Sendo o terceiro tipo de tumor mais frequente no Brasil, atrás apenas do câncer de mama e próstata, o câncer colorretal se forma no intestino grosso, a partir do crescimento anormal de células na parede interna do intestino, formando pólipos — pequenas lesões benignas que, com o tempo, podem sofrer mutações e se tornar malignas.
Por ter um crescimento lento, o rastreamento permite detectar alterações no intestino ainda em fase inicial, aumentando as chances de tratamento e recuperação. Vamos entender, a seguir, como a doença se manifesta e quais exames são importantes para o diagnóstico.
O que é câncer colorretal?
O câncer colorretal, também conhecido como câncer de intestino, é um tipo de tumor que se forma no intestino grosso, especialmente no cólon ou no reto. Ele costuma surgir a partir de pequenos pólipos — lesões benignas que se desenvolvem na parede interna do intestino.
Com o tempo, o cardiologista Thiago Chadid explica que o pólipo pode evoluir. Primeiro, surge o pólipo hiperplásico, que é uma pequena elevação benigna e sem risco de virar câncer. Depois, ele pode se transformar em um adenoma, um tipo de pólipo que já tem potencial de se tornar maligno. O adenoma pode variar em gravidade — quanto mais alterações ele apresenta nas células, maior é o risco de evoluir para um câncer colorretal (adenocarcinoma).
Quando o adenoma é pouco diferenciado (grau 3), o risco de progressão é alto, indicando que o tumor está prestes a se tornar invasivo. Também existem mutações genéticas que aumentam a probabilidade de desenvolvimento do câncer de intestino, podendo ser hereditárias ou adquiridas ao longo da vida.
Por ter uma evolução mais lenta, é possível detectar e tratar ainda em estágios iniciais por meio de exames preventivos, como a colonoscopia, que permite visualizar o interior do intestino e remover pólipos antes que se tornem perigosos.
Quais as causas do câncer colorretal?
O câncer de intestino é causado por um conjunto de fatores que aumentam as chances de mutações no DNA das células do cólon e do reto, como:
- Alimentação rica em carne vermelha e embutidos (como salsicha, bacon e presunto);
- Baixo consumo de frutas, verduras, legumes e fibras;
- Sedentarismo e falta de atividade física regular;
- Excesso de peso e obesidade;
- Consumo frequente de bebidas alcoólicas;
- Tabagismo;
- Idade acima de 50 anos;
- Histórico familiar de câncer colorretal ou pólipos;
- Doenças inflamatórias intestinais, como colite ulcerativa e doença de Crohn;
- Alterações genéticas hereditárias (como síndrome de Lynch e polipose adenomatosa familiar).
Pessoas com diverticulite têm mais risco de câncer de intestino?
A resposta é não! De acordo com Thiago, a presença de divertículos, pequenas bolsas que se formam na parede do intestino, não aumenta o risco de câncer. Eles podem inflamar e causar diverticulite, mas a inflamação não tem relação com o surgimento de pólipos ou tumores.
Os divertículos são pequenas bolsas que se projetam para fora da parede intestinal, enquanto os pólipos são elevações que crescem para dentro do intestino. Por isso, são alterações distintas, com origens e comportamentos completamente diferentes.
Sintomas do câncer colorretal
O câncer colorretal normalmente não apresenta sintomas nos estágios iniciais, mas com o avanço do tumor, eles começam a surgir de forma mais evidente. De acordo com Thiago, os sintomas variam de acordo com a localização do tumor.
No lado direito, os sinais costumam ser mais discretos:
- Alterações no hábito intestinal, como prisão de ventre alternando com diarreia leve;
- Cólicas;
- Sensação de inchaço;
- Sangramento oculto.
Já no lado esquerdo, eles são mais evidentes:
- Sangue nas fezes (vermelho vivo ou escuro);
- Dor ou desconforto abdominal frequente;
- Perda de peso sem motivo aparente;
- Febre;
- Infecções intestinais recorrentes;
- Fezes mais finas e afiladas.
Como é feito o diagnóstico de câncer colorretal?
O diagnóstico é feito por meio de exames clínicos e laboratoriais que permitem observar o interior do intestino e identificar alterações.
Os principais exames incluem:
- Colonoscopia: exame principal para visualizar o intestino e remover pólipos.
- Exame de sangue oculto nas fezes: identifica pequenas quantidades de sangue.
- Biópsia: feita durante a colonoscopia para confirmar células cancerígenas.
Exames complementares como tomografia e ressonância podem ser solicitados para avaliar a extensão do tumor.
Rastreamento de câncer colorretal
O rastreamento é fundamental, principalmente para pessoas entre 50 e 75 anos — ou a partir dos 45 anos, segundo sociedades médicas.
A frequência depende do tipo de pólipo encontrado. Em casos de alto risco, o controle deve ser feito em um ano.
Exame de sangue oculto nas fezes substitui a colonoscopia?
Não. Ele é um exame de triagem. Um resultado positivo indica a necessidade de colonoscopia.
Como é feito o tratamento de câncer colorretal?
O tratamento depende do estágio e da localização do tumor. As principais abordagens incluem:
- Cirurgia — tratamento principal;
- Quimioterapia — antes ou depois da cirurgia;
- Radioterapia — especialmente para tumores de reto;
- Terapias-alvo e imunoterapia — indicadas em casos específicos.
Câncer colorretal tem cura?
Sim — especialmente quando diagnosticado precocemente. A taxa de sobrevida em cinco anos pode chegar a 90%.
Câncer de intestino costuma gerar metástases com frequência?
Isso depende da localização do tumor. Tumores do cólon esquerdo e reto alto costumam metastatizar para o fígado; tumores do reto baixo, para o pulmão.
Metástases isoladas podem, em alguns casos, ser tratadas com cirurgia ou ablação.
É possível prevenir o câncer colorretal?
Algumas medidas ajudam a reduzir o risco:
- Praticar atividade física;
- Manter o peso adequado;
- Basear a alimentação em alimentos naturais;
- Evitar ultraprocessados;
- Comer frutas, verduras e legumes diariamente;
- Reduzir consumo de carnes vermelhas;
- Não fumar;
- Evitar álcool.
Veja também: Câncer: quais os principais fatores de risco?
Perguntas frequentes
Como o câncer colorretal se forma?
O processo começa com mutações nas células do intestino, que formam pólipos. Alguns tipos podem evoluir para câncer.
Como é feito o exame de colonoscopia?
É realizado com um tubo flexível com câmera. Pode remover pólipos durante o exame. É feito sob sedação.
O que significa ter pólipos no intestino?
Pólipos são lesões benignas, mas alguns podem se tornar câncer. Removê-los reduz drasticamente o risco.
Pessoas com intestino preso têm mais risco?
A constipação não causa câncer, mas hábitos associados a ela podem aumentar o risco.
O câncer colorretal causa perda de apetite?
Sim. Pode ocorrer pela ação do tumor, pelo tratamento ou pelo impacto emocional.
Veja mais: Cura ou remissão do câncer? Entenda a diferença entre os termos









