Autor: Dra. Juliana Sencini

  • Pneumonia silenciosa em crianças: conheça as características da doença

    Pneumonia silenciosa em crianças: conheça as características da doença

    A pneumonia é uma infecção nos pulmões que causa inflamação nos alvéolos, que podem se encher de líquido ou pus e dificultar a respiração. Ela costuma causar sintomas clássicos, como tosse intensa, febre alta, calafrios e dor no peito — sendo a maior causa infecciosa de morte em crianças em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

    No entanto, existem algumas situações em que a doença evolui de forma mais discreta, sem febre ou tosse evidente. Conhecida como pneumonia silenciosa, ela pode passar despercebida, principalmente em crianças, que aparentam apenas um resfriado leve, ficam mais cansadas, sonolentas e com pouco apetite.

    Apesar dos sintomas iniciais leves, a evolução clínica da doença pode ser rápida, levando à piora do quadro em pouco tempo. Por isso, é fundamental que os pais fiquem atentos a qualquer mudança na respiração, no sono ou no comportamento da criança, buscando avaliação médica diante de qualquer sinal de alerta.

    O que é pneumonia silenciosa e por que acontece

    De acordo com a pneumologista pediátrica Juliana Sencini, o termo costuma se referir a casos de pneumonia atípica, normalmente causados por agentes como Mycoplasma pneumoniae ou Chlamydia pneumoniae, que provocam sintomas mais brandos e de início gradual. Por isso, é comum que a doença passe despercebida, atrasando o diagnóstico e o tratamento.

    Ela ocorre quando bactérias, vírus ou fungos atingem os pulmões e causam inflamação nos alvéolos — pequenas bolsas de ar responsáveis pela troca de oxigênio. Quando isso acontece, o ar tem dificuldade de circular, prejudicando a respiração e a oxigenação do sangue.

    Crianças pequenas, especialmente as menores de 5 anos, são mais vulneráveis porque o sistema imunológico ainda está em desenvolvimento. Além disso, nessa faixa etária, elas nem sempre conseguem expressar o que estão sentindo, o que torna o quadro ainda mais difícil de ser notado pelos pais.

    Causas de pneumonia em crianças

    A pneumonia infantil pode ser causada por diferentes agentes infecciosos, como:

    • Bactérias: como Streptococcus pneumoniae, Mycoplasma pneumoniae e Haemophilus influenzae;
    • Vírus: como o vírus sincicial respiratório (VSR), influenza (gripe) e adenovírus;
    • Fungos: em casos mais raros, especialmente em crianças com imunidade comprometida.

    Outros fatores também aumentam o risco da doença, como baixa imunidade, falta de vacinação, ambientes pouco ventilados e doenças respiratórias prévias — como bronquite e asma.

    Sintomas de pneumonia silenciosa infantil

    Diferente da pneumonia comum, a versão silenciosa não costuma apresentar febre alta nem tosse persistente. Em muitos casos, os pais acreditam que a criança está apenas gripada ou cansada e não procuram um médico.

    Nesse contexto, Juliana aponta alguns sinais para os pais ficarem atentos. Em crianças pequenas, podem surgir sintomas inespecíficos, como:

    • Prostração;
    • Irritabilidade;
    • Choro constante;
    • Vômitos;
    • Diarreia;
    • Lesões de pele, em alguns casos.

    Em crianças mais velhas, pode surgir febre baixa, tosse esporádica, dor de cabeça e mal-estar. Inclusive, a criança ainda pode estar ativa e sem grande comprometimento no estado geral.

    Pneumonia silenciosa é contagiosa?

    Sim. A pneumonia pode ser contagiosa, principalmente quando causada por vírus ou bactérias que se espalham pelo ar. A transmissão ocorre por meio de gotículas expelidas ao tossir, espirrar ou falar.

    Mesmo que a criança apresente sintomas leves, ela pode transmitir a infecção a outros pequenos, familiares e colegas de escola. A melhor forma de reduzir o contágio é manter a vacinação em dia, incentivar a lavagem frequente das mãos e evitar aglomerações em períodos de surtos respiratórios.

    Quando os pais devem suspeitar de pneumonia silenciosa?

    Segundo Juliana, é necessário observar a evolução da criança. Quando os sintomas mencionados anteriormente não melhoram ou demoram muito para regredir, o ideal é procurar avaliação com um pediatra ou pneumologista pediátrico.

