Autor: Dra. Gabriela Capareli

  • Melasma: o que é, causas, sintomas e como tratar

    Melasma: o que é, causas, sintomas e como tratar

    Afetando cerca de 35% das mulheres brasileiras em idade reprodutiva, o melasma é uma condição de pele caracterizada pelo surgimento de manchas escuras, acastanhadas ou amarronzadas, que aparecem principalmente nas áreas mais expostas ao sol, como o rosto, o colo e os antebraços.

    Apesar de ser benigna e não indicar riscos para a saúde, o melasma pode causar grande desconforto estético e emocional — e requer acompanhamento dermatológico e cuidados contínuos no dia a dia, já que tende a retornar com facilidade. Vem entender mais os detalhes sobre a condição!

    O que é melasma?

    O melasma é uma condição crônica da pele caracterizada por manchas escuras ou acastanhadas que surgem, principalmente, nas bochechas, testa, nariz e buço.

    Elas têm bordas bem definidas e formato irregular, e podem variar de intensidade conforme o tipo de pele e o nível de exposição solar. As manchas acontecem em função do aumento da produção de melanina, pigmento responsável pela cor da pele, cabelo e olhos.

    Vale ressaltar que o melasma não causa dor, coceira ou descamação — e nem representa risco de câncer, de acordo com a dermatologista Gabriela Capareli. No entanto, as manchas podem afetar profundamente a autoconfiança e o bem-estar emocional de quem convive com a condição.

    Causas do melasma

    A causa exata do melasma ainda não é totalmente compreendida, mas Gabriela e a Sociedade Brasileira de Dermatologia apontam especialmente os seguintes fatores:

    • Predisposição genética: histórico familiar aumenta a tendência.
    • Exposição solar e luz visível: estimulam melanina e agravam as manchas; mesmo pequenas exposições (dirigir, caminhar) pioram o quadro.
    • Alterações hormonais: comum na gravidez (cloasma), com anticoncepcionais e TRH.
    • Estresse e sono ruim: elevação do cortisol pode desregular melanócitos.
    • Calor e inflamações: saunas, banhos muito quentes e inflamação cutânea podem desencadear/escurecer manchas.

    Quais os sintomas do melasma?

    • Manchas acastanhadas/amarronzadas;
    • Formato irregular e muitas vezes simétrico (em ambos os lados da face);
    • Localização predominante na face (bochechas, testa, nariz, lábio superior);
    • Possibilidade em áreas expostas (braços, pescoço e colo – melasma extrafacial).

    As manchas tendem a intensificar no verão e clarear no inverno. Em casos mais profundos, podem ter coloração acinzentada.

    O que piora o melasma?

    • Exposição solar sem proteção (inclusive em dias nublados);
    • Calor excessivo (saunas, banhos muito quentes, cozinhas industriais);
    • Tratamentos agressivos (peelings profundos, lasers inadequados);
    • Uso incorreto de clareadores/ácidos;
    • Falta de fotoproteção diária;
    • Uso contínuo de anticoncepcionais hormonais;
    • Estresse, sono irregular e dieta pró-inflamatória.

    Até entrar em um carro muito quente pode piorar as manchas. O acompanhamento com dermatologista é essencial para definir a melhor conduta.

    Como é feito o diagnóstico?

    O diagnóstico é clínico. Na maioria dos casos, o dermatologista identifica pela avaliação direta da pele; quando necessário, utiliza dermatoscopia.

    Classificação:

    • Epidérmico: superficial, responde melhor.
    • Dérmico: mais profundo, mais resistente.
    • Misto: pigmentação em múltiplas camadas.

    A definição do tipo orienta o tratamento e evita procedimentos que possam agravar o quadro.

    Tratamentos de melasma

    O plano terapêutico é individualizado e combina rotina, histórico de tratamentos, hábitos e possíveis alergias. A base é fotoproteção rigorosa (UV e luz visível) e, quando indicado, clareadores e procedimentos.

    Fotoproteção

    • Uso contínuo de protetor com FPS ≥ 50 e filtro com cor (protege também da luz visível);
    • Reaplicar a cada 4 horas, inclusive em ambientes internos;
    • Barreiras físicas: viseiras, chapéus, óculos; proteção corporal também;
    • Queimaduras em outras áreas do corpo podem induzir inflamação sistêmica e piorar o melasma.

    Clareadores tópicos

    Atuam inibindo a tirosinase e/ou acelerando a renovação celular. Opções comuns (conforme SBD): hidroquinona, ácido glicólico, retinoico e azeláico. Resultados geralmente começam a aparecer em ~2 meses. A combinação é frequente, mas o excesso irrita e pode gerar rebote.

    Peelings químicos

    • Superficiais (glicólico, mandélico, lático): bons para peles sensíveis e clareamento gradual;
    • Médios (retinoico, TCA): uso cauteloso, atingem camadas mais profundas;
    • Combinados: associações de ácidos/antioxidantes.

    Em geral, 3–6 sessões mensais. Fotoproteção rigorosa no pós-procedimento é obrigatória.

    Laser e Luz Intensa Pulsada (LIP)

    Podem fragmentar o pigmento e acelerar o clareamento. Nem todo laser é indicado para melasma: o calor pode escurecer a área. Indicação e parâmetros devem ser definidos por dermatologista experiente.

    Microagulhamento

    Microperfura a pele para induzir colágeno e facilitar a penetração de clareadores (drug delivery). Exige avaliação criteriosa quanto a tipo de pele, profundidade e histórico.

