Autor: Dra. Isabella Segura

  • Deficiência de G6PD: a condição genética que exige cuidado com certos remédios e alimentos

    Deficiência de G6PD: a condição genética que exige cuidado com certos remédios e alimentos

    Pouca gente sabe, mas milhões de brasileiros convivem com uma condição genética que quase nunca dá sinais, até que algo a desperte. A deficiência de G6PD, uma das deficiências enzimáticas mais comuns do mundo, geralmente passa despercebida, mas pode causar reações graves quando a pessoa entra em contato com substâncias específicas.

    Essa alteração hereditária afeta a forma como o organismo protege os glóbulos vermelhos contra o desgaste natural. Quando expostos a certos medicamentos, infecções ou alimentos (como a fava, por exemplo), esses glóbulos podem se romper, causando uma anemia súbita e intensa. Por isso, conhecer a condição e adotar medidas preventivas é fundamental para viver bem e evitar complicações.

    O que é a deficiência de G6PD

    A G6PD (glicose-6-fosfato desidrogenase) é uma enzima presente nos glóbulos vermelhos e tem uma função essencial, que é de proteger as células contra o estresse oxidativo, ou seja, contra danos provocados por radicais livres.

    Quando há deficiência dessa enzima, as hemácias (glóbulos vermelhos) ficam mais frágeis e podem se romper com facilidade — um processo chamado hemólise, que leva à anemia hemolítica.

    Causa tem origem genética e hereditária

    A deficiência de G6PD é uma condição genética hereditária, causada por mutações no gene localizado no cromossomo X. Por esse motivo, ela é mais comum em homens, que possuem apenas um cromossomo X, enquanto as mulheres, por terem dois, costumam apresentar sintomas mais leves ou serem apenas portadoras.

    Embora não tenha cura, é uma condição controlável, desde que a pessoa saiba o que evitar.

    Quando aparecem os sintomas

    Na maioria das vezes, a pessoa com deficiência de G6PD leva uma vida normal e sem sintomas. Os sinais aparecem apenas quando há contato com fatores desencadeantes, como:

    • Uso de certos medicamentos, como antibióticos, alguns analgésicos, antimaláricos;
    • Infecções bacterianas ou virais;
    • Ingestão de favas (leguminosa que pode causar crises);
    • Contato com produtos químicos e corantes específicos.

    Principais manifestações clínicas

    A deficiência pode se manifestar em diferentes formas, dependendo da idade e da exposição ao agente causador.

    1. Icterícia neonatal:

    • Surge nas primeiras 24 horas de vida;
    • Provoca pele e olhos amarelados;
    • Pode exigir fototerapia ou, em casos graves, transfusão de sangue.

    2. Anemia hemolítica aguda:

    • Acontece após contato com um agente desencadeante;
    • Sintomas: palidez, icterícia, urina escura (cor de “coca-cola”), fraqueza e dor abdominal;
    • O baço pode aumentar de tamanho.

    3. Anemia hemolítica crônica não esferocítica (rara):

    • Causa anemia persistente e risco de cálculos biliares;
    • Pode exigir transfusões repetidas.

    Diagnóstico

    O diagnóstico costuma ser feito ainda no recém-nascido, por meio do teste do pezinho, incluído na triagem neonatal ampliada.

    Quando há suspeita ou resultado alterado, realizam-se exames confirmatórios como:

    • Dosagem enzimática da G6PD (quantitativa);
    • Testes genéticos, que identificam a mutação responsável.

    Esses exames ajudam a definir o grau de deficiência e orientar os cuidados para toda a vida.

    Tratamento e cuidados

    Não há cura para a deficiência de G6PD, mas a condição é facilmente controlável com medidas simples:

    • Evitar medicamentos e substâncias proibidas (a lista deve ser fornecida pelo médico ou geneticista);
    • Tratar infecções rapidamente para prevenir crises;
    • Acompanhamento médico regular para avaliar anemia e icterícia;
    • Transfusão de sangue em casos graves de hemólise.

    Com atenção e informação, é possível levar uma vida saudável e sem limitações.

    Confira: Criptorquidia: o que é, causas, fatores de risco e cirurgia

    Perguntas frequentes sobre deficiência de G6PD

    1. A deficiência de G6PD tem cura?

    Não. É uma condição genética, mas pode ser controlada com medidas preventivas.

    2. Quem tem G6PD pode tomar qualquer remédio?

    Não. Alguns medicamentos são proibidos, pois podem causar hemólise. O ideal é sempre avisar o médico antes de usar qualquer medicação.

    3. O que acontece se uma pessoa com G6PD comer fava?

    O consumo de fava pode provocar uma crise de anemia hemolítica, com icterícia, cansaço intenso e urina escura.

    4. A deficiência de G6PD é rara?

    Não. É uma das deficiências enzimáticas mais comuns do mundo e afeta cerca de 6 milhões de brasileiros.

    5. Como é feito o diagnóstico?

    Por meio do teste do pezinho, seguido de exames laboratoriais específicos para confirmar a deficiência.

    6. Crianças com G6PD precisam de cuidados especiais?

    Sim. Os pais devem ser orientados sobre alimentos e medicamentos proibidos e manter acompanhamento pediátrico regular.

    7. Mulheres também podem ter deficiência de G6PD?

    Sim, embora seja mais comum em homens. Mulheres portadoras podem ter sintomas leves ou nenhum.

    Leia também: 5 testes obrigatórios que devem ser feitos no recém-nascido

  • Doenças da vesícula biliar: quando os cálculos viram problema 

    Doenças da vesícula biliar: quando os cálculos viram problema 

    Você já sentiu uma dor súbita no lado direito da barriga depois de comer algo gorduroso? Para muitas pessoas, esse sintoma é o primeiro aviso de que há algo errado na vesícula biliar, um órgão muito importante para o processo de digestão.

    Ao longo dos anos, o acúmulo de colesterol e sais pode provocar a formação de cálculos (pedras), desencadeando cólicas, inflamações e complicações que demandam atenção médica imediata.

    Com o avanço das tecnologias de imagem e das técnicas cirúrgicas, o diagnóstico e tratamento das doenças da vesícula estão mais avançados. A seguir, você vai entender as principais doenças, os sintomas e as formas de tratamento que fazem a diferença.

    O que é a vesícula biliar

    A vesícula biliar é um pequeno órgão em forma de pera que fica logo abaixo do fígado. Ela tem a função de armazenar e concentrar a bile, um líquido produzido pelo fígado que auxilia na digestão das gorduras.

    Quando a vesícula não consegue manter colesterol e sais solubilizados na bile, podem surgir cálculos biliares (popularmente chamadas “pedras”). Esses cálculos podem causar uma série de problemas ao órgão e ao sistema biliar.

    Principais doenças da vesícula biliar

    1. Colelitíase / Cólica biliar

    A colelitíase refere-se à presença de pedras na vesícula, e a cólica biliar é a dor típica que elas causam.

    • A dor aparece no lado direito superior do abdômen ou no meio da barriga, e pode irradiar para as costas ou para o ombro direito;
    • Geralmente surge após refeições gordurosas, mas também pode aparecer espontaneamente;
    • A dor aumenta gradualmente, atinge o pico em até uma hora e pode durar algumas horas;
    • Se persistir por mais de 6 horas, pode indicar complicações mais graves, como inflamação da vesícula;
    • Sintomas associados incluem náuseas e vômitos.

    Fatores de risco:

    • Sexo feminino (cerca de 3 vezes mais comum);
    • Colesterol e triglicérides elevados;
    • Obesidade;
    • Dietas pobres em fibras e hábitos intestinais lentos.

    2. Colecistite aguda (inflamação da vesícula)

    É a complicação mais frequente das pedras. Acontece quando um cálculo obstrui o canal da vesícula, provocando inflamação ou até infecção.

    Sintomas principais:

    • Dor intensa e contínua no lado direito do abdômen por mais de 6 horas;
    • Náuseas, vômitos e febre.

    Diagnóstico:

    • Exame físico: dor à palpação específica durante respiração profunda;
    • Exames laboratoriais: hemograma, marcadores hepáticos, bilirrubinas;
    • Ultrassonografia abdominal.

