de paciência, sonolência persistente, queda de desempenho, dores que não melhoram após alguns dias, irritabilidade e perda de motivação.

    Quando exercícios comuns parecem impossíveis de fazer, existe grande chance de sobrecarga. A solução é reduzir volume e intensidade, priorizar técnica e incluir dias extras de descanso.

    É normal sentir cansaço nas primeiras semanas de treino?

    Sim, pois o corpo está reaprendendo a distribuir energia, coordenar movimentos e lidar com cargas. O cansaço diminui à medida que a readaptação progride, contudo, não é normal sentir exaustão extrema, dor aguda, tontura intensa ou falta de ar exagerada. Nesses casos, o treino deve ser interrompido imediatamente.

    Quem está acima do peso precisa de adaptações diferentes?

    Pessoas acima do peso podem sentir maior impacto nas articulações inferiores, como joelhos, quadris e tornozelos. Por isso, é interessante priorizar movimentos com boa técnica, evitar saltos e escolher exercícios que reduzam a compressão articular.

    O treino de força é fundamental para melhorar a estabilidade e reduzir risco de lesões, enquanto o treino aeróbico pode começar em modalidades com menor impacto, como bicicleta, elíptico ou caminhada. Com a evolução gradual, outras modalidades podem ser incluídas de forma mais segura.

    Pessoas que já treinavam pesado antes voltam mais rápido ao nível anterior?

    Pessoas com histórico de treinos consistentes apresentam recuperação mais rápida, porque possuem maior base de força, coordenação e resistência. A memória muscular facilita o retorno da capacidade física, o que permite uma adaptação mais eficiente aos estímulos.

    Mesmo assim, a retomada não deve ser apressada, e o fato de treinar mais pesado antes não significa que o corpo aguenta cargas máximas logo de início. A progressão segue sendo importante para evitar sobrecarga.

    Quanto tempo pode voltar a treinar depois da cesárea?

    Após a cesárea, é possível voltar a treinar entre seis e oito semanas para atividades leves, enquanto exercícios mais intensos, como musculação ou corrida, costumam ser liberados a partir de 12 semanas ou conforme avaliação do médico.

    É fundamental consultar o obstetra para verificar a cicatrização da cirurgia antes de retomar qualquer prática física, sobretudo após os primeiros 30 dias.

    Leia mais: Canetas emagrecedoras: saiba como evitar a perda de massa muscular

  • Treino full body: o que é, para quem é indicado e como montar

    Treino full body: o que é, para quem é indicado e como montar

    Se você começou a treinar recentemente e está tentando entender como organizar a rotina de exercícios, o modelo full body pode facilitar muito o processo — ainda mais se a sua rotina está agitada.

    Ele concentra movimentos que ativam vários grupos musculares na mesma sessão, o que ajuda a construir força geral, ganhar resistência e desenvolver coordenação sem precisar dividir o treino por regiões do corpo.

    O método também permite uma evolução mais segura, já que o volume é distribuído de forma equilibrada ao longo da semana e o corpo consegue se adaptar com mais naturalidade aos novos estímulos.

    Conversamos com o profissional de educação física Álvaro Menezes para entender como o full body funciona, se existem contraindicações e as vantagens do método.

    O que é um treino full body?

    Um treino full body é um tipo de treinamento no qual o corpo inteiro é trabalhado na mesma sessão , usando exercícios que envolvem vários grupos musculares ao mesmo tempo. Em vez de separar os dias por regiões, como peito, costas ou pernas, ele trabalha tudo em um único treino, o que ajuda a desenvolver força, resistência e coordenação de maneira mais equilibrada e prática.

    De acordo com Álvaro, ele pode ser usado em diferentes níveis de treinamento (iniciante, intermediário ou avançado) e em vários objetivos ao longo da periodização.

    “Por exemplo, em fisiculturistas que estão no período de cutting, que é uma fase crucial próximo da competição, a qual visa maior definição muscular e redução do percentual de gordura ou para indivíduos destreinados que vão iniciar um programa de treino”, explica o profissional.

    Para quem ele é indicado?

    Sendo tão versátil e fácil de ajustar conforme a necessidade, o treino full body pode ser indicado para uma grande variedade de pessoas, como:

    • Iniciantes, que precisam aprender padrões de movimento, desenvolver coordenação e criar uma base sólida de força sem sobrecarga;
    • Intermediários e avançados, que podem usar o full body em fases específicas da periodização, como aumento de gasto energético, manutenção ou cortes de gordura;
    • Fisiculturistas em fase de cutting, que precisam otimizar a intensidade, preservar massa muscular e aumentar o gasto calórico;
    • Pessoas com dificuldade de evolução em treinos divididos, pois o full body melhora frequência por grupo muscular e favorece resposta mais rápida.

    Pessoas com rotina agitada, que não conseguem treinar muitos dias por semana e precisam de sessões completas em menos tempo, também podem se beneficiar do método.

    “Você consegue ter resultados semelhantes ao método tradicional treinando menos vezes na semana e ficando menos tempo na academia ao usar o Full Body”, complementa Álvaro.

    Quais os benefícios do treino full body?

    Por envolver grandes grupos musculares em todas as sessões, o treino full body pode oferecer os seguintes benefícios:

    Maior gasto energético por sessão

    O treino full body ativa vários grupos musculares ao mesmo tempo, o que aumenta de forma significativa a demanda metabólica durante cada sessão. Quanto mais musculatura trabalha simultaneamente, maior é o consumo de energia e o estímulo cardiorrespiratório — e mais eficiente se torna o processo de redução de gordura corporal.

    O treino também contribui para um aumento natural do condicionamento físico, já que o organismo precisa lidar com movimentos amplos e integrados, exigindo mais do sistema cardiovascular e respiratório.

    Melhora expressiva da força geral

    Por priorizar exercícios multiarticulares, o full body fortalece cadeias musculares inteiras em vez de focar apenas em grupos isolados — o que melhora estabilidade, capacidade de gerar força, controle motor e eficiência dos movimentos.

    Com o tempo, o corpo se torna mais resistente e preparado para lidar tanto com atividades do dia a dia quanto com cargas maiores na academia. A progressão tende a ser sólida, porque o estímulo é constante e bem distribuído.

    Evolução técnica acelerada

    A repetição frequente dos mesmos padrões de movimento ao longo da semana facilita o aprendizado motor, então o corpo entende mais rápido o que precisa fazer, melhora a execução, corrige erros de postura e desenvolve coordenação.

    Com isso, o treino fica mais seguro, mais leve e mais natural. Para quem está começando, repetir os padrões é ainda mais importante, porque facilita a construção de postura, ritmo e consciência corporal.

    Organização prática para quem tem pouco tempo

    Como cada sessão trabalha o corpo inteiro, treinos full body feitos duas ou três vezes por semana já conseguem trazer bons resultados. Isso diminui a sensação de estar “atrasado” quando algum dia não dá certo, reduz a frustração e ajuda a manter o hábito por mais tempo.

    A estrutura simples também facilita a vida de iniciantes e de quem tem uma rotina mais corrida.

    Flexibilidade para diferentes objetivos

    O full body funciona para vários objetivos, como ganhar força, melhorar condicionamento, perder gordura, manter resultados ou até complementar fases específicas de treino em níveis mais avançados. Ele se adapta bem porque permite ajustar carga, volume e intensidade conforme a necessidade de cada pessoa.

    Para quem está começando, o full body constrói uma base para evoluir, facilitando o aprendizado dos movimentos, aprimorando a coordenação e aumentando a resistência de um jeito seguro e progressivo.

    Como montar um treino full body durante a semana?

    O treino full body pode ser estruturado de várias maneiras, usando movimentos que envolvem várias articulações ao mesmo tempo.

    Os exercícios como agachamentos, remadas, supino, puxadas e variações de levantamento fazem parte da base, porque ativam grandes áreas do corpo e trazem ótimo retorno.