    Melasma tem cura?

    Não há cura definitiva. É crônico e recidivante, mas pode ser mantido sob controle com tratamento contínuo, disciplina e seguimento dermatológico — deixando as manchas quase imperceptíveis por longos períodos.

    Como prevenir o melasma?

    • Protetor diário FPS 50+ com proteção UVA/UVB/IV/luz visível (preferir com cor);
    • Reaplicar a cada 3–4 horas e sempre que suar/lavar o rosto;
    • Barreiras físicas: chapéus, viseiras, óculos; roupas com proteção UV;
    • Buscar sombra/guarda-sóis; evitar sol direto, especialmente 10h–16h;
    • Alimentação anti-inflamatória, manejo do estresse e sono de qualidade;
    • Evitar anticoncepcionais hormonais sem orientação médica.

    Veja também: Espinhas na vida adulta: entenda as causas os principais tratamentos

    Perguntas frequentes

    O melasma aparece só no rosto?

    Não. Embora a face seja a área mais afetada, pode surgir em pescoço, colo e braços (melasma extrafacial), geralmente mais resistente. A fotoproteção corporal é indispensável.

    Como saber se é melasma ou outro tipo de mancha?

    O diagnóstico é clínico/dermatoscópico. Outras manchas (acne pós-inflamatória, queimaduras, dano solar, lentigos) podem confundir. Em casos complexos, a luz de Wood ajuda a estimar a profundidade do pigmento.

    Grávidas podem tratar o melasma?

    O cloasma gravídico é comum. Na gestação, evitar procedimentos agressivos; o foco é fotoproteção rigorosa (filtros com cor, barreiras físicas). Após o parto/amamentação, o dermatologista pode introduzir clareadores e peelings suaves.

    O melasma pode desaparecer sozinho?

    Não. Pode clarear em épocas de menor exposição, mas retorna sem tratamento. Há “memória celular” do pigmento; por isso, manter cuidados diários mesmo quando as manchas estão controladas.

    O melasma pode ser tratado em casa?

    Sim, com orientação médica. Há clareadores domiciliares, ácidos leves, hidratantes calmantes e protetores com cor. Evite misturar produtos por conta própria para não irritar e agravar o quadro.

    Veja mais: Dermatite atópica: o que é, sintomas e cuidados

  • Cravos: como se formam, por que aparecem e quais os melhores tratamentos 

    Cravos: como se formam, por que aparecem e quais os melhores tratamentos 

    Os cravos são uma das queixas mais comuns em consultórios dermatológicos. Apesar de muitas vezes estarem associados à adolescência, eles podem persistir na vida adulta e, se não tratados corretamente, evoluir para acne inflamatória. Mas, afinal, o que são os cravos, como se formam e como podem ser tratados?

    Conversamos com a dermatologista Gabriela Capareli, que explica nesta reportagem como se dá a formação dos cravos, os tipos comuns — como cravo preto e cravo branco — e qual é a melhor forma de lidar com esse incômodo.

    O que são os cravos e como se formam

    “Os cravos são nomes populares para o que nós chamamos de comedões, que são formações de acúmulo das secreções das glândulas sebáceas”, fala a médica.

    Existem dois tipos principais de cravos, segundo a especialista:

    • Comedão aberto (cravo preto): acontece quando o poro entupido fica exposto ao ar. O sebo e as células mortas oxidam, ganhando a coloração escura característica.
    • Comedão fechado (cravo branco): forma-se quando a obstrução fica sob a pele. O sebo acumulado cria pequenas elevações esbranquiçadas ou amareladas, sem contato com o ar.

    Eles aparecem principalmente quando há obstrução dos poros por excesso de sebo, células mortas e impurezas ambientais. Esse bloqueio impede que o óleo natural da pele seja eliminado de forma adequada, formando o cravo. A oleosidade excessiva da pele é um dos principais fatores de risco, segundo a médica.

    Diferença entre acne, cravos e espinhas

    Cravos, espinhas e acne costumam ser usados como sinônimos, mas na prática representam estágios diferentes de um mesmo problema de pele.

    • Acne: é a doença crônica da pele que causa oleosidade excessiva e entupimento dos poros, podendo se manifestar de forma leve ou grave.
    • Cravos: são lesões de acne sem inflamação, resultado do acúmulo de sebo e células mortas nos poros, sem vermelhidão ou dor.
    • Espinhas: são lesões de acne inflamatórias, quando o poro obstruído se infecta, causando inchaço, dor, vermelhidão e, em muitos casos, pus.

    Assim, podemos dizer que os cravos são o primeiro estágio, enquanto as espinhas são a evolução inflamada da acne. Reconhecer essa diferença é essencial, porque a presença de muitos cravos pode evoluir para espinhas e, se não tratada, para formas graves de acne, com cicatrizes permanentes.

    O papel da limpeza de pele

    A limpeza de pele é um dos procedimentos mais indicados para o controle de cravos, pois permite a extração segura dos comedões em consultório. Essa técnica evita complicações e complementa o tratamento dermatológico. “A limpeza de pele ajuda muito na extração dos comedões, auxiliando muito no controle, mas é fundamental que o paciente continue e mantenha o tratamento domiciliar”, enfatiza.

    Ou seja, o procedimento de limpeza de pele especializado é eficaz, mas não deve ser encarado como solução única para remover os cravos. A manutenção diária, com produtos adequados prescritos pelo dermatologista, é essencial para evitar o reaparecimento dos comedões.

