Autor: Tamara Andreato

  • Vai começar a treinar? Veja os 5 erros mais comuns e como evitá-los

    Vai começar a treinar? Veja os 5 erros mais comuns e como evitá-los

    Não importa o tipo de atividade física, o corpo sempre responde de forma positiva quando passamos a nos mover com regularidade. A prática regular ajuda a melhorar o humor, aumenta a energia do dia a dia e deixa o organismo mais preparado para lidar com estresse, cansaço e até dores que aparecem pela rotina.

    Mas, se você está começando agora, é importante ter atenção aos primeiros passos para evitar frustrações, desconfortos e até possíveis lesões. O corpo precisa de tempo para entender o novo ritmo, fortalecer a musculatura e se adaptar aos movimentos.

    Pensando nisso, conversamos com a profissional de educação física, Tamara Andreato, e listamos alguns dos erros mais comuns de quem começa a se exercitar e como evitá-los.

    Erros mais comuns de quem está começando a treinar

    1. Pular o aquecimento e o desaquecimento

    O aquecimento prepara as articulações, músculos e o sistema cardiovascular para o esforço do treino. Não é incomum pessoas que estão começando ir direto ao exercício principal, sem fazer mobilidade ou ativação. Isso reduz a eficiência do treino e pode aumentar o risco de lesões.

    Segundo Tamara, não é necessariamente preciso fazer esteira: podem ser feitos alguns exercícios leves de mobilidade, para ativar a circulação, até o corpo entender que vai entrar em movimento. O aquecimento pode durar poucos minutos, desde que seja bem direcionado.

    O desaquecimento também é frequentemente ignorado, mas vale explicar que o corpo precisa de alguns minutos para desacelerar, regular a respiração e permitir que a musculatura volte ao estado de repouso.

    Tamara aponta que pode ser uma volta calma, uma soltura após a musculação ou uma caminhada leve depois de uma corrida mais intensa — até mesmo após uma caminhada mais firme.

    Não é obrigatório alongar nesse momento, mas sim desacelerar o processo como um todo, dando ao organismo tempo para reorganizar o ritmo e finalizar o treino de forma mais confortável.

    2. Exagerar no treino

    A motivação no início do treino é comum e muito importante para manter a prática por mais tempo, só que isso não significa que ir direto ao extremo. Muitas pessoas tendem a aumentar a carga rapidamente, correr mais do que conseguem ou fazer treinos longos sem preparo, o que pode causar desgaste físico e emocional.

    Segundo Tamara, a construção de um ritmo saudável começa devagar, com duas sessões por semana, depois três, e, pouco a pouco, o corpo se adapta a diferentes estímulos, sejam eles aeróbicos ou de força.

    3. Não respeitar os dias de descanso

    A ausência de pausas transforma um plano de treinos em algo cansativo, pouco saudável e difícil de manter ao longo das semanas. A recuperação é parte fundamental do processo, permitindo que o corpo repare microlesões, reorganize energia e volte mais forte para o treino seguinte.

    Uma dica, ao começar, é realizar um calendário que inclua pausas bem distribuídas, o que facilita a adaptação física. Um organismo descansado responde melhor, evolui com mais segurança e evita sobrecargas que poderiam interromper o progresso.

    4. Execução técnica inadequada dos exercícios

    A pressa para colocar mais peso ou para terminar uma série faz com que muitos realizem o exercício com amplitude reduzida, postura ruim ou falta de controle. Contudo, a técnica inadequada prejudica os resultados, aumenta os riscos e impede que o músculo certo seja trabalhado, tornando cada sessão menos eficiente do que poderia ser.

    O ideal é priorizar movimentos bem feitos, com atenção à respiração, ao alinhamento do corpo e à velocidade de execução. Segundo Tamara, a presença de um profissional facilita todo o processo, já que ajustes, explicações e direcionamentos tornam o treino mais seguro e acessível.

    5. Ignorar a orientação profissional

    A falta de atenção às orientações do professor aparece como um dos erros mais frequentes entre iniciantes, porque a vontade de acelerar resultados faz muitas pessoas seguirem aquilo que acreditam ser o melhor, mesmo sem ter base técnica ou experiência suficiente.

    Isso abre espaço para para vários problemas, porque um exercício mal executado, uma carga incompatível ou uma intensidade exagerada podem gerar desconfortos, dores e até lesões que exigem semanas de recuperação.

    A prática segura depende de ajustes constantes, e o olhar técnico serve justamente para evitar que movimentos incompletos, padrões de corrida inadequados ou repetições apressadas forcem estruturas que ainda não estão preparadas. Por isso, aceitar a orientação do profissional é o primeiro passo para quem está começando.

    6. Alimentação insuficiente

    Mesmo quando o foco é perder peso, isso não deve ser feito com uma alimentação insuficiente. O corpo ainda precisa de energia para sustentar o treino, recuperar músculos e manter funções básicas em equilíbrio.

    A falta de nutrientes pode aumentar o cansaço, queda de rendimento, tonturas e ainda favorecer a perda de massa muscular — especialmente em treinos intensos ou longos.

    O recomendado é manter refeições leves e equilibradas antes e depois do treino, sempre priorizando alimentos que forneçam energia contínua, como frutas, cereais, iogurtes ou fontes magras de proteína, permitindo que o corpo tenha combustível para executar cada movimento com segurança e eficiência.

    7. Hidratação inadequada

    A hidratação deve acompanhar o mesmo cuidado da alimentação, porque a perda de líquidos durante o exercício é constante. A água participa diretamente do transporte de nutrientes, da regulação da temperatura corporal e do bom funcionamento muscular.

    Uma dica é manter sempre uma garrafa de água por perto, ao longo de todo o dia, para garantir que o corpo receba pequenas quantidades de líquidos de forma contínua. Você também pode colocar lembretes no celular, para nunca esquecer.

    8. Falta de consistência

    A irregularidade transforma o processo em algo difícil, porque o corpo precisa de repetição para adaptar músculos, pulmões e articulações. O hábito de treinar apenas quando sobra tempo cria sensação de recomeço eterno, o que reduz a motivação e limita os resultados.

    Nesses casos, uma dica é criar uma rotina simples na semana, porque treinos curtos e frequentes funcionam melhor do que sessões longas e muito espaçadas. A escolha de dois ou três dias fixos, mesmo com treinos rápidos, ajuda o corpo a se acostumar, ganhar força e responder melhor aos estímulos, deixando o progresso mais leve e constante.

    Quais os sinais de alerta de que algo está errado?

