Autor: Dr. Thiago Chadid

  • Câncer de mama: o que é, sintomas, causa e como identificar

    Câncer de mama: o que é, sintomas, causa e como identificar

    No Brasil, o câncer de mama é o tipo de tumor maligno mais comum em mulheres, depois do não-melanoma — e responde por aproximadamente 28% de todos os novos casos de câncer entre elas. Ele também pode ocorrer em homens, mas é bastante raro e representa menos de 1% dos casos totais da doença.

    Ele pode ser descoberto ainda no começo, na maioria dos casos, o que aumenta as chances de fazer um tratamento mais leve e com bons resultados. Logo, compreender como a doença se manifesta e os principais sintomas é importante para o diagnóstico precoce. Vamos entender mais, a seguir.

    O que é câncer de mama?

    O câncer de mama é uma doença que resulta da multiplicação anormal e descontrolada das células da mama, que formam um tumor capaz de invadir tecidos vizinhos e, em casos mais graves, se espalhar para outros órgãos.

    De acordo com o oncologista Thiago Chadid, a glândula mamária pode ser comparada a uma árvore: os dutos lactíferos seriam os “troncos”, e os lóbulos, onde o leite é produzido, seriam as “copas”. As alterações genéticas podem surgir em qualquer parte desta estrutura, dando origem a diferentes tipos de tumores.

    Nesse sentido, nem todos os tumores mamários são iguais! Existem tumores que crescem de forma lenta e localizada, com bom prognóstico, e outros que evoluem rapidamente e exigem tratamento mais intenso. Por isso, cada paciente tem um tipo de câncer de mama com características próprias — o que justifica a importância de uma avaliação individualizada.

    Tipos de câncer de mama

    Existem diversos tipos e subtipos de câncer de mama, e cada um apresenta características próprias, como local de origem, velocidade de crescimento e resposta ao tratamento.

    A principal divisão é entre os tumores invasivos (ou infiltrantes), que se espalham para tecidos próximos, e os não invasivos (ou in situ), que permanecem restritos ao local de origem.

    A diferenciação é importante porque influencia diretamente a escolha do tratamento e o prognóstico.

    Carcinoma ductal

    O carcinoma ductal é o tipo mais comum, representando cerca de 80% dos casos de câncer de mama. Ele se origina nos dutos mamários, canais que conduzem o leite até o mamilo.

    Quando está em fase inicial, ainda restrito ao ducto, recebe o nome de carcinoma ductal in situ (CDIS). Nessa fase, o tumor ainda não invadiu tecidos vizinhos e tem altas chances de cura.

    Já o carcinoma ductal invasivo ocorre quando as células anormais rompem as paredes do ducto e começam a infiltrar o tecido mamário. Ele costuma ser mais agressivo e requer tratamento combinado, com cirurgia, quimioterapia, radioterapia e, em alguns casos, hormonioterapia.

    Carcinoma lobular

    O carcinoma lobular representa cerca de 10% dos casos, e surge nos lóbulos, pequenas glândulas produtoras de leite.

    O carcinoma lobular in situ (CLIS), apesar do nome, não é considerado propriamente um câncer, e sim um marcador de risco aumentado. Ele indica que há maior probabilidade de desenvolver câncer em uma ou ambas as mamas no futuro.

    Já o carcinoma lobular invasivo tende a ser mais discreto nas imagens e, por isso, pode ser diagnosticado um pouco mais tarde. Em compensação, tem comportamento mais lento e costuma responder bem à hormonioterapia, quando há receptores hormonais positivos.

    Câncer de mama triplo negativo

    O câncer de mama triplo negativo é aquele que não apresenta receptores de estrogênio, progesterona nem da proteína HER2. Ele corresponde a 10% a 15% dos casos e tende a ser mais agressivo e de crescimento rápido.

    Também afeta com maior frequência mulheres mais jovens e, em alguns casos, está associado a mutações hereditárias, como as do gene BRCA1.

    Câncer de mama inflamatório

    O câncer de mama inflamatório é um tipo raro e agressivo de câncer invasivo. Ele acontece quando as células cancerígenas bloqueiam os vasos linfáticos da pele, fazendo com que a mama fique vermelha, inchada e quente, como se estivesse inflamada. A pele pode ficar mais grossa e com aparência de casca de laranja.

    Esse tipo de câncer costuma crescer rápido e pode ser confundido com uma infecção na mama, o que atrasa o diagnóstico. Ele representa de 1% a 5% dos casos e precisa de tratamento rápido, normalmente com quimioterapia, cirurgia e radioterapia.

    Tipos menos incidentes de câncer de mama

    • Doença de Paget: começa nos ductos mamários e se espalha para a pele do mamilo e da aréola. É rara, representando entre 1% e 3% dos casos;
    • Angiossarcoma: representa menos de 1% dos casos de câncer de mama, e surge nas células que revestem os vasos sanguíneos ou linfáticos. Em alguns casos, aparece após radioterapia nessa região;
    • Tumor filoide: muito raro, desenvolve-se no estroma (tecido conjuntivo) da mama. A maioria é benigna, mas alguns podem se tornar malignos.

    Sintomas do câncer de mama

    O sintoma mais comum do câncer de mama é o aparecimento de um nódulo (caroço) na mama, geralmente duro, irregular e indolor. Mas nem sempre o tumor provoca dor — por isso, a ausência dela não significa que está tudo bem.

    Outros sinais para ficar atenta(o):

    • Alterações na pele da mama, que pode ficar vermelha, inchada ou com aspecto de casca de laranja;
    • Retração ou inversão do mamilo;
    • Secreção espontânea pelo mamilo (transparente, rosada ou com sangue);
    • Feridas, descamações ou úlceras no mamilo;
    • Dor local persistente;
    • Inchaço ou caroços nas axilas;
    • Diferença no tamanho ou formato das mamas.

    Os sinais nem sempre indicam câncer, pois existem doenças benignas que causam sintomas semelhantes. No entanto, qualquer alteração suspeita deve ser avaliada por um médico o quanto antes.

    Quais os fatores de risco para o câncer de mama?

    O desenvolvimento do câncer de mama envolve uma combinação de fatores genéticos, hormonais, ambientais e comportamentais. Segundo o INCA, os principais fatores de risco são:

    Comportamentais e ambientais

    • Obesidade e sobrepeso após a menopausa;
    • Sedentarismo;
    • Consumo regular de bebidas alcoólicas;
    • Exposição frequente a radiações ionizantes (raios X e tomografias).

    Reprodutivos e hormonais

    • Primeira menstruação antes dos 12 anos;
    • Não ter tido filhos;
    • Primeira gravidez após os 30 anos;
    • Menopausa após os 55 anos;
    • Uso prolongado de anticoncepcionais orais;
    • Terapia de reposição hormonal por mais de cinco anos.

    Genéticos e hereditários

    • Histórico de câncer de mama ou de ovário em familiares de primeiro grau (mãe, irmã, filha), principalmente antes dos 50 anos;
    • Alterações herdadas nos genes BRCA1 e BRCA2, que aumentam o risco da doença.

    Ter um ou mais fatores de risco não significa que a pessoa terá câncer de mama, mas indica que ela deve redobrar o cuidado com os exames preventivos e manter hábitos saudáveis.

    Diagnóstico de câncer de mama

    O diagnóstico começa com avaliação clínica. Ao identificar um nódulo ou alteração suspeita, o médico solicita exames de imagem — como mamografia, ultrassonografia ou ressonância magnética.

    A confirmação se faz por biópsia, com análise microscópica do tecido suspeito. O patologista identifica tipo tumoral e características como receptores hormonais e HER2. Quando necessário, exames como FISH e painéis genéticos ajudam a definir a melhor terapia.

    Diagnóstico precoce é determinante: quanto mais cedo o tumor é descoberto, maiores as chances de cura e menor a necessidade de tratamentos agressivos.

    Para quem a mamografia é indicada?

    A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda exame anual a partir de 40 anos. Já o SUS orienta:

    • 40 a 49 anos: disponível, fora do rastreamento populacional. Realiza-se por solicitação médica ou iniciativa da paciente;
    • 50 a 74 anos: rastreamento bienal (a cada dois anos), mesmo sem sintomas;
    • Acima de 74 anos: decisão individualizada conforme saúde e expectativa de vida.

    Quem tem familiar de primeiro grau com câncer de mama deve iniciar o rastreamento 10 anos antes da idade do diagnóstico desse familiar.

    Como é feito o tratamento de câncer de mama?

    O tratamento é individualizado, considerando tipo/estágio do tumor, receptores hormonais, risco de metástase e condições clínicas.

    • Tratamento local: cirurgia (parcial ou total) e, muitas vezes, radioterapia;
    • Tratamento sistêmico: quimioterapia, hormonioterapia, terapias-alvo e imunoterapia.

    Quando o tumor é grande, pode-se iniciar com terapia sistêmica (neoadjuvante) para reduzir o tamanho e permitir cirurgia mais conservadora. Em doença metastática, o tratamento sistêmico é essencial para controle e alívio de sintomas.

    Nem todas as pacientes precisam de quimioterapia. Testes genômicos (como Oncotype DX e MammaPrint) ajudam a selecionar quem realmente se beneficiará, evitando toxicidades desnecessárias.

    Leia também: Metástase: o que é, sintomas, como surge e se tem cura

    Cuidados e acompanhamento do câncer de mama

    Após o tratamento, o seguimento varia conforme o subtipo:

    • HER2 positivo ou triplo negativo: monitorados por ~5 anos; sem recidiva nesse período, considera-se cura;
    • Receptor hormonal positivo: bom prognóstico, porém risco de recidiva tardia — seguimento prolongado com consultas e exames periódicos.