    Tratamento para cravos domiciliar: ácidos e skincare

    Dermatologistas recomendam o uso regular de produtos à base de ácidos no tratamento para cravos. Eles ajudam a renovar a pele, desobstruir os poros e reduzir a oleosidade.

    • Ácido retinoico: estimula a renovação celular e reduz a formação de comedões.
    • Ácido salicílico: possui ação esfoliante e anti-inflamatória, ideal para peles oleosas.
    • Ácido glicólico: melhora a textura da pele e ajuda no controle da oleosidade.

    “Lembrando que não se deve extrair os cravos em casa sob risco de infecções de pele e formação de cicatrizes”, orienta Gabriela. O uso de cosméticos deve ser sempre recomendado por um dermatologista, de acordo com o tipo de pele de cada paciente.

    Tratamento para cravos avançado

    Quando os cravos se tornam persistentes, o dermatologista pode indicar tratamentos combinados, já que o tratamento depende do grau de acometimento.

    “No grau 1, que é aquela pele oleosa com cravos, recomendamos limpeza de pele e, eventualmente, peelings com ácido salicílico ou retinoico, luz de LED e alguns lasers anti-inflamatórios”, explica Gabriela.

    Nos casos em que a acne já evoluiu para inflamações (grau 2 em diante), pode ser necessário incluir antibióticos tópicos ou orais. Para acne severa, com risco de cicatrizes, o tratamento pode incluir a isotretinoína oral (Roacutan), sempre com acompanhamento médico rigoroso.

    Prevenção: hábitos que fazem diferença

    A prevenção dos cravos depende principalmente de uma rotina de skincare adequada e de hábitos saudáveis. Algumas medidas importantes incluem:

    • Higienizar o rosto duas vezes ao dia com sabonetes específicos para pele oleosa;
    • Evitar dormir com maquiagem e remover sempre todos os resíduos;
    • Usar protetor solar oil free;
    • Aplicar cosméticos adequados recomendados pelo dermatologista.

    A especialista reforça que não se trata de eliminar completamente a oleosidade, mas de mantê-la sob controle. Lavar o rosto em excesso, por exemplo, pode provocar o efeito rebote, estimulando ainda mais a produção de sebo.

    Lembrando que o acompanhamento profissional é essencial para indicar o melhor tratamento para cada tipo de pele e evitar complicações.

    Perguntas e respostas sobre cravos

    1. O que são cravos?

    São obstruções dos poros causadas pelo acúmulo de sebo e células mortas. Podem aparecer como pontos escuros ou pequenas elevações esbranquiçadas.

    2. Por que os cravos aparecem?

    Eles surgem pelo excesso de oleosidade, associado ao acúmulo de células mortas e impurezas que bloqueiam os poros.

    3. Qual a diferença entre acne, cravos e espinhas?

    A acne é a doença que causa excesso de oleosidade e obstrução dos poros. Os cravos são o estágio inicial, sem inflamação. Já as espinhas surgem quando esses poros entupidos inflamam, causando vermelhidão, dor e pus.

    4. A limpeza de pele resolve o problema dos cravos?

    A limpeza de pele ajuda a remover os cravos existentes, mas precisa ser combinada com tratamento contínuo em casa para evitar o reaparecimento.

    5. Quais são os principais tratamentos para cravos?

    Incluem produtos com ácidos como retinoico, salicílico e glicólico, além de peelings, laser, LED e, em casos mais graves, antibióticos ou isotretinoína oral.

    6. É seguro espremer os cravos em casa?

    Não é recomendado, pois pode causar infecções, inflamações e deixar cicatrizes permanentes.

    7. Como prevenir os cravos no dia a dia?

    Manter a pele higienizada duas vezes ao dia, remover maquiagem antes de dormir, usar protetor solar oil free e seguir uma rotina de skincare adequada.

  • Espinhas na vida adulta: entenda as causas os principais tratamentos 

    Espinhas na vida adulta: entenda as causas os principais tratamentos 

    As espinhas costumam ser associadas à adolescência, mas muitas pessoas continuam lidando com elas na fase adulta. O incômodo não é apenas no espelho, pois as espinhas podem impactar a autoestima, as relações sociais e até a saúde emocional. Mas afinal, por que as espinhas aparecem mesmo depois dos 30 anos?

    Segundo a dermatologista Gabriela Capareli, o primeiro passo é entender que a acne é uma doença crônica da pele que pode acontecer em qualquer idade.

    “Ela é dividida em graus de intensidade, desde uma pele oleosa com pequenos comedões (cravos) até lesões nodulares inflamadas que podem deixar cicatrizes (espinhas)”.

    Vamos entender a seguir em que casos as espinhas podem surgir na vida adulta e como lidar com esse problema!

    Espinhas na vida adulta: uma manifestação da acne

    Na adolescência, a acne (entupimento dos poros que causa cravos e espinhas) aparece sobretudo pela ação dos hormônios sexuais, que estimulam a produção de sebo. Isso aumenta a oleosidade da pele e favorece a inflamação dos folículos.

    “A alimentação também influencia, principalmente quando há um excesso de produtos lácteos”, explica Gabriela.

    Já as espinhas na vida adulta têm como causa principal o desequilíbrio hormonal.

    “Nas mulheres, a síndrome dos ovários policísticos tem como um dos sintomas o aparecimento de acne. É muito comum também na fase adulta o aparecimento de acne devido ao uso de hormônios anabolizantes, tanto por mulheres quanto por homens”.