    Tratamento:

    • Jejum e hidratação por via endovenosa;
    • Analgésicos para alívio da dor;
    • Antibióticos (em caso de infecção);
    • Cirurgia (colecistectomia) programada.

    3. Coledocolitíase (pedra no canal biliar)

    Acontece quando uma pedra migra da vesícula para o ducto colédoco, canal que leva a bile ao intestino.

    Sintomas:

    • Dor tipo cólica semelhante à cólica biliar;
    • Icterícia flutuante (pele e olhos amarelados);
    • Urina escura e fezes claras.

    Diagnóstico:

    • Colangiopancreatografia retrógrada (CPRE), um exame endoscópico que permite visualizar e remover a pedra;
    • Colecistectomia posterior para prevenir recorrência do problema.

    4. Colangite (infecção das vias biliares)

    A obstrução dos dutos biliares pode facilitar a infecção bacteriana, o que pode levar a uma colangite.

    Sintomas:

    • Febre;
    • Dor no lado direito do abdômen;
    • Icterícia (pele e olhos amarelados);
    • Em casos graves, pode acontecer confusão mental e queda de pressão.

    Diagnóstico:

    • Avaliação clínica pelo médico, com histórico e sinais;
    • Exames laboratoriais de sangue: hemograma, função hepática, bilirrubinas;
    • Exames de imagem, como colangiografia ou ultrassonografia.

    Tratamento:

    • Antibióticos;
    • Correção da obstrução (remoção da pedra ou drenagem);
    • Programar colecistectomia.

    Diagnóstico das doenças da vesícula biliar

    O diagnóstico geralmente segue estas etapas:

    • Ultrassonografia abdominal: exame simples, sem radiação, muito eficaz para visualizar cálculos ou inflamações;
    • Exames laboratoriais: hemograma, função hepática, bilirrubinas, entre outros;
    • Exames específicos para obstrução: CPRE ou colangiografia quando houver suspeita de pedra no canal biliar ou colangite.

    Tratamentos disponíveis

    Analgésicos para controle da dor, enquanto se aguarda investigação ou cirurgia.

    Quando há complicações ou sintomas expressivos, a colecistectomia (remoção da vesícula) é indicada — frequentemente realizada por cirurgia videolaparoscópica.

    Em casos de colecistite aguda, além dos tratamentos já descritos, inclui-se: jejum, hidratação endovenosa, antibióticos e cirurgia posterior.

    Para coledocolitíase, além da cirurgia, pode ser usada CPRE para remoção da pedra no canal biliar.

    No caso de colangite, além do uso de antibióticos, deve-se resolver a obstrução para prevenir novas infecções, seguido da cirurgia definitiva.

    Leia mais: Novas metas de colesterol em 2025: valores mais rígidos para proteger seu coração

    Perguntas frequentes sobre doenças da vesícula biliar

    1. Toda pedra na vesícula biliar causa dor?

    Não. Muitas pessoas têm cálculos silenciosos, sem sintomas. A dor surge quando a pedra obstrui passagem ou causa inflamação.

    2. A vesícula biliar é essencial?

    Não. Ao removê-la, o corpo pode continuar a digestão da gordura com adaptações no fluxo da bile.

    3. Como é feita a cirurgia de retirada da vesícula biliar (colecistectomia)?

    Na maioria dos casos, é feita por laparoscopia, técnica minimamente invasiva com recuperação mais rápida.

    4. Posso prevenir as pedras da vesícula biliar?

    Sim, manter uma dieta rica em fibras, peso saudável, evitar excesso de gordura saturada e acompanhar o colesterol.

    5. A colangite é uma emergência?

    Sim. A combinação de febre, dor e icterícia é chamada de tríade de Charcot e exige atendimento imediato.

    6. Após a retirada da vesícula, posso comer gordura normalmente?

    Sim, mas em quantidades moderadas. O corpo se adapta, mas pode haver desconforto se exagerar.

    Confira: Intolerância à lactose: o que comer no dia a dia?

  • Dor abdominal: quais podem ser as causas desse sintoma tão frequente? 

    Dor abdominal: quais podem ser as causas desse sintoma tão frequente? 

    Quase todo mundo já sentiu um desconforto na barriga em algum momento da vida. A dor abdominal, uma das queixas mais comuns nos consultórios e prontos-socorros, pode surgir por motivos simples, como uma refeição pesada ou gases, mas também pode indicar problemas que exigem atenção médica imediata.

    A diferença entre uma dor passageira e uma situação grave está nos detalhes: intensidade, duração e sintomas associados. Por envolver diversos órgãos do corpo, o abdome é uma região onde muitas doenças diferentes podem se manifestar. Entender como ela aparece, o que a agrava e quando procurar ajuda é essencial para garantir um diagnóstico rápido e evitar complicações.

    O que é dor abdominal

    A dor abdominal é uma das queixas mais comuns em consultórios e prontos-socorros. Quase todo mundo já sentiu um desconforto na barriga em algum momento da vida, mas a intensidade, a duração e os sintomas associados podem mudar completamente o significado dessa dor.

    Ela pode ter causas simples, mas também pode indicar problemas que exigem atenção médica.

    O abdome é formado por um revestimento chamado peritônio, onde a dor pode se manifestar, e abriga diversos órgãos importantes, como estômago, fígado, vesícula biliar, intestinos, pâncreas, baço, rins e bexiga. Estruturas de outros sistemas, como útero e ovários, também podem causar dor nessa região.

    Tipos de dor abdominal

    Dor aguda

    Surge de forma súbita e dura menos de 7 dias. É responsável por até 10% das visitas aos prontos-socorros. Em geral, aparece rapidamente, pode ser intensa e, muitas vezes, vem acompanhada de náuseas, vômitos, febre ou alterações urinárias e intestinais.

    Pode estar relacionada a condições como:

    • Gastroenterite;
    • Cálculos na vesícula ou nos rins;
    • Apendicite;
    • Pancreatite aguda;
    • Diverticulite;
    • Aneurisma dissecante de aorta;
    • Gestação ectópica rota.

    Dor crônica

    É aquela que persiste por semanas ou meses, podendo ser contínua ou intermitente. Pode piorar após refeições, em momentos de estresse ou quando há doenças associadas.

    Costuma estar ligada a:

    • Gastrite;
    • Pancreatite crônica;
    • Síndrome do intestino irritável;
    • Doenças inflamatórias intestinais;
    • Isquemia mesentérica crônica.

    Como é avaliada a dor abdominal

    Para chegar ao diagnóstico, o médico precisa entender bem as características da dor, que fornecem pistas importantes sobre sua origem.

    Entre os aspectos observados estão:

    • Localização: onde começou e se houve mudança de lugar.
    • Tipo: se é cólica, queimação, pressão, dor difusa ou pontual.
    • Irradiação: se a dor se espalha para costas, ombros ou outras áreas.
    • Evolução: se começou de repente ou foi aumentando gradualmente.
    • Fatores de melhora ou piora: relação com alimentação, evacuação, posição ou uso de medicamentos.
    • Episódios anteriores: se já houve dores semelhantes no passado.
    • Histórico familiar: presença de doenças abdominais em familiares próximos.

    Sintomas que podem acompanhar a dor

    Além da dor, outros sinais ajudam o médico a entender o que está acontecendo. Podem estar presentes:

    • Náuseas e vômitos;
    • Febre;
    • Alteração do hábito intestinal (diarreia, prisão de ventre ou sangue nas fezes);
    • Sangue na urina ou dor ao urinar;
    • Perda de apetite ou emagrecimento;
    • Distensão abdominal ou excesso de gases.

    É importante lembrar que nem sempre a origem está no abdome em si. Problemas respiratórios, urinários, ginecológicos ou até condições metabólicas, como cetoacidose diabética, podem causar dor abdominal.

    Veja mais: Pedra nos rins (cálculo renal): quando os sintomas preocupam e como se prevenir

    Como o médico avalia

    O primeiro passo é uma boa história clínica, com descrição detalhada da dor e dos sintomas. Depois, o médico faz um exame físico completo, que não se limita ao abdome.