    Para quem está começando, uma rotina com 2 a 3 treinos por semana, deixando sempre um dia de descanso entre eles, costuma ser suficiente para garantir adaptação e recuperação;

    Em relação ao volume, normalmente 3 a 4 séries por exercício, com 8 a 12 repetições, já oferecem um bom estímulo para ganhar força e massa muscular;

    Os intervalos entre séries podem ficar entre 60 e 90 segundos, tempo adequado para recuperar energia sem deixar o treino perder ritmo.

    Se surgir insegurança ou dificuldade em realizar algum exercício, é importante a orientação de um profissional para ajustar postura, carga e progressão.

    Preciso de suplemento para fazer o treino full body?

    Não é obrigatório usar suplemento para fazer treino full body, e para a maioria das pessoas, já é possível ter resultados com um treino bem feito, alimentação adequada, sono de qualidade e constância. Os suplementos podem ajudar em situações específicas, mas não devem substituir uma rotina equilibrada.

    Antes de usar qualquer coisa, vale conversar com um nutricionista ou outro profissional habilitado, que poderá avaliar a necessidade real e recomendar a melhor forma de incluir suplementos com segurança.

    Como ajustar o treino para evitar lesões?

    Em primeiro lugar, Álvaro explica que a análise que o profissional de educação física precisa fazer ao acompanhar o treino é observar a qualidade da execução, pois um movimento inadequado pode colocar em risco a integridade física da pessoa que está treinando.

    “Quando há uma execução inadequada, somada a cargas que a pessoa ainda não suporta, os riscos aumentam. Logo, não recomendo acrescentar volume de treino com estas etapas comprometidas para que se evite desconfortos, dores e lesões”, aponta o profissional.

    Vale lembrar que ajustes de carga, número de séries e até velocidade do movimento só devem acontecer quando a pessoa demonstra controle total do exercício, boa postura e capacidade de repetir o padrão com segurança. Antes disso, qualquer tentativa de aumento pode gerar uma sobrecarga desnecessária.

    O mais importante é que a progressão seja gradual, respeite limites individuais e permita que o corpo desenvolva força, coordenação e estabilidade sem pressa.

    Existem contradições do treino full body?

    Na maioria das vezes, as contraindicações do treino full body estão ligadas a condições médicas pré-existentes, lesões em fase aguda ou sinais de excesso de treinamento (overtraining), e não ao treino em si.

    Por isso, independentemente do método escolhido, o recomendado é obter liberação médica antes de iniciar a musculação ou qualquer prática de exercícios.

    “Quando há alguma condição cardíaca, doença pré-existente ou limitação funcional, o full body deve ser ajustado à condição individual, garantindo execução segura e adequada às necessidades de cada pessoa”, finaliza Álvaro.

    Confira: Canetas emagrecedoras: saiba como evitar a perda de massa muscular

    Perguntas frequentes

    Treino full body funciona para qualquer pessoa?

    O treino full body funciona para muitos perfis, porque trabalha o corpo inteiro de forma equilibrada e permite ajustar volume e intensidade conforme a necessidade. Iniciantes aprendem movimentos com mais facilidade, já que os padrões se repetem ao longo da semana e aceleram coordenação e consciência corporal.

    Quem tem rotina corrida também pode se beneficiar, pois não precisa dividir treinos por regiões e ainda assim alcança resultados consistentes com poucos dias disponíveis na semana.

    Pessoas mais experientes encontram utilidade em fases de manutenção, aumento de gasto energético ou momentos específicos da periodização. Essa versatilidade faz do full body uma opção prática e eficiente para diferentes níveis.

    Treinar o corpo inteiro em um dia não sobrecarrega?

    Trabalhar o corpo todo em uma única sessão não causa sobrecarga quando o volume e a intensidade estão ajustados. O diferencial está em escolher exercícios eficientes, priorizar movimentos multiarticulares e evitar combinações excessivamente pesadas no mesmo dia.

    Quando o treino é bem planejado, a sessão se torna dinâmica e equilibrada, com distribuição inteligente de esforço. Os músculos recebem estímulos suficientes para evoluir, mas sem aquela exaustão excessiva que prejudica a recuperação.

    No início, o corpo pode sentir cansaço maior pelas adaptações neuromusculares, mas a sensação diminui conforme as semanas passam e o organismo se acostuma ao formato.

    Quantas vezes por semana devo treinar full body?

    Uma rotina com 2 a 3 treinos por semana já é suficiente, especialmente para quem está começando ou para quem tem uma agenda mais agitada. Em níveis intermediários ou avançados, é possível treinar de 3 a 4 vezes, desde que o corpo tenha tempo para se recuperar entre as sessões.

    O mais importante não é treinar todos os dias, e sim manter regularidade e progressão. Quando o volume está bem distribuído, o organismo responde muito bem ao full body, independentemente do número exato de treinos por semana.

    Pessoas com sobrepeso podem treinar full body?

    No caso de pessoas com sobrepeso, o full body pode ser feito sem problemas, desde que o treino seja adaptado ao nível atual. Os movimentos de impacto podem ser evitados no início, priorizando exercícios mais estáveis e controlados, como remadas, puxadas, supino e agachamentos com variações mais simples.

    O full body também fortalece musculaturas que estabilizam articulações importantes, protegendo os joelhos e quadris. Para completar, por estimular grande parte do corpo em cada sessão, o método favorece o gasto energético e pode ajudar no processo de emagrecimento sem gerar sobrecarga desnecessária.

    É normal sentir cansaço maior nas primeiras semanas?

    O cansaço inicial é absolutamente normal, porque o corpo está reaprendendo a mobilizar energia, coordenar músculos, recuperar fôlego e lidar com estímulos que estavam ausentes havia semanas ou meses.

    A fadiga tende a diminuir quando a musculatura se adapta, e isso geralmente ocorre entre a terceira e a quinta semana de constância. O que não é normal é sentir exaustão extrema, dor aguda ou mal-estar intenso. Nesse caso, a intensidade deve ser reduzida.

    Leia mais: Alimentação pré e pós-treino: guia completo para potencializar a musculação

  • Produtos hipoalergênicos: o que significam e como funcionam

    Produtos hipoalergênicos: o que significam e como funcionam

    A variedade de itens de autocuidado disponíveis nos supermercados é enorme — mas você sabe como escolher? Para quem tem pele sensível, histórico de dermatite ou tendência a alergias de contato, os produtos hipoalergênicos se popularizaram pelas formulações suaves e com menor risco de irritação.

    Para entender como eles funcionam e como são regulamentados, conversamos com a alergologista Brianna Nicoletti e esclarecemos tudo em detalhes, a seguir!

    Na prática, o que significa ser hipoalergênico?

    Na prática, um produto hipoalergênico é formulado para reduzir o risco de causar alergias ou irritações na pele. Isso significa que ele contém ingredientes com menor potencial alergênico, como fragrâncias, corantes e certos conservantes, e passa por testes dermatológicos específicos para avaliar sua tolerância em peles sensíveis.

    No entanto, vale apontar que hipoalergênico não quer dizer que o produto seja totalmente livre de risco. Cada organismo reage de forma diferente, e mesmo substâncias seguras para a maioria das pessoas podem causar desconforto em algumas. O termo indica apenas que a probabilidade de reação é menor em comparação a produtos comuns.

    “Nenhum cosmético é universalmente seguro. A resposta da pele depende de múltiplos fatores: genética, estado da barreira cutânea, uso prévio de produtos e presença de doenças como dermatite atópica ou rosácea. Mesmo ingredientes considerados neutros podem provocar reações em pessoas predispostas”, complementa Brianna.

    A especialista lembra ainda que, no Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) exige que as empresas realizem testes dermatológicos para validar o rótulo, avaliando a tolerância cutânea em voluntários sob supervisão médica.