    Se houver qualquer sinal de gravidade, procure atendimento de emergência o mais rápido possível. Entre os sintomas, destacam-se:

    • Respiração acelerada ou difícil;
    • Sonolência excessiva;
    • Queda na saturação de oxigênio;
    • Recusa alimentar;
    • Lábios ou unhas arroxeados;
    • Vômitos frequentes;
    • Irritação e choro constante sem motivo aparente.

    Em muitos casos, os sintomas iniciais são leves, mas a evolução pode ser rápida, resultando em piora significativa em pouco tempo.

    Como é feito o diagnóstico?

    O diagnóstico da pneumonia atípica envolve avaliação clínica e exames complementares. O pediatra escuta o pulmão da criança com o estetoscópio, em busca de ruídos típicos da infecção, como chiados e crepitações.

    Entre os exames mais utilizados, Juliana Sencini destaca a radiografia de tórax, o hemograma e a proteína C reativa, que ajudam a identificar sinais de inflamação e alterações pulmonares. Para uma avaliação mais detalhada, podem ser usados a ultrassonografia ou a tomografia computadorizada, que oferecem imagens mais precisas das estruturas pulmonares.

    Quando há necessidade de identificar o agente causador da infecção, podem ser solicitados exames como cultura de microrganismos, painel de PCR respiratório e sorologias.

    Nem todos os exames precisam ser realizados em todos os casos; a escolha depende da avaliação médica, da gravidade e dos recursos disponíveis.

    Como tratar a pneumonia em crianças?

    O tratamento da pneumonia infantil varia conforme a causa e a gravidade do quadro. Quando a infecção é provocada por bactérias, o médico indica antibióticos específicos, escolhidos de acordo com o agente e a idade da criança.

    Já as pneumonias virais costumam ser tratadas com medidas de suporte, como hidratação adequada, repouso e alimentação leve. Em alguns casos, o médico pode prescrever analgésicos ou antitérmicos para aliviar os sintomas.

    Outros cuidados importantes incluem:

    • Garantir descanso completo para recuperação do corpo;
    • Oferecer bastante líquido para manter a hidratação e eliminar secreções;
    • Priorizar refeições leves e nutritivas;
    • Seguir corretamente as doses e horários dos medicamentos;
    • Manter o ambiente limpo, ventilado e livre de fumaça ou mofo.

    Nos casos mais graves, pode ser necessária internação hospitalar para oxigenoterapia e administração de medicamentos intravenosos.

    Vale ressaltar que mesmo com melhora dos sintomas, o tratamento deve ser seguido até o fim. Interromper o uso de antibióticos antes do prazo indicado pode favorecer a resistência bacteriana e a recorrência da infecção.

    Confira: Pneumonia em crianças: o que causa, sintomas e como tratar

    Existe uma forma de prevenir a pneumonia silenciosa?

    Nas pneumonias atípicas, a transmissão entre pessoas próximas pode acontecer com facilidade. Por isso, observar se alguém do convívio apresentou sintomas respiratórios semelhantes ajuda o pediatra a identificar a origem da infecção e orientar medidas de prevenção.

    A vacinação é o método mais eficaz para prevenir doenças infecciosas, especialmente em crianças. As principais vacinas são a pneumocócica conjugada (VPC) e a Haemophilus influenzae tipo b (Hib), aplicada na vacina Pentavalente, indicadas para menores de 5 anos. No Brasil, o calendário do PNI prevê a aplicação da VPC10 a partir dos 2 meses de idade.

    Além da vacinação, alguns hábitos ajudam a proteger as vias respiratórias e fortalecer o sistema imunológico:

    • Lavar as mãos com frequência;
    • Usar máscara em locais de maior risco, como hospitais;
    • Evitar o tabagismo e a exposição à fumaça;
    • Manter alimentação equilibrada e rica em frutas e vegetais;
    • Garantir ambientes bem ventilados e sem mofo.

    Durante o outono e o inverno, os cuidados devem ser redobrados, pois a circulação de vírus respiratórios aumenta. O acompanhamento pediátrico regular é essencial para detectar precocemente qualquer alteração respiratória.

    Perguntas frequentes sobre pneumonia silenciosa

    1. O que diferencia a pneumonia silenciosa da pneumonia comum?

    A pneumonia silenciosa, ou atípica, tem evolução mais discreta e pode não apresentar febre alta ou tosse intensa. Já a pneumonia comum causa sintomas mais evidentes, como febre, dor no peito, falta de ar e tosse produtiva. Por ser mais sutil, a forma silenciosa tende a ser diagnosticada mais tardiamente, o que pode atrasar o tratamento.