    Durante o exame abdominal, o médico observa:

    • Aspecto do abdome: presença de cicatrizes, distensão ou hérnias;
    • Ausculta: ruídos intestinais (presentes ou ausentes);
    • Palpação: pontos de sensibilidade, massas ou sinais de inflamação;
    • Manobras específicas: utilizadas em casos suspeitos de doenças características.

    Após essa etapa, podem ser solicitados exames complementares, como:

    • Exames laboratoriais: hemograma e testes de função hepática, pancreática ou renal, conforme a hipótese;
    • Exames de imagem: ultrassonografia, tomografia computadorizada ou, em casos específicos, a colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE). Esses exames ajudam a identificar as causas da dor e orientar o tratamento.

    Leia também: Adenomiose: o que é, sintomas, causas e tratamento

    Sinais de alerta

    Nem toda dor abdominal é grave, mas alguns sinais exigem atendimento médico imediato:

    • Febre ou vômitos persistentes;
    • Sangue nas fezes ou urina;
    • Perda de peso inexplicada;
    • Queda de pressão ou desmaios;
    • Dor recorrente que atrapalha as atividades do dia a dia.

    A dor abdominal pode variar de algo simples e passageiro a situações graves que exigem tratamento cirúrgico. Por isso, é essencial observar os sinais, entender as diferenças entre dor aguda e crônica, e buscar atendimento médico sempre que necessário.

    Perguntas frequentes sobre dor abdominal (FAQ)

    1. Toda dor abdominal precisa de atendimento médico?

    Nem sempre. Dores leves e passageiras costumam ser benignas, mas sintomas persistentes ou intensos devem ser avaliados por um médico.

    2. O que diferencia a dor abdominal aguda da crônica?

    A dor aguda surge de forma súbita e dura poucos dias; já a crônica pode persistir por semanas ou meses.

    3. A dor abdominal pode ser sinal de problema no coração?

    Sim. Embora incomum, infarto, aneurisma de aorta e problemas respiratórios podem se manifestar com dor na região abdominal.

    4. Quais exames ajudam a descobrir a causa da dor?

    Dependendo do caso, o médico pode solicitar ultrassonografia, tomografia, exames laboratoriais ou outros específicos.

    5. Dor abdominal com febre é perigosa?

    Pode ser. A presença de febre, vômitos persistentes ou sangue nas fezes é um sinal de alerta e requer avaliação imediata.

    6. O que pode causar dor abdominal depois das refeições?

    Podem estar envolvidas condições como gastrite, refluxo, problemas na vesícula biliar ou intolerâncias alimentares.

    7. Como prevenir dores abdominais recorrentes?

    Manter alimentação equilibrada, hidratação adequada, evitar excessos de álcool e gordura e controlar o estresse são medidas que ajudam a prevenir alguns tipos de dores abdominais.

    Confira: Infecção urinária: sintomas, causas e tratamento

  • Cansaço, dor e nevoeiro mental: como reconhecer a fibromialgia 

    Cansaço, dor e nevoeiro mental: como reconhecer a fibromialgia 

    Cansaço constante, dores espalhadas pelo corpo e noites mal dormidas são queixas comuns de quem vive com fibromialgia, uma condição crônica que afeta milhões de pessoas, principalmente mulheres. Mais do que uma simples dor muscular, trata-se de uma síndrome complexa, que interfere no sono, na memória e no bem-estar.

    Apesar de ainda não ter uma cura específica, a boa notícia é que há tratamento. Com diagnóstico correto e um plano de cuidado que combina exercícios, apoio psicológico e acompanhamento médico, é possível reduzir a dor, recuperar a energia e melhorar a qualidade de vida.

    O que é fibromialgia

    A fibromialgia (FM) é uma síndrome caracterizada por dor muscular crônica e difusa, que afeta diversas partes do corpo. É mais frequente em mulheres e costuma vir acompanhada de fadiga intensa, sono não reparador, dificuldades de memória e concentração (chamadas de “nevoeiro mental”), ansiedade e depressão.

    Esses sintomas podem dificultar as tarefas rotineiras e atrapalhar a vida profissional e social.

    Quais são as causas da fibromialgia

    Ainda não existe uma única causa identificada, mas a fibromialgia parece acontecer quando o sistema nervoso central amplifica os sinais de dor — ou seja, estímulos leves passam a ser percebidos como dolorosos.

    Entre os fatores que participam desse processo estão:

    • Alterações nos neurotransmissores, substâncias que transmitem sinais no cérebro;
    • Predisposição genética;
    • Estresse prolongado;
    • Infecções;
    • Problemas hormonais;
    • Lesões ou doenças inflamatórias prévias.

    Como a fibromialgia se manifesta

    Os sintomas variam, mas os mais comuns são:

    • Dor generalizada e contínua, em forma de dor muscular ou sensação de “queimação”;
    • Fadiga intensa, mesmo após dormir por longas horas;
    • Sono não reparador, com sensação de cansaço ao acordar;
    • Dificuldade de memória e concentração (“nevoeiro mental”);
    • Alterações de humor, como ansiedade e depressão;
    • Sensibilidade aumentada ao toque, com pontos dolorosos espalhados pelo corpo.

    A condição pode surgir gradualmente ou após um fator desencadeante, como trauma físico, infecção ou estresse intenso.

    Problemas associados

    A fibromialgia frequentemente aparece junto com outras síndromes de sensibilidade aumentada, como:

    • Síndrome do intestino irritável;
    • Bexiga hiperativa;
    • Enxaqueca crônica;
    • Dores na face (ATM);
    • Sensibilidade a cheiros fortes ou produtos químicos.

    Também é comum a associação com transtornos de humor, como ansiedade e depressão.

    Diagnóstico da fibromialgia

    O diagnóstico é clínico, feito pelo médico com base nos sintomas e no exame físico.

    De modo geral, considera-se fibromialgia quando há:

    • Dor difusa em várias regiões do corpo por mais de três meses;
    • Sensibilidade aumentada ao toque em diferentes áreas (os chamados tender points).

    Os exames de sangue e imagem costumam ser normais. O médico, no entanto, pode solicitar alguns testes para descartar outras doenças, como:

    • Exames de tireoide;
    • Marcadores de inflamação;
    • Dosagem de cálcio;
    • Avaliação da força muscular e, em alguns casos, pesquisa de infecções relacionadas.

    Tratamento: como aliviar os sintomas

    Não existe uma cura única para a fibromialgia, mas há muitas formas de controle. O tratamento é individualizado e combina medidas não medicamentosas, uso criterioso de medicamentos e apoio psicológico.

    1. Medidas não medicamentosas (fundamentais)

    • Educação sobre a doença: entender o que é a fibromialgia ajuda a lidar melhor com os sintomas;
    • Exercícios regulares: atividades leves, como caminhada, hidroginástica, alongamentos e exercícios aeróbicos, trazem grande alívio. O ideal é começar devagar e aumentar aos poucos;
    • Fisioterapia e reabilitação: ajudam a melhorar o movimento e a força muscular;
    • Tratamento do sono: manter rotinas fixas e adotar higiene do sono; o médico pode orientar ajustes ou terapias complementares;
    • Terapias psicológicas: a terapia cognitivo-comportamental (TCC) e técnicas de manejo do estresse reduzem o sofrimento emocional e melhoram o funcionamento;
    • Pacing (ritmo): aprender a dosar as atividades e intercalar períodos de descanso ajuda a evitar pioras bruscas de dor e cansaço.

    2. Medicamentos

    O uso de medicamentos deve sempre ser feito com orientação médica, avaliando benefícios e riscos. Podem ser indicadas:

    • Analgésicos;
    • Antidepressivos, que ajudam na regulação da dor e do humor;
    • Relaxantes musculares, para aliviar a rigidez.

    A escolha depende do perfil e das necessidades do paciente.

    Dicas práticas para o dia a dia

    • Mantenha horários regulares de sono e evite telas antes de dormir;
    • Faça atividade física regular, mesmo que leve;
    • Pratique relaxamento, como respiração, alongamento ou meditação;
    • Divida as tarefas e respeite os limites do corpo;
    • Busque apoio psicológico e, se possível, participe de grupos de apoio;
    • Converse com o médico sobre todos os sintomas e medicamentos usados.