    Fisioterapia e reabilitação

    A cirurgia pode afetar músculos, nervos e mobilidade do ombro/ braço (especialmente com retirada de linfonodos). A fisioterapia oncológica auxilia na recuperação, previne e trata linfedema, melhora circulação e postura e favorece a autonomia no dia a dia.

    Cuidado da autoestima

    Queda de cabelo, cicatrizes e mastectomia impactam a autoimagem. Busque estratégias que tragam conforto (lenços, turbantes, laces ou visual natural), atividades prazerosas e rede de apoio. Se houver tristeza persistente, insônia ou ansiedade, procure suporte psicológico/psiquiátrico.

    Sexualidade durante o tratamento

    Mudanças físicas e emocionais podem reduzir o desejo. Respeite seu tempo, reconecte-se ao corpo de forma gentil e converse com o(a) parceiro(a). A terapia pode ajudar a lidar com fatores emocionais e a redescobrir o prazer.

    Reconstrução mamária e alternativas

    A reconstrução restaura a forma e aparência da mama após mastectomia ou cirurgia conservadora, contribuindo para autoestima e equilíbrio corporal. Onde o acesso cirúrgico é limitado, próteses externas são alternativa segura e confortável até que a reconstrução seja possível.

    Câncer de mama tem cura?

    Sim, especialmente quando diagnosticado precocemente. Mesmo em casos avançados, as terapias atuais permitem controle da doença e anos de vida com qualidade.

    É possível prevenir o câncer de mama?

    Não há prevenção absoluta, mas é possível reduzir o risco. Segundo o INCA, até 28% dos casos poderiam ser evitados com:

    • Manter o peso corporal adequado;
    • Praticar atividades físicas regularmente;
    • Evitar bebidas alcoólicas;
    • Amamentar pelo maior tempo possível;
    • Não fumar e evitar o tabagismo passivo.

    Leia também: Autoexame: como detectar precocemente diferentes tipos de câncer

    Perguntas frequentes sobre câncer de mama

    1. O câncer de mama sempre causa dor?

    Na maioria das vezes, não. O nódulo inicial costuma ser indolor. A ausência de dor não exclui doença; alterações devem ser avaliadas por médico.

    2. O câncer de mama pode aparecer em mulheres jovens?

    Sim. Embora mais comum após os 50 anos, pode ocorrer em jovens, sobretudo com histórico familiar ou mutações genéticas (BRCA1/2). Nesses casos, o rastreamento pode começar antes dos 40.

    3. A reconstrução da mama é obrigatória após a mastectomia?

    Não. É uma decisão pessoal, conforme tipo de cirurgia, condições clínicas e desejo da paciente. Próteses externas são opção segura quando a reconstrução não é imediata.

    4. A reposição hormonal aumenta o risco de câncer de mama?

    Pode aumentar, sobretudo com terapia combinada (estrogênio + progesterona) por períodos prolongados (>5 anos). A decisão deve ser individualizada e acompanhada por ginecologista, com mamografias regulares.

    5. O que é radioterapia?

    Terapia local com radiação para eliminar células remanescentes e reduzir recidiva, frequentemente indicada após cirurgias conservadoras ou em tumores/agressividade maiores. Sessões diárias por algumas semanas, indolor.

    6. Posso fazer atividades físicas durante o tratamento?

    Sim, com orientação médica. Exercícios leves a moderados (caminhada, ioga, alongamento, pilates) melhoram disposição, controlam peso e reduzem efeitos colaterais. Respeite seus limites.

    7. Como lidar com a menopausa induzida pelo tratamento?

    Há estratégias seguras: lubrificantes vaginais, roupas leves, técnicas de relaxamento e acompanhamento médico. Converse com o oncologista sobre opções adequadas para o seu caso.

    8. O que é câncer de mama metastático?

    É quando células do tumor mamário se espalham para outros órgãos (ossos, pulmões, fígado, cérebro). Mesmo à distância, mantém as características do câncer de mama e é tratado como tal.

    Confira: 7 sintomas iniciais de câncer que não devem ser ignorados

  • Recidiva do câncer: por que ele pode voltar após o tratamento?

    Recidiva do câncer: por que ele pode voltar após o tratamento?

    Após meses de tratamento, seja por cirurgia, quimioterapia ou radioterapia, a remissão do câncer costuma ser acompanhada de sentimentos de alívio e vitória. Apesar disso, é comum (e totalmente compreensível) ficar apreensivo com a possibilidade de o câncer retornar.

    O fenômeno, conhecido como recidiva, ocorre quando a doença retorna meses ou até anos depois do término do tratamento. Não é algo raro de acontecer, e por isso é importante que pacientes e familiares compreendam por que ocorre, quais fatores estão envolvidos e quais são as melhores formas de lidar com a possibilidade. Entenda mais, a seguir.

    O que é a recidiva do câncer?

    A recidiva do câncer é o termo médico usado para descrever o retorno da doença após o fim do tratamento inicial. Ela pode aparecer no mesmo local onde o tumor surgiu, em tecidos próximos ou em órgãos distantes. Quando a doença retorna, ela mantém o nome do câncer original, mesmo que apareça em outro órgão.

    Por exemplo, se uma pessoa tratou câncer de mama e, anos depois, células cancerígenas aparecem nos pulmões, ainda será considerado câncer de mama com metástase pulmonar, e não um câncer de pulmão primário. Esse detalhe é particularmente importante porque o comportamento biológico e o tratamento dependem da origem inicial do tumor.

    Vale ressaltar que a recidiva não significa necessariamente que o tratamento anterior não deu certo. Ela é, na verdade, consequência de um processo natural do câncer, uma vez que células microscópicas podem permanecer no corpo mesmo depois de terapias agressivas.

    Por esse motivo é tão importante manter o acompanhamento mesmo após a remissão, pois a recidiva pode acontecer meses ou até anos após o término do tratamento.

    Como e por que a recidiva acontece?

    De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica, o corpo humano é formado por trilhões de células, e um tumor de apenas 1 cm³ já pode conter cerca de 1 bilhão de células cancerígenas. Mesmo com exames avançados, é praticamente impossível detectar células isoladas ou pequenos grupos de células que sobrevivem após o tratamento.

    Segundo o oncologista Thiago Chadid, as células residuais são chamadas de micrometástases, e podem permanecer “congeladas” por meses ou até anos. Mas, por algum gatilho, como baixa imunidade, estresse, infecção, covid-19, cigarro ou radiação, podem voltar a se multiplicar de forma descontrolada, originando um novo tumor.

    Quais os tipos de recidiva do câncer?

    A recidiva pode se manifestar de diferentes formas, sendo elas:

    • Recidiva local: acontece quando o tumor aparece novamente exatamente no mesmo local onde surgiu o câncer inicial. Por exemplo, um câncer de pele tratado volta no mesmo ponto da cicatriz;
    • Recidiva regional: nesses casos, o câncer retorna em linfonodos próximos ao local original. Um exemplo é um câncer de mama que se manifesta novamente nos linfonodos da axila;
    • Recidiva metastática distante (metástase): o câncer se instala em órgãos ou tecidos distantes do local inicial. É o tipo mais grave, pois pode atingir pulmões, fígado, ossos ou cérebro.

    É possível saber se o câncer vai voltar?

    Atualmente, não existe uma maneira de saber se, depois da remissão, o câncer vai retornar. Segundo a SBCO, em alguns tipos de tumores, existem algoritmos que estimam a chance de recidiva, mas ainda se tratam de cálculos imprecisos, incapazes de determinar com certeza o risco individual de cada paciente.

    O que se sabe é que, quando o câncer é mais agressivo, de crescimento rápido ou que já se espalhou para outras regiões do corpo, a probabilidade de recidiva é maior. O acompanhamento contínuo aumenta a chance de detectar precocemente qualquer sinal de retorno da doença, o que faz diferença no tratamento.

    De acordo com Thiago, adota-se o período de cinco anos como referência para acompanhar o risco de retorno do câncer. No entanto, há exceções, sobretudo em tumores indolentes, que apresentam crescimento mais lento e podem recidivar após esse intervalo.

    Como é feito o diagnóstico e tratamento da recidiva do câncer?

    O diagnóstico da recidiva normalmente acontece durante as consultas de retorno ao oncologista. Os exames de imagem (como tomografia, ressonância magnética e PET-CT) e exames laboratoriais continuam sendo as principais medidas de detecção do câncer.

    Em alguns casos, dependendo do tipo de tumor, o paciente pode notar alguns sinais de alerta, como:

    • Dor persistente;
    • Fadiga extrema;
    • Perda de peso sem causa aparente;
    • Novos nódulos ou alterações na pele.

    O tratamento depende do tipo e localização da recidiva, além do histórico do paciente. Algumas células tumorais podem se tornar resistentes aos medicamentos utilizados anteriormente, exigindo mudanças de estratégia.

    Mas, segundo Thiago, quando o câncer retorna no mesmo local, normalmente se trata de um resíduo tumoral que não foi completamente eliminado. Nesses casos, a cirurgia ou a radioterapia costumam ser as opções mais indicadas, pois ainda existe uma chance significativa de cura.

    Já a metástase indica que as células tumorais se disseminaram para outras partes do corpo, o que torna o tratamento mais complexo. As abordagens, dependendo do tipo e da localização do câncer, podem incluir quimioterapia, radioterapia, terapia-alvo, imunoterapia, terapia hormonal ou cirurgia.

    Leia mais: Entenda a diferença entre tumor benigno e maligno

    É possível prevenir o retorno do câncer?

