Autor: Dr. Marcelo Bellini Dalio

  • Trombose e embolia pulmonar são a mesma coisa? Conheça as diferenças

    Trombose e embolia pulmonar são a mesma coisa? Conheça as diferenças

    Ao contrário do que muitos pensam, a coagulação do sangue é um processo natural do organismo, responsável por conter sangramentos e permitir a cicatrização de ferimentos. Quando você corta o dedo, por exemplo, o corpo reage formando um coágulo que interrompe o sangramento. O problema é quando esse mecanismo ocorre sem motivo, dentro de uma veia saudável.

    De acordo com o cirurgião vascular Marcelo Dalio, quando o sangue coagula sem necessidade e bloqueia o vaso, ocorre um quadro de trombose, que pode provocar dor, inchaço e vermelhidão, principalmente nas pernas. E, em alguns casos, esse coágulo pode se soltar e seguir pela corrente sanguínea até o pulmão, onde bloqueia a passagem do sangue — é o que chamamos de embolia pulmonar.

    Apesar de estarem diretamente relacionadas, trombose e embolia pulmonar não são a mesma coisa e saber identificar as diferenças é importante para reconhecer os sinais de alerta e procurar ajuda a tempo. Entenda mais, a seguir!

    O que é trombose?

    A trombose ocorre quando um coágulo sanguíneo se forma em uma ou mais veias, impedindo o fluxo normal do sangue. O tipo mais comum é a Trombose Venosa Profunda (TVP), que costuma afetar as pernas, coxas e panturrilhas.

    Em alguns casos, o coágulo é pequeno e o próprio corpo consegue dissolvê-lo naturalmente. Mas, em situações mais sérias, o trombo pode crescer, causar inchaço, dor e até se desprender, viajando até órgãos vitais — o que resulta em uma embolia.

    A trombose costuma surgir após cirurgias, longos períodos de imobilização, gravidez, uso de anticoncepcionais hormonais ou presença de doenças crônicas. Ainda assim, qualquer pessoa pode desenvolver o problema quando existe predisposição genética ou a combinação de fatores de risco.

    Quais são os tipos de trombose?

    A trombose pode ser aguda ou crônica, dependendo da evolução do coágulo e da resposta do organismo:

    • Trombose aguda: ocorre de forma repentina e pode se resolver naturalmente, já que o corpo possui mecanismos para dissolver o trombo. Quando isso acontece sem sequelas, o paciente recupera a circulação normal;
    • Trombose crônica: acontece quando, durante a dissolução do coágulo, a estrutura das válvulas das veias é danificada. Isso compromete o retorno do sangue, gerando inchaço persistente, escurecimento da pele, varizes e, em casos mais avançados, feridas.

    Sintomas de trombose

    Em alguns casos, a trombose se desenvolve de forma silenciosa, sem sintomas, principalmente nas fases inicias. Mas quando os sintomas aparecem, é importante agir rápido. Os mais comuns incluem:

    • Dor ou sensação de peso na perna (geralmente em apenas um lado);
    • Calor e vermelhidão local;
    • Inchaço que piora com o passar do dia;
    • Endurecimento da musculatura da panturrilha.

    A condição também é conhecida como “trombose do viajante”, porque pode surgir após longos períodos sentado, como em viagens de avião, ônibus ou carro. Nessas situações, a falta de movimentação faz com que o sangue circule mais devagar nas pernas, favorecendo a formação de coágulos.

    Por isso, o problema é relativamente comum em pessoas que passam muitas horas em voos internacionais ou trabalham em posições fixas.

    O que é embolia pulmonar?

    A embolia pulmonar é uma condição potencialmente fatal que ocorre quando um coágulo bloqueia uma ou mais artérias do pulmão, dificultando a passagem do sangue e a oxigenação do corpo. Isso aumenta a pressão sobre o coração e pode levar à insuficiência cardíaca ou parada cardiorrespiratória.

    Na maioria dos casos, a embolia pulmonar ocorre como consequência direta da trombose venosa profunda — quando um coágulo se forma nas veias das pernas e, posteriormente, se desprende, migrando até os pulmões.

    O tromboembolismo venoso é a terceira principal causa de morte cardiovascular, ficando atrás apenas do infarto e do AVC. A gravidade da embolia depende do tamanho e da quantidade de artérias pulmonares obstruídas. Quando a obstrução é grande, a primeira manifestação pode ser parada cardíaca e morte súbita, o que reforça a importância do diagnóstico precoce.