    Confira: Alongamentos simples para aliviar dores musculares: veja quando e como praticar

    Perguntas frequentes sobre fibromialgia

    1. Fibromialgia é uma doença reumatológica ou psicológica?

    É uma síndrome de amplificação da dor, com origem no sistema nervoso central. Pode ter impacto físico e emocional, mas não é apenas psicológica.

    2. Quem tem fibromialgia sente dor o tempo todo?

    A dor costuma ser constante, mas varia de intensidade conforme o estresse, o sono e o nível de atividade física.

    3. A fibromialgia tem cura?

    Não existe cura definitiva, mas com tratamento adequado é possível controlar os sintomas e viver bem.

    4. O exercício físico piora a fibromialgia?

    Não. Quando feito de forma leve e progressiva, o exercício reduz a dor e melhora o sono e o humor.

    5. É possível trabalhar com fibromialgia?

    Sim, com ajustes de rotina e acompanhamento médico, a maioria das pessoas pode manter suas atividades normais.

    6. Remédios para depressão ajudam na fibromialgia?

    Sim. Alguns antidepressivos atuam também nos mecanismos da dor, melhorando o controle dos sintomas.

    7. O que piora a fibromialgia?

    Estresse, sono ruim, sedentarismo e excesso de esforço estão entre os principais fatores de piora.

    Leia também: Fisioterapia preventiva: cuidar antes da dor aparecer pode mudar sua saúde

  • Dor de cabeça: quando é normal e quando é sinal de alerta 

    Dor de cabeça: quando é normal e quando é sinal de alerta 

    Quem nunca sentiu dor de cabeça depois de um dia estressante ou de horas olhando para uma tela? A cefaleia, como é chamada pelos médicos, é um sintoma extremamente comum e, na maioria das vezes, benigno. Mesmo assim, é importante entender que nem toda dor é igual e que, em algumas situações, ela pode ser sinal de algo mais grave.

    Aprender a reconhecer os tipos de dor de cabeça e identificar os sinais de alerta ajuda a evitar preocupações desnecessárias e, ao mesmo tempo, garante que casos graves sejam detectados e tratados a tempo.

    Tipos de dor de cabeça

    As dores de cabeça se dividem em dois grandes grupos:

    • Cefaleias primárias: quando não há uma causa grave por trás. Essas são as mais comuns.
    • Cefaleias secundárias: quando a dor é consequência de outra condição, como infecção, trauma ou sangramento.

    A seguir, conheça os principais tipos de cefaleia primária, que representam a maioria dos casos.

    1. Cefaleia tensional

    É o tipo mais frequente de dor de cabeça e pode durar horas. Os sintomas são:

    • Dor dos dois lados da cabeça, em aperto ou pressão;
    • Intensidade leve a moderada;
    • Constante, mas não incapacitante;
    • Não piora com esforço físico;
    • Costuma aparecer no fim do dia, após estresse ou cansaço.

    Subtipos:

    • Episódica infrequente: menos de 1 dia por mês;
    • Episódica frequente: de 1 a 14 dias por mês;
    • Crônica: 15 dias ou mais por mês, e pode afetar bastante a qualidade de vida.

    2. Enxaqueca (ou migrânea)

    É menos comum, mas muito mais incapacitante. Veja os sintomas:

    • Dor geralmente de um lado só da cabeça, pulsátil ou latejante;
    • Intensidade moderada a forte;
    • Pode vir com náuseas, vômitos, sensibilidade à luz (fotofobia) e ao som (fonofobia);
    • Piora com esforço físico;
    • Dura entre 4 e 72 horas quando não tratada.

    As principais causas são histórico familiar, ciclo menstrual, cheiros fortes ou mudanças hormonais.

    Aura na enxaqueca

    Algumas pessoas sentem sintomas de aviso antes da dor, chamados de aura:

    • Pontos ou luzes brilhantes, visão borrada ou em zigue-zague;
    • Formigamento, dormência ou dificuldade para falar.

    Esses sinais costumam durar de 5 a 60 minutos e desaparecem antes do início da dor.

    3. Cefaleia em salvas

    É uma forma rara, mas extremamente dolorosa. Os principais sintomas são:

    • Dor muito forte, sempre de um lado só da cabeça, geralmente ao redor do olho;
    • Pode vir acompanhada de olho vermelho, lacrimejamento e nariz entupido ou escorrendo;
    • As crises são intensas e em série, deixando a pessoa agitada e inquieta;
    • Dura de 15 a 180 minutos;
    • Mais comum em homens, mas pode afetar mulheres.

    Esse tipo de dor de cabeça exige acompanhamento com neurologista.

    Diagnóstico das cefaleias

    O primeiro passo do médico é descartar causas secundárias, como infecções, trauma, sangramento ou uso excessivo de medicamentos. Quando nenhuma causa é identificada, define-se o tipo de cefaleia primária.

    O diagnóstico é baseado em:

    • História clínica detalhada: isso leva em conta características da dor, sintomas associados, histórico familiar;
    • Exame físico neurológico.

    Em casos típicos de cefaleias primárias, não é necessário realizar exames complementares. Exames como tomografia ou ressonância magnética são indicados apenas quando há sinais de alerta ou dúvidas diagnósticas.

    Tratamento das cefaleias primárias

    O tratamento varia conforme o tipo de dor e pode ter objetivo abortivo, que é o de aliviar a crise, ou preventivo, quando busca-se evitar a recorrência da dor.

    • Cefaleia tensional: uso de analgésicos ou anti-inflamatórios prescritos pelo médico;
    • Enxaqueca: além dos analgésicos, pode ser necessário tratamento dos sintomas associados (como náusea) e uso de medicações específicas. Se as crises forem frequentes, o médico pode indicar tratamento profilático para prevenção;
    • Cefaleia em salvas: o tratamento é feito com oxigênio e acompanhamento neurológico especializado.

    Leia mais: Exercícios para fortalecer a coluna: o guia completo para proteger sua postura e prevenir dores

    Quando a dor de cabeça pode ser grave

    As cefaleias secundárias são menos comuns, mas podem ser sinais de doenças sérias e até fatais. Procure atendimento médico imediato se houver:

    • Dor súbita e intensa, que atinge o auge em segundos (cefaleia em trovoada);
    • Dor acompanhada de febre, perda de peso ou rigidez no pescoço;
    • Início após os 50 anos;
    • Ocorrência em gestantes, mulheres no pós-parto ou pessoas com baixa imunidade;
    • Dor que piora com tosse, esforço ou mudança de posição;
    • Alterações visuais, confusão mental ou perda de consciência.

    Nesses casos, o médico pode solicitar exames de imagem, como ressonância magnética ou tomografia, para identificar a causa.

    Perguntas frequentes sobre dor de cabeça

    1. Toda dor de cabeça é perigosa?

    Não. A maioria é benigna e se enquadra nas cefaleias primárias, como a tensional ou a enxaqueca.

    2. Posso tratar a dor de cabeça em casa?

    Sim, quando o diagnóstico é de cefaleia primária. O médico pode indicar analgésicos simples e medidas de repouso e hidratação.

    3. O que fazer quando o remédio não alivia a dor?

    Se os sintomas persistirem ou piorarem, é importante consultar um neurologista para reavaliar o tipo de cefaleia e ajustar o tratamento.

    4. Existe cura para enxaqueca?

    Não há cura definitiva, mas existem tratamentos preventivos que reduzem a frequência e a intensidade das crises.

    5. Dor de cabeça com aura é perigosa?

    Nem sempre. A aura é um sintoma comum da enxaqueca, mas se for nova, intensa ou vier acompanhada de confusão ou perda de força, procure um médico.

    6. É normal ter dor de cabeça todos os dias?

    Não. Cefaleias diárias podem indicar forma crônica ou uso excessivo de medicamentos e precisam ser avaliadas.

    7. Quando devo procurar o hospital?

    Procure urgência médica se a dor for súbita, intensa ou vier acompanhada de febre, rigidez no pescoço, perda de visão ou desmaios.