    Não é possível prevenir completamente a recidiva do câncer, mas existem medidas que reduzem os riscos, como:

    • Alimentação equilibrada: uma dieta rica em frutas, legumes, verduras, grãos integrais e proteínas magras ajuda a manter o peso corporal saudável e fornece nutrientes essenciais para o bom funcionamento do organismo. O excesso de alimentos ultraprocessados, ricos em açúcar, gorduras saturadas e aditivos químicos, deve ser evitado;
    • Atividade física regular: praticar exercícios de forma constante, mesmo que em intensidade moderada, como caminhadas, natação ou bicicleta, contribui para controlar a obesidade, aumentar a imunidade e reduzir inflamações;
    • Controle do estresse: o impacto emocional do câncer é enorme, e viver em constante estado de tensão enfraquece o sistema imunológico. Estratégias como meditação, ioga, respiração consciente ou acompanhamento psicológico ajudam a reduzir a ansiedade, melhorar o sono e trazer mais equilíbrio à rotina;
    • Acompanhamento multidisciplinar: contar com nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos e educadores físicos garante uma atenção integral ao corpo e à mente, fortalecendo o paciente como um todo. Ter uma rede de apoio contribui para a adesão ao tratamento e para a melhora da qualidade de vida;
    • Evitar fatores de risco: abandonar o tabagismo e reduzir o consumo de álcool são medidas fundamentais para prevenir a doença. Se proteger contra a radiação solar excessiva e manter as vacinas em dia, como as contra HPV e hepatite B, também faz toda diferença.

    Apesar das medidas não garantirem que o câncer nunca volte, elas fortalecem o organismo, aumentam a resposta ao tratamento e promovem qualidade de vida — permitindo que o paciente se sinta mais confiante no processo de recuperação.

    Confira: Exames de rotina para prevenir câncer: conheça os principais

    Perguntas frequentes sobre recidiva do câncer

    1. O câncer que volta é mais agressivo do que o primeiro?

    Nem sempre. Na verdade, o comportamento da recidiva depende do tipo de câncer e da forma como ele evolui no organismo. Em alguns casos, o tumor pode se manifestar de maneira semelhante ao inicial; em outros, pode apresentar características mais resistentes aos medicamentos utilizados anteriormente, exigindo novas medidas de tratamento.

    2. Quanto tempo depois do tratamento o câncer pode voltar?

    Não existe um tempo fixo. A recidiva do câncer pode ocorrer em meses, anos ou até décadas depois do tratamento inicial. Há relatos de pacientes que tiveram o retorno da doença até 20 anos após entrarem em remissão.

    Assim, o acompanhamento médico periódico deve ser contínuo, mesmo depois de muito tempo sem sinais de câncer. Exames de rotina e consultas de acompanhamento são fundamentais para detectar precocemente qualquer alteração.

    3. O câncer que volta é considerado um novo câncer?

    Não, a recidiva é o reaparecimento do mesmo câncer tratado anteriormente. Mesmo que ele surja em outra parte do corpo, continua sendo considerado do mesmo tipo do tumor original. Por exemplo, um câncer de mama que volta nos ossos ainda é classificado como câncer de mama metastático.

    Já um segundo câncer primário é quando o paciente desenvolve outro tipo de tumor, independente do primeiro.

    4. O paciente em remissão precisa fazer exames para o resto da vida?

    Na maioria dos casos, sim. O acompanhamento médico deve ser constante, mesmo depois de anos sem sinais da doença. A frequência dos exames pode diminuir com o tempo, mas dificilmente o paciente deixa de ser monitorado completamente.

    Isso é necessário porque a recidiva pode acontecer a qualquer momento — inclusive após longos períodos de silêncio da doença.

    5. O que fazer para lidar emocionalmente com o medo da recidiva?

    O medo de que o câncer retorne é muito comum entre pacientes oncológicos e pode comprometer o sono, a concentração e a qualidade de vida, então é muito importante falar abertamente sobre os sentimentos com o médico e procurar apoio psicológico.

    Existem grupos de apoio e terapia individual que contribuem para transformar a ansiedade em algo mais manejável. Cuidar da saúde emocional é tão importante quanto cuidar do corpo, pois o equilíbrio mental fortalece a resiliência e aumenta a confiança no tratamento.

    6. Por que algumas pessoas têm recidiva e outras não?

    A diferença está ligada a diversos fatores, como o tipo de câncer, o estágio em que foi diagnosticado, a resposta individual ao tratamento e até a genética do paciente. Além disso, fatores externos, como estilo de vida e exposição a substâncias nocivas, também influenciam.

    Em alguns casos, mesmo com todos os cuidados possíveis, pequenas células malignas podem permanecer no organismo e voltar a se multiplicar. Portanto, não há uma causa única, e sim vários fatores que influenciam se a doença vai voltar ou não.

    Veja também: Metástase: o que é, sintomas, como surge e se tem cura

  • Metástase: o que é, sintomas, como surge e se tem cura

    Metástase: o que é, sintomas, como surge e se tem cura

    Você já ouviu falar em metástase? O diagnóstico pode trazer um sentimento de insegurança e incerteza, especialmente em pacientes que estão em tratamento de câncer, mas entender como ela acontece é fundamental para enfrentar o momento com mais clareza.

    De maneira simples, a metástase indica um estágio crítico no desenvolvimento e progressão do câncer, e acontece quando células de um tumor maligno que surgiu em um local específico do corpo se disseminam para outras partes do corpo, como fígado, pulmão, ossos ou cérebro.

    Nesses casos, o tratamento precisa ser mais individualizado, levando em conta tanto o tipo de câncer inicial quanto os órgãos atingidos. O objetivo é controlar a doença, aliviar os sintomas e oferecer a melhor qualidade de vida possível. Entenda mais, a seguir.

    Afinal, o que é metástase?

    A metástase ocorre quando células cancerígenas se desprendem do tumor primário e se espalham para outras regiões do corpo. De acordo com o oncologista Thiago Chadid, o deslocamento normalmente ocorre pela corrente sanguínea ou pelo sistema linfático, atingindo órgãos como fígado, pulmão, ossos ou cérebro.

    Vale destacar que nem todo tumor causa metástase – e é uma capacidade apenas do câncer maligno, que consegue invadir tecidos vizinhos e se espalhar pelo corpo. Tumores benignos, por outro lado, costumam ter células mais organizadas e um crescimento mais lento. Isso significa que, quando um câncer atinge a fase metastática, novas lesões tumorais passam a surgir em locais diferentes do tumor inicial.

    Como acontece a metástase no organismo?

    Segundo o Ministério da Saúde, a metástase acontece quando células cancerígenas se desprendem do tumor principal e conseguem acessar a circulação sanguínea, a linfa ou até cavidades do corpo, como a pleural e a peritoneal. A partir daí, elas encontram novos locais para se instalar e formar outros tumores.

    De acordo com Thiago, existem três principais formas de disseminação:

    • Pelo sangue (via hematogênica): a mais comum, em que células tumorais caem na corrente sanguínea e atingem órgãos distantes;
    • Pelo sistema linfático: células invadem vasos linfáticos e alcançam linfonodos próximos ou distantes;
    • Por disseminação celômica: mais rara, ocorre na cavidade abdominal, causando o chamado carcinoma peritoneal.

    Além disso, no caso do câncer de pulmão, pode ocorrer uma disseminação aérea, em que células tumorais se espalham pelas vias respiratórias, afetando outras áreas do próprio pulmão.

    Quais órgãos são mais atingidos pela metástase?

    As metástases podem surgir em qualquer local do corpo, no entanto, alguns locais tendem a ser mais comuns. De acordo com Thiago, existe um fenômeno chamado tropismo, que é a tendência de determinados tumores crescerem melhor em ambientes específicos.

    O oncologista e o Ministério da Saúde destacam os seguintes padrões:

    Tipos de câncer Órgãos mais comuns de metástase
    Câncer de mama Linfonodos, fígado, ossos e pulmões
    Câncer de pulmão Linfonodos, pulmão, glândulas suprarrenais, fígado, ossos e cérebro
    Câncer de estômago Linfonodos, fígado e peritônio
    Câncer de intestino (cólon e reto) Linfonodos, fígado, peritônio e, em alguns casos, pulmão
    Câncer de próstata Linfonodos e ossos
    Câncer de tireoide Pulmão e ossos
    Melanoma Fígado e cérebro
    Sarcoma Pulmões

    Quais os sintomas da metástase?

    Os sintomas de uma metástase variam de acordo com o órgão afetado. Muitas vezes, o paciente só descobre a metástase quando realiza exames de rotina ou quando o câncer apresenta sinais mais agressivos.

    Entre alguns dos sinais de alerta, é possível apontar:

    • Metástase óssea: dores intensas nas costas e pescoço, ossos fragilizados, compressão da medula, dificuldade de urinar;
    • Metástase cerebral: dores de cabeça, convulsões, sonolência, vômitos, alterações neurológicas e dificuldade de fala ou visão;
    • Metástase pulmonar: falta de ar, tosse persistente, dor torácica, chiado no pulmão, sangue no catarro, rouquidão;
    • Metástase no fígado: perda de apetite, emagrecimento, icterícia (pele e olhos amarelados), dor abdominal, febre, náuseas e vômitos.

    Se você já tratou um câncer e notar algum dos sintomas, isso não significa necessariamente que tenha metástase. Ainda assim, procure o médico rapidamente para investigar e, se houver confirmação, receber a orientação sobre o tratamento mais adequado.

    Como é feito o diagnóstico de metástase?

    O diagnóstico de metástase envolve uma combinação de exames clínicos, laboratoriais e de imagem. Tomografia, ressonância magnética e PET-CT, por exemplo, ajudam a identificar novos focos tumorais no corpo, mas a confirmação definitiva vem da biópsia, onde uma amostra do tecido suspeito é analisada em laboratório.