    2. Quando é hora de levar a criança ao hospital?

    Se houver respiração acelerada, dificuldade para respirar, sonolência excessiva, recusa alimentar ou coloração arroxeada nos lábios e unhas, é preciso buscar atendimento imediatamente. Crianças pequenas desidratam rápido e podem piorar em poucas horas.

    3. Quanto tempo dura o tratamento?

    Depende do agente causador e da resposta da criança, mas em geral o uso de antibióticos dura de 7 a 14 dias, enquanto a recuperação completa pode levar até 3 semanas. Nunca interrompa o tratamento antes do tempo indicado.

    4. Como identificar pneumonia silenciosa em bebês?

    Em bebês, a pneumonia silenciosa é difícil de perceber. Os principais sinais são respiração rápida, curta, com o peito afundando entre as costelas ou as narinas abrindo a cada inspiração. Outros sinais incluem recusa alimentar, choro fraco, sonolência e coloração arroxeada nos lábios ou dedos.

    5. O que fazer se a criança piorar durante o tratamento?

    Se houver piora dos sintomas — como respiração mais acelerada, sonolência, febre persistente ou recusa alimentar — procure o hospital imediatamente. Isso pode indicar resistência ao antibiótico, infecção secundária ou acúmulo de secreção. Nunca altere o tratamento sem orientação médica.

    Leia também: 5 testes obrigatórios que devem ser feitos no recém-nascido

  • Pneumonia em crianças: o que causa, sintomas e como tratar

    Pneumonia em crianças: o que causa, sintomas e como tratar

    A pneumonia é uma infecção que atinge os pulmões e provoca inflamação nos alvéolos, estruturas responsáveis pelas trocas de oxigênio no organismo. Quando inflamados, eles podem se encher de líquido ou pus e dificultam a respiração, o que causa um desconforto intenso.

    Em crianças, a doença merece atenção redobrada: segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria e a Organização Mundial da Saúde (OMS), a pneumonia é uma das principais causas de mortalidade em menores de cinco anos — especialmente em países em desenvolvimento.

    Mas afinal, o que causa a pneumonia em crianças, como identificar os sinais e quais medidas de prevenção realmente funcionam? Conversamos com a pneumopediatria Juliana Sencini para esclarecer as principais dúvidas.

    O que causa pneumonia em crianças?

    A pneumonia em crianças pode ser causada por diferentes agentes infecciosos — vírus, bactérias e, em casos mais raros, fungos.

    • Vírus respiratórios: são os principais responsáveis pela pneumonia, especialmente em menores de 1 ano. O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é um dos mais comuns, seguido por influenza, parainfluenza, adenovírus e rinovírus. A forma viral tende a ser mais leve, mas ainda exige acompanhamento médico;
    • Bactérias: o Streptococcus pneumoniae é o agente mais frequente, mas outros, como Staphylococcus aureus e Haemophilus influenzae, também podem estar envolvidos. A infecção costuma ser mais grave e exige tratamento imediato com antibióticos;
    • Aspiração: ocorre quando alimentos, líquidos ou até pequenos corpos estranhos entram nas vias respiratórias, causando inflamação pulmonar.

    Em situações específicas e muito raras, como em crianças com imunidade comprometida, a pneumonia pode ser causada por fungos. É um quadro muito grave e que exige atendimento médico.

    Além dos agentes infecciosos, alguns fatores aumentam o risco da doença:

    • Prematuridade e baixo peso ao nascer;
    • Desnutrição, que compromete a imunidade;
    • Doenças crônicas como asma, cardiopatias ou condições pulmonares;
    • Exposição à poluição, poeira, fumaça de cigarro e ambientes fechados;
    • Falta de vacinação, especialmente contra gripe, pneumococo e coqueluche.

    Sintomas de pneumonia em crianças

    Os sintomas da pneumonia em crianças podem variar de acordo com a gravidade da infecção e o agente causador, mas existem sinais que os pais devem observar com atenção:

    • Febre alta, frequentemente acima de 38°C;
    • Tosse persistente, inicialmente seca, podendo evoluir para produtiva, com catarro amarelado ou esverdeado;
    • Respiração acelerada ou dificuldade para respirar, com chiado ou retração das costelas;
    • Falta de apetite;
    • Letargia e fraqueza, como dificuldade em brincar, andar ou realizar atividades simples;
    • Coloração azulada nos lábios e unhas (cianose) é sinal de baixa oxigenação, e requer atendimento médico imediato.