    Leia também: 5 atividades físicas para quem tem problemas na coluna

  • Tem insônia? Veja o que fazer para voltar a dormir bem 

    Tem insônia? Veja o que fazer para voltar a dormir bem 

    Dormir é, talvez, a coisa mais importante para o equilíbrio físico e mental. Para muita gente, porém, essa tarefa se transforma em um desafio. Virar na cama, olhar o relógio e sentir o cansaço crescer sem conseguir pegar no sono é a realidade de quem sofre com insônia, o distúrbio do sono mais comum no mundo.

    Mais do que dormir mal de vez em quando, a insônia é uma condição clínica que pode comprometer o humor, a memória e até aumentar o risco de doenças como pressão alta, diabetes e depressão. Mas calma: ela tem tratamento. Entender as causas da insônia é o primeiro passo para recuperar noites tranquilas.

    O que é insônia

    A insônia acontece quando a pessoa tem dificuldade para adormecer, manter o sono ou quando acorda e não consegue dormir de novo. Ela se torna um problema de saúde quando ocorre pelo menos três vezes por semana, por três meses ou mais, mesmo com condições adequadas para dormir.

    Tipos de insônia

    • Insônia de curto prazo: dura algumas semanas e costuma surgir após situações de estresse, doenças ou mudanças importantes na vida. Pode desaparecer espontaneamente.
    • Insônia crônica: persiste por meses, sem estar ligada a um evento específico.

    Quem é mais afetado pela insônia

    A insônia pode atingir qualquer pessoa, mas é mais comum em:

    • Mulheres, principalmente após os 45 anos;
    • Pessoas com ansiedade, depressão ou dor crônica;
    • Quem consome muito café, álcool, cigarro ou faz uso de certos medicamentos;
    • Idosos, devido a doenças associadas e à redução da atividade física e social.

    Por que a insônia acontece

    A insônia geralmente resulta da combinação de três fatores:

    • Predisponentes: características pessoais, como tendência à preocupação, histórico familiar de sono ruim ou fatores genéticos;
    • Precipitantes: situações estressantes, doenças, uso de medicamentos ou mudanças bruscas de rotina;
    • Perpetuantes: hábitos que mantêm o problema, como passar muito tempo na cama sem dormir, cochilar demais durante o dia ou ficar ansioso pensando que não vai dormir.

    Como funciona o sono

    O sono é composto por ciclos que se repetem ao longo da noite:

    • W: vigília (quando ainda estamos acordados);
    • N1: início do sono, fase leve;
    • N2: sono mais estável;
    • N3: sono profundo, essencial para o descanso do corpo;
    • REM: fase dos sonhos, com atividade cerebral intensa.

    Quem sofre de insônia muitas vezes não consegue alcançar os estágios mais profundos e reparadores, o que compromete o descanso.

    Leia também: Como controlar o sono depois do almoço?

    Consequências da insônia

    Dormir mal afeta muito mais do que o humor. A insônia está associada a:

    • Maior risco de depressão e ansiedade;
    • Problemas de memória e concentração;
    • Doenças cardiovasculares, como hipertensão, infarto e derrame;
    • Aumento do risco de recaídas em pessoas com dependência de álcool.

    Diagnóstico da insônia

    Não existe um exame único para diagnosticar a insônia. O médico avalia o quadro por meio de entrevista clínica e análise de hábitos de sono, investigando:

    • Como e quando o sono é interrompido;
    • Consumo de cafeína, álcool ou medicamentos;
    • Presença de doenças associadas;
    • Consequências diurnas, como cansaço, irritação ou sonolência.

    Diários do sono e questionários específicos podem ajudar na avaliação. Em alguns casos, o médico solicita polissonografia para descartar outros distúrbios, como a apneia do sono.

    Tratamento da insônia

    O tratamento da insônia depende da causa, mas, na maioria das vezes, o primeiro passo não envolve remédios. O foco está em mudanças de comportamento e terapias.

    1. Higiene do sono

    • Ter horários regulares para dormir e acordar;
    • Evitar café, álcool e nicotina à noite;
    • Reduzir o uso de telas antes de dormir;
    • Manter o quarto escuro, silencioso e confortável.

    2. Terapia cognitivo-comportamental (TCC)

    • É o tratamento mais eficaz para a insônia;
    • Ajuda a mudar pensamentos negativos sobre o sono e criar novos hábitos.

    3. Técnicas específicas

    • Restrição do sono: limitar o tempo na cama para aumentar a pressão de sono;
    • Controle de estímulos: usar a cama apenas para dormir ou atividade sexual;
    • Técnicas de relaxamento: como respiração, meditação e relaxamento muscular.

    4. Medicamentos

    Há medicamentos que ajudam em quadros de insônia, mas devem ser usados somente com prescrição médica e são indicados por tempo limitado, quando outras medidas não bastam.

    Perguntas frequentes sobre insônia

    1. Dormir mal uma noite significa ter insônia?

    Não. A insônia é diagnosticada apenas quando as dificuldades para dormir acontecem três ou mais vezes por semana, por pelo menos três meses.

    2. Tomar remédio para dormir é perigoso?

    Pode ser, se usado sem orientação médica. Alguns medicamentos causam dependência e devem ser usados por tempo limitado.

    3. A insônia tem cura?

    Sim, especialmente quando o tratamento envolve mudanças de hábitos e terapia cognitivo-comportamental.

    4. Café e celular atrapalham o sono?

    Sim. A cafeína e a luz azul das telas reduzem a produção de melatonina, dificultando o adormecer.

    5. Idosos dormem menos porque querem?

    Não. O padrão de sono muda com a idade, e problemas médicos ou uso de remédios podem piorar a qualidade do sono.

    6. Exercício físico ajuda quem tem insônia?

    Sim. A prática regular de atividade física melhora a qualidade do sono, mas deve ser feita longe do horário de dormir.

    7. Quando procurar um especialista do sono?

    Se a dificuldade para dormir dura semanas ou meses e começa a prejudicar o dia a dia, é hora de buscar ajuda médica.

    Leia também: Higiene do sono: guia prático para dormir melhor e cuidar da saúde

  • Dor latejante e sensibilidade à luz? Pode ser enxaqueca

    Dor latejante e sensibilidade à luz? Pode ser enxaqueca

    Aquela dor forte de um lado da cabeça, que lateja e parece piorar a cada movimento, não é apenas uma dor de cabeça comum. Pode tratar-se de enxaqueca, um distúrbio neurológico que afeta milhões de pessoas, principalmente mulheres, e pode ser incapacitante.

    Caracterizada por crises intensas, náuseas, sensibilidade à luz, ao som e até aos cheiros, a enxaqueca interfere nas tarefas mais simples da rotina. Apesar de não ter cura definitiva, hoje existem tratamentos eficazes e medidas preventivas que ajudam a reduzir a frequência e a intensidade das crises.

    O que é enxaqueca

    A enxaqueca é uma dor de cabeça crônica e recorrente, considerada um distúrbio neurológico. Diferentemente das dores comuns, ela costuma ser intensa, pulsátil, afeta apenas um lado da cabeça e vem acompanhada de náuseas, vômitos, sensibilidade à luz (fotofobia), a sons (fonofobia) e até a cheiros fortes (osmofobia).

    É uma das queixas neurológicas mais frequentes nos consultórios e tem forte relação familiar, afetando frequentemente mais de uma pessoa na mesma família.

    Como acontecem as crises de enxaqueca

    As crises podem durar de 4 a 72 horas e costumam seguir quatro fases principais:

    1. Fase premonitória (ou pródromo)

    Surge horas ou dias antes da dor e pode incluir:

    • Bocejos repetidos;
    • Alterações de humor;
    • Dificuldade de concentração;
    • Rigidez na nuca;
    • Fadiga;
    • Desejo por certos alimentos.

    2. Aura (nem todos apresentam)

    Cerca de 1 em cada 3 pessoas com enxaqueca tem aura, um fenômeno neurológico temporário que ocorre antes ou durante a dor.

    • O tipo mais comum é a aura visual, com pontos brilhantes, linhas em zigue-zague, borrões ou visão turva;
    • Também pode acontecer formigamento, dormência, dificuldade para falar ou desequilíbrio;
    • Dura de 5 a 60 minutos e desaparece completamente.