    Na rotina de treinos, alguns sinais indicam que o esforço passou do limite e que é hora de reduzir o ritmo, ajustar a intensidade ou até interromper a atividade para evitar uma lesão maior. São eles:

    • Dor aguda e intensa, que surge de repente e piora ao continuar o movimento;
    • Tontura ou sensação de desmaio, sinal de falta de energia, desidratação ou queda de pressão;
    • Cansaço extremo que não melhora após alguns minutos de descanso;
    • Falta de ar desproporcional, quando a respiração parece travar mesmo em ritmo leve;
    • Dor no peito, mesmo que leve, que nunca deve ser ignorada;
    • Dormência ou formigamento persistente em braços, pernas ou mãos, sugerindo sobrecarga de nervos ou postura inadequada;
    • Inchaço em alguma articulação, acompanhado de calor ou vermelhidão, indicando irritação ou inflamação;
    • Dor que permanece por vários dias sem melhora, sugerindo lesão muscular ou articular;
    • Náusea durante o treino, principalmente quando vem acompanhada de mal-estar;
    • Alteração no ritmo cardíaco, como palpitações fortes ou batimentos irregulares.

    Se qualquer um dos sinais aparecer, o ideal é interromper a atividade física e procurar orientação profissional.

    Como criar uma rotina consistente de treinos?

    A construção de uma rotina de treino pede paciência, porque o processo não acontece de um dia para o outro, e a criação de metas simples e possíveis facilita muito o caminho, segundo Tamara.

    A escolha de uma atividade que gera prazer ajuda a manter motivação, e entender se treinar com alguém funciona para você também faz diferença, já que algumas pessoas gostam de companhia e outras preferem fazer tudo sozinhas

    A busca por um ritmo leve permite que o exercício entre na vida de forma natural, e a organização da semana contribui muito para isso. Segundo Tamara, uma rotina pode ser simples, como distribuir atividades ao longo da semana:

    • Segunda-feira com uma atividade específica;
    • Terça-feira com outro tipo de treino;
    • Quarta-feira com algo mais leve ou mais curto;
    • E assim por diante, sem necessidade de repetir sempre o mesmo estímulo.

    A programação também torna tudo mais fácil, e Tamara orienta os alunos a criarem um plano realizável. Para iniciantes, algumas opções funcionam bem:

    • Caminhar vinte minutos no parque;
    • Pular corda por quinze minutos;
    • Usar as escadas do prédio ou do escritório para movimentar o corpo em dias corridos.

    Para quem já possui rotina ativa, a divisão pode ser estruturada de forma mais específica:

    • Musculação em alguns dias;
    • Exercícios aeróbicos em outros;
    • Descanso organizado no fim de semana;
    • Sempre respeitando os limites e a resposta do corpo.

    A consistência é o fator mais importante, porque pequenas ações repetidas ao longo dos dias constroem um hábito que sustenta o progresso a longo prazo.

    Leia também: Sem tempo para treinar? Veja como criar uma rotina de exercícios

    Perguntas frequentes

    1. Como saber se estou exagerando no treino?

    A percepção de exagero aparece quando o corpo começa a dar sinais claros de que não está se recuperando bem entre um treino e outro.

    A presença de dor forte que impede movimentos simples, o cansaço que dura o dia inteiro, a queda de rendimento e a sensação de peso nas pernas indicam que o corpo está recebendo mais estímulos do que consegue suportar.

    2. O que fazer quando surge dor durante o exercício?

    A dor durante o exercício pode indicar que o movimento está sendo executado de forma inadequada ou que o corpo não está preparado para a carga usada. O ideal é interromper o movimento, o que evita o agravamento de pequenos incômodos, que podem se transformar em lesões.

    3. Por que é importante respeitar dias de descanso?

    A pausa permite que o corpo reorganize energia, repare microlesões e volte mais forte ao próximo treino. A ausência de descanso cria acúmulo de fadiga e reduz a qualidade da execução.

    4. Por que eu fico tão dolorido no dia seguinte do treino?

    A dor tardia indica que o músculo recebeu um estímulo novo ou mais intenso do que estava acostumado. A reação é comum em quem está começando ou retornando após um período parado, já que o corpo precisa de tempo para se adaptar.

    5. Como escolher o melhor tipo de treino para começar?

    Primeiro de tudo, a escolha deve levar em conta prazer, segurança e rotina. Atividades simples, como caminhada, bicicleta leve ou musculação básica, ajudam o corpo a se adaptar sem sobrecarga.

    A orientação profissional facilita a definição da intensidade e evita erros comuns, permitindo que a prática seja segura e ajustada ao nível inicial.

    6. Como manter motivação nos primeiros meses?

    A motivação se mantém quando as metas são pequenas, realistas e bem distribuídas, porque o cérebro responde melhor a conquistas frequentes do que a grandes objetivos distantes. A criação de uma rotina simples, com dias e horários definidos, ajuda o corpo a entender que o treino faz parte da vida.

    7. Como saber se o treino está funcionando?

    O progresso aparece quando tarefas do dia a dia ficam mais fáceis, quando o cansaço diminui e quando o corpo responde com mais controle e estabilidade aos exercícios. A comparação com o antes ajuda a perceber melhorias reais, como mais fôlego, mais força e mais disposição.

    Confira: Abdominais para perder barriga? Saiba o que realmente funciona

  • Sem tempo para treinar? Veja como criar uma rotina de exercícios 

    Sem tempo para treinar? Veja como criar uma rotina de exercícios 

    A correria do dia a dia, dividida entre trabalho, estudos e vida pessoal, costuma deixar pouca margem para cuidar da saúde — e a prática de atividades físicas, por exemplo, acaba ficando para depois. A falta de movimento afeta não apenas o condicionamento físico, mas também o equilíbrio mental, a disposição e até o funcionamento dos órgãos.

    Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, criar uma rotina de exercícios não significa longas horas na academia ou mudanças drásticas na rotina. De acordo com Tamara Andreato, profissional de Educação Física, o resultado não depende da duração do treino, mas da qualidade e da intensidade dos movimentos realizados.

    Mesmo em sessões curtas, de 20 a 30 minutos, o corpo já começa a responder aos estímulos, o metabolismo acelera e, em pouco tempo, você já consegue sentir um aumento na disposição. Mas afinal, como (e por onde) começar? Entenda mais, a seguir.

    É possível melhorar a saúde mesmo com treinos curtos?

    O treino não precisa durar tanto para trazer benefícios à saúde, e ter isso em mente é importante para pessoas que estão começando não desanimarem no início.