    O oncologista Thiago Chadid explica que, por meio da análise histológica e molecular, é possível determinar se a célula encontrada pertence a um tumor já existente (ou seja, uma metástase) ou se ela se trata de um novo câncer primário.

    Veja mais: Exames de rotina para prevenir câncer: conheça os principais

    Quais são os tratamentos para a metástase?

    O tratamento da metástase depende do tipo de câncer que deu origem ao tumor. Mesmo quando a doença se espalha para outros órgãos, a escolha do tratamento leva em conta o local onde começou. Normalmente, são usados medicamentos como quimioterapia, hormonioterapia, imunoterapia ou terapias-alvo.

    Em alguns casos, pode ser feita uma cirurgia para retirar metástases localizadas. Já a radioterapia é usada, na maioria das vezes, para controlar sintomas, como dor ou sangramento, mas em certas situações também pode ser indicada como tratamento do câncer com metástase.

    Metástase tem cura?

    Todo câncer metastático é considerado de estágio avançado, o que torna a cura mais difícil. Porém, como destaca Thiago, existem situações em que poucas metástases localizadas podem ser operadas ou tratadas.

    Além disso, o Ministério da Saúde ressalta que os avanços em quimioterapia, hormonioterapia, imunoterapia e drogas-alvo vêm permitindo controlar o câncer metastático por longos períodos. Nesses casos, mesmo sem falar em cura definitiva, o tratamento pode transformar a doença em algo crônico, possibilitando uma vida mais longa e com qualidade.

    É possível prevenir a metástase?

    A melhor forma de reduzir o risco de metástase é tratar o câncer o quanto antes. Quando diagnosticado precocemente, o tratamento pode incluir cirurgia associada a terapias complementares, como quimioterapia, radioterapia ou hormonioterapia. Elas têm como objetivo eliminar células tumorais que possam permanecer no organismo, evitando a recidiva da doença e o surgimento de metástases.

    Por fim, manter um estilo de vida saudável, com o controle de peso, alimentação equilibrada, prática regular de atividades físicas, não fumar e evitar o consumo excessivo de álcool, também ajuda na prevenção do câncer em si — e, consequentemente, da metástase.

    Confira: Imunoterapia: a estratégia que transforma o corpo em arma contra o câncer

    Perguntas frequentes sobre metástase

    1. A metástase pode surgir logo no início do câncer?

    Sim, o processo de metástase pode começar ainda em fases iniciais do câncer, quando algumas células já conseguem se desprender do tumor e viajar pela corrente sanguínea ou linfática. No entanto, isso acontece com maior frequência em estágios mais avançados.

    O que muda é que, no início, muitas vezes as células ainda não conseguem se instalar com sucesso em outros órgãos. Elas podem até circular, mas nem sempre encontram condições para crescer. Já em estágios avançados, a quantidade de células circulando aumenta e as chances de fixação em novos locais também.

    2. Metástase no fígado tem sintomas específicos?

    O fígado é um dos órgãos mais atingidos por metástases, especialmente em caso de câncer de mama, intestino ou pulmão. Quando isso acontece, o paciente pode apresentar sintomas como dor abdominal, pele e olhos amarelados (icterícia), perda de apetite, emagrecimento e fadiga intensa.

    No entanto, é importante ressaltar que muitas vezes a metástase hepática pode ser silenciosa, só sendo descoberta em exames de imagem de rotina. Por isso a importância do acompanhamento médico regular.

    3. Metástase no cérebro causa quais sintomas?

    Quando o câncer chega ao cérebro, os sintomas variam conforme a área afetada. O paciente pode apresentar dores de cabeça persistentes, convulsões, dificuldade de fala, alterações de visão, desequilíbrio, perda de memória ou até mudanças de comportamento.

    Os sinais muitas vezes podem ser confundidos com doenças neurológicas e, por isso, exames de imagem, como ressonância magnética, são fundamentais para esclarecer o diagnóstico.

    4. Uma cirurgia pode eliminar todas as metástases?

    Depende. Quando há poucas metástases em locais acessíveis, a cirurgia pode ser indicada e até oferecer chance de cura. Mas, na maioria das vezes, elas estão espalhadas por vários órgãos ou em áreas de difícil acesso, o que torna a cirurgia inviável. Nesses casos, o tratamento costuma ser feito com quimioterapia, hormonioterapia, imunoterapia ou terapias-alvo.

    5. Pacientes com metástase podem viver muitos anos?

    Apesar de a metástase indicar um estágio avançado de câncer, os avanços da medicina permitem que muitos pacientes vivam por longos períodos, mantendo a doença sob controle. Em diversos casos, o câncer metastático já é tratado como uma condição crônica, possibilitando anos de acompanhamento e estabilidade.

    O foco do tratamento não é apenas prolongar a vida, mas também garantir o bem-estar e a qualidade de vida. Com as terapias atuais, muitas pessoas conseguem continuar trabalhando, viajando, convivendo com a família e mantendo uma rotina próxima do normal.

    6. Metástase pode desaparecer sozinha?

    Não, uma vez instalada, a metástase não desaparece sem tratamento. O que pode acontecer é a doença ficar estável por longos períodos, sem crescimento significativo, especialmente em resposta a terapias eficazes.

    Em alguns casos, os exames mostram redução parcial do tamanho das metástases após tratamento, mas isso é resultado direto das intervenções médicas. Por isso, o acompanhamento contínuo é tão importante.

    Leia mais: Entenda a diferença entre tumor benigno e maligno

  • Autoexame: como detectar precocemente diferentes tipos de câncer

    Autoexame: como detectar precocemente diferentes tipos de câncer

    Um dos principais desafios de saúde pública no mundo, o câncer representa a segunda principal causa de morte no Brasil, ficando atrás apenas das doenças cardiovasculares, segundo dados do Ministério da Saúde. Apesar da gravidade, quanto mais cedo a doença é descoberta, maiores são as chances de cura e menores os impactos dos tratamentos.

    Por isso, além de manter uma rotina de exames de prevenção (que dependem de questões como idade e fatores individuais), o autoexame pode ser usado como uma importante ferramenta no diagnóstico precoce.

    Ele não é um exame diagnóstico e não substitui consultas médicas ou exames de rastreamento, mas ajuda a pessoa a conhecer melhor o próprio corpo e perceber rapidamente quando algo não está normal — como um nódulo, uma mancha diferente ou uma ferida que não cicatriza.

    Nesse contexto, conversamos com um especialista para esclarecer as principais dúvidas sobre o autoexame e entender como ele pode contribuir na detecção precoce de diferentes tipos de câncer. Confira, a seguir, algumas orientações práticas e sinais de alerta para ficar de olho.

    O que é o autoexame e por que ele é importante?

    O autoexame é o hábito de observar, tocar e conhecer o próprio corpo para identificar alterações que possam ser sinais iniciais de alguma doença, como o câncer. Ele pode ser feito em casa, sem a necessidade de equipamentos ou técnicas complexas.

    Com ele, é possível perceber mudanças que normalmente passariam despercebidas, como um caroço, uma mancha que aumenta de tamanho, uma ferida que não cicatriza ou até uma secreção diferente.

    A prática fortalece a consciência corporal, isto é, ajuda a pessoa a conhecer melhor o funcionamento normal do seu corpo. Quando você cria o hábito de se observar com frequência, fica muito mais fácil notar algo que não estava ali antes ou que mudou de aspecto ao longo do tempo. Pequenas alterações podem ser percebidas logo no início, antes mesmo de causarem sintomas mais graves.

    Vale lembrar que o autoexame não deve substituir as consultas médicas de rotina nem os exames de rastreamento indicados para cada faixa etária, como a mamografia ou a colonoscopia.

    Como realizar o autoexame?

    Não existe um único método para realizar o autoexame, já que cada parte do corpo exige atenção específica. O mais importante é manter o hábito, observar a rotina normal do seu corpo e procurar ajuda sempre que notar alterações.

    Autoexame das mamas

    O autoexame das mamas ajuda a pessoa a conhecer melhor o próprio corpo e permite identificar possíveis alterações.

    Para realizá-lo, o melhor momento é de 7 a 10 dias após o início da menstruação, quando as mamas estão menos inchadas e doloridas. Mulheres que já não menstruam podem escolher sempre o mesmo dia do mês para manter o hábito.

    O autoexame das mamas pode ser feito das seguintes maneiras:

    • Diante do espelho: eleve e abaixe os braços. Observe se há alguma anormalidade na pele, alterações no formato, abaulamentos ou retrações.
    • Durante o banho: com a pele molhada ou ensaboada, eleve o braço direito e deslize os dedos da mão esquerda suavemente sobre a mama direita estendendo até a axila. Faça o mesmo na mama esquerda.
    • Deitada: coloque um travesseiro debaixo do lado esquerdo do corpo e a mão esquerda sob a cabeça. Com os dedos da mão direita, apalpe a parte interna da mama. Inverta a posição para o lado direito e apalpe da mesma forma a mama direita.

    Entre os sinais de alerta para ficar de olho, o oncologista Thiago Chadid aponta:

    • Nódulo persistente e duro, pouco móvel;
    • Alterações de pele (aspecto “casca de laranja”, retrações);
    • Alteração/retração do mamilo;
    • Secreção anormal;
    • No caso de caroços dolorosos que surgem após uma batida, vale a avaliação se não melhorar com o tempo, pois pode ser inflamatório e indicativo de câncer.

    O especialista lembra que, na fase reprodutiva, a mama muda com o ciclo (glândulas incham), então caroços “cíclicos” podem ser benignos.