    De acordo com Juliana, em bebês e crianças pequenas, às vezes os sintomas podem ser mais inespecíficos, como irritabilidade, choro frequente, gemência e dificuldade para mamar.

    Segundo a Fiocruz e a OMS, a identificação rápida dos sintomas e o encaminhamento ao atendimento médico são fundamentais para evitar complicações para a criança, como insuficiência respiratória e até a morte.

    Como diferenciar a pneumonia de outras infecções?

    Segundo Juliana, no quadro gripal, os sintomas costumam ser mais relacionados ao nariz, como espirros, obstrução nasal e dor de garganta. Nos primeiros dias pode ser difícil diferenciar, já que tanto a gripe quanto a pneumonia podem se manifestar de forma parecida.

    A diferença é que, enquanto a gripe tende a melhorar gradualmente com o passar dos dias, a pneumonia normalmente apresenta piora progressiva.

    Já no caso da asma, muitas vezes chamada de bronquite, consiste em uma condição crônica. A especialista explica que a criança costuma ter histórico de crises com episódios de chiado no peito e dificuldade para respirar. Nesses casos, a tosse costuma ser mais seca e, em geral, não há febre significativa, podendo surgir apenas febre baixa.

    Como ocorre a transmissão de pneumonia?

    A pneumonia em crianças pode ser transmitida pelo contato direto com gotículas de saliva ou secreções respiratórias de uma pessoa infectada. Isso acontece quando ela tosse, espirra ou fala muito próximo da criança.

    Além da transmissão direta, também existe a contaminação indireta: quando a criança toca superfícies contaminadas, como brinquedos, maçanetas e utensílios, e depois leva as mãos à boca, nariz ou olhos.

    Alguns fatores aumentam o risco de disseminação dos agentes causadores da pneumonia:

    • Ambientes fechados, pouco ventilados e com aglomeração de pessoas;
    • Contato próximo e frequente em creches, escolas e transportes coletivos;
    • Ausência de hábitos básicos de higiene, como lavar as mãos regularmente.

    É importante destacar que, embora a forma de transmissão seja semelhante à da gripe, a pneumonia não deve ser confundida com resfriados comuns e sua evolução pode ser muito mais grave e rápida.

    Diagnóstico de pneumonia em crianças

    O diagnóstico da pneumonia em crianças é feito principalmente de forma clínica, ou seja, a partir da avaliação do médico com base nos sintomas e no exame físico. No entanto, alguns exames complementares podem ajudar a confirmar a suspeita e guiar o tratamento, como:

    • Raio-X de tórax: é o exame mais utilizado para confirmar a presença da pneumonia. Ele mostra áreas de inflamação nos pulmões e ajuda a diferenciar a doença de outros problemas respiratórios que podem ter sintomas parecidos;
    • Exames de sangue: o hemograma e alguns marcadores inflamatórios ajudam a avaliar a resposta do organismo à infecção e podem indicar se ela tem mais chance de ser viral ou bacteriana.

    Em situações mais graves, persistentes ou quando há suspeita de complicações, o médico pode solicitar exames adicionais, como culturas, ultrassom ou tomografia, mas esses são indicados apenas em casos específicos.

    Quando procurar atendimento médico imediato?

    De acordo com Juliana, é importante procurar atendimento médico na presença dos seguintes sinais de alerta:

    • Respiração muito rápida ou dificuldade para respirar, com evidência das costelas ou uso da barriga para respirar;
    • Lábios ou unhas arroxeados;
    • Sonolência excessiva ou dificuldade para acordar;
    • Recusa em mamar ou beber líquidos.

    Tratamento de pneumonia em crianças

    O tratamento da pneumonia em crianças depende principalmente da causa da infecção e da gravidade do quadro. Quando a origem é viral, não é necessário o uso de antibióticos e o foco está em medidas de suporte, como manter a criança bem hidratada, controlar a febre e, em alguns casos, oferecer oxigênio suplementar.

    Já a pneumonia causada por bactérias exige o uso de antibióticos específicos, definidos pelo médico de acordo com a idade da criança e as características do caso.

    Nos quadros leves, o tratamento pode ser feito em casa, desde que haja acompanhamento próximo e retorno ao médico em caso de piora. Mas quando a criança apresenta dificuldade para respirar, recusa de líquidos, febre persistente ou sinais de maior gravidade, pode ser necessária a internação hospitalar para garantir suporte adequado e monitoramento constante.