    Como é feita a avaliação para que um cosmético seja hipoalergênico?

    A avaliação para que um cosmético seja considerado hipoalergênico envolve uma série de testes científicos e clínicos conduzidos sob supervisão dermatológica. O objetivo é verificar se o produto tem baixo potencial de causar reações alérgicas ou irritações cutâneas, especialmente em pessoas com pele sensível.

    De acordo com Brianna, a avaliação é feita especialmente por meio de testes de sensibilidade rigorosos — como o teste de contato (ou patch test), realizado em laboratórios especializados com um grupo de voluntários, incluindo, muitas vezes, pessoas com histórico de peles sensíveis ou alergias conhecidas.

    “Esses testes envolvem aplicação do produto em uma pequena área da pele de voluntários com histórico de sensibilidade, observando a presença de irritação, coceira, vermelhidão ou outras reações. Caso a taxa de resposta alérgica seja mínima, o produto é classificado como hipoalergênico”, esclarece a alergologista.

    No entanto, os critérios podem variar entre países e não existe uma padronização global. Isso torna fundamental considerar a credibilidade do fabricante e a supervisão científica do teste, segundo Brianna.

    Quando os produtos hipoalergênicos são indicados?

    Os produtos hipoalergênicos são indicados principalmente para pessoas com pele sensível, dermatite atópica, rosácea, alergias de contato ou histórico de irritações cutâneas. Eles ajudam a reduzir o risco de reações adversas causadas por fragrâncias, corantes, conservantes e outras substâncias irritantes comuns em cosméticos tradicionais.

    Também são recomendados para bebês, crianças e idosos, já que a pele desses grupos costuma ser mais fina e delicada, com a barreira cutânea menos resistente. Em situações de pós-procedimentos dermatológicos, como peelings, depilação a laser ou cirurgias estéticas, os hipoalergênicos também podem ser indicados por oferecerem fórmulas mais suaves e seguras.

    Ainda assim, Brianna aponta que é importante observar a composição e preferir produtos de marcas que realizam testes clínicos sob supervisão de dermatologistas e alergistas.

    Qual a diferença entre hipoalergênico e antialérgico?

    A principal diferença está no propósito e na forma de ação de cada um.

    • Produtos hipoalergênicos: formulados para reduzir o risco de causar reações em pessoas sensíveis. Contêm menos substâncias irritantes e passam por testes dermatológicos.
    • Produtos antialérgicos: são medicamentos usados para tratar uma reação alérgica já existente, contendo anti-histamínicos ou corticosteroides.

    Vale apontar que eles não são intercambiáveis, então um cosmético hipoalergênico não substitui um medicamento antialérgico, e vice-versa. A escolha depende do objetivo: prevenir reações ou tratar uma alergia instalada.

    Em casos de irritações recorrentes ou sintomas intensos, o ideal é procurar um dermatologista, que poderá identificar a causa exata da alergia e indicar o tratamento mais adequado — além de orientar sobre os produtos seguros para uso contínuo.

    E os produtos “sem fragrância” e “dermatologicamente testados”?

    De acordo com Brianna, os conceitos são diferentes, mas complementares:

    • Sem fragrância: não possui perfume adicionado, mas pode apresentar o odor natural dos ingredientes.
    • Dermatologicamente testado: significa que o produto foi avaliado sob supervisão médica, mas isso não garante ausência de reações.

    Cuidados ao usar um produto novo na pele

    Antes de usar um produto novo na pele, é importante adotar alguns cuidados para evitar reações adversas, alergias ou irritações, como:

    • Aplique uma pequena quantidade na parte interna do antebraço ou atrás da orelha e aguarde 24 a 48 horas. Se houver coceira, ardência ou vermelhidão, não utilize.
    • Leia o rótulo com atenção, evitando ingredientes aos quais você já teve sensibilidade.
    • Introduza o produto aos poucos, aplicando em dias alternados.
    • Evite testar vários cosméticos novos ao mesmo tempo.

    Nos primeiros dias, observe sinais como ardência, vermelhidão ou aumento de sensibilidade. Caso ocorram, suspenda o uso e consulte um dermatologista.

    Veja também: Alergia a níquel de bijuterias: por que acontece, como tratar e se tem cura

    Perguntas frequentes

    1. Como identificar se tenho pele sensível ou reativa?

    A pele sensível reage facilmente a cosméticos, poluição e variações de temperatura. Já a pele reativa apresenta respostas mais intensas, com descamação ou inflamação. Um dermatologista pode ajudar a identificar gatilhos e ajustar a rotina ideal.

    2. Quais ingredientes devem ser evitados por quem tem alergia cutânea?

    Alguns ingredientes têm maior potencial alergênico, como parabenos, fragrâncias sintéticas, corantes artificiais, lanolina e certos conservantes. Ácidos e extratos concentrados também podem irritar peles sensíveis.

    3. Existe diferença entre alergia e sensibilidade na pele?

    Sim! A alergia envolve resposta imunológica, enquanto a sensibilidade é uma irritação mais leve, sem envolvimento do sistema imunológico.

    4. Como fazer um teste de toque?

    Aplique o produto no antebraço ou atrás da orelha e aguarde 24 a 48 horas. Se não houver reação, o uso tende a ser seguro.

    5. Produtos naturais ou veganos são mais seguros?

    Não necessariamente. Alguns extratos vegetais e óleos essenciais podem irritar a pele. O importante é avaliar a composição e priorizar produtos com testes clínicos.

    6. É seguro usar produtos hipoalergênicos em bebês?

    Sim, desde que formulados para o público infantil. Mesmo assim, recomenda-se teste de toque antes do uso regular.

    Veja mais: Alergia à tatuagem existe? Saiba mais sobre sintomas e tratamentos

  • Canetas emagrecedoras: como evitar deficiências nutricionais?

    Canetas emagrecedoras: como evitar deficiências nutricionais?

    Em qualquer tratamento que envolva a perda de peso, o acompanhamento médico e nutricional deve acontecer de forma constante — e não seria diferente com o uso de agonistas de GLP-1, conhecidos como canetas emagrecedoras.

    Eles atuam controlando a fome e retardando o esvaziamento do estômago, o que prolonga a saciedade e, consequentemente, reduz o consumo de alimentos. Se não houver um plano alimentar individualizado, isso pode resultar em deficiências nutricionais, que comprometem o bem-estar e a saúde ao longo do tratamento, inclusive tornando o processo de emagrecimento mais desgastante.

    Como as canetas emagrecedoras atuam no emagrecimento?

    As canetas emagrecedoras, como semaglutida (Ozempic, Wegovy) e tirzepatida (Mounjaro), atuam principalmente por meio da regulação do apetite e do metabolismo, interferindo em áreas específicas do cérebro responsáveis pela fome e saciedade.

    Elas imitam a ação de um hormônio natural do corpo, o GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon tipo 1), que é liberado pelo intestino após as refeições. Ele envia sinais ao cérebro informando que o organismo está satisfeito, o que diminui o consumo de alimentos.

    Somado a isso, as canetas também retardam o esvaziamento do estômago, fazendo com que a sensação de saciedade dure por mais tempo. Com isso, a pessoa tende a comer menos e de forma mais controlada ao longo do dia — o que cria um ambiente metabólico favorável ao emagrecimento.

    Por que o uso pode causar deficiências nutricionais?

    As deficiências nutricionais podem acontecer porque os agonistas GLP-1 reduzem de forma significativa o apetite e, como resultado, a ingestão de alimentos. Quando a pessoa passa a comer menos, o corpo pode deixar de receber quantidades adequadas de vitaminas, minerais e outros nutrientes essenciais, como explica a nutricionista Bárbara Yared.

    Portanto, mesmo que a pessoa consiga emagrecer, a restrição alimentar prolongada, sem acompanhamento nutricional adequado, cria um desequilíbrio que pode afetar desde a imunidade até a saúde da pele, cabelos e músculos.