    Além da questão hormonal, doenças endocrinológicas, estresse e predisposição genética também estão entre os fatores desencadeantes das espinhas na vida adulta. O estresse, por exemplo, estimula a produção de cortisol, um hormônio que pode causar a inflamação da pele. O excesso de açúcares e comidas gordurosas também pode influenciar.

    O erro mais comum: espremer as espinhas

    A cena é frequente: ao notar uma espinha inflamada, muitas pessoas recorrem ao espelho e tentam eliminá-la. Apesar de parecer um gesto inofensivo, a prática é arriscada e pode agravar muito o quadro. Quando a pele é manipulada de forma incorreta, a inflamação aumenta, há risco de introdução de bactérias e, em vez de desaparecer, a lesão pode evoluir para uma infecção mais séria.

    A dermatologista reforça o alerta: “Em hipótese alguma deve-se manipular as lesões de acne. Isso deve ser feito em consultório, por profissional especializado, com todos os métodos de assepsia da pele. Caso contrário, há risco de infecção grave e de formação de cicatrizes difíceis de eliminar.”

    A diferença entre a extração caseira e a feita em consultório é grande. No ambiente médico ou estético adequado, o profissional utiliza instrumentos esterilizados, técnicas específicas para reduzir o trauma da pele e, principalmente, protocolos de assepsia que impedem a entrada de micro-organismos causadores de infecção.

    Leia também: Acne na adolescência: 10 mitos e verdades sobre a condição

    Como tratar as espinhas na vida adulta

    O tratamento para espinhas precisa ser individualizado, considerando a causa e o grau da acne. Quando há desequilíbrios hormonais, é fundamental investigá-los e corrigi-los em parceria com endocrinologistas ou ginecologistas. Paralelamente, a dermatologia dispõe de diversas estratégias para controlar as lesões e reduzir a inflamação:

    • Medicamentos tópicos com ácidos: retinoico, salicílico e outros, que ajudam a controlar a oleosidade e desobstruir os poros;
    • Antibióticos orais: indicados para casos mais inflamatórios, quando há risco de piora ou disseminação das lesões;
    • Isotretinoína oral (Roacutan): usada em quadros severos ou resistentes, sob acompanhamento médico rigoroso;
    • Procedimentos dermatológicos: como laser, peelings químicos e limpezas profissionais, que auxiliam na redução das lesões.

    “O tratamento para espinhas na vida adulta tem que ser direcionado para a causa. Se a origem da acne é hormonal, precisamos corrigir isso, além de usar todas as possibilidades dermatológicas disponíveis, desde limpezas até isotretinoína oral (Roacutan)”, reforça a médica.

    Cuidados diários que fazem diferença

    A rotina de cuidados com a pele é essencial para prevenir e controlar as espinhas. Gabriela recomenda lavar o rosto apenas duas vezes ao dia com sabonete adequado.

    “Lavar mais vezes pode fazer com que a pele interprete que precisa produzir mais óleo para compensar a retirada excessiva do óleo”.

    Outros hábitos importantes incluem remover completamente a maquiagem, usar protetor solar oil free e evitar cosméticos que possam obstruir os poros. Além disso, manter hábitos de vida saudáveis, como alimentação equilibrada, sono regular e manejo do estresse, ajuda a reduzir as crises.

    O essencial é buscar acompanhamento profissional para identificar a causa e adotar a melhor estratégia. Quanto antes o tratamento começa, maiores as chances de preservar a saúde e a beleza da pele.

    Perguntas e respostas sobre espinhas na vida adulta

    1. O que são espinhas?

    As espinhas são o resultado da inflamação da acne, uma doença crônica da pele causada pelo excesso de oleosidade e entupimento dos poros.

    2. Por que as espinhas aparecem na vida adulta?

    Na maioria dos casos, estão relacionadas a desequilíbrios hormonais, como a síndrome dos ovários policísticos ou o uso de anabolizantes. Estresse, doenças endocrinológicas, genética e dieta rica em açúcares e gorduras também favorecem seu surgimento.

    3. E na adolescência, qual é a principal causa?

    O fator predominante são as oscilações hormonais típicas dessa fase, que aumentam a oleosidade da pele. O consumo excessivo de laticínios também pode agravar o quadro.

    4. É seguro espremer espinhas em casa?

    Não. A dermatologista alerta que “em hipótese alguma deve-se manipular as lesões de acne”, já que isso pode causar infecções graves e cicatrizes permanentes.

    5. Quais são os principais tratamentos disponíveis para espinhas na vida adulta?

    O tratamento é individualizado, podendo incluir ácidos tópicos (retinoico, salicílico), antibióticos orais, isotretinoína (Roacutan) e procedimentos dermatológicos, como laser, peelings químicos e limpezas de pele.

    6. Que cuidados diários ajudam a controlar as espinhas na vida adulta?

    Lavar o rosto no máximo duas vezes ao dia com sabonete adequado, retirar bem a maquiagem, usar protetor solar oil free e manter hábitos saudáveis de sono, alimentação e controle do estresse.

    Leia também: Acne: o que é, sintomas, causas e tratamento

  • Acne: o que é, sintomas, causas e tratamento 

    Acne: o que é, sintomas, causas e tratamento 

    A acne é uma doença crônica que surge quando há alterações nas glândulas sebáceas e nos folículos da pele, levando ao surgimento de cravos e espinhas — que, além do impacto físico, afetam diretamente a autoestima e a qualidade de vida.