    Vacina para pneumonia em crianças

    A vacinação é uma das formas mais eficazes de proteger as crianças contra a pneumonia. Ela ajuda a reduzir não só os casos da doença, mas também as complicações mais graves que podem levar à internação. Entre as vacinas mais importantes, estão:

    • Vacinas pneumocócicas (PCV10, PCV13 e PCV20): protegem contra os principais tipos de bactérias que causam pneumonia, reduzindo casos graves e complicações;
    • Vacina contra influenza (gripe): diminui o risco de infecções respiratórias que podem evoluir para pneumonia, especialmente em crianças menores e grupos vulneráveis;
    • Vacina contra coqueluche (tríplice DTPa): previne uma infecção respiratória altamente contagiosa que compromete os pulmões e pode abrir caminho para o desenvolvimento da pneumonia.

    Todas as vacinas fazem parte do calendário de vacinação infantil e devem ser aplicadas nos prazos corretos para garantir a proteção adequada do pequeno.

    Cuidados durante o tratamento

    Durante a recuperação, é importante ter alguns cuidados para garantir o bem-estar da criança, como:

    • Oferecer líquidos com frequência, como água, sucos naturais e sopas, para manter a hidratação e ajudar a fluidificar secreções;
    • Manter uma alimentação nutritiva, mesmo que em pequenas quantidades, com refeições leves e ricas em vitaminas e proteínas que fortalecem a imunidade;
    • Ter repouso, permitindo bastante descanso, mas sem deixar a criança totalmente inativa;
    • Controlar a febre e o desconforto seguindo a orientação médica para o uso de antitérmicos ou analgésicos quando necessário;
    • Evitar exposição a ambientes frios, com poeira ou fumaça de cigarro, que podem irritar ainda mais as vias respiratórias;
    • Cumprir corretamente a medicação, sem interromper o antibiótico antes do tempo prescrito, mesmo que os sintomas melhorem.

    Saiba mais: Asma infantil: sintomas, diagnóstico e tratamento

    Como prevenir a pneumonia em crianças?

    Além de manter a vacinação em dia, a prevenção da pneumonia envolve diversos cuidados simples no dia a dia da criança, como:

    • Incentivar a criança a lavar as mãos regularmente, reduzindo o risco de contato com vírus e bactérias;
    • Manter os ambientes bem ventilados e evitar aglomerações, principalmente em épocas de maior circulação de doenças respiratórias;
    • Evitar exposição à fumaça de cigarro, que aumenta muito o risco de infecções pulmonares;
    • Garantir uma alimentação equilibrada e sono adequado, fortalecendo o sistema imunológico;
    • Procurar atendimento médico em casos de sintomas persistentes, como tosse forte, febre e dificuldade para respirar, para iniciar o tratamento rapidamente.

    Perguntas frequentes sobre pneumonia em crianças

    H3 – 1. Como diferenciar pneumonia de uma gripe comum em crianças?

    A gripe e a pneumonia podem começar com sintomas semelhantes, como tosse, febre e mal-estar, mas evoluem de formas diferentes. Na gripe, os sintomas costumam ser mais leves, relacionados ao nariz e garganta, como coriza, espirros e dor de garganta, e tendem a melhorar gradualmente em poucos dias.

    Já a pneumonia, ao contrário, piora com o tempo: a febre permanece alta, a tosse se intensifica e podem surgir sinais de dificuldade para respirar, como respiração acelerada e retrações no tórax. A evolução é um dos principais sinais de alerta para os pais procurarem atendimento médico.

    H3 – 2. É normal a criança com pneumonia perder peso?

    Sim. Durante a doença, a febre alta, a dificuldade para se alimentar e o maior gasto de energia do corpo no combate à infecção podem levar à perda de peso temporária.

    Após a recuperação, com a retomada da alimentação e o ganho de apetite, o peso costuma ser recuperado naturalmente. O importante é oferecer refeições leves e nutritivas durante o tratamento.

    H3 – 3. É seguro usar xaropes para tosse em crianças com pneumonia?

    Não é recomendado o uso de xaropes para tosse em crianças com pneumonia sem orientação médica. A tosse é um mecanismo natural do corpo para limpar as vias respiratórias, e suprimir o reflexo pode dificultar a eliminação de secreções. O tratamento deve focar na causa da doença e no alívio da febre ou dor, sempre sob orientação do pediatra.

    H3 – 4. É possível a criança ter pneumonia mais de uma vez no mesmo ano?