    Segundo um estudo publicado no European Heart Journal, praticar atividades vigorosas por apenas 15 minutos por semana, divididas em várias sessões curtas (apenas dois minutos de exercício por dia) pode reduzir significativamente o risco de doenças cardíacas, câncer e morte precoce.

    E os resultados também são visíveis com o tempo: uma pesquisa publicada no European Journal of Applied Physiology demonstrou que treinamentos curtos usando o peso do próprio corpo podem melhorar força, flexibilidade, resistência e saúde mental.

    Isso mostra que pequenos períodos de atividade já podem marcar o início de uma rotina mais ativa, principalmente para quem ainda encontra resistência em começar treinos longos ou complexos.

    À medida que o corpo se acostuma ao movimento, a energia e a motivação aumentam — é provável que a pessoa se sinta ainda mais motivada a elevar a intensidade do treino, fortalecendo o hábito no dia a dia.

    Como começar uma rotina de exercícios com pouco tempo?

    O primeiro passo para criar a própria rotina de exercícios é entender que ela deve se adaptar à vida de cada um, e não o contrário. No caso de pessoas que têm pouco tempo disponível, é importante manter uma constância mesmo que os treinos sejam curtos — e pequenas atitudes diárias fazem diferença e ajudam o corpo a criar ritmo. Isso pode ser feito seguindo alguns passos simples:

    • Definir um objetivo claro: ter um propósito torna o processo mais motivador. Por exemplo, o foco pode ser aumentar a disposição, reduzir gordura corporal, melhorar o sono, aliviar o estresse ou simplesmente se movimentar mais;
    • Escolher o tipo de treino: cada pessoa se identifica melhor com uma atividade. Algumas boas ideias são caminhadas rápidas, treinos funcionais, musculação, pilates, dança, ciclismo ou até pular corda. O importante é escolher algo prazeroso, que se encaixe na rotina;
    • Começar aos poucos: tentar fazer tudo de uma vez pode causar frustração — é mais recomendado começar com 15 minutos por dia e evoluir gradualmente do que treinar uma hora e abandonar na semana seguinte;
    • Aproveitar as pausas do dia: pequenos intervalos podem se transformar em oportunidades para se movimentar. Alongar-se entre tarefas, subir escadas, fazer polichinelos ou caminhar até o trabalho são formas práticas de incluir exercícios na rotina.

    De acordo com Tamara, para pessoas que gostam do ambiente da academia, é possível encontrar uma grande variedade de equipamentos, acompanhamento profissional e possibilidade de trabalhar a progressão de carga — algo difícil de alcançar usando apenas o peso corporal. Por isso, quem busca hipertrofia (ganho de massa muscular) pode se beneficiar mais do treino em academia.

    Contudo, nem todos têm fácil acesso à academia ou condições financeiras para isso. Nesse sentido, a especialista lembra que quem treina em casa hoje tem muito acesso à informação e pode encontrar orientações de qualidade online, em vídeos e plataformas especializadas. Isso democratiza o acesso à prática de exercícios.

    Afinal, treinar em casa funciona?

    Com a variedade de treinos disponíveis e orientações online, treinar em casa é uma alternativa prática para quem tem o dia cheio — ainda mais aqueles que trabalham em home office. Dá para montar uma rotina eficiente com o peso do próprio corpo e objetos simples, como elásticos, colchonete e garrafas cheias de água no lugar de halteres.

    Alguns exemplos de treinos que funcionam bem em casa são:

    • Exercícios funcionais: movimentos como agachamento, prancha e flexão ativam vários grupos musculares, combinando força, equilíbrio e resistência;
    • Treinos curtos de alta intensidade (HIIT): alternam períodos rápidos de esforço e descanso, elevando a queima calórica em poucos minutos;
    • Alongamentos e ioga: melhoram a mobilidade, reduzem a tensão e ajudam a prevenir dores;
    • Dança e exercícios com música: além de divertidos, elevam a frequência cardíaca e melhoram o humor — podendo, inclusive, ser praticados ao lado de outras pessoas na casa.

    Independentemente do exercício, lembre-se de aquecer antes, respeitar os limites do corpo e finalizar com um breve relaxamento.

    Se você tiver histórico de doenças cardíacas, lesões ou dores articulares, o ideal é buscar orientação médica antes de iniciar qualquer tipo de atividade física.

    Aproveite atividades ao ar livre

    De acordo com Tamara, treinar ao ar livre é uma excelente alternativa para cuidar do corpo e também da mente. O contato com o ambiente externo, seja em um parque, na praia ou até caminhando na rua, ajuda a desconectar dos problemas e se concentrar naquele momento.

    A especialista aponta que uma boa estratégia é alternar: treinar em casa em alguns dias e, quando possível, fazer algo fora, especialmente nos fins de semana. O importante é se manter ativo!

    Como encaixar o treino na rotina corrida?

    Em muitos casos, você não encontra tempo para treinar por não saber distribuir o tempo de forma organizada. Para isso, existem algumas estratégias que podem ajudar, como:

    • Agendar o exercício como compromisso fixo, assim como uma reunião ou consulta médica;
    • Treinar logo cedo, antes das tarefas do dia a dia acumularem — o corpo ainda está descansado, e o exercício matinal ajuda a despertar;
    • Dividir o treino: quem não consegue treinar 30 minutos de uma vez pode dividir em duas sessões de 15 minutos (manhã e noite). O resultado é o mesmo;
    • Transformar deslocamentos em atividade física, como subir escadas, descer um ponto antes ou ir de bicicleta ao trabalho;
    • Aproveitar pausas curtas para fazer alongamentos, que já ajudam a aliviar a tensão muscular.

    Segundo o Ministério da Saúde, a rotina pode se tornar mais ativa com pequenas escolhas diárias, como fazer deslocamentos a pé ou de bicicleta, passear com o animal de estimação e subir escadas em vez de usar o elevador, entre várias outras atitudes simples que estimulam o movimento.

    E para quem trabalha sentado o dia todo?

    A falta de movimento em pessoas que passam longos períodos sentadas traz diversos riscos à saúde. Pesquisas mostram que o hábito está ligado a um aumento no risco de hipertensão, obesidade e diabetes tipo 2 — fatores que, com o tempo, elevam a probabilidade de complicações sérias.

    Além disso, a imobilidade compromete a saúde muscular e postural, provocando dores, rigidez, sobrecarga na coluna e até enfraquecimento das articulações. Permanecer por horas em uma mesma posição faz com que os músculos fiquem menos ativos, reduzindo a flexibilidade e a força ao longo do tempo.