    Caso você encontre alguma das anormalidades citadas, lembre-se que é importante procurar atendimento médico. Apenas um especialista pode orientar e realizar o diagnóstico adequado.

    Autoexame dos testículos

    O câncer de testículo é mais comum em homens jovens, entre 15 e 35 anos, e normalmente se manifesta a partir de um nódulo duro e indolor em um dos testículos, ou um inchaço ou aumento de volume do testículo.

    Para realizar o autoexame dos testículos, siga as orientações:

    • O momento ideal é após o banho quente, quando a pele do escroto está relaxada;
    • Com as duas mãos, segure cada testículo e palpe delicadamente usando os dedos indicador e médio, com o polegar em cima;
    • Sinta toda a superfície do testículo, procurando caroços, nódulos ou áreas endurecidas;
    • É normal sentir uma estrutura macia atrás de cada testículo, chamada epidídimo. Ela não deve ser confundida com um nódulo;
    • Compare o tamanho dos dois testículos. Pequenas diferenças são comuns, mas aumento repentino de volume deve ser investigado.

    O ideal é realizar o autoexame uma vez ao mês. Se você notar alterações, agende consulta com um urologista.

    Autoexame da pele

    O câncer de pele é o tumor mais comum no Brasil e no mundo, que surge do crescimento anormal das células da pele, frequentemente causado pela exposição excessiva à radiação solar. Durante o autoexame, o oncologista Thiago Chadid aponta que é importante observar sinais como:

    • Manchas que mudam (de tamanho, cor ou borda);
    • Feridas que não cicatrizam;
    • Manchas brancas na boca;
    • Alterações visíveis nos olhos.

    Para realizá-lo, escolha um ambiente bem iluminado, de preferência com um espelho grande. Examine todo o corpo, inclusive costas, couro cabeludo, plantas dos pés e entre os dedos. Se possível, peça ajuda de alguém para observar áreas difíceis.

    Use a regra do ABCDE para avaliar pintas:

    • A: Assimetria: uma metade diferente da outra;
    • B: Bordas irregulares;
    • C: Cor variada (preta, marrom, vermelha ou azul);
    • D: Diâmetro maior que 6 mm;
    • E: Evolução rápida: mudança de tamanho, forma ou cor.

    Além disso, desconfie de manchas que coçam, descamam ou sangram. Se identificar algo suspeito, procure um dermatologista.

    Autoexame da boca

    O câncer de boca é um tumor que afeta lábios, língua, gengivas, bochechas, céu da boca e assoalho da boca. Ele pode se apresentar como manchas esbranquiçadas ou avermelhadas, feridas que não cicatrizam em até 15 dias, caroços na boca ou no pescoço e rouquidão persistente.

    Para realizar o autoexame, fique em frente ao espelho, em ambiente bem iluminado. Depois, abra a boca e observe:

    • Lábios: parte interna e externa;
    • Gengivas e bochechas: veja se há manchas ou feridas;
    • Língua: observe toda a superfície, inclusive a parte debaixo;
    • Céu da boca: observe a região próxima à garganta.

    Com as mãos limpas, apalpe a parte interna da boca e o pescoço para perceber nódulos ou áreas doloridas. Se encontrar qualquer lesão que não cicatrize ou manchas que persistam por mais de 15 dias, procure um dentista ou médico especializado.

    O autoexame ajuda a detectar câncer colorretal ou de estômago?

    Não, pois esses tipos de câncer não apresentam sinais visíveis no início. A detecção precoce depende de exames específicos, como colonoscopia ou endoscopia, indicados conforme idade e histórico familiar por um profissional da saúde.

    Leia também: Entenda a diferença entre tumor benigno e maligno

    Com que frequência o autoexame deve ser feito?

    A recomendação é mensal, de preferência em momentos em que o corpo esteja relaxado, como após o banho. O mais importante é a regularidade, para que pequenas mudanças sejam notadas com facilidade.

    É importante entender que o autoexame não precisa ser algo demorado: em poucos minutos você consegue observar e palpar as principais áreas do corpo, conhecendo melhor as características do próprio corpo.

    Existem pontos negativos?

    Apesar de ser uma prática útil, o autoexame também tem limitações. Primeiro, ele não substitui consultas médicas nem exames clínicos e de imagem, como mamografia, ultrassonografia, colonoscopia ou biópsia. Ele serve apenas como uma ferramenta de observação inicial, para identificar alterações suspeitas que merecem investigação.

    O oncologista Thiago Chadid aponta que o autoexame pode levar a um aumento de consultas desnecessárias, sobrecarregando o sistema de saúde com casos que não representam um risco real.

    Além disso, ele exige educação em saúde, pois nem sempre é fácil diferenciar o que é normal do que é suspeito. Assim, há chance de interpretações equivocadas, que levam tanto a falsos alarmes quanto ao risco de subestimar sinais importantes.

    Por isso, o ideal é que o autoexame seja sempre feito apenas como uma forma complementar de cuidado, em conjunto com o acompanhamento médico regular.

    Confira: Imunoterapia: a estratégia que transforma o corpo em arma contra o câncer

    Perguntas frequentes

    1. Homens também devem fazer autoexame das mamas?

    Sim. É raro e representa apenas cerca de 1% de todos os casos de câncer de mama diagnosticados, mas a doença pode afetar homens, uma vez que eles também possuem glândulas mamárias e hormônios femininos (estrogênio) em baixas quantidades.

    Eles devem ficar atentos a nódulos próximos ao mamilo, secreções com sangue, dor localizada ou alterações na pele da região.

    2. Qual a diferença entre autoexame e rastreamento?

    O autoexame é uma prática de autocuidado feita em casa pela própria pessoa. Ele serve para aumentar a consciência corporal e identificar alterações visíveis ou palpáveis, mas não é capaz de confirmar diagnósticos.

    Já o rastreamento é conduzido por profissionais de saúde, por meio de consultas e exames clínicos. O rastreamento deve ser orientado por um profissional, e depende de fatores como idade, sexo e fatores de risco, sendo fundamental para detectar doenças silenciosas que o autoexame não consegue identificar.

    3. Quanto tempo leva para fazer um autoexame completo?

    Um autoexame não leva muito tempo: você pode realizá-lo entre 5 e 10 minutos. É um tempo curto que pode ser encaixado na rotina mensal — especialmente após o banho, quando o corpo está relaxado. O mais importante é ter calma e atenção, sem pressa, para observar a pele, palpar as mamas ou testículos, e inspecionar a boca diante do espelho.

    4. Se eu encontrar um caroço, significa que é câncer?

    Não necessariamente. Muitos caroços podem ser cistos, lipomas (nódulos de gordura) ou inflamações benignas, que não oferecem risco. Apenas um médico pode diferenciar uma alteração benigna de um câncer.

    Por isso, qualquer caroço ou nódulo persistente deve ser avaliado em consulta médica, com exames complementares como ultrassonografia, biópsia ou ressonância.

    5. O autoexame substitui a mamografia?

    Não. Ele é apenas um complemento. A mamografia detecta tumores pequenos, invisíveis ao toque, e continua sendo o exame mais eficaz para rastreamento.

    6. Quais sinais devo procurar no autoexame das mamas?

    Durante o autoexame das mamas, fique atenta a presença das seguintes alterações:

    • Caroços endurecidos;
    • Retração ou ondulação da pele;
    • Secreção sanguinolenta ou transparente no mamilo;
    • Alterações no tamanho ou formato da mama;
    • Vermelhidão ou feridas na região.

    Leia também: 7 sintomas iniciais de câncer que não devem ser ignorados

  • Exames de rotina para prevenir câncer: conheça os principais 

    Exames de rotina para prevenir câncer: conheça os principais 

    Você está com seus exames de rotina em dia? Além de fundamentais para monitorar a saúde, eles ajudam a identificar precocemente condições graves — como o câncer, uma das principais causas de morte no Brasil e no mundo.

    Quando descoberto no início, as chances de sucesso do tratamento aumentam, os efeitos colaterais tendem a ser menores e, muitas vezes, é possível evitar procedimentos mais agressivos.

    Ao longo da vida, recomenda-se adotar o hábito de realizar exames de rastreamento com regularidade — que variam conforme idade, histórico familiar e fatores de risco individuais. A seguir, reunimos orientações essenciais com base em recomendações de especialistas.

    O que são exames de rotina para prevenir câncer?

    São avaliações médicas periódicas (sangue, análises clínicas e/ou imagem) realizadas mesmo em pessoas sem sintomas. Eles detectam alterações suspeitas no início, quando o tumor ainda está em fase inicial — ou até antes de surgir.

    De acordo com o Ministério da Saúde e o INCA, a detecção precoce ocorre de duas formas:

    • Rastreamento: para pessoas aparentemente saudáveis dentro de um grupo de risco/idade (ex.: mamografia; Papanicolau).
    • Diagnóstico precoce: investigação rápida diante de sinais de alerta (sangramentos, nódulos, dores persistentes) para aumentar a chance de cura e reduzir tratamentos agressivos.

    Quais exames de rotina para prevenir câncer são necessários?

    Há protocolos bem estabelecidos para mama, próstata, colorretal, colo do útero e, em situações específicas, pulmão. Um check-up anual a partir dos 30 anos (consulta clínica + exames básicos) é uma boa referência. Mediante sintomas ou riscos adicionais, o médico pode solicitar exames complementares.

    Exames de rotina para prevenir câncer de mama

    Segundo o INCA, é o câncer mais comum entre mulheres (excluindo pele não melanoma).

    • Ministério da Saúde: mulheres de 50 a 69 anos — mamografia a cada 2 anos.
    • Sociedades internacionais: iniciar aos 40 anos, anualmente, até ~75 anos.
    • Após os 75 anos: individualizar (saúde geral e expectativa de vida).
    • História familiar: começar 10 anos antes da idade do diagnóstico do parente mais jovem (mãe/pai/irmãos).