    Sim, crianças podem ter episódios de pneumonia recorrentes, especialmente se têm fatores de risco como imunidade baixa, doenças respiratórias crônicas ou exposição frequente a ambientes com vírus e bactérias. Quando os episódios são muito repetitivos, o pediatra pode solicitar exames para investigar causas subjacentes, como alergias, refluxo ou problemas pulmonares.

    H3 – 5. Crianças com pneumonia podem fazer inalação?

    A inalação pode ser indicada em alguns casos para aliviar sintomas como tosse e dificuldade para respirar, especialmente quando há broncoespasmo associado (estreitamento temporário das vias aéreas). O uso de soro fisiológico ajuda a deixar as secreções mais fluidas, facilitando a respiração e proporcionando maior conforto.

    Em alguns casos, o médico pode indicar remédios, como os broncodilatadores, que administrados por inalação chegam mais diretamente aos pulmões e apresentam melhor efeito. Porém, apenas o médico pode indicar o uso quanto a escolha da medicação.

    H3 – 6. A pneumonia em crianças pode ser contagiosa?

    Sim, a pneumonia viral e bacteriana pode ser transmitida de uma criança para outra através de gotículas de saliva ao tossir, espirrar ou falar. Também pode ocorrer transmissão indireta, quando a criança toca em superfícies contaminadas e depois leva a mão à boca ou nariz. Por isso, é fundamental manter medidas de higiene, como lavar as mãos e evitar compartilhar objetos.

    Leia também: Bronquiolite em bebês: sintomas e quando procurar o médico

  • Bronquiolite em bebês: sintomas e quando procurar o médico

    Bronquiolite em bebês: sintomas e quando procurar o médico

    Se o bebê começa com aquele nariz escorrendo e tosse que parece resfriado, muitos pais ficam atentos, mas torcendo para que passe em poucos dias. Em alguns casos, porém, os sintomas pioram e se transformam em algo mais sério: a bronquiolite, uma infecção respiratória comum nos primeiros anos de vida.

    O problema é que, por começar parecido com uma gripe, a bronquiolite pode ser confundida e atrasar o diagnóstico. Conversamos com a pneumologista pediátrica Juliana Sencini, que explicou como identificar os sinais, quando é hora de procurar ajuda médica e quais são as novidades em prevenção.

    O que é bronquiolite

    A bronquiolite é uma infecção das vias aéreas inferiores, que atinge principalmente crianças menores de 2 anos.

    “O grande causador da bronquiolite é o vírus sincicial respiratório (VSR)”, explica a pneumologista pediátrica. Outros vírus, como rinovírus, influenza, adenovírus e metapneumovírus, também podem estar envolvidos, mas o VSR é o principal.

    Ela reforça que, em crianças maiores de dois anos, não se usa mais o termo bronquiolite. “Depois dessa idade, quando há repetição dos sintomas, pensamos em outros diagnósticos, como lactente sibilante ou asma”, completa.

    Sintomas da bronquiolite em bebês e crianças

    No início, a bronquiolite engana, pois parece apenas um resfriado, com febre baixa, nariz entupido e tosse. Mas, segundo a pneumopediatra, essa tosse vai ficando cada vez mais intensa e começa a gerar dificuldade respiratória.

    Os sinais mais típicos costumam aparecer no segundo ou terceiro dia da doença: chiado, secreção nos pulmões e sinais de esforço para respirar. É justamente aí que os pais devem ficar atentos para procurar ajuda médica o quanto antes.

    Diferença entre resfriado e bronquiolite

    Nem todo nariz escorrendo é bronquiolite. O resfriado comum é leve, se resolve espontaneamente e a criança continua se alimentando bem. Já a bronquiolite evolui com piora da tosse, chiado no peito e cansaço para respirar.

    Em alguns hospitais, é possível confirmar a presença do vírus sincicial respiratório com exames rápidos, mas o diagnóstico principal é clínico, feito pela avaliação médica.

    Quando a bronquiolite é grave?

    De acordo com Juliana Sencini, quando a criança consegue mamar, manter a hidratação e não apresenta queda de oxigênio, o tratamento pode ser feito em casa, com lavagem nasal, inalação com soro e bastante líquido.

    Mas há sinais de gravidade que exigem internação:

    • Dificuldade para mamar ou se alimentar;
    • Cansaço excessivo para respirar;
    • Queda da saturação de oxigênio;
    • Esforço respiratório intenso.

    No hospital, o suporte pode incluir oxigênio, cateter de alto fluxo e, em casos mais graves, até intubação. “O uso de cateter de alto fluxo nos últimos anos ajudou muito a reduzir a necessidade de intubação”, explica a médica.