    Sintomas de embolia pulmonar

    Os sintomas da embolia pulmonar variam conforme a extensão do bloqueio, mas alguns sinais merecem atenção imediata, como:

    • Falta de ar súbita (mesmo em repouso);
    • Dor no peito, que piora ao tossir, espirrar ou inspirar fundo;
    • Tosse com sangue;
    • Tontura, palpitação e desmaio;
    • Batimentos acelerados;
    • Febre e suor excessivo;
    • Dor ou inchaço nas pernas (indicando trombose associada).

    Em 25% dos casos graves, a embolia pulmonar se manifesta diretamente como uma parada cardíaca — e, nesses casos, é muito importante que o atendimento médico seja imediato.

    O que aumenta os riscos de trombose e embolia pulmonar?

    Qualquer pessoa pode desenvolver coágulos, mas alguns fatores aumentam muito as chances. Entre os principais:

    • Ficar muito tempo parado (viagens longas, repouso hospitalar ou pós-cirurgia);
    • Cirurgias grandes, principalmente ortopédicas, ginecológicas ou oncológicas;
    • Uso de anticoncepcionais hormonais ou terapia de reposição hormonal;
    • Gravidez e pós-parto;
    • Varizes e insuficiência venosa;
    • Tabagismo;
    • Obesidade e sedentarismo;
    • Idade avançada;
    • Histórico familiar de trombose;
    • Câncer ou quimioterapia;
    • Doenças cardíacas e distúrbios de coagulação.

    Durante a gestação, por exemplo, o peso do bebê e as mudanças hormonais dificultam o retorno do sangue das pernas, favorecendo a formação de trombos. Já os anticoncepcionais aumentam o risco por alterarem a viscosidade do sangue.

    Trombose e embolia pulmonar: quais as diferenças?

    Trombose Embolia pulmonar
    Definição Formação de um coágulo sanguíneo (trombo) dentro de uma veia, normalmente nas pernas Bloqueio de uma ou mais artérias do pulmão causado por um coágulo que se desprendeu da trombose
    Causa principal Cirurgias, imobilização prolongada, uso de anticoncepcionais, gestação tabagismo e obesidade Deslocamento de um coágulo formado na trombose venosa profunda até o pulmão
    Local mais comum Veias profundas das pernas e coxas Artérias pulmonares
    Sintomas principais Dor, inchaço, calor e vermelhidão na perna (geralmente em apenas um lado) Falta de ar súbita, dor no peito, tosse com sangue, palpitação e tontura
    Risco imediato Pode evoluir para uma embolia se o coágulo se desprender Pode causar insuficiência respiratória e morte súbita

    Como é feito o diagnóstico?

    O diagnóstico de trombose e embolia pulmonar começa com a avaliação dos sintomas e do histórico do paciente. No caso da trombose venosa profunda, o médico observa sinais como dor, inchaço, calor e vermelhidão na perna. Depois, costuma pedir um exame de ultrassom com doppler, de acordo com Marcelo, que mostra se há algum coágulo bloqueando a circulação nas veias.

    Já a embolia pulmonar é mais grave e costuma causar falta de ar repentina, dor no peito e sensação de desmaio. O diagnóstico envolve exames de imagem, como tomografia do tórax, que mostra se há um coágulo obstruindo as artérias do pulmão. De acordo com o cirurgião vascular, o ultrassom não é capaz de alcançar o pulmão.

    Tratamentos para trombose e embolia pulmonar

    O tratamento precisa começar imediatamente após o diagnóstico, pois quanto antes for iniciado, menores os riscos de complicações.

    Trombose

    No caso da trombose, o principal objetivo é impedir o crescimento do coágulo e evitar que ele se desprenda, o que poderia causar uma embolia pulmonar. Segundo Marcelo, é feito o uso de anticoagulantes, que impedem a formação de novos coágulos.

    Alguns pacientes podem precisar de filtros na veia cava, a principal veia do abdômen, que funcionam como uma barreira para evitar que coágulos das pernas cheguem aos pulmões. O uso de meias de compressão também é uma medida importante, pois melhora a circulação nas pernas, reduz o inchaço e ajuda no retorno venoso.