    Assim, existem algumas orientações práticas para movimentar o corpo durante o trabalho:

    • Levantar a cada hora, ficando em pé por alguns minutos, dando passos ou alongando as pernas;
    • Alongar os ombros e o pescoço;
    • Ajustar a postura: o monitor deve ficar na altura dos olhos e os pés apoiados no chão ou em um suporte;
    • Usar alarmes de lembrete para se movimentar;
    • Fazer pequenas séries de movimento, como agachamentos e flexões de braço apoiadas na mesa.

    Mesmo o pouco movimento ajuda a aliviar a tensão acumulada e aumenta a concentração no trabalho ou estudos.

    Qual o melhor horário para treinar?

    Não existe um melhor momento para treinar — o ideal é encontrar o horário em que o corpo se sente mais disposto e a rotina permita constância.

    Para quem prefere começar o dia com energia, treinar logo cedo estimula o metabolismo, melhora o humor e ajuda na concentração ao longo do dia. Realizar atividades físicas antes das obrigações diárias também reduz o risco de imprevistos que podem levar ao adiamento do treino.

    Para quem opta pela noite, o exercício pode funcionar como um antídoto contra o estresse acumulado do dia. Atividades como musculação leve, caminhadas ou yoga ajudam a relaxar, reduzem a tensão e favorecem o sono — desde que sejam realizadas pelo menos uma ou duas horas antes de dormir.

    De qualquer forma, o mais importante é manter a regularidade. O corpo se adapta à rotina escolhida e, com o tempo, o exercício passa a fazer parte do dia de forma natural.

    Veja mais: É preciso suar para emagrecer? Saiba se o suor realmente afeta a perda de peso

    Como manter o foco na rotina de exercícios a longo prazo?

    Para evitar frustrações no início, Tamara aponta que o ideal é estabelecer metas alcançáveis. Quando o exercício se torna uma obrigação, é comum perder o prazer pela prática e abandonar não muito depois. Assim, começar com períodos menores e mais intensos ajuda a sentir o resultado mais rápido, graças à liberação de hormônios que trazem bem-estar.

    Também é importante tornar o treino prazeroso: Tamara recomenda ouvir música, podcast, audiolivro, ou até assistir a algo leve. Quem gosta de acompanhar resultados pode anotar as metas, fazer planilhas e avaliações físicas periódicas para observar os avanços — tanto no corpo quanto na saúde.

    Mas é importante lembrar: haverá dias em que não vai dar tempo, pois imprevistos acontecem. O importante é ter flexibilidade, não se cobrar demais e retomar o ritmo assim que possível. Com o tempo, isso transforma a atividade física em parte natural da rotina.

    Leia também: Dicas para começar na academia: saiba o que fazer e erros a evitar

    Perguntas frequentes sobre rotina de exercícios

    1. Quanto de atividade física é recomendado?

    A Organização Mundial da Saúde recomenda que adultos realizem pelo menos:

    • 150 a 300 minutos de atividade física moderada por semana; ou
    • 75 a 150 minutos de atividade vigorosa.

    A atividade pode ser distribuída ao longo dos dias, em sessões curtas de 20 a 30 minutos. O ideal é que o movimento seja constante, com variação entre exercícios aeróbicos (como caminhada, corrida, natação) e atividades de fortalecimento muscular, pelo menos duas vezes na semana.

    2. Quantos dias por semana devo treinar?

    O ideal é se movimentar todos os dias, mesmo que por poucos minutos. Mas, quando o objetivo é melhorar o condicionamento físico, a recomendação mínima é de três a cinco dias por semana. Em alguns dias, o foco pode ser em atividades leves, como alongamentos ou caminhadas, e em outros, em treinos mais intensos.

    O importante é manter o corpo ativo de forma contínua. O sedentarismo prolongado (ficar muitas horas sem se movimentar) tem efeitos negativos mesmo para quem treina regularmente. Por isso, pequenas pausas de movimento durante o dia também contam.

    3. Como saber se o treino está funcionando?

    Quando o corpo responde bem à rotina de exercícios, é comum perceber mais disposição, melhora no sono, humor equilibrado e menos dores no corpo. A frequência cardíaca tende a se estabilizar com o tempo e o cansaço diminui.

    Os resultados físicos, como ganho de massa magra ou perda de gordura, podem levar algumas semanas para aparecer. Por isso, o recomendado é observar primeiro os sinais internos antes dos externos. Se houver melhora no bem-estar geral, significa que o treino está funcionando.

    4. Qual é a diferença entre atividade física e exercício físico?

    A atividade física é qualquer movimento corporal que gasta energia, como caminhar até o trabalho, subir escadas, varrer a casa, brincar com os filhos. Já o exercício físico é uma forma planejada, estruturada e repetitiva de atividade, com o objetivo de melhorar o condicionamento físico, a força, a resistência ou a flexibilidade.

    Ou seja, toda sessão de treino é uma atividade física, mas nem toda atividade física é um treino. Na prática, ambos são importantes: o exercício melhora a performance e a saúde muscular, enquanto a atividade física cotidiana ajuda a combater o sedentarismo e mantém o corpo ativo durante o dia todo.

    5. Existe uma idade ideal para começar a fazer atividade física?

    Não. A atividade física deve ser realizada por todas as pessoas e em todas as idades, e o ideal é começar o quanto antes. Crianças e adolescentes devem ser estimulados a brincar, correr, pular e praticar esportes, pois isso ajuda no desenvolvimento motor, ósseo e cognitivo.

    Já em adultos, o foco é manter a vitalidade e prevenir doenças. Na terceira idade, o exercício continua sendo necessário para melhorar o equilíbrio, reduzir o risco de quedas, preservar a força muscular e estimular a memória.

    6. Quem tem problema cardíaco pode praticar atividade física?

    Sim, mas sempre com acompanhamento médico e orientação profissional. A prática regular de exercícios é uma das melhores formas de fortalecer o coração, melhorar a circulação e reduzir o risco de novos eventos cardiovasculares — como infarto e insuficiência cardíaca descompensada.

    As atividades recomendadas variam conforme o quadro de saúde, mas podem incluir caminhadas leves, bicicleta ergométrica, natação, hidroginástica e alongamentos.

    Confira: Exercícios para fortalecer a coluna: o guia completo para proteger sua postura e prevenir dores

  • É preciso suar para emagrecer? Saiba se o suor realmente afeta a perda de peso 

    É preciso suar para emagrecer? Saiba se o suor realmente afeta a perda de peso 

    Poucas imagens são tão associadas ao esforço físico quanto uma pessoa suada após o treino. Para muitos, é realmente preciso suar para emagrecer, quase como se a quantidade de suor fosse a régua do emagrecimento.