    Apesar de mais comum após a adolescência, a acne pode afetar pessoas de todas as idades, inclusive na fase adulta. Pesquisas indicam que 85-100% das pessoas enfrentam o problema em algum momento da vida, o que torna importante entender os cuidados necessários para prevenir complicações, evitar cicatrizes permanentes e buscar o tratamento adequado de acordo com cada caso.

    Afinal, o que é acne?

    A acne é uma doença de pele crônica e inflamatória que afeta principalmente as glândulas sebáceas, responsáveis por produzir sebo, uma substância oleosa que lubrifica a pele e os cabelos.

    Quando existe um desequilíbrio, seja por excesso de produção de sebo, acúmulo de células mortas ou presença de bactérias, os folículos pilosos podem ficar obstruídos — resultando em cravos, espinhas e, em casos mais graves, cistos e nódulos dolorosos.

    Ela costuma se manifestar principalmente no rosto, peito e costas, áreas que possuem maior concentração de glândulas sebáceas. Apesar de mais frequente na adolescência, também pode acometer jovens adultos e até pessoas com mais de 40 anos.

    Causas de acne

    A acne pode ser causada por uma série de fatores, apontados pela dermatologista Gabriela Capareli e pela Sociedade Brasileira de Dermatologia:

    • Genética: pessoas cujos pais ou irmãos tiveram acne têm maior probabilidade de desenvolvê-la, já que a genética influencia na produção de sebo, na obstrução dos poros e na resposta inflamatória da pele;
    • Alterações hormonais: hormônios andrógenos, como a testosterona, estimulam as glândulas sebáceas a produzirem mais sebo, favorecendo o surgimento de acne, principalmente na adolescência e em mulheres com SOP, além de situações como ciclo menstrual, gravidez e menopausa;
    • Uso de hormônios e anabolizantes: a reposição hormonal sem acompanhamento médico e o uso de anabolizantes aumentam a atividade das glândulas sebáceas, podendo desencadear ou agravar quadros de acne em homens e mulheres;
    • Estresse: períodos de tensão aumentam a produção de cortisol, hormônio que desequilibra o funcionamento das glândulas sebáceas, favorecendo oleosidade excessiva e inflamação;
    • Alimentação: consumo frequente de laticínios, açúcares, alimentos de alto índice glicêmico e comidas ultraprocessadas pode estimular a produção hormonal e intensificar processos inflamatórios, piorando a acne;
    • Fatores externos: uso inadequado de maquiagem, poluição, higiene incorreta (lavagens em excesso) e suor acumulado podem obstruir os poros e favorecer o aparecimento de acne;
    • Doenças endocrinológicas: alterações hormonais relacionadas à tireoide, glândula adrenal ou outros distúrbios podem se manifestar na forma de acne, exigindo acompanhamento conjunto com endocrinologista.

    Quais os tipos de acne?

    A acne é classificada em graus, de acordo com a intensidade das lesões e o risco de deixar cicatrizes:

    Grau 1 (leve)

    É caracterizada principalmente por cravos abertos e fechados (comedões) e discreta oleosidade, e não costuma haver inflamação intensa. É o tipo mais comum na adolescência e, quando tratado precocemente, as chances de deixar marcas permanentes são baixas.

    Grau 2 (moderada)

    Além dos cravos, aparecem espinhas inflamadas (pústulas), avermelhadas e, às vezes, doloridas. O estágio já exige mais atenção, pois a inflamação pode causar manchas temporárias e cicatrizes superficiais se a pele for manipulada de forma incorreta, como ao espremer ou cutucar as lesões.

    Grau 3 (grave)

    No grau 3, surgem nódulos maiores, profundos e dolorosos, que se formam debaixo da pele. A inflamação é intensa e aumenta consideravelmente o risco de deixar cicatrizes permanentes. Muitas vezes, o tratamento precisa incluir medicamentos orais.

    Grau 4 (muito grave)

    Conhecido como acne conglobata, o grau 4 envolve nódulos e cistos grandes, interligados entre si, formando áreas inflamadas extensas. É bastante dolorosa, pode causar deformidades na pele e costuma deixar cicatrizes profundas. É o tipo mais raro de acne, mas requer acompanhamento médico especializado e tratamento adequado.

    Sintomas de acne

    Os sintomas de acne podem variar de acordo com o grau, mas os mais comuns incluem:

    • Cravos (comedões), que podem ser abertos (pretos, por causa da oxidação do sebo) ou fechados (esbranquiçados, mais difíceis de extrair);
    • Espinhas (pústulas), que são lesões avermelhadas, inflamadas e com pus;
    • Pápulas, pequenas elevações vermelhas e dolorosas ao toque;
    • Nódulos e cistos, são lesões maiores, profundas e dolorosas, com risco de cicatrizes;
    • Oleosidade excessiva, principalmente na testa, nariz e queixo (zona T);
    • Marcas e cicatrizes, resultado de inflamações graves ou manipulação inadequada das lesões.

    Além do desconforto físico, a acne pode gerar impactos emocionais, como baixa autoestima, vergonha, ansiedade e, em alguns casos, sintomas depressivos. Por isso, é fundamental buscar acompanhamento médico e, quando necessário, apoio psicológico para enfrentar os efeitos que a acne pode causar no dia a dia.

    Leia também: 10 alimentos para aumentar a imunidade (e como incluir na dieta)

    Como é feito o tratamento de acne?