    Embolia pulmonar

    Quando o quadro evolui para uma embolia pulmonar, o tratamento se torna uma emergência. O uso de anticoagulantes continua sendo a principal abordagem, mas em doses mais altas, para impedir a formação de novos coágulos e facilitar a dissolução dos existentes.

    Em casos críticos, são usados trombolíticos, medicamentos capazes de dissolver o coágulo rapidamente, restabelecendo o fluxo de sangue para o pulmão. Em situações extremas, quando o trombo é volumoso e o paciente corre risco de vida, pode ser necessário realizar cateterismo ou cirurgia para remover o bloqueio.

    Em pacientes de alto risco, especialmente internados por longos períodos, os anticoagulantes podem ser administrados de forma profilática (ou seja, preventiva) para evitar a formação de trombos. No entanto, ele alerta que o uso desses medicamentos deve sempre ocorrer sob supervisão médica rigorosa, já que o uso inadequado pode causar sangramentos importantes.

    É possível prevenir?

    A melhor forma de evitar tanto a trombose quanto a embolia pulmonar é manter o corpo em movimento e cultivar hábitos saudáveis, como:

    • Levantar-se e andar a cada 1 hora se ficar muito tempo sentado;
    • Fazer alongamentos nas pernas, especialmente em viagens longas;
    • Usar meias elásticas, com orientação médica, para melhorar o retorno venoso;
    • Beber bastante água e evitar álcool em excesso;
    • Controlar o peso e parar de fumar;
    • Praticar atividades físicas regularmente.

    Por fim, é fundamental aprender a reconhecer sinais como dor repentina na perna, inchaço, calor local ou falta de ar súbita. Procurar ajuda médica imediata diante desses sintomas é a melhor forma de evitar que um quadro de trombose evolua para uma embolia pulmonar.

    Confira: Sente pernas pesadas no fim do dia? Confira dicas para aliviar

    Perguntas frequentes

    A trombose pode acontecer em pessoas jovens e saudáveis?

    Sim! Apesar de ser mais comum em idosos, gestantes ou pessoas com doenças crônicas, a trombose também pode atingir jovens aparentemente saudáveis. O risco aumenta quando há longos períodos de imobilidade — como passar horas estudando ou jogando sentado, viagens longas, ou mesmo durante o uso de anticoncepcionais hormonais.

    Além disso, fatores genéticos, como a predisposição à hipercoagulabilidade (tendência do sangue a coagular mais facilmente), podem causar trombose em pessoas sem outros problemas de saúde.

    Uma trombose superficial pode virar uma embolia pulmonar?

    É bem raro, mas pode acontecer. A trombose superficial se forma em veias logo abaixo da pele, geralmente associada a varizes. Por estar mais próxima da superfície, ela costuma ter menor risco de gerar êmbolos (fragmentos de coágulo que se deslocam).

    No entanto, se a inflamação alcançar veias mais profundas e houver comunicação entre elas, o trombo pode migrar para o sistema venoso profundo e, dali, para o pulmão. Por isso, até tromboses aparentemente leves merecem avaliação médica.

    Viagens longas realmente causam trombose?

    Sim, podem causar trombose pois ficar sentado por muitas horas, especialmente com os joelhos dobrados e pouca movimentação, dificulta o retorno do sangue das pernas para o coração. A falta de mobilidade facilita a formação de coágulos — daí o nome “trombose do viajante”.

    O risco aumenta em voos internacionais, motoristas de longa distância e passageiros de ônibus ou carros que passam horas sem se levantar. O ideal é se movimentar a cada 1 ou 2 horas, fazer rotações nos tornozelos e manter boa hidratação durante o trajeto.

    O que é síndrome pós-trombótica?

    É uma complicação que pode surgir meses após uma trombose venosa profunda. Mesmo com o coágulo dissolvido, as válvulas das veias podem ficar danificadas, dificultando o retorno do sangue. O resultado é inchaço persistente, dor, sensação de peso nas pernas e escurecimento da pele.

    Em casos avançados, surgem feridas difíceis de cicatrizar. O uso de meias elásticas e o acompanhamento com angiologista ajudam a controlar o problema.

    Por que o anticoncepcional aumenta o risco de trombose?

    O anticoncepcional aumenta o risco de trombose principalmente por causa do estrogênio, um dos hormônios presentes na maioria das pílulas combinadas. Ele altera o equilíbrio natural do sangue, aumentando a produção de proteínas que favorecem a coagulação e reduzindo outras que ajudam a dissolver coágulos. O resultado é um sangue mais “espesso”, com maior tendência a formar trombos dentro das veias — especialmente nas pernas.