    De fato, um treino intenso pode proporcionar uma maior produção de suor, já que o corpo tem que se esforçar mais para manter a sua temperatura interna adequada. Mas a relação entre quantidade de suor e emagrecimento não é direta. Para entender, conversamos com a especialista em educação física Tamara Andreato.

    Preciso suar para emagrecer? O que o suor realmente indica

    Durante o exercício, o metabolismo se acelera e a temperatura corporal aumenta. Para evitar superaquecimento, entram em ação as glândulas sudoríparas, liberando água e sais minerais.

    “Com o suor, o corpo está tentando se resfriar. Esse mecanismo nada mais é do que um estabilizador de temperatura”, fala Tamara. Ou seja, é errado pensar que suor emagrece ou que, quanto mais suor, mais queima de gordura. Na verdade, ele indica apenas que o corpo está se resfriando.

    A especialista reforça que a transpiração é individual. Algumas pessoas suam muito, outras quase não transpiram, mesmo fazendo atividades de intensidade semelhante. Ou seja, a ideia de que é preciso suar para emagrecer não é verdade.

    Alguns fatores podem influenciar na quantidade de suor, como:

    • Genética: define a quantidade e a atividade das glândulas de suor
    • Condicionamento: pessoas treinadas suam mais para resfriar o corpo
    • Sexo e idade: homens e jovens costumam suar mais que mulheres e idosos
    • Composição corporal: mais peso gera mais calor e, portanto, mais suor
    • Hidratação: quem está bem hidratado sua mais
    • Clima e adaptação: calor e umidade aumentam a transpiração

    Ou seja, a quantidade de suor não significa que uma pessoa está emagrecendo mais do que a outra, mas apenas que seus organismos utilizam estratégias diferentes para manter o equilíbrio térmico.

    Suor emagrece? Mito! O estudo científico que reforça essa visão

    Essa percepção de que o suor não tem ligação direta com a perda de gordura foi testada em um estudo publicado no International Journal of Exercise Science. Os pesquisadores avaliaram jovens adultos com diferentes porcentagens de gordura corporal, submetidos a um treino de 45 minutos em ambiente controlado. No fim, mediram quanto cada um havia transpirado.

    O resultado mostrou que a quantidade de suor perdida variou bastante de pessoa para pessoa e, quando compararam esses dados com o percentual de gordura, não encontraram nenhuma relação: pessoas com mais gordura não suaram mais, nem quem tinha menos gordura suou menos.

    Em resumo, o estudo fortalece a ideia de que não é preciso suar para emagrecer. A transpiração é só uma forma do corpo se resfriar e não tem ligação direta com a queima de gordura. Esse achado reforça o que Tamara explica: “O que está relacionado com o emagrecimento é o gasto calórico e a ingestão calórica, e não a quantidade de suor ou de transpiração no treino ou no dia a dia”.

    Veja também: Energia no pré-treino: veja ideias de refeições rápidas para quem treina cedo

    Treinar no calor emagrece: mito ou risco?

    Muitos acreditam que treinar no calor emagrece, como em salas abafadas ou debaixo do sol forte, por aumentar a transpiração. Tamara alerta que esse hábito não só não ajuda, como pode ser perigoso. “O que acontece ao se exercitar em lugares muito quentes é a possibilidade de desidratação, que não é nada saudável”.

    Por fazerem com que a pessoa sue mais, os treinos em ambientes quentes ou com muita roupa aumentam a produção de suor e, consequentemente, a perda de água. Isso pode realmente diminuir o peso corporal logo após o treino, mas não é uma perda de peso que vem da queima de gordura. Ou seja, assim que a pessoa se hidratar, o peso volta ao que estava antes.

    “O ideal em treinos em ambientes muito quentes é sempre se hidratar, de preferência com bebidas saudáveis. A água já ajuda bastante, mas também se pode pensar em bebidas com eletrólitos, como água de coco, suco de beterraba ou isotônicos”, esclarece a treinadora.

    O que realmente emagrece?

    Segundo Tamara, emagrecimento está relacionado à combinação de ingestão calórica e gasto calórico, ou seja, consumir menos calorias do que se gasta. A prática regular de exercícios é fundamental e o tipo de treino escolhido deve estar ligado ao equilíbrio entre intensidade, duração e consistência ao longo do tempo.

    Ela lembra que treinos de intensidade moderada, como corridas contínuas, além de treinos intervalados mais intensos, podem ser combinados para aumentar o gasto calórico e estimular o metabolismo. Musculação, natação e hidroginástica também entram como aliados.

    “O que importa mesmo é ter consciência do gasto calórico em relação à ingestão calórica, ter assiduidade, compromisso e comprometimento com o tempo dedicado à prática da atividade física”. Nesse ponto, o suor continua sendo apenas um “efeito colateral”. Ou seja, esqueça a ideia de que é preciso suar para emagrecer!

    Leia mais: Quero começar a correr: preciso ir ao cardiologista antes?

    Perguntas frequentes sobre suar para emagrecer

    1. Suar significa que estou queimando gordura?

    Não. O suor apenas regula a temperatura corporal, não indica queima de gordura.

    2. Pessoas que suam mais emagrecem mais rápido?

    Não. A quantidade de suor varia de pessoa para pessoa e não está relacionada à perda de gordura.

    3. O que realmente emagrece?

    O déficit calórico: gastar mais calorias do que se consome, aliando atividade física regular e alimentação equilibrada.

    4. Treinar em ambientes quentes ajuda a emagrecer?

    Não. Apenas aumenta o risco de desidratação e insolação. O emagrecimento não está ligado à transpiração.

    5. Como devo me hidratar durante os treinos?

    Água é suficiente na maioria dos casos. Em treinos mais longos ou ambientes quentes, bebidas com eletrólitos, como água de coco ou isotônicos, ajudam na reposição.

    6. Como emagrecer de forma saudável?

    Mantendo consistência em treinos, tendo alimentação equilibrada, hidratando-se bem e buscando acompanhamento profissional.

    Leia também: Correr desgasta o joelho? Saiba quando a corrida pode ser prejudicial e como evitar problemas

  • Dicas para começar na academia: saiba o que fazer e erros a evitar

    Dicas para começar na academia: saiba o que fazer e erros a evitar

    Começar na academia é, para muitos, o primeiro passo em direção a uma vida mais saudável. Mas, nos primeiros dias, podem surgir dúvidas sobre o que fazer, medo de lesões, ansiedade por resultados rápidos e até insegurança diante de um ambiente novo.