    Homens também podem ter câncer de mama (raro). Nódulos, secreção sanguinolenta ou alterações na pele da mama exigem avaliação.

    Exames de rotina para prevenir câncer de próstata

    Exames mais utilizados: PSA (sangue) e toque retal.

    • Sem histórico familiar: iniciar aos 50 anos; repetir anualmente.
    • Com parente de 1º grau ou homens negros: iniciar aos 45 anos.
    • Regra dos “10 anos antes”: antecipe conforme a idade do parente diagnosticado.

    Importante: Ministério da Saúde e OMS não recomendam rastreamento universal de assintomáticos devido a possíveis falsos-positivos, procedimentos desnecessários e sobrediagnóstico. Decisão deve ser individualizada após discutir riscos e benefícios com o médico.

    Exames de rotina para prevenir câncer colorretal

    Geralmente se origina de pólipos no intestino grosso/reto. O exame de referência é a colonoscopia.

    • Início: aos 45 anos na população geral.
    • História familiar: 10 anos antes da idade do parente mais jovem diagnosticado.

    Periodicidade (pode variar):

    • Condições normais: a cada 3 anos.
    • Duas colonoscopias consecutivas negativas: estender para 5–10 anos.
    • Achado de pólipos/adenomas: repetir em 1 ano.

    Exames de rotina para prevenir câncer do colo do útero

    Fortemente associado ao HPV. Prevenção: vacinação + Papanicolau.

    • Início: aos 25 anos (se já iniciou vida sexual) até 64 anos.
    • Periodicidade: anual; após dois exames normais consecutivos, a cada 3 anos.
    • HIV/imunossuprimidas: manter coleta anual.
    • Após histerectomia total por causas não neoplásicas: pode suspender (avaliar com o médico).

    Leia também: 7 sintomas iniciais de câncer que não devem ser ignorados

    Exames de rotina para prevenir câncer de pulmão

    Rastreamento indicado apenas para alto risco com tomografia de tórax de baixa dose.

    • Critério principal: ≥ 30 maços/ano.
    • Critério adicional: ≥ 20 maços/ano + fator de risco (DPOC, história familiar, exposição ocupacional relevante).

    Outras recomendações

    Câncer de pele não melanoma

    Mais comum no Brasil (~30% dos tumores). Faça autoexame periódico e observe a regra ABCDE:

    • Assimetria;
    • Bordas irregulares;
    • Cor variável;
    • Diâmetro > 6 mm;
    • Evolução (mudanças ao longo do tempo).

    Pele clara, história familiar e queimaduras solares na infância elevam o risco. Alterações exigem avaliação dermatológica.

    Câncer de boca

    Detectável em consultas médicas/odontológicas. Sinais: feridas que não cicatrizam, manchas esbranquiçadas/avermelhadas, sangramentos, dor persistente.

    Fatores de risco: tabagismo, álcool e HPV. Consultas regulares ao dentista e abandono do fumo/álcool são estratégias-chave de prevenção.

    Quais são os fatores de risco para o desenvolvimento de câncer?

    • Idade: risco aumenta com o envelhecimento.
    • Genética/hereditariedade: mutações (ex.: BRCA1/BRCA2) e histórico familiar.
    • Tabagismo: principal fator para pulmão; eleva risco de vários outros.
    • Alimentação inadequada: carnes processadas/vermelhas ↑ risco colorretal; baixa ingestão de frutas/verduras ↓ proteção.
    • Sobrepeso/obesidade: associados a maior risco (inflamação crônica, alterações hormonais).
    • Álcool: consumo elevado ↑ risco (boca, fígado, cólon, entre outros).
    • Infecções virais: HPV (colo do útero); HIV aumenta vulnerabilidade.

    Aproximadamente 30% dos casos poderiam ser evitados com hábitos saudáveis: não fumar, moderar álcool, alimentação variada e pouco ultraprocessada, atividade física regular e controle do peso.

    Perguntas frequentes sobre exames de rotina para prevenção do câncer

    1. Quem deve começar o check-up anual e quando?

    Em geral, homens e mulheres a partir dos 30 anos, com consulta clínica e exames básicos — mesmo sem sintomas. Não substitui rastreamentos específicos (mamografia, Papanicolau, etc.).

    2. A partir de que idade fazer mamografia?

    MS/INCA: 50–69 anos, a cada 2 anos. Sociedades internacionais: iniciar aos 40, anual. Histórico familiar: começar 10 anos antes do caso mais jovem na família.

    3. Homens podem ter câncer de mama?

    Sim, embora seja raro. Fique atento a nódulos, retração do mamilo e secreção sanguinolenta.

    4. Todas as mulheres precisam fazer Papanicolau?

    Indicado para quem já teve atividade sexual. Não é necessário para mulheres sem vida sexual, pós-histerectomia total por motivos não oncológicos ou acima de 64 anos com histórico de exames normais (confirmar com o médico).

    5. E se um exame indicar alteração suspeita?

    São feitos exames confirmatórios (ex.: ultrassom, biópsia, colposcopia). O passo seguinte é não interromper a investigação até concluir o diagnóstico.

    6. Diferença entre diagnóstico precoce e rastreamento?

    Rastreamento: em assintomáticos, por faixa etária/risco. Diagnóstico precoce: investigação diante de sintomas. São estratégias complementares.

    7. Tomei vacina contra HPV. Ainda preciso do Papanicolau?

    Sim. A vacina não cobre todos os subtipos e muitas mulheres já tiveram contato com o HPV antes da imunização. Mantenha o exame até os 64 anos (ou conforme orientação médica).

    8. Câncer de mama hereditário é frequente?

    Não. Apenas 5%–10% dos casos são hereditários (BRCA1/BRCA2). A maioria é esporádica, ligada ao envelhecimento e fatores ambientais.

    Leia também: Imunoterapia: a estratégia que transforma o corpo em arma contra o câncer

    Este conteúdo é informativo e não substitui avaliação médica. Procure seu(ua) médico(a) para um plano de rastreamento personalizado.

  • Entenda a diferença entre tumor benigno e maligno 

    Entenda a diferença entre tumor benigno e maligno 

    Quando alguém recebe a notícia de que tem um tumor, o primeiro pensamento quase sempre é o mesmo: câncer. O medo é natural, já que a palavra carrega um peso enorme. Mas nem todo tumor significa malignidade.

    Por isso, é importante entender a diferença entre tumor benigno e maligno. Existem os tumores benignos, que têm um comportamento bem diferente e, em muitos casos, não oferecem o mesmo risco de vida que os malignos. A confusão acontece porque os dois envolvem o crescimento de células fora do padrão, mas as consequências são diferentes.

    Compreender essa questão é importante para diminuir a ansiedade diante de um diagnóstico e também para buscar o tratamento certo. Enquanto alguns tumores podem ser curados apenas com cirurgia, outros exigem acompanhamento constante e terapias mais complexas.

    Para esclarecer essas questões, conversamos com o oncologista Thiago Chadid, que explica de forma clara como distinguir um tumor benigno de um maligno e quais cuidados cada caso exige.

    O que é um tumor benigno?

    O tumor benigno é formado por um crescimento desordenado de células, mas que permanece restrito ao local onde surgiu. Ele pode até aumentar bastante de tamanho, mas não invade outros tecidos nem se espalha para órgãos distantes.

    “Pode até crescer bastante, mas se for retirado cirurgicamente, está curado”, explica o oncologista.

    Isso não significa, no entanto, que um tumor benigno nunca represente risco. “Se um tumor benigno crescer no cérebro, por exemplo, pode comprimir estruturas vitais e ser letal. Mas ele não se espalha para outros órgãos”, conta o médico.

    O que caracteriza um tumor maligno?

    O tumor maligno, por sua vez, tem a capacidade de invadir outros tecidos e se espalhar pelo corpo, o que se chama de metástase.

    “A partir do momento em que ele consegue lançar células na circulação sanguínea ou invadir outro órgão, é considerado maligno”, afirma o especialista.

    Esse comportamento invasivo torna o tumor maligno mais agressivo e com necessidade de acompanhamento e tratamento rápido.

    Aparência e diagnóstico: como diferenciar?

    De acordo com o oncologista, não existe um sinal clínico definitivo mostre a diferença entre tumor benigno e maligno. “O crescimento rápido, por exemplo, pode estar presente nos dois tipos, embora seja mais sugestivo de malignidade”.

    Em alguns casos, porém, a aparência ajuda a diferenciar. “Em termos de aparência, o tumor benigno tende a ser encapsulado, redondinho, enquanto o maligno é irregular, enraizado”, explica o especialista.

    Mas ele alerta que isso não é uma regra absoluta. “Existem tumores benignos que parecem malignos nas imagens. Só a biópsia confirma o diagnóstico correto”.

    Ou seja, a avaliação médica e os exames são fundamentais para diferenciar com segurança.

    Confira: Imunoterapia: a estratégia que transforma o corpo em arma contra o câncer

    Tumor benigno pode virar maligno?

    Alguns tipos de tumor benigno podem, sim, evoluir para maligno. “Alguns tumores benignos permanecem assim para sempre, porque a mutação celular não permite que evoluam. Outros, porém, podem sofrer alterações e se transformar em malignos. Isso depende do tipo e da natureza do tumor”, explica o médico.

    Por isso, mesmo tumores benignos não devem ser considerados inofensivos. “Em muitos casos, precisam ser retirados cirurgicamente para evitar riscos futuros de malignização”, detalha o oncologista.