    A redução significativa da ingestão calórica também interfere na absorção de nutrientes. Como o esvaziamento do estômago é mais lento, o processo digestivo passa por algumas alterações, comprometendo a absorção de ferro, cálcio, vitamina B12 e outras substâncias.

    Para complementar, o enjoo e a sensação de saciedade precoce, efeitos comuns nas primeiras semanas, levam muitas pessoas a evitarem refeições completas ou variados grupos alimentares.

    Quais os riscos das deficiências nutricionais?

    Os riscos das deficiências nutricionais são muitos e podem afetar o corpo de várias formas, como:

    • Perda de massa muscular;
    • Fraqueza e fadiga frequente;
    • Queda de cabelo;
    • Pele e unhas mais frágeis;
    • Redução da imunidade;
    • Dificuldade de concentração;
    • Alterações no humor;

    Em situações mais graves, podem surgir quadros de anemia, enfraquecimento dos ossos (osteopenia), alterações hormonais e até dificuldades de concentração ou raciocínio.

    Como prevenir deficiências nutricionais usando canetas emagrecedoras?

    Antes de tudo, é importante destacar que o uso de agonistas de GLP-1 deve ser feito apenas com prescrição médica. Todo o tratamento precisa ter acompanhamento médico e nutricional, já que cada organismo reage de forma diferente aos medicamentos e às mudanças alimentares.

    No dia a dia, existem algumas estratégias que podem ajudar a prevenir deficiências nutricionais e manter o equilíbrio do corpo, como:

    Fracionar as refeições ao longo do dia

    Como o apetite tende a diminuir com o uso de agonistas GLP-1, Bárbara orienta a fracionar a alimentação em pequenas porções distribuídas ao longo do dia. O hábito de comer em intervalos regulares evita longos períodos de jejum e ajuda o corpo a receber nutrientes de forma contínua. Ah, e pequenas refeições equilibradas também reduzem o risco de enjoo, que é comum nas primeiras semanas do tratamento.

    Montar pratos equilibrados nas refeições principais

    Nas principais refeições, como almoço e jantar, o ideal é montar pratos balanceados, como:

    • 1/3 de carboidratos integrais, como arroz integral, batata-doce ou quinoa;
    • 1/3 de proteínas, como frango, peixe, ovos, carne magra ou leguminosas;
    • 1/3 de vegetais, preferindo uma boa variedade de cores para garantir diferentes vitaminas e minerais.

    Ter um equilíbrio ajuda a preservar a massa magra, sustenta por mais tempo e garante que o corpo receba energia suficiente para as atividades do dia a dia.

    Incluir gorduras boas nas refeições

    As gorduras boas são tipos de lipídios que ajudam a manter várias funções vitais em equilíbrio. Elas participam da produção de hormônios, protegem o coração, auxiliam na absorção de vitaminas (A, D, E e K) e contribuem para o bom funcionamento do cérebro.

    As gorduras são divididas em dois grupos, sendo eles:

    Monoinsaturadas: ajudam a reduzir o colesterol ruim (LDL) e aumentar o colesterol bom (HDL). Estão presentes em alimentos como azeite de oliva, abacate, amêndoas, castanhas e amendoim;

    Poli-insaturadas: incluem os famosos ômega-3 e ômega-6, que têm ação anti-inflamatória e são importantes para o sistema nervoso e imunológico. Podem ser encontradas em peixes como salmão, sardinha e atum, além de sementes de chia, linhaça e nozes.

    Apesar de saudáveis, as gorduras devem ser consumidas com moderação. Pequenas porções já são suficientes para oferecer benefícios sem prejudicar o controle de peso.

    Considerar opções nutritivas e leves

    Quando o apetite está muito reduzido, pode ser difícil atingir a quantidade ideal de nutrientes apenas com comida sólida. Nessas situações, podem ser incluídas vitaminas proteicas, shakes equilibrados ou sopas completas, sempre com orientação profissional. Elas ajudam a manter a ingestão adequada de proteínas e micronutrientes, evitando carências nutricionais.

    Fazer acompanhamento regular com exames

    Durante o tratamento com as canetas emagrecedoras, realizar exames periódicos é necessário para monitorar níveis de ferro, cálcio, vitamina B12, vitamina D e outros nutrientes. A avaliação constante ajuda a identificar precocemente qualquer sinal de deficiência e permite ajustar o plano alimentar antes que o problema evolua.

    Ainda, os resultados laboratoriais orientam o médico e o nutricionista na decisão sobre possíveis suplementações ou mudanças na dieta. Em alguns casos, pode ser necessário reforçar o consumo de determinados alimentos ou incluir vitaminas e minerais em cápsulas ou líquidos, de acordo com a necessidade de cada um.

    Leia também: Canetas emagrecedoras: como evitar o efeito rebote no emagrecimento?

    Quando o uso de suplementos é necessário?

    O uso de suplementos alimentares pode ser necessário quando a alimentação, mesmo quando bem planejada, não consegue suprir todas as necessidades nutricionais do organismo durante o tratamento com as canetas emagrecedoras.

    A indicação deve sempre ser feita por um profissional de saúde, após a análise de exames laboratoriais. Quando existe uma deficiência comprovada de nutrientes como ferro, vitamina B12, vitamina D, cálcio ou proteínas, o médico ou o nutricionista pode definir o tipo, a dose e o tempo de uso mais adequado. O uso depende sempre da avaliação individual, segundo Bárbara.

    Sinais de alerta de deficiências nutricionais

    Os principais sinais de que o corpo está com deficiências nutricionais são, de acordo com Bárbara:

    • Cansaço e fraqueza;
    • Fadiga constante;
    • Sonolência excessiva;
    • Falta de ar;
    • Infecções frequentes, como gripes e resfriados;
    • Cicatrização lenta de feridas;
    • Unhas quebradiças;
    • Queda de cabelo;
    • Constipação;
    • Dores abdominais.

    Se algum desses sinais aparecer, é importante procurar um médico para realizar exames e identificar possíveis deficiências antes que elas se tornem mais sérias.

    Veja mais: Canetas emagrecedoras: saiba como evitar a perda de massa muscular

    Perguntas frequentes sobre deficiências nutricionais

    1. Quem pode usar medicamentos agonistas de GLP-1?

    Os agonistas GLP-1, como Ozempic, são indicados para adultos com diagnóstico de obesidade, ou de sobrepeso com doenças associadas, como diabetes tipo 2, hipertensão, colesterol alto ou apneia do sono.

    O uso deve sempre ser avaliado e prescrito por um médico, que analisará o histórico clínico, possíveis contraindicações e os objetivos do tratamento. O uso recreativo, estético ou sem acompanhamento profissional não é recomendado, pois pode causar efeitos colaterais graves. Nunca se automedique!

    2. Quais são os principais efeitos colaterais das canetas emagrecedoras?

    Os efeitos mais comuns aparecem nas primeiras semanas de uso e costumam ser leves e temporários, sendo eles:

    • Náuseas;
    • Dor de estômago;
    • Gases;
    • Constipação;
    • Diarreia;
    • Azia;
    • Sensação de estufamento.

    Os sintomas normalmente diminuem à medida que o corpo se adapta, mas ainda é importante manter o acompanhamento médico e relatar qualquer desconforto, já que o ajuste da dose ou a mudança na forma de administração podem amenizar os efeitos.

    3. É possível manter os resultados após parar o uso?

    Sim, mas depende do estilo de vida adotado durante o tratamento. O medicamento ajuda a controlar o apetite e criar novos hábitos, mas, ao suspender o uso, o corpo tende a retomar o comportamento anterior se não houver uma reeducação alimentar sólida.