    Existe tratamento específico?

    A resposta é não. “Não existe medicação que modifique a evolução da bronquiolite. O tratamento é de suporte”, afirma a especialista.

    Isso significa ajudar a criança a respirar melhor, manter a hidratação e observar a evolução. Antibióticos só entram em cena se houver complicações, como pneumonia bacteriana.

    Como prevenir a bronquiolite

    Por muito tempo, só havia uma opção de prevenção contra o vírus sincicial respiratório, o principal vírus causador da bronquiolite: o palivizumabe, um remédio (anticorpo monoclonal) aplicado em bebês prematuros extremos ou de alto risco. De 2024 para cá, no entanto, surgiram novidades importantes:

    • Vacinação da mãe: a gestante recebe uma vacina contra bronquiolite entre 30 e 36 semanas. “A vacina aumenta os anticorpos que passam via placenta para o bebê, protegendo-o nos primeiros meses de vida”, explica a médica;
    • Nirsevimabe: anticorpo monoclonal de longa duração que protege bebês saudáveis por até seis meses. Ele deve ser aplicado antes da época de circulação do vírus sincicial respiratório, que em São Paulo, por exemplo, vai de abril a julho.

    Essas estratégias vêm mudando o cenário da bronquiolite e oferecem proteção já nos primeiros meses de vida, fase em que a doença costuma ser mais grave.

    Bronquiolite aumenta o risco de asma no futuro?

    Sim. “Algumas crianças que apresentam bronquiolite podem evoluir para quadros recorrentes de sibilância, o que acende o alerta para asma”, explica a médica. No entanto, ela reforça que não se pode considerar cada episódio de chiado como nova bronquiolite, principalmente após os dois anos.

    Perguntas frequentes sobre bronquiolite

    1. Bronquiolite é a mesma coisa que bronquite?

    Não. A bronquiolite é típica de bebês e crianças pequenas (até 2 anos), geralmente causada por vírus, especialmente o vírus sincicial respiratório.

    2. Todo bebê com tosse tem bronquiolite?

    Não. Tosse pode ser sinal de resfriado, alergia ou outras infecções. A bronquiolite geralmente inclui chiado e esforço para respirar.

    3. Como saber se preciso levar meu filho ao hospital?

    Se houver dificuldade para mamar, respiração acelerada, cansaço extremo ou queda na saturação, é hora de procurar atendimento imediato.

    4. Existe algum remédio que cura bronquiolite?

    Não. O tratamento é apenas de suporte, com hidratação, lavagem nasal e, em casos graves, internação hospitalar.

    5. Criança que já teve bronquiolite vai ter de novo?

    Pode ter outros episódios de chiado, mas após os dois anos, o diagnóstico passa a ser outro, como lactente sibilante ou asma.

    6. É possível prevenir bronquiolite?

    Sim. Hoje existe uma vacina para as grávidas e o uso de nirsevimabe, além de medidas simples como higienizar as mãos e evitar contato com pessoas com sintomas de gripe.

    7. Bronquiolite sempre exige internação?

    Não. Casos leves podem ser tratados em casa, com observação e cuidados básicos. Apenas os quadros mais graves precisam de internação.

  • Asma infantil: sintomas, diagnóstico e tratamento

    Asma infantil: sintomas, diagnóstico e tratamento

    Quem já teve um filho que vive tossindo ou aparenta estar com falta de ar sabe a angústia que é. Será só uma gripe, alergia ou pode ser asma? A dúvida é bem comum, já que muitos sintomas de asma se confundem com problemas respiratórios frequentes na infância. A diferença é que, na asma, esses sinais se repetem e podem atrapalhar a qualidade de vida da criança.

    Para esclarecer o assunto, conversamos com a pneumologia pediátrica Juliana Sencini, que explicou como identificar os sintomas, de que forma o diagnóstico é feito e quais os caminhos para o tratamento.

    O que é a asma infantil

    A asma é uma doença inflamatória crônica que afeta as pequenas vias aéreas, dificultando a passagem do ar. Antigamente, inclusive, muitos chamavam a asma de bronquite.

    “Os principais sinais sugestivos de asma são episódios recorrentes, geralmente relacionados a resfriados, mudanças climáticas, contato com alérgenos ou desencadeados pelo exercício”, diz Juliana Sencini.