    Perguntas frequentes sobre tumor benigno e maligno

    1. Todo tumor é câncer?

    Não. Nem todo tumor é maligno. Muitos tumores são benignos e não se espalham para outros órgãos, mas ainda assim precisam ser avaliados pelo médico e, muitas vezes, removidos por meio de uma cirurgia.

    2. Tumor benigno pode virar maligno?

    Sim, em alguns casos específicos. O oncologista Thiago Chadid explica que isso depende do tipo de tumor, por isso a biópsia é sempre importante para o acompanhamento.

    3. Tumor benigno precisa ser tratado?

    Na maioria das vezes, sim. Mesmo não se espalhando, um tumor benigno pode crescer e causar problemas dependendo da localização, como no cérebro ou em órgãos vitais.

    4. Qual é a principal diferença entre tumor benigno e maligno?

    O benigno cresce apenas no local onde surgiu, enquanto o maligno invade tecidos vizinhos e pode se espalhar pelo corpo (metástase).

    5. Como o médico descobre se o tumor é benigno ou maligno?

    O exame definitivo é a biópsia, que analisa o tecido em laboratório. Imagens de exames podem dar pistas, mas só a análise das células confirma.

    6. O tumor maligno sempre é agressivo?

    Sim, por definição ele é mais perigoso porque pode se espalhar para outros órgãos. Porém, cada tipo de câncer tem um comportamento diferente e o tratamento varia de acordo com o caso.

    Leia mais: 7 sintomas iniciais de câncer que não devem ser ignorados

  • Imunoterapia: a estratégia que transforma o corpo em arma contra o câncer 

    Imunoterapia: a estratégia que transforma o corpo em arma contra o câncer 

    Nos últimos anos, a imunoterapia deixou de ser apenas uma promessa de laboratório para se tornar uma das maiores revoluções no tratamento do câncer. Essa terapia abriu caminho para resultados melhores em tumores até então de difícil controle, como o melanoma e o câncer de pulmão, e trouxe novas perspectivas a médicos e pacientes em todo o mundo.

    Em paralelo, também despertou debates sobre custos, acesso e sobre como selecionar os pacientes que realmente vão se beneficiar dessa estratégia. Mas afinal, o que diferencia a imunoterapia dos tratamentos tradicionais, como a quimioterapia e a radioterapia? Quais são seus limites e até onde ela pode avançar nos próximos anos?

    O oncologista Thiago Chadid explica em detalhes como a imunoterapia funciona e o que já se sabe sobre sua eficácia.

    O que é imunoterapia e como ela se diferencia da quimioterapia

    A imunoterapia é uma modalidade de tratamento, uma linha de terapias. Para entender a diferença para a quimioterapia, é preciso olhar para os métodos tradicionais.

    “A quimioterapia age diretamente nas células do câncer. Em alguns casos, faz com que elas morram. Em outros, impede que continuem se multiplicando”, explica o oncologista.

    Além da quimioterapia, existem os chamados medicamentos alvo, que bloqueiam sinais internos usados pelas células para crescer, e os biológicos, que funcionam como uma espécie de trava nos receptores das células, explica o médico.

    Já a imunoterapia age de um jeito diferente, porque não vai direto nas células do câncer, ela age no sistema de defesa do próprio corpo. Para entender melhor, o câncer muitas vezes consegue enganar essas células de defesa e se esconder delas.

    “É como se o tumor colocasse uma capa de invisibilidade, usando proteínas que confundem o sistema imunológico”, explica o médico. Os principais “truques” usados pelo câncer são duas proteínas chamadas CTLA-4 e PD-L1, que funcionam como botões de liga e desliga para as defesas do organismo.

    A imunoterapia age justamente bloqueando essas proteínas, ou seja, tira a “capa” que esconde o câncer. Assim, as células de defesa do próprio corpo conseguem voltar a reconhecer os tumores como inimigos e passam a atacá-los.

    Em quais tipos de câncer a imunoterapia funciona melhor

    Os resultados da imunoterapia não foram iguais em todos os tumores. “Em tumores como melanoma e câncer de pulmão, a resposta foi impressionante. Já em pâncreas ou vias biliares, não funcionou bem”, conta o médico.

    Isso acontece porque a eficácia depende da diferença entre a célula tumoral e a normal.

    “Quanto mais diferente, mais fácil do sistema imunológico reconhecer e atacar. Em alguns casos, como no câncer de mama, o tumor se parece demais com a célula normal, e aí a imunoterapia não funciona”.

    Outro desafio é o ambiente tumoral. “Há tumores que secretam substâncias no tecido ao redor deles que ‘paralisam’ as células de defesa, como se fosse um gás paralisante”, explica.

    Leia também: 7 sintomas iniciais de câncer que não devem ser ignorados

    Imunoterapia isolada ou em combinação com a quimioterapia?

    A resposta depende do tipo de tumor. “Em alguns tumores, como melanoma e certos tipos de câncer de pulmão ou de rim, só a imunoterapia já é suficiente para o tratamento”, explica Chadid.

    Mas há casos em que a combinação com quimioterapia é essencial. “A quimioterapia destrói células tumorais e libera proteínas que ajudam o sistema imunológico a reconhecer melhor o que é câncer. Então, às vezes, só tirar o ‘disfarce’ do tumor não basta, é preciso também dar pistas ao sistema imunológico”.

    Hoje, essa associação é bastante usada em tumores ginecológicos (endométrio, colo de útero e ovário), além de câncer de bexiga e alguns casos de câncer de rim.

    Efeitos colaterais da imunoterapia

    Os efeitos colaterais são bem diferentes da quimioterapia.

    “Como a imunoterapia tira o freio do sistema imunológico, os efeitos adversos são reações autoimunes. O sistema de defesa do corpo pode atacar células saudáveis por engano”, diz o médico.

    Entre eles estão:

    • Pneumonite (inflamação do pulmão);
    • Nefrite (inflamação nos rins);
    • Tireoidite (inflamação na tireoide);
    • Colite (inflamação no intestino grosso);
    • Diabetes.

    “A frequência varia, mas em geral é baixa: pneumonite aparece em 2% a 5% dos casos, tireoidite em menos de 1%. Ou seja, são raros, mas quando acontecem precisam ser tratados”, alerta.

    O tratamento, nesses casos, envolve a suspensão temporária da imunoterapia e uso de corticoides. “Em casos muito graves, ela precisa ser suspensa definitivamente”.

    Leia também: Como cuidar do coração durante o tratamento do câncer

    Perguntas frequentes sobre imunoterapia contra o câncer

    1. O que é imunoterapia?

    É uma forma de tratamento que estimula o sistema imunológico a reconhecer e atacar células cancerígenas.

    2. Em quais tipos de câncer a imunoterapia é mais eficaz?

    Segundo o oncologista Thiago Chadid, funciona melhor em melanoma e câncer de pulmão, enquanto tem baixa eficácia em tumores como pâncreas ou vias biliares.

    3. A imunoterapia pode ser usada sozinha?

    Sim, em alguns tumores, como melanoma e alguns tipos de câncer de pulmão. Em outros, é combinada com quimioterapia ou, se for o caso, não se usa.

    4. Quais são os efeitos colaterais da imunoterapia?

    Podem ocorrer reações autoimunes, como inflamação no pulmão, intestino, tireoide e rins.

    Confira: Saiba em quais situações você deve procurar um oncologista

  • Saiba em quais situações você deve procurar um oncologista 

    Saiba em quais situações você deve procurar um oncologista 

    Os números de casos de câncer crescem ano após ano no Brasil, e a detecção precoce continua sendo um dos fatores que mais influenciam no sucesso do tratamento. Apesar disso, muitos pacientes ainda demoram a procurar ajuda médica por não reconhecerem os sinais de alerta ou por subestimarem sintomas persistentes. Por isso, é importante saber quando procurar um oncologista

    Segundo especialistas, não é necessário viver em estado de preocupação constante, mas alguns sinais exigem investigação o quanto antes. Nódulos, dores que não passam, sangramentos sem causa aparente e perda de peso inexplicada estão entre os principais motivos que devem levar alguém ao consultório de um oncologista.

    Veja no que prestar atenção para procurar um médico.

    1. Sangramentos sem explicação

    Um dos sintomas clássicos que precisam de atenção. Pode ser sangue no escarro, no vômito, nas fezes ou na urina.

    “O sangramento é um sintoma que chama bastante a atenção e deve sempre levar a pessoa a procurar atendimento”, explica o oncologista Thiago Chadid.

    2. Dores que não passam

    Todo mundo sente dor de vez em quando, mas quando ela não tem motivo claro, como um tombo ou uma pancada, por exemplo, e não melhora com analgésicos simples, é hora de investigar.

    “A dor tumoral costuma ser progressiva, vai aumentando com o tempo e muitas vezes vem acompanhada de perda de peso e cansaço”, diz o especialista.

    Leia mais: 7 sintomas iniciais de câncer que não devem ser ignorados

    3. Nódulos e caroços

    Nem todo nódulo é câncer, mas todo nódulo precisa ser investigado. Os mais preocupantes são os duros, irregulares e que crescem rápido.

    “Todo nódulo novo, principalmente se ele é endurecido, irregular e cresce rápido, precisa ser investigado”, ressalta.

    4. Sintomas persistentes no intestino, pulmão ou urina

    Uma diarreia isolada ou uma tosse de alguns dias geralmente não são motivo para pânico. O problema é quando eles persistem.

    • Tosse com sangue;
    • Sangue nas fezes;
    • Dificuldade de engolir que só piora;
    • Vontade de urinar o tempo todo sem infecção.

    “Tudo isso pode ser sinal de alerta”, explica o oncologista.

