Autor: Dra. Ana Vitória Vitoreti Martins

  • Ecocardiograma na gestação: por que é essencial para cuidar do coração da mãe e do bebê 

    Ecocardiograma na gestação: por que é essencial para cuidar do coração da mãe e do bebê 

    A gravidez é um momento de intensas transformações no corpo da mulher e de grande expectativa para a chegada do bebê. Nesse período, cada exame de pré-natal é essencial para garantir que a gestação siga saudável. Entre eles, o ecocardiograma na gestação ganhou destaque, pois permite avaliar tanto o coração da mãe quanto o do bebê em formação.

    Indolor, seguro e feito por ultrassom, o exame ajuda a identificar alterações cardíacas precocemente, contribuindo para a prevenção de complicações e a escolha do tratamento mais adequado quando necessário.

    O que é o ecocardiograma?

    O ecocardiograma é um exame de imagem que utiliza ondas de ultrassom para mostrar o coração em tempo real. Ele não usa radiação, é indolor e totalmente seguro durante a gestação.

    Com ele, é possível avaliar o tamanho do coração, o movimento das válvulas, a força de bombeamento e o fluxo de sangue. Na gravidez, os principais tipos são:

    • Ecocardiograma transtorácico: feito colocando o aparelho sobre o peito da mãe, avaliando seu coração.
    • Ecocardiograma fetal: semelhante ao ultrassom de rotina, em que um gel é aplicado no abdome da gestante e o transdutor gera imagens detalhadas do coração do bebê.

    Leia também: Gravidez e coração: o que muda e quais são os riscos

    Por que o ecocardiograma na gestação é importante?

    Para a mãe

    Durante a gestação, o coração da mulher trabalha mais, já que precisa bombear sangue para ela e para o bebê. O exame pode ser indicado em casos de:

    • Doença cardíaca já conhecida;
    • Sintomas como falta de ar, palpitações ou inchaço excessivo;
    • Histórico de pressão alta ou sopros no coração.

    O exame avalia válvulas, força do músculo cardíaco e circulação sanguínea, permitindo detectar alterações precocemente e orientar o tratamento adequado.

    Para o bebê

    O coração do bebê começa a se formar muito cedo e passa por várias etapas até estar completo. O ecocardiograma fetal ajuda a identificar malformações antes do nascimento, sendo recomendado especialmente em situações como:

    • Alterações suspeitas nos ultrassons de rotina;
    • Histórico familiar de cardiopatias congênitas;
    • Gestantes com diabetes, pressão alta, lúpus ou uso de certos medicamentos;
    • Gravidez de risco ou idade materna avançada;
    • Infecções virais durante a gestação, como rubéola.

    O exame pode ser feito a partir da 18ª semana, mas as melhores imagens costumam ser obtidas entre a 24ª e a 28ª semana.

    Como é feito o ecocardiograma na gestação?

    O procedimento é simples e semelhante ao ultrassom do pré-natal. A mãe permanece deitada, um gel é aplicado no abdome e o transdutor capta imagens em tempo real do coração do bebê.

    Não há necessidade de jejum e não existem riscos para a mãe ou o bebê.

    Confira: Bronquiolite em bebês: sintomas e quando procurar o médico

    Prevenção e cuidados gerais

    O ecocardiograma é uma parte do pré-natal que pode fazer diferença quando solicitado no momento certo. Algumas orientações incluem:

    • Manter o pré-natal em dia;
    • Relatar sintomas novos, como dor no peito, palpitações ou falta de ar;
    • Realizar todos os exames solicitados;
    • Seguir o tratamento indicado pelo médico para proteger mãe e bebê.

    Perguntas frequentes sobre ecocardiograma na gestação

    1. O ecocardiograma é seguro durante a gravidez?

    Sim. O exame é feito com ultrassom, não utiliza radiação e não traz riscos para a mãe nem para o bebê.

    2. Qual a diferença entre ecocardiograma fetal e transtorácico?

    O transtorácico avalia o coração da mãe, enquanto o fetal analisa o coração do bebê em formação.

    3. Quando o ecocardiograma fetal deve ser feito?

    Pode ser realizado a partir da 18ª semana, mas a janela ideal é entre a 24ª e a 28ª semana, quando as imagens são mais nítidas.

    4. Toda gestante precisa fazer ecocardiograma?

    Não necessariamente. Ele pode ser indicado para todas, mas é especialmente importante em casos de risco, como doenças cardíacas maternas ou suspeita de malformação no bebê.

    5. Preciso de algum preparo para o exame?

    Não. O ecocardiograma não exige jejum nem cuidados prévios.

    Leia também: Diabetes gestacional: o que é, sintomas, o que causa e como evitar

  • Infarto ou angina? Saiba quais são os principais sinais e fique atento 

    Infarto ou angina? Saiba quais são os principais sinais e fique atento 

    A dor no peito é sempre um sinal de alerta. Entre as causas mais conhecidas estão a angina e o infarto agudo do miocárdio. Embora possam parecer semelhantes, não são a mesma coisa. Saber diferenciar se é infarto ou angina é essencial para procurar ajuda rapidamente.

    Ambas fazem parte da doença arterial coronariana, relacionadas à isquemia miocárdica (redução do fluxo de sangue e oxigênio ao coração). Mas existem diferenças fundamentais em como surgem, são diagnosticadas e tratadas.