    É por isso que, para a educadora física Tamara Andreato, é importante que o ambiente da academia seja receptivo, levando em conta essas inseguranças da primeira vez.

    “O espaço deve receber a pessoa com esse olhar de primeira vez: fazer uma anamnese (entrevista) e perguntar as dificuldades que ela tem”.

    Nesse contexto, o primeiro passo para quem começa na academia acaba sendo a avaliação física, que direcionará como serão montados os primeiros treinos de forma individualizada.

    Avaliação física: o primeiro passo para começar na academia

    Começar na academia sem conhecer seu próprio corpo pode ser um erro. A avaliação física inicial ajuda a identificar pontos fortes, fragilidades e riscos.

    A maioria das academias oferece anamnese, um questionário básico sobre dores, lesões, histórico de cirurgias ou doenças, que ajuda o profissional a conhecer melhor o aluno.

    “Essa avaliação física traz muito do que a gente às vezes não enxerga: quantidade de gordura corporal, quantidade de músculo, quantidade de água, circunferência abdominal”, explica Tamara. Na prática, esse é o momento de avaliar pontos importantes antes de dar os primeiros passos na academia, como:

    • Histórico de saúde: perguntas sobre doenças pré-existentes
    • Cirurgias ou lesões anteriores: verificar se já houve fraturas, estiramentos ou problemas articulares
    • Sintomas atuais: presença de dores, desconfortos ou limitações no dia a dia
    • Nível de atividade física: se já pratica algum exercício, qual a frequência e intensidade
    • Hábitos de vida: sono, alimentação, hidratação, tabagismo, consumo de álcool
    • Objetivos pessoais: emagrecer, ganhar massa muscular, melhorar condicionamento ou saúde geral
    • Medições básicas: peso, altura, circunferências, percentual de gordura

    Esse cuidado inicial previne sobrecarga e garante segurança. Afinal, o corpo precisa de tempo para se adaptar às novas demandas impostas pelo exercício. Depois que essa entrevista é feita, é hora de organizar os primeiros treinos na academia.

    Organização dos primeiros treinos na academia

    Um dos erros mais comuns de iniciantes é chegar empolgado e querer treinar todos os dias, com cargas altas e sem respeitar os limites do corpo. Essa pressa pode gerar frustração e lesões. O caminho mais seguro na hora de montar um treino para iniciantes é adotar a progressão gradual.

    “O primeiro mês exige cuidado: não trabalhar com sobrecarga, não colocar muito peso. É preciso entender o movimento, o músculo que está trabalhando e conhecer o próprio corpo. Assim, a evolução será gradativa e não haverá risco de lesão ou desconforto”, orienta Tamara.

    Ao começar na academia, o ideal é treinar em dias alternados e variar os segmentos musculares. Assim, cada grupo tem tempo adequado para recuperação. Um treino para iniciantes pode incluir:

    • Exercícios para pernas (como agachamentos ou leg press)
    • Exercícios para o tronco (como puxadas e remadas)
    • Fortalecimento de core (abdômen e lombar)
    • 10 a 20 minutos de esteira ou bicicleta para condicionamento cardiovascular

    Se o aluno for mais velho ou tiver limitações, adaptações são feitas para garantir segurança, como priorizar a bicicleta em vez da corrida, reduzindo o risco de quedas.

    “Também é importante entender a dinâmica do aluno. Se é uma pessoa que trabalha muito tempo sentada, podemos passar a maioria dos exercícios em pé, para fortalecer regiões enfraquecidas ou sobrecarregadas”, fala Tamara.

    Confira: Quero começar a correr: preciso ir ao cardiologista antes?

    Motivação na academia: disciplina e constância entram no jogo

    Muitos desistem da academia logo nas primeiras semanas. A motivação na academia é um dos fatores que mais impacta na continuidade e, consequentemente, nos resultados. Mas Tamara reforça que, mais do que motivação (que pode sofrer oscilações), o importante é ter paciência e disciplina:

    “Acho que é como não desistir na vida como um todo. Para começar, a gente tem que ter paciência, saber que o processo precisa de tempo, frequência e assiduidade. Tomar consciência disso ajuda bastante”.

    Para manter a motivação (e a assiduidade), estratégias simples podem fazer a diferença:

    • Treinar com amigos para transformar o treino em um momento social
    • Ouvir música ou podcasts que tragam prazer durante os exercícios
    • Escolher um horário em que o corpo esteja mais disposto
    • Pedir ao professor para variar treinos e atividades para evitar monotonia

    “Nesse momento, é preciso traçar metas acessíveis e palpáveis, e não aquelas coisas mirabolantes, porque aí fica fácil desistir”. Você pode, claro, mirar nos resultados futuros a longo prazo, mas tenha em mente que são as metas a curto e médio prazo, alcançadas com consistência, que trarão os resultados desejados.

    Leia também: Energia no pré-treino: veja ideias de refeições rápidas para quem treina cedo

    Principais erros de iniciantes na academia

    Entrar na academia cheio de expectativas pode levar a deslizes que atrapalham os resultados. Segundo Tamara, os principais erros cometidos pelos “novatos” são:

    • Falta de paciência: esperar resultados imediatos e desanimar rápido
    • Exagero nas cargas: colocar mais peso do que o corpo suporta
    • Treinar sem descanso: ir todos os dias e sobrecarregar os mesmos grupos musculares
    • Desconexão com o estilo de vida: não associar treino a boa alimentação e sono adequado

    “Muitos acabam se lesionando rápido porque colocam mais peso do que podem, vão à academia todos os dias e repetem os mesmos treinos. O processo precisa ser cuidadoso para trazer resultado. Além disso, tudo está interligado: boa alimentação e sono adequado”.

    Veja mais: Abdominais para perder barriga? Saiba o que realmente funciona

    A importância do todo: sono, alimentação e hidratação

    Boas noites de sono, alimentação equilibrada e hidratação são peças-chave no progresso. Dormir pouco prejudica a recuperação muscular e aumenta a sensação de fadiga. Já a falta de nutrientes compromete a performance e pode gerar tontura e dores de cabeça.

    “Se tudo isso não acontece de forma equilibrada, o resultado não vem, e a pessoa acaba desistindo”, reforça Tamara.

    Além disso, é importante buscar orientação médica antes de começar na academia e fazer um check-up. Nesse momento é possível avaliar esses fatores que muitas vezes passam despercebidos, como qualidade do sono, histórico de doenças, carências nutricionais e possíveis limitações físicas.