    3. Cefaleia (fase da dor)

    É a fase mais marcante:

    • Dor forte e latejante, geralmente em um lado da cabeça;
    • Piora com esforço físico ou movimentos da cabeça;
    • Costuma vir acompanhada de náuseas, vômitos, sensibilidade à luz, sons e cheiros fortes;
    • Em crises intensas, a pessoa pode não conseguir fazer tarefas diárias.

    4. Pósdromo (a “ressaca” da enxaqueca)

    Após a dor, é comum sentir:

    • Cansaço;
    • Dificuldade de concentração;
    • Sonolência;
    • Sensibilidade a barulhos.

    Quanto mais intensa a crise, mais evidentes tendem a ser esses sintomas.

    O que causa a enxaqueca

    A enxaqueca é causada pela ativação do sistema trigeminovascular, um conjunto de terminações nervosas ao redor dos vasos sanguíneos e das meninges, as membranas que envolvem o cérebro.

    Quando ativadas, essas estruturas enviam sinais de dor desencadeados por fatores mecânicos, químicos ou inflamatórios.

    Isso gera a dor latejante característica, frequentemente acompanhada de náusea, sensibilidade à luz e ao som. A história familiar é comum, e a enxaqueca tem base genética — geralmente herdada por múltiplos genes.

    Diagnóstico da enxaqueca

    O diagnóstico da enxaqueca é clínico, ou seja, feito a partir da história e dos sintomas relatados pelo paciente.

    Para confirmar enxaqueca sem aura, geralmente é necessário ter pelo menos cinco crises com características típicas:

    • Dor com duas ou mais das seguintes características:
      • Unilateral;
      • Pulsátil;
      • Intensidade moderada a forte;
      • Piora com esforço físico.
    • Duração: de 4 a 72 horas (sem tratamento ou sem resposta ao tratamento);
    • Presença de pelo menos um dos sintomas:
      • Náusea e/ou vômitos;
      • Sensibilidade à luz e/ou ao som.

    Em casos atípicos, como primeira crise intensa, crises diferentes das habituais, sintomas neurológicos persistentes ou enxaqueca após trauma, o médico pode solicitar ressonância magnética ou outros exames para descartar outras causas secundárias.

    Fatores que pioram ou melhoram a enxaqueca

    Fatores que podem desencadear ou agravar as crises

    • Estresse e ansiedade;
    • Jejum prolongado;
    • Alterações hormonais (em mulheres);
    • Mudanças de sono (poucas horas ou horários irregulares);
    • Alimentos e bebidas específicos, como álcool, excesso de cafeína ou adoçante aspartame.

    Fatores que ajudam na prevenção

    • Dormir bem e em horários regulares;
    • Manter boa hidratação;
    • Praticar atividade física regularmente;
    • Alimentar-se de forma equilibrada.

    Veja também: Fisioterapia preventiva: cuidar antes da dor aparecer pode mudar sua saúde

    Tratamento da enxaqueca

    Embora não tenha cura definitiva, a enxaqueca pode ser controlada. O tratamento combina medidas não medicamentosas e remédios.

    1. Medidas não medicamentosas

    • Ter rotina regular de sono, refeições e exercícios;
    • Evitar jejum;
    • Praticar técnicas de relaxamento, atenção plena ou ioga;
    • Controlar o consumo de cafeína, evitando tanto o excesso quanto a abstinência brusca.

    2. Tratamento das crises

    O tratamento das crises é feito durante a dor, geralmente com:

    • Analgésicos comuns e anti-inflamatórios;
    • Medicações específicas para enxaqueca;
    • Antieméticos, que ajudam a aliviar náuseas e vômitos.

    3. Tratamento preventivo (profilático)

    Indicado quando:

    • Há três ou mais crises por mês por pelo menos três meses;
    • As crises são muito incapacitantes;
    • As medicações não trazem alívio ou causam efeitos colaterais.

    Os medicamentos usados na prevenção podem incluir fármacos para pressão arterial, antidepressivos ou anticonvulsivantes, sempre com prescrição médica.

    Novos tratamentos, como injeções mensais de anticorpos monoclonais ou o uso de toxina botulínica em pontos específicos da cabeça e pescoço, também podem ser considerados.

    Perguntas frequentes sobre enxaqueca

    1. Enxaqueca é uma doença hereditária?

    Sim. Existe forte componente genético, e muitas vezes mais de uma pessoa da mesma família apresenta o problema.

    2. Toda dor de cabeça forte é enxaqueca?

    Não. A enxaqueca tem características específicas, como dor pulsátil, em um lado da cabeça, e acompanhada de náuseas e sensibilidade à luz ou ao som.

    3. Enxaqueca tem cura?

    Não existe cura definitiva, mas há tratamentos eficazes que reduzem a frequência e a intensidade das crises.

    4. Quem tem enxaqueca pode usar analgésicos comuns?

    Sim, mas o uso frequente sem orientação médica pode causar cefaleia por abuso de analgésicos. O ideal é seguir tratamento personalizado.

    5. O que é enxaqueca com aura?

    É quando surgem sintomas neurológicos antes da dor, como visão borrada, luzes piscando ou formigamento.

    6. Exercício físico ajuda ou piora a enxaqueca?

    Durante a crise pode piorar, mas a prática regular ajuda a prevenir novas crises.

    7. Quando procurar um neurologista?

    Se as dores forem frequentes, muito intensas ou não melhorarem com os medicamentos usuais, é hora de buscar avaliação especializada.

    Leia mais: Como evitar dores ao usar computador e celular: um guia prático de ajustes na rotina

  • Anemia carencial: o que acontece quando faltam nutrientes no sangue 

    Anemia carencial: o que acontece quando faltam nutrientes no sangue 

    Cansaço sem explicação, palidez e tontura são sinais comuns da anemia, uma condição que reduz a capacidade do sangue de levar oxigênio ao corpo. Em muitos casos, o problema tem origem simples, mas impacta profundamente a saúde — trata-se da anemia carencial, causada pela falta de nutrientes essenciais.

    Ela é mais frequente em crianças pequenas, mulheres em idade fértil e gestantes, e pode provocar consequências sérias, como fraqueza intensa, dificuldades na gravidez, atraso no crescimento infantil e até problemas de memória e aprendizado.

    O que é anemia

    A anemia acontece quando o sangue tem menos glóbulos vermelhos ou hemoglobina do que o normal.

    A hemoglobina é a proteína que dá a cor vermelha ao sangue e transporta oxigênio para todas as partes do corpo. Quando ela está baixa, os tecidos não recebem oxigênio suficiente, e o organismo começa a dar sinais de alerta.

    O que é anemia carencial

    A anemia carencial ocorre quando falta algum nutriente essencial para a produção de glóbulos vermelhos. Os principais são:

    • Ferro;
    • Vitamina B12;
    • Ácido fólico (vitamina B9).

    Cada tipo tem causas, sintomas e tratamentos diferentes, mas todas têm em comum a redução da oxigenação do corpo.

    Tipos de anemia carencial

    1. Anemia ferropriva (falta de ferro)

    É o tipo mais comum de anemia no mundo. O ferro é indispensável para formar a hemoglobina — sem ele, o sangue não consegue transportar oxigênio adequadamente.

    Causas mais comuns:

    • Dieta pobre em ferro: como em casos de desnutrição ou vegetarianismo sem orientação;
    • Perdas de sangue: menstruação intensa, sangramentos no estômago ou intestino;
    • Gravidez e crescimento infantil: maior demanda de ferro;
    • Má absorção intestinal: em doenças como gastrite atrófica, doença celíaca ou após cirurgia bariátrica.

    Sintomas:

    • Palidez;
    • Cansaço e fraqueza;
    • Tontura e dor de cabeça;
    • Alterações nas unhas (em formato de colher);
    • Inflamação nos cantos da boca.

    2. Anemia por deficiência de vitamina B12

    A vitamina B12 é encontrada apenas em alimentos de origem animal (carne, ovos, leite, fígado). Ela é fundamental para a formação do DNA das células do sangue e para o bom funcionamento do sistema nervoso.