    Para manter o peso, é preciso continuar com uma alimentação equilibrada, prática regular de exercícios e acompanhamento médico. Alguns profissionais também recomendam uma transição gradual para evitar o “efeito rebote”.

    4. O uso de canetas de GLP-1 substitui dieta e exercícios?

    Não! O remédio deve ser visto como um apoio no processo de emagrecimento, mas não substitui a importância de uma alimentação equilibrada e da prática regular de atividades físicas.

    A combinação entre remédio, dieta e exercício é o que garante resultados mais saudáveis. Sem isso, o corpo tende a recuperar todo o peso perdido assim que o tratamento termina.

    5. O que comer durante o tratamento com agonistas de GLP-1?

    Durante o uso de canetas emagrecedoras, a prioridade é comer alimentos leves, nutritivos e de fácil digestão. Uma ideia é montar pratos equilibrados com proteínas magras (frango, peixe, ovos), carboidratos integrais (arroz integral, quinoa, batata-doce) e vegetais variados.

    As refeições devem ser pequenas, fracionadas e distribuídas ao longo do dia para evitar enjoo e garantir energia constante.

    6. Quais alimentos evitar durante o uso de canetas emagrecedoras?

    O recomendado, durante e após o tratamento, é evitar o consumo de bebidas alcoólicas, refrigerantes, alimentos ultraprocessados e frituras. Também é bom limitar o consumo de doces e carboidratos simples, que podem causar picos de glicemia e atrapalhar o controle do apetite.

    O ideal é priorizar comidas naturais, ricas em fibras e proteínas, que sustentam por mais tempo e protegem a massa magra.

    Confira: 6 dicas para quem está começando a usar canetas emagrecedoras

  • Gorduras boas: como incluir na dieta de quem treina?

    Gorduras boas: como incluir na dieta de quem treina?

    As gorduras são macronutrientes que exercem funções vitais no organismo, desde o fornecimento de energia até a formação das membranas celulares. No entanto, o tipo de gordura consumida influencia diretamente o metabolismo, a circulação sanguínea e até o desempenho físico.

    As gorduras boas, também chamadas de insaturadas, são indispensáveis em uma alimentação equilibrada — especialmente para quem treina regularmente. Elas ajudam o corpo a funcionar de forma eficiente, sustentando a energia durante os exercícios e favorecendo a recuperação muscular após o treino.

    Para entender onde encontrá-las e como incluir no dia a dia, conversamos com a nutricionista Serena Del Favero. Confira, a seguir!

    O que são gorduras boas?

    As gorduras boas são um tipo de lipídio que atuam no organismo fornecendo energia, participando da produção de hormônios, favorecendo a absorção de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) e protegendo os órgãos internos. Além disso, ajudam a manter a integridade das células, contribuem para o equilíbrio do colesterol e promovem a saúde cardiovascular.

    De acordo com Serena, os principais tipos de gorduras boas são as monoinsaturadas e as poli-insaturadas.

    • Monoinsaturadas: estão presentes em alimentos como azeite de oliva, abacate e castanhas. Elas ajudam a reduzir o colesterol ruim (LDL) e a aumentar o colesterol bom (HDL), favorecendo a saúde do coração e melhorando a circulação sanguínea;
    • Poli-insaturadas: englobam os ácidos graxos ômega-3 e ômega-6, encontrados em peixes gordos como salmão, atum e sardinha, além de sementes como linhaça e chia. Devido à ação anti-inflamatória, auxiliam na função cerebral, fortalecem o sistema imunológico e reduzem o risco de doenças cardiovasculares.

    Para quem treina, as gorduras favorecem a regulação energética, garantindo desempenho adequado em treinos de longa duração. Elas também têm um papel importante na redução de processos inflamatórios, o que melhora a recuperação e diminui dores musculares.

    Por que quem treina precisa de gordura na dieta

    Durante o treino, o corpo usa primeiro o glicogênio que é a principal reserva de energia proveniente dos carboidratos. No entanto, quando o estoque se esgota, o organismo passa a recorrer às gorduras como fonte de combustível.

    Em atividades de longa duração ou de intensidade moderada, como corridas, ciclismo e treinos aeróbicos, as gorduras insaturadas contribuem para:

    • Manter o fornecimento constante de energia durante o exercício;
    • Aumentar a resistência e retardar a fadiga muscular;
    • Preservar a massa magra, evitando o uso de proteína muscular como energia;
    • Melhorar a recuperação após o treino, por meio da produção de hormônios anabólicos;
    • Reduzir inflamações, favorecendo a saúde muscular e articular;
    • Otimizar o desempenho em treinos longos e de intensidade moderada.

    Principais alimentos com gorduras boas para quem treina

    Azeite de oliva extra virgem

    O azeite de oliva extra virgem é uma das fontes mais ricas e versáteis de gorduras boas. Ele contém gorduras monoinsaturadas, que ajudam a reduzir o colesterol ruim (LDL) e a elevar o bom (HDL), além de antioxidantes potentes, como a vitamina E e os polifenóis — que combatem os radicais livres e ajudam a proteger as células contra o envelhecimento precoce.

    No dia a dia, o azeite melhora a saúde cardiovascular, reduz inflamações e aumenta a saciedade, o que ajuda no controle do apetite e na composição corporal. Ah, e ele é perfeito para temperar saladas, legumes cozidos ou até finalizar massas e carnes. O ideal é usá-lo cru ou em temperaturas mais baixas, já que o calor excessivo pode reduzir suas propriedades nutricionais.

    Abacate

    O abacate é um dos alimentos mais completos para quem pratica atividade física. Rico em gordura monoinsaturada, potássio, fibras e vitaminas do complexo B, ele atua diretamente na recuperação muscular e no equilíbrio energético do corpo.

    Além disso, contém compostos bioativos que reduzem inflamações e ajudam a estabilizar os níveis de glicose no sangue, evitando picos de insulina que prejudicam o desempenho e favorecem o acúmulo de gordura.

    Por ser altamente saciante, o abacate pode ser consumido no café da manhã, antes do treino ou à noite, em pequenas quantidades. Também é uma excelente opção para combinar com ovos, iogurte natural, pão integral ou smoothies proteicos.

    Oleaginosas

    As oleaginosas, como amêndoas, nozes, castanha-do-pará e pistache, fornecem gorduras boas, proteínas vegetais e minerais fundamentais como magnésio, selênio e zinco, que participam da regeneração muscular e da produção de hormônios ligados ao crescimento e à força. Elas também contêm fibras que ajudam na digestão e no controle da saciedade.

    Consumidas em pequenas porções, as oleaginosas são ótimas para lanches rápidos ou para adicionar em iogurtes e saladas. Apenas é importante moderar o consumo, já que são bem calóricas.

    Peixes gordos

    Os peixes gordos, como salmão, sardinha, atum e cavalinha, são fontes importantes de ômega-3, um tipo de gordura poli-insaturada com forte ação anti-inflamatória. Ela ajuda a reduzir dores musculares, melhora a recuperação pós-treino e ainda contribui para a saúde do coração e do cérebro.

    O ômega-3 também aumenta a eficiência metabólica, ajudando o corpo a usar gordura como fonte de energia durante os treinos. Para aproveitar todos os benefícios, o ideal é consumir peixes gordos pelo menos duas vezes por semana, preferindo preparos grelhados, assados ou cozidos.

    Sementes

    Sementes como chia, linhaça e gergelim oferecem uma combinação poderosa de gorduras boas, proteínas, fibras e antioxidantes. Elas melhoram o trânsito intestinal, controlam a glicemia e favorecem a sensação de saciedade, além de ajudar na recuperação muscular.

    A chia e a linhaça são também ricas em ômega-3 de origem vegetal, o que as torna uma excelente opção para quem segue dieta vegetariana ou vegana. É bem fácil incluí-las na rotina, basta adicionar uma colher em vitaminas, iogurtes, frutas picadas ou até no preparo de pães e panquecas.