    Esse cuidado inicial ajuda a montar um plano de treino mais seguro, individualizado e eficaz, reduzindo riscos e aumentando as chances de manter a consistência a longo prazo.

    Perguntas frequentes sobre começar na academia

    1. Preciso fazer avaliação física antes de começar na academia?

    Sim. A avaliação ajuda a identificar a composição corporal, limitações e riscos. É fundamental para prescrever treinos individualizados e seguros.

    2. Quantos dias devo treinar nos primeiros meses?

    O ideal é treinar em dias alternados, de 3 a 4 vezes por semana, para permitir descanso e adaptação.

    3. Quais os erros mais comuns dos iniciantes?

    Falta de paciência, exagero nas cargas, treinar sem descanso e descuidar da alimentação e do sono.

    4. Como manter a motivação nos primeiros dias?

    Defina metas acessíveis, treine com amigos, use música ou podcasts e escolha horários em que se sinta mais disposto.

    5. Posso treinar todos os dias?

    Nos primeiros meses, não é recomendado. O corpo precisa de tempo para se recuperar e evoluir sem riscos de lesões.

    6. Além do treino, o que devo cuidar no início?

    Sono adequado, hidratação constante e uma alimentação equilibrada são tão importantes quanto os exercícios.

    Leia também: Correr desgasta o joelho? Saiba quando a corrida pode ser prejudicial e como evitar problemas

  • Correr desgasta o joelho? Saiba quando a corrida pode ser prejudicial e como evitar problemas 

    Correr desgasta o joelho? Saiba quando a corrida pode ser prejudicial e como evitar problemas 

    A corrida é um dos esportes mais praticados no mundo, conhecida por beneficiar a saúde cardiovascular, ajudar no controle do peso e melhorar o bem-estar mental. Mas uma dúvida persiste: correr desgasta o joelho?

    A resposta depende de vários fatores: técnica, intensidade, peso corporal, fortalecimento muscular e até o tipo de tênis usado. “Se você não estiver preparado, a corrida pode, sim, ser prejudicial para os joelhos”, explica a especialista em educação física Tamara Andreato. Vamos entender melhor!

    Quando correr desgasta o joelho e pode ser prejudicial

    Segundo Tamara, a corrida desgasta o joelho quando há excesso de treinos, técnica incorreta, falta de fortalecimento ou sobrepeso. O impacto repetitivo em superfícies duras ou o uso de calçados inadequados aumenta o risco de dor e lesões.

    “É essencial seguir uma periodização adequada de intensidade e volume”, diz a especialista. Ou seja, não adianta correr longas distâncias semanais ou fazer treinos intensos sem preparo. “O exagero pode causar lesões, mas quando feita de forma adequada e individualizada, a corrida é benéfica”.

    A ciência reforça essa visão. Um estudo publicado em 2023 no Orthopaedic Journal of Sports Medicine mostrou que correr não está associado ao agravamento da osteoartrite do joelho e pode até proteger contra dor generalizada nessa articulação.

    Leia também: Quero começar a correr: preciso ir ao cardiologista antes?

    Fortalecimento para corredores: a chave para prevenir lesões

    O fortalecimento é fundamental para corredores, pois protege as articulações, inclusive os joelhos, que sofrem grande impacto. Quadríceps, glúteos, core e lombar funcionam como uma “armadura natural”, reduzindo sobrecarga.

    Com músculos preparados, a corrida fica mais estável e eficiente. “A musculação para corredores previne lesões, melhora o desempenho e aumenta a resistência”, destaca Tamara. Além disso, fortalece a técnica de corrida, melhora a postura e corrige desvios de movimento que poderiam gerar dor.

    Tênis e superfície: escolhas que fazem diferença

    A escolha do tênis também é determinante. O modelo precisa ser adequado para corrida e confortável. “Não adianta escolher apenas pela estética. Um tênis errado pode gerar desconforto e lesões”, alerta Tamara.

    Experimente o calçado na loja, caminhe e dê alguns trotes para sentir o ajuste. Muitas lojas especializadas oferecem esteiras para teste. Também é importante escolher modelos adequados à superfície: rua, pista ou trilha.

    Dor no joelho ao correr: sinal que não pode ser ignorado

    Sentir dor no joelho ao correr é um alerta. Forçar treinos pode agravar o problema. O ideal é parar e procurar um ortopedista para exames e diagnóstico.

    A dor pode estar ligada à falta de fortalecimento, técnica inadequada, excesso de treino ou ausência de alongamentos. Correr com dor, sem avaliação, pode afastar o atleta por longos períodos.

    Como correr sem prejudicar os joelhos

    Correr desgasta o joelho quando há erros de preparo. Veja alguns cuidados:

    • Iniciantes: alternar corrida e caminhada, progredindo de forma gradual (cerca de 10% por semana).
    • Intermediários: variar treinos de velocidade e resistência, sempre com periodização bem estruturada.
    • Volume: três a quatro sessões semanais para iniciantes; até cinco para experientes, equilibrando estímulo e recuperação.
    • Pessoas acima do peso: começar com treinos curtos, preferir superfícies menos rígidas e investir em fortalecimento muscular.

    O aquecimento também é indispensável. Alongamentos dinâmicos, educativos de corrida e 10 a 20 minutos de aquecimento leve ajudam a preparar músculos e articulações, reduzindo o impacto nos joelhos.

    Perguntas frequentes

    1. Correr desgasta o joelho?

    Não necessariamente. Quando feita com técnica e preparo, a corrida pode até proteger a articulação.

    2. Quais fatores aumentam o risco de dor e lesões?

    Excesso de treino, técnica incorreta, sobrepeso, falta de fortalecimento e uso de tênis inadequado.

    3. O fortalecimento muscular protege os joelhos?

    Sim. Ele reduz impacto, melhora a técnica e previne lesões.

    4. Como escolher o tênis certo?

    Priorize o conforto e a superfície de corrida. Experimente na loja e, se possível, teste correndo antes de comprar.

    5. O que fazer se sentir dor no joelho?

    Interrompa os treinos e procure avaliação médica para investigar a causa antes de voltar a correr.

    Leia também: Abdominais para perder barriga? Saiba o que realmente funciona

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    Abdominais para perder barriga? Saiba o que realmente funciona 

    A busca por uma “barriga chapada” é quase universal em academias. Entre os exercícios mais usados para esse fim estão os abdominais, vistos por muita gente como a solução para eliminar gordura localizada na região da cintura. Mas será que fazer abdominais para perder barriga realmente funciona?