    De acordo com Gabriela Capareli, o tratamento da acne deve ser individualizado e depende diretamente do grau de acometimento da pele. Entre as principais abordagens, é possível apontar:

    Cuidados básicos na rotina

    Em casos mais leves de acne, o tratamento é simples e envolve alguns cuidados para diminuir a oleosidade da pele, como:

    • Lavar o rosto duas vezes ao dia com sabonetes específicos para pele oleosa ou acneica;
    • Uso regular de protetor solar com textura oil-free, que protege contra manchas e envelhecimento precoce sem obstruir os poros;
    • Remover completamente a maquiagem antes de dormir, pois a permanência de resíduos pode favorecer a obstrução dos poros e agravar o quadro;
    • Não espremer cravos e espinhas, pois isso pode aumentar a inflamação local e o risco de cicatrizes permanentes;
    • Não descansar o rosto nas mãos enquanto lê, estuda ou vê televisão;
    • Lavar as mãos com frequência.

    Tratamentos tópicos

    Nos casos leves e moderados, o dermatologista pode indicar o uso de remédios de uso tópico (cremes, por exemplo), como:

    • Ácido salicílico e ácido glicólico, substâncias que atuam como esfoliantes químicos, ajudando a desobstruir os poros e a controlar a oleosidade;
    • Retinoides, como a tretinoína e o adapaleno, regulam a renovação celular e reduzem a formação de novas lesões, além de contribuírem para a melhora da textura da pele;
    • Peróxido de benzoíla, que tem ação antibacteriana e anti-inflamatória, diminuindo a proliferação da Cutibacterium acnes (que vive naturalmente na pele humana) e ajudando a reduzir as espinhas ativas.

    Remédios orais

    Quando a acne apresenta inflamações mais intensas ou não responde aos cuidados tópicos, pode ser necessário recorrer a remédios orais – como antibióticos, por exemplo, que ajudam a controlar a infecção bacteriana e a inflamação em quadros moderados a graves.

    Em mulheres que apresentam acne de origem hormonal, o dermatologista pode indicar anticoncepcionais específicos, que atuam reduzindo a ação dos hormônios andrógenos sobre a pele.

    Já em casos severos, principalmente aqueles em que há risco de cicatrizes profundas, pode ser prescrita a isotretinoína oral, conhecida popularmente como Roacutan. Apesar de eficaz, o medicamento exige acompanhamento rigoroso, já que pode provocar diversos efeitos colaterais.

    Procedimentos dermatológicos

    Além do uso de remédios, existem alguns procedimentos que contribuem para amenizar o quadro de acne, como:

    • Limpeza de pele profissional, que auxilia na remoção de cravos e melhora a textura da pele;
    • Peelings químicos com ácidos como o salicílico ou retinoico, promovem a renovação celular e ajudam a clarear manchas de acne;
    • Laser e luz de LED, indicadas para reduzir a inflamação, controlar a oleosidade e estimular a cicatrização;
    • Microagulhamento, um dos recursos mais modernos para tratar não apenas as espinhas ativas, mas também as cicatrizes, já que promove a reorganização das fibras de colágeno e melhora a aparência da pele ao longo do tempo.

    Vale ressaltar que os procedimentos só devem ser feitos com orientação de um dermatologista. Cada pele é diferente, e o médico é quem vai indicar o tratamento certo para cada caso.

    Alimentação pode influenciar a acne?

    Não é uma regra para todo mundo, mas de acordo com Gabriela, a alimentação pode influenciar no surgimento de acne em algumas pessoas, especialmente quando há o consumo excessivo de produtos lácteos.

    O mesmo vale para alimentos ricos em açúcares simples, como doces, refrigerantes e ultraprocessados — que elevam o índice glicêmico e estimulam a produção de hormônios que aumentam a oleosidade da pele. Já comidas muito gordurosas também podem contribuir para inflamações.

    Por outro lado, manter uma dieta equilibrada, rica em frutas, legumes, grãos integrais e proteínas magras, pode ajudar a controlar o quadro e melhorar a saúde da pele como um todo.

    Acne pode melhorar sozinha?

    A acne até pode melhorar sozinha em alguns casos, mas não é recomendado esperar por isso. Adiar o tratamento aumenta o risco de deixar marcas e cicatrizes que podem acompanhar a pessoa na vida adulta.

    “Hoje, a gente tem vários tratamentos que possibilitam com que aquele adolescente não passe a adolescência com uma pele acometida de acne. Ele deve procurar a ajuda de um dermatologista o quanto antes”, complementa Gabriela.

    É possível prevenir a acne?

    Nem sempre é possível evitar completamente a acne, especialmente quando há fatores genéticos e hormonais envolvidos. Porém, alguns hábitos no dia a dia podem reduzir o risco e ajudar no controle:

    • Lavar o rosto duas vezes ao dia (sem exageros);
    • Usar produtos adequados para pele oleosa ou acneica;
    • Não dormir com maquiagem;
    • Evitar manipular o rosto com as mãos sujas;
    • Ter uma alimentação equilibrada, rica em frutas, legumes e proteínas magras;
    • Reduzir o consumo de leite e açúcares refinados se houver piora evidente;
    • Controlar o estresse com atividades físicas e momentos de descanso.

    Perguntas frequentes sobre acne

    Lavar o rosto muitas vezes ao dia ajuda a controlar a acne?

    Não! Na verdade, lavar o rosto várias vezes ao dia pode piorar o quadro, pois a pele, quando percebe que o sebo natural está sendo constantemente retirado, entende que precisa produzir ainda mais óleo para compensar.

    O recomendado é lavar o rosto duas vezes ao dia, de manhã e à noite, com sabonetes adequados para pele oleosa ou acneica.