    Óleo de coco e óleo de abacate

    O óleo de coco fornece triglicerídeos de cadeia média (TCM), que são rapidamente absorvidos e convertidos em energia. Por isso, pode ser uma boa opção para quem treina em jejum ou faz atividades de resistência, como corridas longas. No entanto, o consumo deve ser moderado, já que o óleo de coco tem um teor mais alto de gordura saturada.

    Já o óleo de abacate, além de resistir bem a altas temperaturas sem perder suas propriedades, contém gorduras monoinsaturadas e vitamina E, que combatem inflamações e fortalecem o sistema imunológico. É excelente para refogar legumes, grelhar carnes ou usar em molhos e marinadas.

    Como incluir gorduras boas na dieta de quem treina?

    Primeiro de tudo, é importante ter equilíbrio. De acordo com Serena, não existe melhor horário do dia para consumi-las, e o mais importante é garantir que as gorduras insaturadas estejam distribuídas ao longo do dia, sem exagerar na quantidade. Apontamos alguns exemplos para te ajudar:

    • Café da manhã: adicione uma colher de chia ou linhaça à vitamina;
    • Lanche pré-treino: combine frutas com pasta de amendoim natural ou abacate;
    • Almoço e jantar: finalize com azeite de oliva cru sobre os alimentos, para preservar os nutrientes;
    • Ceia: um punhado de nozes ou castanhas ajuda na saciedade e na recuperação noturna.

    É importante lembrar que as gorduras boas são calóricas, então o ideal é ajustar o consumo de acordo com o gasto energético diário e o tipo de treino.

    Como equilibrar a quantidade de gorduras boas e carboidratos?

    Segundo Serena, a proporção ideal entre carboidratos e gorduras depende do tipo de treino, da duração e dos objetivos individuais. No entanto, os carboidratos devem ser sempre consumidos em maior quantidade.

    “Eles são a principal fonte de energia para quem pratica exercícios, especialmente os de intensidade moderada a alta. Eles são metabolizados rapidamente e reabastecem o glicogênio muscular, essencial para o bom desempenho”, explica a nutricionista.

    As gorduras boas, por outro lado, também são indispensáveis na dieta e não devem ser cortadas. Além de participarem da produção hormonal e da absorção de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K), fornecem energia em atividades de menor intensidade ou longa duração.

    Veja mais: Como organizar uma geladeira saudável e prática para o dia a dia

    Perguntas frequentes

    1. Gordura boa engorda?

    Não necessariamente. O que causa ganho de peso é o excesso calórico total, não o tipo de nutriente isolado. A gordura boa é mais calórica que o carboidrato e a proteína, mas, quando consumida em equilíbrio, ajuda até a controlar o apetite — uma vez que proporciona saciedade duradoura, evitando picos de fome e beliscos desnecessários ao longo do dia.

    2. Quem faz musculação precisa consumir gordura boa todos os dias?

    Sim, a gordura boa é indispensável na dieta de quem treina com foco em hipertrofia. Ela participa da produção de hormônios anabólicos, como testosterona e GH, que têm papel direto no ganho de massa muscular e na recuperação após o treino.

    Além disso, ajuda a manter a função celular e a absorção de vitaminas como A, D, E e K, todas importantes ao metabolismo muscular. Sem o consumo diário de gordura boa, o corpo pode sofrer desequilíbrios hormonais e queda de performance. O ideal é distribuí-la nas principais refeições, variando as fontes ao longo da semana.

    3. É possível consumir gordura boa sem incluir produtos de origem animal?

    Sim! Pessoas vegetarianas ou veganas conseguem ótimas fontes de gordura boa em alimentos vegetais. O abacate, o azeite de oliva, a linhaça, a chia e as castanhas fornecem ômega-3 e ômega-6 — além de antioxidantes que protegem as células musculares. A principal diferença é que os ômega-3 vegetais (ALA) precisam ser convertidos pelo corpo nas formas EPA e DHA, presentes naturalmente nos peixes.

    Para quem não consome nada animal, pode ser útil usar suplementos à base de algas, que oferecem esses compostos de forma vegetal, mas sempre com orientação de um nutricionista.

    4. Crianças e adolescentes que treinam também precisam consumir gorduras boas?

    Durante o crescimento, as gorduras boas são vitais para o desenvolvimento cerebral e hormonal. Jovens atletas precisam de energia de qualidade, e as gorduras boas ajudam a manter a estabilidade energética durante o treino e nos períodos de recuperação.

    Elas também são importantes para o sistema imunológico e para a absorção de vitaminas lipossolúveis. O que deve ser evitado são alimentos ultraprocessados ricos em gordura trans, que prejudicam a saúde a longo prazo.

    5. Existe algum horário melhor do dia para consumir gorduras boas?

    Não existe um horário único, mas a distribuição ao longo do dia é o mais importante. Consumir gorduras boas no café da manhã e no almoço ajuda a manter a saciedade e a energia estáveis. À noite, pequenas quantidades contribuem para o controle glicêmico e a regeneração muscular durante o sono.

    É recomendado evitar grandes porções imediatamente antes do treino intenso, pois a digestão da gordura é mais lenta.

    6. O que são gorduras ruins?

    As gorduras ruins são tipos de lipídios que prejudicam o corpo quando consumidos em excesso. Elas aumentam o colesterol LDL, reduzem o HDL e favorecem o acúmulo de placas nas artérias, elevando o risco de doenças cardiovasculares.

    As principais são as gorduras trans, criadas industrialmente e presentes em margarinas, biscoitos, salgadinhos e fast food. Como o corpo não consegue metabolizá-las bem, elas se acumulam e causam inflamação. Já as saturadas podem ser encontradas em produtos de origem animal (como carne vermelha, laticínios integrais e manteiga) e alguns óleos vegetais (como o de coco e de dendê).

    Veja mais: Food noise: por que você não para de pensar em comida

  • 7 sinais de que seu cansaço não é apenas falta de sono 

    7 sinais de que seu cansaço não é apenas falta de sono 

    É normal se sentir cansado após uma semana intensa, mas quando o corpo parece exausto o tempo todo, mesmo dormindo uma quantidade boa de horas, o cansaço pode ter outras origens além da falta de sono.

    Muitas pessoas chegam ao consultório médico achando que precisam apenas descansar mais, quando na verdade há uma condição médica por trás da fadiga persistente, como carência de vitaminas, distúrbios hormonais, anemia ou até doenças cardíacas e metabólicas.

    Por isso, identificar quando o cansaço é diferente do habitual é muito importante para buscar ajuda médica e evitar complicações.

    Quando o cansaço deixa de ser normal

    O cansaço físico comum melhora com o repouso, alimentação adequada e boas noites de sono. Mas se ele persiste por mais de duas semanas, vem acompanhado de falta de energia, dificuldade de concentração ou palpitações, é importante investigar.

    Alguns sinais de que algo pode estar errado:

    • Sonolência constante, mesmo após dormir 7 a 9 horas;
    • Queda de desempenho físico e mental;
    • Falta de ar ao realizar pequenas atividades;
    • Tonturas e fraqueza;
    • Alterações de humor ou desânimo;
    • Dores musculares sem motivo aparente.

    Esses sintomas indicam que o corpo pode estar pedindo ajuda, e não apenas descanso.

    Causas médicas mais comuns de cansaço excessivo

    1. Deficiência de ferro (anemia)

    A anemia ferropriva é uma das causas mais frequentes de cansaço constante. Quando há falta de ferro, o corpo produz menos hemoglobina, proteína responsável por transportar oxigênio no sangue. Com menos oxigênio chegando aos tecidos, o corpo entra em ritmo mais lento, com fadiga, palidez e falta de ar.

    Os principais sintomas são fraqueza, tontura, unhas quebradiças e dor de cabeça frequente.