    5. Perda de peso sem motivo

    Se você emagreceu mais de 10% do peso corporal em seis meses sem dieta, academia ou mudança de rotina, atenção: esse é um sinal para investigar se existe algo errado.

    “A perda de peso preocupante é aquela sem causa evidente, e precisa ser investigada”, reforçou o médico.

    6. Histórico familiar de câncer

    Se vários parentes de primeiro grau tiveram câncer, especialmente em idade jovem, vale marcar uma consulta preventiva com o oncologista.

    “Nesse cenário, a consulta pode ajudar a definir se há necessidade de exames mais precoces ou até testes genéticos”, explicou.

    7. Rouquidão ou outros sintomas que não melhoram

    Nódulos, caroços, lesões que não cicatrizam na pele ou rouquidão que não melhora em mais de três semanas.

    “Esses são sinais que sempre precisam chamar a atenção e levar a pessoa a procurar atendimento”, diz o médico.

    O que esperar da primeira consulta com o oncologista

    Se chegou a hora de ir ao oncologista, vá preparado: leve todos os exames que já tiver feito, laudos de imagem, relatórios e resultados de biópsias. Quanto mais informações, melhor.

    “Na primeira consulta, o oncologista vai ouvir a história clínica, analisar os exames e orientar sobre os próximos passos”, destacou o especialista.

    Perguntas frequentes sobre quando procurar um oncologista

    1. Toda dor persistente pode ser câncer?

    Nem sempre. Mas dores que não têm causa aparente, não melhoram com remédio comum e só aumentam com o tempo precisam ser investigadas.

    2. Nódulos ou caroços sempre significam câncer?

    Não. Muitos nódulos podem ser benignos ou inflamatórios, mas todo nódulo novo deve ser avaliado por um médico.

    3. Perder peso sem motivo é sinal de câncer?

    Pode ser. Se você perdeu mais de 10% do peso corporal em até seis meses sem dieta ou exercício, é hora de procurar um médico.

    4. Quais sintomas digestivos ou respiratórios exigem atenção?

    Tosse com sangue, sangue nas fezes, dificuldade de engolir que só piora e vontade de urinar sem infecção são sinais de alerta.

    5. Quem deve ir ao oncologista mesmo sem sintomas?

    Quem tem histórico familiar importante de câncer ou já recebeu diagnóstico prévio de algum tumor e tratou deve ter acompanhamento preventivo.

    6. O que levar na primeira consulta com o oncologista?

    Todos os exames que já fez: laudos, biópsias, exames de imagem e relatórios médicos. E, claro, conte todos os sintomas ao médico.

    7. Ter histórico familiar justifica consulta preventiva?

    Sim. Principalmente quando parentes próximos tiveram câncer em idade jovem. O oncologista pode indicar quais exames a pessoa deve fazer para prevenir ou detectar o câncer precocemente.

    Veja também: Como cuidar do coração durante o tratamento do câncer

  • 7 sintomas iniciais de câncer que não devem ser ignorados

    7 sintomas iniciais de câncer que não devem ser ignorados

    Você já reparou que às vezes o corpo dá alguns sinais estranhos e a pessoa logo coloca a culpa em coisas simples do dia a dia? Uma dorzinha que aparece do nada, um sangramento inesperado, uma pinta que mudou de cor ou qualquer outro sintoma que parece trivial. Em muitos casos pode realmente não ser nada grave, mas em outros, pode ser um aviso importante de que algo não vai bem, como um câncer.

    O oncologista Thiago Chadid explica que não existe um sintoma exclusivo que indique câncer com certeza. A questão é que alguns sinais devem trazer desconfiança e motivar uma visita a um médico. Afinal, quanto mais cedo o diagnóstico acontecer, maiores são as chances de sucesso no tratamento.

    Venha descobrir quais são esses sinais.

    1. Sangramentos sem explicação

    Esse é um dos sintomas mais clássicos. O sangramento pode aparecer no escarro, no vômito, nas fezes ou na urina. Segundo o oncologista, o volume costuma chamar a atenção.

    “Se for maior que uma colher de sopa, é um sinal de alerta”. Mas atenção: até sangramentos pequenos podem indicar algo em fase inicial.

    O sangramento, porém, nem sempre vai indicar um câncer. “Pode ser uma hemorroida, pode ser apenas um vaso no nariz que estourou e o sangue escorreu para a boca e a pessoa achar que é algo grave”, diz o médico.

    Na dúvida, é melhor procurar um especialista para checar.

    2. Dores persistentes e diferentes

    Dor todo mundo eventualmente sente, mas nem toda dor é igual. No caso do câncer, ela costuma ser intensa, latejante e aparecer de repente. O oncologista dá alguns exemplos de dores em determinados tipos de câncer:

    • Câncer de pâncreas: dor descrita como uma “facada” na boca do estômago ou nas costas;
    • Câncer de mama: nódulos de mama costumam não causar dor, mas depois de algum impacto na região a dor pode surgir por conta da inflamação no nódulo;
    • Câncer de pulmão: cansaço, falta de ar ao subir escadas, tosse crônica ou escarro com sangue.

    3. Alterações nos ossos

    Fraturas espontâneas ou dores ósseas também podem estar ligadas a tumores. “Pode acontecer porque o tumor já corroeu o osso”, explica o médico, e isso pode causar fraturas inesperadas, até dormindo ou apenas mudando de posição.

    4. Perda de peso sem motivo

    Quando a pessoa está se alimentando normalmente, não mudou a rotina e ainda assim perdeu peso de forma significativa, é hora de ficar atento.

    O oncologista explica que o tumor pode liberar substâncias que aumentam o metabolismo e tiram o apetite.

    “A pessoa perde o apetite, sente náusea com alguns alimentos, fica indisposto. A perda é principalmente de massa magra: o rosto fica mais fino, os braços e pernas mais finos, mas às vezes a barriga permanece um pouco aumentada”, conta o médico.

    Além disso, podem aparecer febre noturna, suores e fadiga.

    5. Mudanças na pele e nas pintas

    Pintas que crescem, mudam de cor, ficam irregulares ou apresentam várias cores em uma só são suspeitas. “Pinta não deve crescer. Se cresceu, está errado”, alerta o oncologista.

    Outros sinais de pele que precisam de atenção:

    • Lesões que ulceram, sangram ou não cicatrizam;
    • Casquinhas esbranquiçadas ou até prateadas que lembram parafina de vela, que ficam cascudas, descamam e voltam a crescer mesmo após coçar ou tirar a casca;
    • Lesões ásperas, ulceradas e com secreção clara ou sanguinolenta.

    “Qualquer lesão de pele que cresça, mude de formato, comece a doer, coçar, ulcerar ou descamar deve ser avaliada”, recomenda Chadid.

    6. Nódulos suspeitos

    As famosas “ínguas” (linfonodos) também podem indicar algo sério. A diferença é:

    • Linfonodo inflamatório: indica inflamação ou infecção no corpo. Costuma ser elástico, móvel e mais macio.
    • Linfonodo tumoral: costuma ser mais duro, como um caroço de azeitona, e pode estar fixo, aderido ao corpo.

    Em relação à dor, tanto as ínguas que indicam câncer quanto as de inflamação podem doer ou não. “Linfonodos maiores que 2 centímetros, duros e aderidos são suspeitos”, diz o médico.

    7. Hematomas e febre

    As pessoas também devem ficar atentas a alguns sinais de câncer no sangue, como leucemia e linfoma. Além de dor persistente, que não melhora com remédios, outros sinais podem incluir:

    • Hematomas espontâneos;
    • Palidez e fraqueza;
    • Febre noturna e suores;
    • Perda de peso inexplicada.

    Esses sintomas, quando aparecem em conjunto, precisam ser relatados a um médico.

    Quando procurar um médico?

    Nem sempre a pessoa vai primeiro ao oncologista. Normalmente, ela passa antes pelo clínico geral ou outro especialista.

    “Na maioria dos casos, o paciente chega ao oncologista encaminhado por outro especialista: clínico geral, cardiologista, infectologista, neurologista. Isso porque os sintomas são inespecíficos”, conta o oncologista.

    “Quando a pessoa chega direto, geralmente é em casos de rastreamento, como mamografia, PSA para câncer de próstata, entre outros exames”.

    Ou seja, ao sentir algum sintoma diferente ou suspeito, o ideal é ir ao médico.

    Quem tem histórico familiar de câncer, especialmente antes dos 50 anos ou com muitos casos na mesma família, pode se beneficiar de aconselhamento genético com um médico geneticista. Isso ajuda a definir se há necessidade de rastreamento específico.

    Perguntas frequentes sobre sintomas de câncer

    1. Todo sangramento é sinal de câncer?

    Não. Pode ser algo simples, como uma hemorroida. Mas se for mais volumoso ou recorrente, merece investigação.

    2. Perder peso sem motivo sempre significa câncer?

    Não. Pode estar ligado a outros problemas de saúde. Mas perda de peso rápida, sem dieta ou exercício, deve ser investigada.

    3. Toda pinta que muda é câncer de pele?

    Nem sempre. Mas pintas que crescem, mudam de cor, sangram ou ulceram são suspeitas e precisam de avaliação médica.

    4. O que diferencia uma íngua benigna de uma maligna?

    Uma íngua benigna tende a ser móvel e macia. As malignas costumam ser duras, fixas e maiores que 2 cm.

    5. Como saber se a dor óssea pode ser câncer?

    Se for persistente, intensa e vier acompanhada de fraturas espontâneas, deve ser avaliada.

    6. Pessoas com histórico familiar devem se preocupar mais?

    Sim. Casos em parentes de primeiro ou segundo grau antes dos 50 anos aumentam o risco. O ideal é procurar aconselhamento genético.