    Quem tem acne deve evitar maquiagem?

    Não é necessário evitar totalmente, mas é fundamental escolher produtos adequados. O ideal é usar maquiagens oil-free e não comedogênicas, que não obstruem os poros.

    Também é importante remover a maquiagem completamente antes de dormir. Caso contrário, pode ocorrer a chamada acne cosmética, que agrava o problema.

    Produtos naturais funcionam para acne?

    Alguns ingredientes naturais, como óleo de melaleuca (tea tree oil), têm propriedades anti-inflamatórias e podem ajudar em casos leves. No entanto, eles não substituem tratamentos médicos, especialmente em casos moderados a graves.

    O uso deve ser orientado por profissional, já que até produtos naturais podem causar alergias.

    O sol pode melhorar a acne?

    Não! O que acontece é que o sol pode causar ressecamento das lesões inflamatórias e um bronzeamento que disfarça as marcas, dando a falsa impressão de melhora.

    A exposição solar excessiva, sem proteção adequada, aumenta o risco de câncer de pele e ainda estimula a produção de oleosidade, obstruindo os poros e favorecendo novas inflamações. O resultado é o chamado “efeito rebote”, que ocorre quando a acne volta pior do que antes.

    Acne e rosácea são a mesma coisa?

    Não. A acne é causada principalmente pela obstrução dos poros e inflamação das glândulas sebáceas, levando a cravos, espinhas e, em casos graves, nódulos. Já a rosácea é uma doença inflamatória crônica que causa vermelhidão persistente no rosto, vasos aparentes e lesões que podem lembrar espinhas.

    Acne pode piorar durante o ciclo menstrual?

    Sim! Muitas pessoas percebem aumento de espinhas nos dias que antecedem a menstruação, e isso ocorre porque nesse período há maior oscilação hormonal, especialmente dos andrógenos, que estimulam as glândulas sebáceas a produzirem mais óleo. O aumento de oleosidade favorece a obstrução dos poros e o surgimento de inflamações.

    Saiba mais sobre acne na adolescência

  • Acne na adolescência: 10 mitos e verdades sobre a condição

    Acne na adolescência: 10 mitos e verdades sobre a condição

    A acne é uma condição de pele que acontece quando há um acúmulo de óleo, células mortas e bactérias nos folículos pilosos — os poros da pele onde nascem os pelos. Como consequência, ocorre o surgimento de cravos, espinhas e, em casos mais intensos, nódulos e cistos dolorosos. Ela pode surgir em qualquer fase da vida, mas é especialmente comum o acontecimento da acne na adolescência.

    Durante a fase, a acne pode ter um impacto grande na autoestima e na felicidade, já que as mudanças no corpo e no rosto acontecem num período de descobertas e inseguranças. Pensando nisso, para evitar confusão e facilitar o cuidado com a pele, vale destacar alguns dos mitos mais comuns e explicar o que realmente faz sentido. Entenda mais, a seguir!

    Por que a acne na adolescência é comum?

    Segundo a dermatologista Gabriela Capareli, a adolescência é uma fase da vida onde há maior prevalência e incidência de acne devido a imaturidade e oscilação dos hormônios. Na puberdade, há um aumento na produção de andrógenos, hormônios que estimulam as glândulas sebáceas a produzirem mais óleo, chamado de sebo.

    O excesso de sebo, quando se acumula nos poros junto com células mortas da pele, favorece a proliferação de bactérias e causa inflamação — resultando nos sinais mais conhecidos, como espinhas e cravos.

    Além da questão hormonal, outros fatores também contribuem para a acne na adolescência, como predisposição genética, mudanças no estilo de vida (como aumento do consumo de ultraprocessados e estresse) e uma pele naturalmente mais oleosa.

    Quais os principais mitos e verdades sobre acne na adolescência?

    Chocolate causa espinhas

    Mito. Por si só, o chocolate não é capaz de causar espinhas. O que acontece é que dietas ricas em açúcares simples e gorduras saturadas podem aumentar a inflamação no corpo e estimular a produção de sebo, o que piora a acne em quem já tem tendência. Então, não é preciso cortar o chocolate completamente, mas vale moderar no consumo de doces e ultraprocessados.

    Acne desaparece sozinha depois da adolescência

    Depende. Em alguns casos, é possível que a acne tenha uma melhora na fase adulta, mas não é recomendado esperar que isso aconteça. De acordo com Gabriela, o paciente perde a chance do tratamento e pode se tornar um adulto com cicatrizes.

    Além disso, também existem casos em que a acne pode persistir ou até surgir na vida adulta, especialmente em mulheres, devido a variações hormonais ligadas ao ciclo menstrual, síndrome dos ovários policísticos (SOP) ou até ao uso e suspensão de anticoncepcionais.

    Lavar o rosto várias vezes ao dia acaba com a acne

    Mito. Na verdade, o que pode acontecer é o efeito inverso: quando a pele percebe que o sebo natural está sendo repetidamente retirado, ela entende que é necessário produzir ainda mais óleo para compensar — o que causa o aumento da oleosidade e, como consequência, a piora no quadro de acne.

    O recomendado é lavar o rosto duas vezes ao dia, de manhã e à noite, com sabonetes adequados para cada tipo de pele.

    Limpeza de pele ajuda em quadros de acne

    Verdade. A limpeza de pele profissional pode auxiliar no controle de cravos e na desobstrução dos poros, mas sozinha não resolve casos moderados ou graves. Ela deve ser vista como complemento, não substituto, do tratamento dermatológico.