    2. Falta de vitaminas do complexo B e vitamina D

    Vitaminas como B12, B6 e D são importantes para o funcionamento do sistema nervoso, muscular e imunológico. Quando estão em baixa, o corpo tem dificuldade em gerar energia e manter o equilíbrio do metabolismo.

    A carência de vitamina B12, por exemplo, pode causar formigamento, lapsos de memória e fadiga mental. Já a vitamina D muito baixa está ligada à fraqueza, dor muscular e ao humor deprimido.

    Os principais sintomas de carência de vitaminas são cansaço persistente, desânimo e dores musculares.

    3. Distúrbios da tireoide

    A tireoide é a glândula que regula o metabolismo. Quando ela funciona de forma lenta (hipotireoidismo), o corpo queima menos energia e tudo desacelera.

    Os principais sintomas são sonolência, ganho de peso, queda de cabelo, pele seca e intolerância ao frio.

    4. Apneia do sono

    A apneia do sono é um distúrbio em que a pessoa para de respirar várias vezes durante a noite, mesmo sem perceber. Isso fragmenta o sono e impede o descanso profundo, causando cansaço diurno, falta de concentração e irritabilidade.

    Os principais sintomas são ronco alto, pausas na respiração e dor de cabeça matinal.

    5. Doenças cardíacas e pressão alta

    O cansaço fácil ao subir escadas ou caminhar pequenas distâncias pode ser sinal de sobrecarga no coração. Doenças cardíacas e pressão alta podem reduzir a eficiência da circulação e limitar o transporte de oxigênio aos músculos.

    Os principais sinais são falta de ar, palpitações e inchaço nas pernas.

    6. Distúrbios hormonais e metabólicos

    Doenças como diabetes e síndrome metabólica também estão entre as causas de cansaço persistente. O excesso de açúcar no sangue, associado à resistência à insulina, provoca desequilíbrios que afetam o metabolismo.

    Alguns dos sinais são sede e fome exageradas, perda de peso involuntária e sonolência depois das refeições.

    7. Estresse e saúde mental

    O cansaço emocional é tão real quanto o físico. O estresse constante, a ansiedade e o esgotamento mental drenam a energia do corpo e prejudicam o sono, a imunidade e o humor.

    Preste atenção em sintomas como irritabilidade, insônia, dores de cabeça e sensação de estar sempre no limite.

    Quando procurar um médico

    Procure ajuda médica se o cansaço:

    • Dura mais de 15 dias mesmo com descanso;
    • Vem acompanhado de tontura, falta de ar, palpitação ou perda de peso;
    • Interfere nas atividades diárias e no trabalho;
    • Surge junto de sintomas como febre, alterações de humor ou dor persistente.

    Um clínico geral, um cardiologista ou um endocrinologista pode solicitar exames de sangue e avaliação metabólica para investigar causas como deficiência de ferro, alterações hormonais, inflamação ou doenças crônicas.

    Quanto mais cedo a causa for identificada, mais chances de sucesso tem o tratamento.

    Como recuperar a energia no dia a dia

    Além do tratamento médico, algumas medidas ajudam a manter a energia em ordem:

    • Alimentação equilibrada, com frutas, verduras e fontes de ferro e vitaminas;
    • Dormir de 7 a 9 horas por noite, com horários regulares;
    • Praticar atividade física leve ou moderada, como caminhada ou alongamento;
    • Evitar álcool e cigarro, que sobrecarregam o organismo;
    • Reservar momentos de descanso mental, longe de telas e estímulos.

    Pequenas mudanças no estilo de vida fazem diferença, mas quando o cansaço não passa, é sinal de que o corpo precisa ser ouvido.

    Confira: Como começar a correr? Veja 8 dicas práticas para iniciantes

    Perguntas frequentes sobre cansaço excessivo

    1. Cansaço constante é sempre sinal de doença?

    Nem sempre. Pode ser consequência de sono ruim, má alimentação ou estresse. Mas se persistir por mais de duas semanas, deve ser investigado.

    2. Quais vitaminas causam cansaço quando estão baixas?

    As principais são vitamina B12, B6 e D, além do ferro, que quando em falta provoca anemia.

    3. O que a falta de vitamina D causa?

    Fraqueza muscular, dores no corpo, desânimo e maior risco de infecções.

    4. Como saber se o cansaço é por causa da tireoide?

    Se vier acompanhado de ganho de peso, sonolência, pele seca e queda de cabelo, o médico pode solicitar exames hormonais para confirmar.

    5. A ansiedade pode causar cansaço físico?

    Sim. O corpo em estado constante de alerta provoca exaustão.

    6. O que é bom para recuperar energia?

    Alimentação equilibrada, sono adequado, hidratação, atividade física regular e avaliação médica para corrigir eventuais deficiências ou condições.

    7. Qual médico procurar para investigar cansaço?

    Um clínico geral ou cardiologista é o ponto de partida. Ele pode encaminhar para outros especialistas conforme a causa identificada.

    Veja mais: 5 dicas simples para se movimentar mais no dia a dia — e os benefícios disso

  • Como o contato com a natureza ajuda a reduzir o estresse 

    Como o contato com a natureza ajuda a reduzir o estresse 

    Caminhar ao ar livre, observar o verde das árvores ou simplesmente ouvir o som de pássaros parece um prazer simples, mas para o corpo, é terapia. A ciência vem comprovando o que a intuição humana já sabia há séculos: o contato com a natureza tem um impacto importante e mensurável na saúde do corpo e da mente.

    Estudos mostram que estar em ambientes naturais reduz os níveis de estresse, melhora o humor, fortalece o coração e até protege o cérebro. Mas não é preciso viver em meio à floresta: pequenas pausas em espaços verdes, parques ou praças já trazem benefícios interessantes.

    O que a ciência descobriu sobre o contato com a natureza

    Pesquisas confirmam que a exposição regular à natureza modula o sistema nervoso, equilibra hormônios e reduz inflamações.

    Um estudo publicado no periódico científico Nature mostrou, com base em exames de imagem cerebral, que o contato com áreas verdes ativa regiões do cérebro relacionadas ao bem-estar e diminui a atividade em áreas ligadas ao estresse e à ansiedade.

    Outro estudo, da Occupational and Environmental Medicine, analisou milhares de participantes e concluiu que quanto mais tempo as pessoas passavam em ambientes naturais, menor era o risco de desenvolver pressão alta, depressão e esgotamento mental.

    Esses efeitos combinam fatores fisiológicos e psicológicos e explicam por que estar perto da natureza faz tão bem.

    Como a natureza atua no corpo e na mente

    Reduz o estresse e equilibra o sistema nervoso

    A exposição a ambientes naturais diminui os níveis de cortisol, o hormônio do estresse. Com menos cortisol circulando, o corpo entra em um estado de relaxamento fisiológico: o coração desacelera, a pressão arterial cai e os músculos relaxam.

    Além disso, sons naturais e a visão de paisagens verdes ativam o sistema parassimpático, responsável por acalmar o organismo e restaurar o equilíbrio interno.

    Faz bem para o coração

    O coração é beneficiado com essa redução do estresse. Pessoas que têm contato regular com áreas verdes apresentam menor frequência cardíaca de repouso e melhor controle da pressão arterial.

    E tem o fator movimento: o simples ato de caminhar em parques ou jardins melhora a circulação, reduz a inflamação e contribui para a saúde cardiovascular.

    Melhora o humor e a clareza mental

    O contato com a natureza é capaz de agir sobre o cérebro. Ele aumenta a liberação de serotonina e dopamina, neurotransmissores ligados ao prazer e à motivação. Pesquisas também mostram que pessoas que fazem caminhadas ao ar livre têm menor risco de ansiedade e depressão.

    Além disso, estar em meio à natureza reduz a sobrecarga cognitiva, pois o cérebro descansa das telas, do ruído e do excesso de estímulos urbanos.