    Ela destaca que o sintoma mais comum é a tosse seca e persistente, mas também podem aparecer o chiado no peito (ou sibilos) e a falta de ar, às vezes acompanhada da sensação de aperto no peito.

    “Não é normal a criança tossir durante brincadeiras, corridas ou até quando dá risada. Isso já acende o alerta para asma”, completa.

    Diferença entre asma e outras doenças respiratórias

    Nem sempre é simples diferenciar as crises de asma de outros problemas respiratórios.

    “Um resfriado pode causar tosse e febre, mas em poucos dias a criança melhora. Já na asma, a tosse e o chiado são recorrentes e vêm acompanhados de falta de ar”, explica a médica.

    Outras condições também podem confundir: pneumonia, que tem sintomas mais agudos, e até aspiração de corpo estranho, quando a criança engole um pedaço de alimento ou brinquedo e passa a ter tosse súbita e persistente.

    Existe idade mínima para diagnóstico?

    A pneumologista pediátrica explica que não há uma idade mínima definida para diagnosticar a asma. O diagnóstico é clínico, baseado na repetição dos sintomas e na resposta ao tratamento.

    “Em crianças menores, o diagnóstico da asma é mais desafiador, pois não há exames específicos. O que se leva em consideração é a história clínica e como a criança responde ao corticoide inalatório”, diz.

    Quais exames ajudam a confirmar

    Embora não exista um único exame que dê certeza, alguns ajudam o médico a entender se é ou não asma:

    • Exames de alergia, para identificar sensibilização a alérgenos;
    • Raio-X de tórax, que descarta outras condições;
    • Prova de função pulmonar, feita em crianças a partir de 5 anos, que avalia a função respiratória;
    • Exame FeNO (fração exalada de óxido nítrico), ainda restrito a pesquisas, mas promissor para avaliar inflamação das vias aéreas.

    Tratamento da asma infantil

    O tratamento tem dois pilares principais:

    • Controle da inflamação crônica: feito com corticoides inalatórios em bombinhas;
    • Tratamento das crises: com broncodilatadores de longa duração.

    “Em crises mais graves, pode ser necessário o uso de corticoide oral. Para casos específicos, já temos os imunobiológicos, que são uma grande ajuda no controle da doença”, explica a especialista.

    Ela reforça que manter o tratamento contínuo é muito importante. “Se o pulmão permanece inflamado, pode haver perda de função respiratória na vida adulta”, aconselha a médica.

    O que pode desencadear uma crise

    Segundo a especialista, os principais gatilhos são vírus respiratórios, poeira, ácaros, pelos de animais, mudanças bruscas de temperatura, exercícios físicos e até refluxo.

    “Identificar e evitar os desencadeadores é tão importante quanto usar o remédio corretamente”, orienta.

    A asma tem cura?

    Depende. “A asma não tem cura definitiva, mas pode entrar em remissão. Algumas crianças melhoram dos sintomas ao longo da infância e adolescência, chegando a ficar anos sem manifestações da doença”, explica a médica. Em outros casos, porém, os sintomas podem retornar na vida adulta.

    Como a família e a escola podem ajudar

    O papel dos cuidadores e da escola é fundamental. “A família precisa reconhecer os sintomas precocemente e entender que o tratamento contínuo é essencial, mesmo sem crises. O uso diário do remédio deve ser visto como o remédio de uma doença crônica, como pressão alta ou diabetes, que precisa ser usado todos os dias”, reforça a pneumologista pediátrica.

    Professores e funcionários da escola também devem estar informados sobre os gatilhos e saber como agir em uma crise.

    Perguntas frequentes sobre asma infantil

    1. Tosse noturna sempre é sinal de asma?

    Não, mas se for recorrente e acompanhada de chiado ou falta de ar, merece avaliação médica.

    2. Criança com asma pode praticar esportes?

    Sim. O tratamento adequado permite vida ativa. Apenas é importante observar os gatilhos e ter acompanhamento médico.

    3. Toda criança que usa bombinha tem asma grave?

    Não. A bombinha é a forma mais eficaz de administrar o medicamento, inclusive em casos leves.

    4. A asma some na adolescência?

    Alguns adolescentes entram no que se chama de remissão, ou seja, não manifestam mais os sintomas, mas a doença pode retornar na vida adulta.

    5. A asma é hereditária?

    Existe, de fato, predisposição genética, mas fatores do ambiente que a criança vive também influenciam.

    6. O que fazer em uma crise?

    Usar o broncodilatador de resgate prescrito pelo médico e, se não houver melhora, procurar atendimento de urgência.