    Acne é sinal de falta de higiene

    Mito. A acne é resultado de fatores hormonais, excesso de oleosidade e proliferação de bactérias já presentes na pele. Ela não está ligada à falta de higiene, de modo que pessoas com rotina rigorosa de limpeza também podem desenvolver acne.

    A genética influencia no desenvolvimento da acne

    Verdade. A predisposição genética tem um papel importante no desenvolvimento do quadro. Se os pais tiveram acne na adolescência ou até na vida adulta, é mais provável que os filhos também desenvolvam. Isso acontece porque há uma tendência herdada de maior produção de sebo e resposta inflamatória da pele.

    O sol melhora a acne

    Mito, mas com ressalvas. No início, a exposição solar pode dar a impressão de melhora, já que a pele fica mais ressecada e a vermelhidão diminui.

    Porém, em pouco tempo, o calor estimula as glândulas sebáceas e aumenta a oleosidade — podendo piorar o quadro e causar manchas. O ideal é, independentemente do clima, sempre usar protetor solar oil-free (mesmo dentro de casa!).

    Acne é contagiosa

    Mito. A acne não é transmitida de pessoa para pessoa. Ela não é causada por vírus ou bactérias transmissíveis, mas sim por desequilíbrios individuais da pele.

    O estresse pode piorar a acne

    Verdade. Segundo Gabriela, o estresse aumenta a liberação de hormônios como o cortisol, que estimulam as glândulas sebáceas a produzirem mais oleosidade. Isso não é a causa direta da acne, mas pode agravar crises em pessoas que já tem tendência.

    Espremer a espinha ajuda a curá-la mais rápido

    Mito. Na verdade, espremer as espinhas pode agravar a inflamação, provocar infecções e deixar manchas ou cicatrizes permanentes. O mais seguro é evitar manipular as lesões e buscar produtos ou tratamentos recomendados por dermatologistas.

    Quais os cuidados no dia a dia no caso de acne na adolescência?

    • Lavar o rosto duas vezes ao dia com sabonete específico para pele oleosa ajuda a controlar a produção de sebo sem agredir a barreira natural da pele;
    • Usar protetores solares oil-free ou em gel-creme para prevenir manchas e proteger a pele, mesmo em dias nublados;
    • Hidratar a pele oleosa também é importante: hidratantes oil-free ajudam a manter o equilíbrio da barreira cutânea;
    • Alimentação equilibrada: incluir frutas, verduras, legumes, peixes e oleaginosas ajuda a reduzir inflamações e melhora o aspecto da pele;
    • Não espremer cravos e espinhas: evita aumento da inflamação e cicatrizes permanentes;
    • Tratamentos médicos: dependendo da gravidade, o dermatologista pode indicar cremes tópicos, antibióticos tópicos ou orais, ou retinoides orais nos casos mais severos;
    • Estilo de vida: dormir bem, praticar exercícios físicos e controlar o estresse ajudam no controle da acne e na saúde geral.

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    Quando devo procurar um dermatologista?

    Se a acne está causando dor, deixando manchas, provocando cicatrizes ou afetando sua autoestima, é hora de procurar ajuda médica. O dermatologista é o profissional indicado para avaliar a gravidade do quadro e prescrever o tratamento mais adequado, evitando complicações no futuro.

    Perguntas frequentes

    O que causa acne?

    A acne surge quando há um acúmulo de sebo (óleo natural da pele), células mortas e bactérias dentro dos folículos pilosos. Durante a adolescência, os hormônios andrógenos aumentam a atividade das glândulas sebáceas, deixando a pele mais oleosa.

    O ambiente também favorece a proliferação da bactéria Cutibacterium acnes, que desencadeia inflamação. Além da questão hormonal, fatores genéticos, alimentação e até estresse podem influenciar no surgimento da acne.

    Quais os sintomas da acne?

    Os sintomas variam de acordo com a intensidade. Em casos leves, aparecem cravos abertos (pretos) ou fechados (brancos) e espinhas superficiais. Em quadros moderados, surgem pústulas com pus e áreas mais inflamadas.

    Já a acne severa é marcada por nódulos e cistos dolorosos, profundos e com grande risco de cicatrizes. Além das lesões visíveis, a acne pode causar dor, sensibilidade na pele e impacto emocional significativo.

    A acne só aparece no rosto?

    Não! Na verdade, a acne também pode surgir nas costas, ombros, colo e até no couro cabeludo, já que todas essas regiões possuem glândulas sebáceas ativas.

    Como é feito o tratamento da acne?

    O tratamento de acne depende da gravidade. Para casos leves, o dermatologista pode indicar o uso de cremes ou géis com ácido salicílico, peróxido de benzoíla ou retinoides.

    Nos casos moderados, o dermatologista pode prescrever antibióticos tópicos ou orais para controlar a inflamação.

    Já a acne severa pode exigir medicamentos como a isotretinoína, conhecida como Retinol, além de acompanhamento frequente. O ideal é sempre buscar avaliação médica, pois cada pele reage de um jeito.

    Posso usar maquiagem mesmo tendo acne?

    Pode sim, mas é importante ter alguns cuidados. O ideal é optar por maquiagens formuladas para pele oleosa ou acneica, que tenham na embalagem a indicação oil-free ou não comedogênica — o que significa que eles apresentam menor risco de obstruir os poros.

    Também é fundamental cuidar da remoção da maquiagem: dormir com ela no rosto ou não limpar a pele de maneira adequada pode agravar o quadro de acne e dificultar o tratamento.

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