    Fortalece o sistema imunológico

    A exposição moderada ao sol (com proteção adequada e atenção aos horários) estimula a produção de vitamina D, essencial para a imunidade e a saúde óssea.

    Como trazer mais natureza para o seu dia a dia

    A boa notícia é que não é preciso morar no campo para aproveitar os efeitos benéficos do verde. Veja algumas orientações médicas simples para integrar a natureza à sua rotina:

    • Passe ao menos 20 a 30 minutos por dia ao ar livre: caminhar em praças, cuidar de plantas ou até sentar-se próximo a uma árvore já ajuda;
    • Aproveite a luz natural: abra janelas, deixe o sol entrar e evite ambientes totalmente fechados com luz artificial durante o dia;
    • Leve o verde para dentro de casa: vasos de plantas, flores ou pequenas hortas em varandas podem melhorar o humor e a qualidade do ar;
    • Desconecte-se das telas: substitua alguns minutos de celular por momentos de observação da natureza, mesmo que seja o céu ou o canto dos pássaros.

    Combine natureza e movimento: caminhadas, pedaladas ou yoga ao ar livre unem os benefícios do exercício físico e do contato com o verde.

    O equilíbrio está na rotina

    Do ponto de vista médico, o contato com a natureza atua como um modulador natural do organismo. Ele reduz o estresse oxidativo, melhora o sono e auxilia na regulação da frequência cardíaca e da pressão arterial. Pequenas pausas verdes ao longo da semana têm efeitos cumulativos e fortalecem o corpo e a mente a longo prazo. Reservar um tempo para estar ao ar livre é cuidar da própria saúde.

    Confira: O que é ansiedade e por que ela está aumentando

    Perguntas frequentes sobre o contato com a natureza

    1. É preciso fazer atividade física para ter os benefícios?

    Não necessariamente. A atividade física é muito importante para a saúde, mas os benefícios de estar em contato com a natureza acontecem independentemente se uma atividade física é feita naquele local. Apenas estar em um ambiente natural, caminhando, lendo ou observando a paisagem, já traz efeitos positivos.

    2. A natureza realmente ajuda a controlar a pressão arterial?

    De forma indireta, sim. A exposição regular a ambientes verdes reduz a pressão e a frequência cardíaca, especialmente em pessoas com hipertensão leve.

    3. O contato com a natureza pode ajudar na ansiedade e depressão?

    Sim. Estudos mostram melhora no humor e redução de sintomas depressivos em pessoas que frequentam áreas verdes.

    4. Há contraindicações?

    Nenhuma. O importante é adotar medidas de segurança, como uso de protetor solar, hidratação e repelente de insetos quando necessário.

    6. Crianças e idosos também se beneficiam?

    Sim. Em todas as idades, o contato com a natureza melhora o humor, o sono e a disposição.

    Veja mais: Crise de ansiedade: o que fazer e como controlar os sintomas

  • Por que comer devagar muda sua relação com a comida e melhora a saúde 

    Por que comer devagar muda sua relação com a comida e melhora a saúde 

    Em um mundo cada vez mais acelerado, é comum que as refeições sejam feitas às pressas, entre compromissos, em frente ao computador ou ao celular, sem atenção ao que está no prato. Mas esse hábito tão comum pode trazer impactos para o peso, a digestão e até a saúde do coração.

    Comer devagar é mais do que uma questão de etiqueta, mas um gesto de autocuidado. Estudos mostram que mastigar bem e reduzir o ritmo das refeições ajudam a controlar o apetite, melhorar a digestão e evitar o excesso de peso, que é um dos maiores fatores de risco para doenças cardiovasculares.

    A seguir, entenda por que desacelerar à mesa pode transformar sua relação com a comida e trazer benefícios reais para o corpo e para a mente.

    1. Comer devagar ajuda o cérebro a perceber a saciedade

    Quando comemos depressa, o corpo não tem tempo de reconhecer que já está satisfeito. O cérebro leva em média 15 a 20 minutos para receber o sinal de saciedade enviado pelo estômago. Nesse intervalo, é fácil ingerir mais do que o necessário.

    Comer devagar permite que o organismo regule melhor os hormônios do apetite, como a leptina e a grelina, evitando exageros que, de forma direta, ajudam no controle do peso.

    Reserve ao menos 20 minutos para cada refeição principal, mastigue bem e esteja presente, evitando distrações como televisão ou celular.

    2. Mastigar bem melhora a digestão e evita desconfortos

    A digestão começa na boca. Mastigar bem os alimentos facilita o trabalho do estômago e do intestino, prevenindo azia, refluxo, gases e sensação de estufamento. A mastigação adequada também aumenta a liberação de saliva, que contém enzimas digestivas importantes.

    3. Comer devagar ajuda a controlar o peso corporal

    Pessoas que comem devagar consomem menos calorias e sentem-se satisfeitas com porções menores. Esse hábito contribui para o equilíbrio do peso corporal, um fator muito importante na prevenção de pressão alta, diabetes e doenças cardiovasculares.

    Uma dica é colocar o talher na mesa entre uma garfada e outra, pois é uma forma de reduzir o ritmo das refeições e aumentar a atenção ao sabor e à textura dos alimentos.

    4. Alimentar-se com calma melhora a relação emocional com a comida

    Comer devagar também é uma forma de alimentação consciente (também chamada de mindful eating), que estimula o foco no presente e ajuda a reconhecer os sinais reais de fome e saciedade.

    Isso reduz episódios de comer por ansiedade, tédio ou estresse, situações comuns que levam ao ganho de peso e à piora da saúde metabólica. Por isso, procure transformar as refeições em pausas do dia. Comer com calma é uma maneira de relaxar e cuidar das emoções.

    5. Comer devagar faz bem para o coração

    O sobrepeso e a obesidade estão relacionados ao aumento da pressão arterial, colesterol e glicemia, todos fatores de risco cardiovascular. Ao comer com mais atenção e no ritmo certo, há maior controle sobre o quanto se consome e menor chance de sobrecarregar o organismo com excesso de sal, gordura e açúcar.

    A boa alimentação não depende apenas do que se come, mas também de como se come. Fazer das refeições um momento calmo e consciente é uma forma simples de prevenir doenças.

    Leia também: Fome emocional: o que é, sintomas e como controlar

    6. Comer com calma melhora o sono

    Refeições agitadas, rápidas e muito próximas do horário de dormir podem causar má digestão e dificultar o descanso. Já comer devagar e mais cedo, especialmente no jantar, ajuda na digestão e melhora a qualidade do sono.

    Perguntas frequentes sobre comer devagar

    1. Comer devagar realmente ajuda a emagrecer?

    Sim. O cérebro precisa de tempo para registrar a saciedade. Ao comer devagar, você tende a comer menos e sentir-se satisfeito com porções menores.

    2. Mastigar mais faz diferença na digestão?

    Sim. A mastigação é o primeiro passo da digestão e facilita o trabalho do estômago e do intestino.

    3. Comer rápido faz mal para o coração?

    Indiretamente, sim. O hábito pode levar ao ganho de peso e aumentar o risco de pressão alta, colesterol alto e diabetes, fatores que afetam o coração.

    4. Existe um número ideal de mastigações por garfada?

    Não há um número exato, mas recomenda-se mastigar até o alimento estar bem triturado, o que costuma levar de 15 a 20 mastigações.

    5. Por que comemos rápido mesmo sem fome?

    Geralmente por ansiedade, estresse ou distrações. Comer de forma consciente ajuda a identificar se é fome real ou emocional.

    6. É possível treinar o corpo para comer mais devagar?

    Sim. Fazer pausas entre as garfadas, evitar telas e prestar atenção ao sabor dos alimentos ajudam o cérebro a, pouco a pouco, se acostumar com o novo ritmo.

    Veja mais: Food noise: por que você não para de pensar em comida