    Para esclarecer essa dúvida, ouvimos a educadora física Tamara Andreato, que reforça a importância de compreender o verdadeiro papel dos exercícios abdominais. Além disso, trazemos evidências científicas que analisaram de forma prática os efeitos desses exercícios no corpo.

    Fazer abdominais para perder barriga é um mito

    O primeiro ponto importante a se compreender é: os abdominais não são exercícios voltados para a queima de gordura. “Esses exercícios não ajudam a reduzir gordura na região do abdômen”, garante Tamara. “O que eles fazem é o fortalecimento do core”, enfatiza.

    O core é composto por diversos músculos que incluem a região da frente do abdômen e também das costas e lombar. No abdômen, os principais músculos são:

    • Reto abdominal: músculo da parte frontal do abdômen, o famoso “tanquinho”;
    • Oblíquo externo: localizado na lateral do abdômen, mais superficial; ajuda nos movimentos de rotação do tronco;
    • Oblíquo interno: também nas laterais, mas em uma camada mais profunda;
    • Transverso do abdômen: músculo profundo que circunda o abdômen como uma faixa, responsável por estabilizar o tronco;
    • Infra-abdominais: região inferior do reto abdominal, próxima ao púbis.

    Como definição, o papel dos exercícios abdominais é fortalecer e hipertrofiar esses músculos. Eles não eliminam gordura localizada, mas trazem estabilidade, postura melhor e proteção contra dores, especialmente na lombar.

    O mito da redução de gordura localizada

    Muitas pessoas acreditam que exercitar intensamente uma região do corpo resulta em perda de gordura localizada. No entanto, o processo de emagrecimento depende de fatores como dieta, gasto calórico e genética, e não apenas da ativação muscular de um ponto específico.

    Esse entendimento também é sustentado por estudos científicos. Uma pesquisa publicada no Journal of Strength and Conditioning Research avaliou adultos saudáveis que realizaram exercícios abdominais cinco vezes por semana, durante seis semanas. O resultado foi claro: não houve redução de gordura abdominal ou medidas de circunferência, apenas melhora da resistência muscular.

    O que realmente funciona para perder gordura abdominal?

    A redução de gordura corporal, inclusive do abdômen, depende de um déficit calórico equilibrado, e não só de fazer abdominais para perder barriga. Isso significa gastar mais energia (calorias) do que se consome.

    A prática de exercícios aeróbicos (como corrida, natação e ciclismo), combinada ao treino de força e a uma alimentação ajustada, é o caminho mais eficaz. O estudo citado reforça essa conclusão: mesmo com treinamento abdominal intenso, não houve alteração na gordura abdominal dos participantes. Apenas a resistência muscular foi ampliada.

    “Perder gordura abdominal é consequência de uma boa alimentação, ingestão de líquido, ingestão de proteína adequada e de carboidratos adequados”, afirma Tamara.

    Abdominais e qualidade de vida

    Mais do que estética, os abdominais devem ser vistos como aliados para a qualidade de vida, mobilidade e bem-estar. O fortalecimento do core influencia diretamente no dia a dia de quem trabalha muito tempo na mesma posição.

    “Se a pessoa trabalha em pé ou se trabalha sentada, ela não vai ter tanto desconforto a partir do momento que essa região está fortalecida”, garante a especialista.

    Ou seja, na prática, quem fortalece o core tende a sofrer menos com dores, rigidez e fadiga. Para quem fica sentado o dia inteiro, os abdominais ajudam a evitar a pressão excessiva na lombar, enquanto para quem trabalha de pé, dão sustentação à postura e reduzem a sensação de peso nas costas ao final do dia.

    Fazer exercícios para o abdômen contribui ainda para prevenir lesões, melhorar o equilíbrio e até potencializar a performance em outros esportes, como corrida e ciclismo, já que a região central estabiliza todo o corpo.

    Com que frequência devo fazer abdominais?

    A frequência dos treinos abdominais é um ponto importante. Tamara recomenda a realização de abdominais de três a cinco vezes por semana, mas destaca uma dica prática para não deixar o exercício de lado:

    “Alguns profissionais colocam esses exercícios sempre no final do treino, mas ele pode entrar no meio do treino”, ensina. “Muitas vezes as pessoas, no final do treino, acabam não fazendo. Então eu indico fazer de três a cinco vezes na semana, no meio do treino, para não dar preguiça de não fazer”.

    Essa estratégia ajuda a manter a consistência e garante que o fortalecimento do core seja parte efetiva da rotina de exercícios.

    Leia também: Exercícios para melhorar a postura no home-office: guia prático para evitar dores

    Abdômen chapado não depende só dos abdominais

    Os exercícios abdominais são fundamentais para fortalecer o core, melhorar a postura e deixar os músculos mais firmes, mas, sozinhos, não são suficientes para conquistar o “abdômen chapado”.

    Isso acontece porque, mesmo bem trabalhada, a musculatura abdominal pode permanecer escondida sob a camada de gordura corporal. Ou seja, sem reduzir essa gordura, os músculos não ficam aparentes, independentemente da quantidade de séries e repetições realizadas.

    Para alcançar a definição, é necessário combinar diferentes estratégias. Além dos exercícios específicos para a região, a prática de atividades aeróbicas ajuda a aumentar o gasto calórico e a acelerar a queima de gordura. Paralelamente, a alimentação deve ser equilibrada e organizada em um déficit calórico, garantindo que o corpo use a reserva de gordura como fonte de energia.

    Perguntas frequentes

    1. Abdominais fazem perder barriga?

    Não. Eles fortalecem o core e melhoram a postura, mas a perda de gordura abdominal depende de alimentação e exercícios globais.

    2. Qual é o verdadeiro benefício dos abdominais?

    Fortalecer músculos do abdômen, lombar e região pélvica, prevenindo dores e melhorando a estabilidade corporal.

    3. Por que não existe queima de gordura localizada?

    Porque o emagrecimento é sistêmico: o corpo decide de onde retirar gordura, e isso depende de genética, gasto calórico e dieta.

    4. Com que frequência devo fazer abdominais?

    De três a cinco vezes por semana, preferencialmente no meio do treino, para evitar que sejam deixados de lado.

    5. O que realmente ajuda a reduzir gordura abdominal?

    Alimentação equilibrada, ingestão adequada de líquidos, proteínas e carboidratos, exercícios aeróbicos e treinos de força.

    6. Como ter um abdômen definido?

    Isso depende do conjunto de hábitos saudáveis que unam exercícios abdominais, exercícios aeróbicos e alimentação balanceada.

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