    Causas mais comuns:

    • Dieta sem produtos animais: veganismo sem suplementação adequada;
    • Problemas de absorção: gastrite atrófica, cirurgia bariátrica ou anemia perniciosa, doença autoimune;
    • Envelhecimento: idosos têm menor acidez estomacal e absorvem menos vitamina B12.

    Sintomas:

    • Palidez e cansaço;
    • Dormência ou formigamento em mãos e pés;
    • Alterações de memória e humor;
    • Língua lisa e dolorida.

    3. Anemia por deficiência de ácido fólico (vitamina B9)

    O ácido fólico, ou folato, é encontrado em vegetais verde-escuros, feijões, frutas cítricas e cereais fortificados. Assim como a B12, ele é importante para a formação do DNA e das células do sangue.

    A falta é mais comum em:

    • Gestantes (maior necessidade de folato durante a gravidez);
    • Pessoas com dieta pobre em verduras e legumes;
    • Quem consome álcool em excesso.

    Sintomas:

    • Palidez, cansaço e falta de ar;
    • Irritabilidade;
    • Em gestantes, aumenta o risco de malformações do tubo neural nos bebês.

    Como é feito o diagnóstico

    O exame mais comum para detectar anemia é o hemograma, que mostra:

    • Nível de hemoglobina;
    • Número e tamanho dos glóbulos vermelhos;
    • Alterações que indicam qual nutriente pode estar em falta.

    Outros exames complementares ajudam a confirmar o tipo de deficiência:

    • Ferritina: mede as reservas de ferro no corpo;
    • Vitamina B12 e ácido fólico: avaliam os níveis dessas vitaminas no sangue.

    Tratamento da anemia carencial

    O tratamento depende do nutriente em falta:

    • Ferro: suplementação oral com comprimidos ou, nos casos graves, aplicação intravenosa;
    • Vitamina B12: suplementação oral ou por injeções, conforme a causa;
    • Ácido fólico (B9): comprimidos diários de suplementação.

    Além disso, é essencial tratar a causa da deficiência, como sangramentos, problemas de absorção intestinal ou dieta inadequada.

    Leia mais: Deficiências nutricionais em adultos: aprenda a identificar sinais no dia a dia e prevenir riscos

    Como prevenir a anemia carencial

    A boa notícia é que a maioria dos casos pode ser evitada com alimentação equilibrada:

    • Fontes de ferro: carnes, feijão, lentilha e folhas verdes;
    • Fontes de vitamina B12: carnes, ovos e leite;
    • Fontes de folato: verduras, frutas cítricas e leguminosas.

    Outras recomendações importantes:

    • Gestantes devem receber suplementação de ferro e ácido fólico conforme orientação médica;
    • Pessoas veganas precisam suplementar vitamina B12 obrigatoriamente.

    Confira: Vitamina B12: o que é, para que serve e como identificar carência ou excesso

    Perguntas frequentes sobre anemia carencial

    1. A anemia carencial é grave?

    Depende do grau e da causa. Quando tratada precocemente, tem boa recuperação, mas, sem tratamento, pode causar complicações sérias.

    2. É possível ter anemia mesmo comendo bem?

    Sim. Problemas de absorção intestinal, cirurgias ou doenças crônicas podem dificultar o aproveitamento dos nutrientes.

    3. Qual é o exame que detecta anemia?

    O hemograma é o principal exame, mas pode ser complementado com dosagens de ferro, ferritina, B12 e ácido fólico.

    4. A anemia causa tontura e falta de ar?

    Sim. A falta de oxigênio nos tecidos faz o corpo trabalhar mais, o que pode causar cansaço, tontura e falta de ar.

    5. Crianças podem ter anemia carencial?

    Sim. É comum em crianças pequenas devido ao rápido crescimento e à necessidade aumentada de ferro.

    6. Vegetarianos sempre têm anemia?

    Não necessariamente. Com uma dieta bem planejada e suplementação de vitamina B12, é possível evitar deficiências.

    Leia também: Delivery saudável: nutricionista dá dicas para escolher bem

  • Infecção urinária: sintomas, causas e tratamento 

    Infecção urinária: sintomas, causas e tratamento 

    Uma ardência toda vez que vai ao banheiro, uma vontade constante de urinar mesmo com a bexiga quase vazia e aquela sensação incômoda de que algo não vai bem é um sinal de alerta. Esses são alguns dos sintomas mais comuns da infecção urinária, uma condição que afeta milhões de pessoas todos os anos e que, embora seja tratável, pode se tornar grave se não for identificada a tempo.

    Mais frequente em mulheres, mas também presente em homens, idosos e crianças, a infecção do trato urinário (ITU) ocorre quando bactérias indesejadas invadem o sistema urinário.

    O problema pode atingir diferentes partes do corpo — da bexiga aos rins — e exige atenção médica para evitar complicações. Com diagnóstico correto e alguns cuidados, dá para tratar e até prevenir novos episódios.

    O que é infecção urinária

    A infecção do trato urinário acontece quando microrganismos — principalmente bactérias — invadem o sistema urinário, que inclui uretra, bexiga, rins e próstata.

    É uma das infecções mais comuns na prática médica e pode variar de quadros leves a infecções graves, dependendo da região afetada.

    Tipos de infecção urinária

    As infecções urinárias são divididas em dois grandes grupos:

    • Trato urinário baixo: inclui cistites (bexiga), uretrites (uretra) e prostatites (próstata);
    • Trato urinário alto: envolve pielonefrites (infecções nos rins) e abscessos ao redor dos rins.

    Quem tem mais risco de infecção urinária

    A infecção urinária pode afetar qualquer pessoa, mas é mais frequente em alguns grupos:

    • Mulheres jovens: quase 50% terão ao menos um episódio de ITU ao longo da vida. Isso ocorre por causa da uretra curta e da proximidade com a região genital;
    • Idosos: têm risco aumentado, especialmente se usam sondas urinárias ou apresentam alterações anatômicas;
    • Gestantes: as mudanças hormonais e anatômicas durante a gravidez favorecem o surgimento da infecção;
    • Crianças: até 1 ano de idade, é mais comum em meninos por malformações congênitas. Depois, passa a ser mais frequente em meninas;
    • Pessoas com cateteres urinários: o uso prolongado de sondas vesicais facilita a entrada de microrganismos.

    Como a infecção acontece

    Na maioria dos casos, a bactéria Escherichia coli — que vive naturalmente no intestino — é a principal responsável. Ela pode migrar da região anal para a uretra, subir até a bexiga e, em casos mais graves, alcançar os rins.

    Outros microrganismos também podem causar infecção urinária, principalmente em quem usa cateteres ou tem obstruções no trato urinário.

    Sintomas da infecção urinária

    Os sinais variam conforme a região afetada:

    Infecção do Trato Urinário baixa (cistite)

    • Ardência ou dor ao urinar;
    • Vontade de urinar várias vezes;
    • Urgência para urinar;
    • Dor na parte baixa do abdômen;
    • Urina com sangue em alguns casos.

    Infecção do Trato Urinário alta (pielonefrite)

    • Febre alta;
    • Calafrios;
    • Dor nas costas ou na lombar;
    • Náuseas e vômitos;
    • Pode ocorrer junto com sintomas de cistite.

    Em crianças

    A dor abdominal pode ser o principal sintoma.

    Em pessoas com cateteres

    A infecção pode ser assintomática ou apresentar sinais discretos, como febre sem causa aparente, urina turva ou queda no estado geral.

    Diagnóstico da infecção urinária

    O diagnóstico é feito pelo médico com base em sinais, sintomas e exames de urina:

    • Urina tipo I e fita reagente (dipstick): mostram aumento de leucócitos, nitrito positivo e presença de bactérias;
    • Urocultura: confirma a infecção e identifica qual bactéria está causando o problema;
    • Antibiograma: mostra a quais antibióticos a bactéria é sensível, garantindo melhor resposta ao tratamento.

    Em casos complicados ou de repetição, podem ser solicitados exames de imagem, como ultrassom ou tomografia.

    Tratamento da infecção urinária

    A base do tratamento é o uso de antibióticos, escolhidos de acordo com cada caso e com o resultado dos exames.