    O que é angina e como ela acontece

    A angina é caracterizada por dor ou aperto no peito causado por um desequilíbrio transitório entre a oferta e a demanda de oxigênio ao coração. É um quadro geralmente passageiro, que não causa aumento nos marcadores de lesão cardíaca (como a troponina).

    Tipos de angina

    • Angina estável: aparece durante esforço físico (subir escadas, caminhar rápido) ou estresse emocional. Melhora com repouso ou medicação.
    • Angina instável: pode surgir em repouso, é mais imprevisível e representa risco elevado de evoluir para infarto.

    Sintomas mais comuns da angina

    • Aperto ou pressão no peito;
    • Dor que pode irradiar para braço, mandíbula, pescoço ou costas;
    • Alívio dos sintomas com repouso ou uso de remédios prescritos.

    Confira: Saiba quando os batimentos acelerados estão relacionados a uma arritmia cardíaca

    O que é infarto

    O infarto acontece quando a isquemia é tão intensa e prolongada que causa morte das células do coração. Geralmente ocorre por obstrução súbita de uma artéria coronária por trombo, após ruptura de uma placa de gordura.

    O diagnóstico é confirmado por sintomas de isquemia + aumento de biomarcadores cardíacos (como troponina) e, muitas vezes, alterações no eletrocardiograma (ECG).

    Sintomas típicos do infarto

    • Dor forte no peito que dura mais de 20 minutos;
    • Dor que não melhora com repouso ou medicação;
    • Podem aparecer suor frio, falta de ar, náusea, tontura ou sensação de fraqueza intensa.

    Diferença entre angina e infarto

    • Angina: dor mais leve e curta, que melhora com repouso.
    • Infarto: dor intensa, prolongada e que não passa.

    Quando procurar atendimento? Sempre que houver dor forte no peito, diferente do habitual ou sem melhora com repouso, procure ajuda médica imediatamente.

    Exames e diagnóstico

    • Angina: pode ser investigada com teste ergométrico, ecocardiograma ou exames de imagem. Avaliação geralmente feita em consultório.
    • Infarto: exige diagnóstico de urgência, com eletrocardiograma e exames de sangue para confirmar lesão cardíaca.

    Tratamento da angina

    O tratamento se baseia em três pilares:

    • Mudança de hábitos: parar de fumar, controlar pressão, diabetes e colesterol, praticar exercícios, manter peso saudável.
    • Medicamentos: nitratos para crises, betabloqueadores, aspirina, estatinas e outros para prevenir complicações.
    • Procedimentos: angioplastia com stent ou cirurgia de revascularização, indicados quando os sintomas persistem ou o risco é maior.

    Tratamento do infarto

    O infarto é uma emergência médica. O objetivo é desobstruir a artéria o quanto antes, para salvar o músculo cardíaco:

    • Angioplastia: idealmente em até 90 minutos após a chegada ao hospital.
    • Trombólise: uso de medicamentos que dissolvem o coágulo, indicada quando não há acesso imediato à angioplastia.

    Saiba mais: Infarto em mulheres: sintomas silenciosos para ficar atenta

    Fatores de risco e prevenção

    O que aumenta o risco

    • Pressão alta, colesterol elevado, diabetes;
    • Tabagismo;
    • Sedentarismo e obesidade;
    • Histórico familiar de doenças cardíacas.

    O que fazer para prevenir

    • Praticar atividade física regularmente;
    • Ter uma alimentação equilibrada;
    • Controlar pressão, glicemia e colesterol;
    • Evitar o cigarro;
    • Realizar consultas médicas de rotina.

    Em resumo: a angina é um alerta de que há falta de oxigênio no coração, mas sem morte celular. Já o infarto é a consequência mais grave, em que ocorre necrose do tecido cardíaco. Reconhecer os sinais e buscar ajuda imediata pode salvar vidas.

    Perguntas frequentes sobre angina e infarto

    1. Como saber se a dor no peito é infarto ou angina?

    A angina geralmente é mais leve, dura poucos minutos e melhora com repouso ou medicação. Já o infarto causa dor forte, prolongada, que não melhora com descanso e pode vir acompanhada de suor frio, falta de ar, náusea ou tontura.

    2. Angina pode virar infarto?

    Sim. A angina instável pode evoluir para um infarto, já que indica que o coração não está recebendo sangue de forma adequada.

    3. Existe exame específico para diferenciar angina e infarto?

    Sim. Na angina, os médicos podem solicitar testes de esforço, ecocardiograma ou exames de imagem. No infarto, o diagnóstico é feito com eletrocardiograma e exames de sangue que detectam lesão no coração, como a troponina.

    4. Quais são os sinais de alerta que exigem ajuda médica imediata?

    Dor intensa no peito ou diferente do habitual, que não melhora com repouso, especialmente se acompanhada de falta de ar, suor frio, náusea ou desmaio, deve levar a uma busca imediata por atendimento médico.

    5. Quais hábitos ajudam a prevenir infarto ou angina?

    Praticar exercícios regularmente, manter uma alimentação equilibrada, controlar pressão arterial, glicemia e colesterol, não fumar e realizar acompanhamento médico frequente são medidas fundamentais para reduzir os riscos.

    6. Quem já teve infarto pode ter angina depois?

    Sim. Muitas pessoas que já tiveram infarto podem apresentar angina, indicando que ainda há obstrução nas artérias do coração. Por isso, o acompanhamento médico é essencial.

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