    • Em infecções leves ou não complicadas, o tratamento pode ser feito em casa, com melhora dos sintomas em até 48 horas;
    • Se não houver melhora, ou se os sintomas forem graves, pode ser necessária internação hospitalar, especialmente em pielonefrites complicadas;
    • Em pacientes com cateteres, é essencial retirar ou trocar o dispositivo, além de tratar com antibióticos.

    Quando não tratar

    Existe uma condição chamada bacteriúria assintomática, em que há bactérias na urina, mas sem sintomas. Nesses casos, o tratamento geralmente não é necessário, exceto em situações especiais, como:

    • Gestantes;
    • Antes de cirurgias urológicas;
    • Pacientes com imunidade muito baixa;
    • Transplantados recentes.

    Como prevenir a infecção urinária

    Alguns hábitos ajudam a reduzir o risco de infecção urinária, principalmente em mulheres com episódios recorrentes:

    • Beber bastante líquido;
    • Urinar com frequência e não segurar a urina;
    • Urinar logo após a relação sexual;
    • Evitar espermicidas como método contraceptivo;
    • Manter boa higiene íntima, lavando sempre de frente para trás;
    • Evitar o uso desnecessário de sondas urinárias.

    Em casos de infecções repetidas, o médico pode indicar antibióticos em doses preventivas ou estratégias comportamentais específicas.

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    Perguntas frequentes sobre infecção urinária

    1. Infecção urinária passa de uma pessoa para outra?

    Não. A infecção urinária não é contagiosa, mas pode surgir após relações sexuais devido à contaminação local.

    2. Beber muita água ajuda a curar a infecção?

    A hidratação ajuda a eliminar bactérias pela urina e aliviar sintomas, mas não substitui o uso de antibióticos.

    3. Posso tratar infecção urinária com remédio natural?

    Não é recomendado. Somente antibióticos indicados pelo médico tratam efetivamente a infecção.

    4. Toda dor ao urinar é infecção urinária?

    Nem sempre. Outras condições, como cálculos renais ou irritações vaginais, podem causar sintomas parecidos.

    5. Infecção urinária pode causar febre?

    Sim, especialmente nas pielonefrites (infecção nos rins), que costumam provocar febre alta e dor nas costas.

    6. É normal a infecção urinária voltar com frequência?

    Reinfecções são comuns, principalmente em mulheres. O médico pode investigar fatores anatômicos ou comportamentais e indicar tratamento preventivo.

    7. Como saber se a infecção urinária chegou aos rins?

    Quando há febre alta, calafrios e dor lombar intensa, é sinal de que a infecção pode ter atingido os rins. Nesse caso, procure atendimento médico imediato.

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  • Hirsutismo: saiba mais sobre a condição que causa excesso de pelos em mulheres

    Hirsutismo: saiba mais sobre a condição que causa excesso de pelos em mulheres

    Encontrar pelos escuros no queixo, abdômen ou peito pode ser motivo de preocupação, especialmente quando eles aparecem em locais típicos de crescimento masculino. Esse quadro tem nome: hirsutismo.

    Embora muitas pessoas o associem apenas à estética, o hirsutismo é, na verdade, um sinal clínico que pode indicar alterações hormonais nas mulheres e merece avaliação médica. Entenda o que está por trás do problema, como é feito o diagnóstico e quais são os meios de fazer o tratamento.

    O que é hirsutismo

    O hirsutismo é o crescimento de pelos grossos e escuros (pelos terminais) em mulheres, em áreas onde normalmente os homens têm pelos, como:

    • Face;
    • Tórax;
    • Linha do abdômen;
    • Costas e região lombar;
    • Glúteos;
    • Parte interna das coxas;
    • Região genital externa.

    É diferente da hipertricose, em que o aumento de pelos ocorre de forma difusa e sem seguir o padrão masculino.

    Por que o hirsutismo acontece

    O hirsutismo está ligado à ação de hormônios androgênios (como a testosterona), que estimulam o folículo piloso e transformam o pelo fino e claro (velo) em um pelo grosso, escuro e longo.

    Essa resposta varia de pessoa para pessoa e depende de dois fatores:

    • Quantidade de androgênios circulantes no corpo;
    • Sensibilidade dos folículos a esses hormônios.

    Por isso, mulheres diferentes podem ter graus distintos de hirsutismo mesmo com níveis hormonais parecidos.

    Além disso, fatores étnicos influenciam: mulheres de ascendência mediterrânea, por exemplo, tendem a ter maior predisposição.

    O hirsutismo é uma doença?

    Não necessariamente. O hirsutismo não é uma doença, mas sim um sinal clínico que pode aparecer isoladamente ou estar relacionado a diferentes condições.

    As principais causas são:

    • Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP): é a causa mais comum, associada a alterações hormonais, ovulação irregular e resistência à insulina;
    • Hiperandrogenismo idiopático: leve excesso de hormônios androgênios mesmo com ciclos menstruais normais;
    • Hirsutismo idiopático: sem alteração hormonal, mas com folículos mais sensíveis;
    • Hipotireoidismo: pode aumentar a disponibilidade de testosterona no corpo;
    • Hiperplasia adrenal congênita (forma não clássica): alteração genética que interfere na produção hormonal;
    • Síndrome de Cushing ou tumores produtores de androgênios (ovarianos ou adrenais): causas raras, mas importantes;
    • Medicamentos: como esteroides anabolizantes, anticonvulsivantes, corticoides, antidepressivos e alguns antipsicóticos.

    Diagnóstico de hirsutismo

    O diagnóstico começa com uma avaliação clínica detalhada e exame físico. Um dos métodos mais usados é a escala de Ferriman-Gallwey, que atribui pontuações de 0 a 4 para o crescimento de pelos em nove áreas do corpo.

    O médico também pode solicitar:

    • Exames hormonais (como testosterona e outros androgênios);
    • Exames de imagem, para investigar ovários e glândulas adrenais;
    • Avaliação da função da tireoide.

    Esses exames ajudam a descobrir se o hirsutismo é isolado ou faz parte de uma condição hormonal.

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    Tratamento do hirsutismo

    O tratamento depende da causa identificada e pode envolver:

    1. Tratamento da causa de base

    Quando há uma condição associada — como a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) ou hipotireoidismo —, o tratamento adequado ajuda a controlar o excesso de pelos.

    2. Medidas cosméticas

    Métodos como depilação com lâmina, cera ou cremes depilatórios são opções simples. Já técnicas mais duradouras, como laser e luz pulsada, podem oferecer resultados mais permanentes.

    3. Tratamento com remédios

    Em alguns casos, o médico pode indicar remédios que reduzem a produção ou a ação dos hormônios androgênios. Esses tratamentos exigem acompanhamento médico e podem levar meses para apresentar resultados visíveis.

    O acompanhamento deve ser feito com dermatologista ou ginecologista, que definirão a melhor estratégia de acordo com o quadro de cada paciente.

    Perguntas frequentes sobre hirsutismo

    1. Hirsutismo é o mesmo que ter muitos pelos?

    Não. O hirsutismo é o crescimento de pelos grossos e escuros em áreas típicas masculinas. Já a hipertricose é o aumento difuso de pelos em qualquer parte do corpo.

    2. O excesso de pelos sempre indica doença?

    Nem sempre. Pode ser apenas uma característica genética, mas deve ser avaliado para descartar alterações hormonais.

    3. Laser e luz pulsada eliminam o problema?

    Essas técnicas reduzem o crescimento dos pelos, mas, se a causa for hormonal, o tratamento precisa ser combinado com acompanhamento médico.

    4. O hirsutismo tem cura?

    Depende da causa. Quando está ligado a fatores hormonais controláveis, como SOP, o quadro pode melhorar bastante com tratamento.

    5. Pílula anticoncepcional ajuda?

    Alguns anticoncepcionais podem reduzir os níveis de androgênios e, portanto, ajudar no controle dos pelos. Mas o uso deve ser prescrito por um médico.

    6. É possível tratar em casa?

    Não. Embora medidas cosméticas ajudem no controle estético, o diagnóstico e o tratamento das causas exigem acompanhamento profissional.

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