    Além disso, o estrogênio pode afetar as paredes dos vasos sanguíneos, deixando-as mais suscetíveis à inflamação e ao acúmulo de coágulos. Por isso, o uso de anticoncepcionais hormonais deve sempre ser avaliado de forma individual, levando em conta o histórico familiar, a idade e o estilo de vida da pessoa.

    Leia mais: Trombose do viajante: o que é, sintomas, causas e como evitar

  • Pé diabético: o que é, sintomas e como tratar

    Pé diabético: o que é, sintomas e como tratar

    Pessoas que convivem com o diabetes sabem da necessidade de manter alguns cuidados diários. O controle inadequado da glicose no sangue ao longo dos anos pode causar complicações em diferentes partes do corpo — especialmente nos membros inferiores.

    Uma das consequências mais conhecidas é o pé diabético, uma condição que deforma, altera a circulação e também a sensibilidade do pé. Isso favorece infecções e aumenta o risco de amputação, de acordo com o cirurgião vascular Marcelo Dalio. Vamos entender mais a fundo, a seguir!

    O que é pé diabético?

    O pé diabético é uma complicação que pode acontecer quando os níveis elevados de glicose no sangue afetam os nervos e os vasos sanguíneos dos pés, comprometendo a sensibilidade e a circulação. Com o tempo, pequenos machucados que passariam despercebidos em uma pessoa sem diabetes podem evoluir para feridas graves e até infecções.

    A condição é considerada uma das principais causas de amputação não traumática no mundo. Para se ter uma ideia, o Ministério da Saúde aponta que aproximadamente um quarto dos pacientes com diabetes desenvolvem úlceras nos pés e 85% das amputações de membros inferiores ocorrem em pacientes com diabetes.

    Vale apontar que pé diabético não se manifesta de um dia para o outro, sendo resultado de anos de glicemia alta, maus hábitos e falta de acompanhamento médico adequado. Isso reforça a importância do controle rigoroso do diabetes, o cuidado diário com os pés e o acompanhamento médico regular para prevenir complicações.

    Quais são as causas do pé diabético?

    O pé diabético é causado pela combinação de dois fatores principais, sendo eles:

    Neuropatia periférica

    A neuropatia periférica é o nome dado ao dano nos nervos que ligam o cérebro e a medula espinhal ao resto do corpo. Eles são responsáveis por controlar a sensibilidade, os movimentos e as funções automáticas, como a circulação e a digestão.

    No diabetes, o excesso de glicose no sangue agride os nervos com o tempo, principalmente os dos pés e das pernas — o que causa sintomas como formigamento, dormência, queimação, dor em pontadas e perda de sensibilidade.

    Quando a pessoa deixa de sentir dor nos pés, pequenos ferimentos passam despercebidos e podem evoluir para feridas graves e infecções.

    Má circulação (doença arterial obstrutiva)

    O diabetes favorece o acúmulo de gordura e inflamação nas paredes das artérias, formando placas que podem estreitar ou bloquear os vasos sanguíneos. Quando isso acontece, o sangue circula com dificuldade, especialmente nas pernas, no coração e no cérebro.

    Nos pés, a má circulação causa dor, feridas que demoram a cicatrizar e, em casos mais graves, pode levar à perda do membro — risco que aumenta ainda mais se houver infecção.

    Outros fatores

    O risco também pode ser maior devido a fatores como:

    • Uso de calçados inadequados, que causam atrito e pressionam áreas sensíveis dos pés;
    • Cortes malfeitos nas unhas, que podem gerar pequenas lesões e infecções;
    • Ressecamento da pele, que favorece rachaduras e feridas;
    • Tabagismo, que compromete a circulação e dificulta a cicatrização.

    Quais são os sintomas do pé diabético?

    Os sintomas de pé diabético variam conforme a gravidade, mas normalmente se desenvolvem de forma lenta e silenciosa. De acordo com Marcelo Dalio, o primeiro sintoma é a sensação de formigamento, que diminui conforme a pessoa perde a sensibilidade dos dedos dos pés — o que aumenta o risco de calos, deformidades e feridas.

    Outros sinais de alerta também podem ocorrer, como:

    • Pele seca, rachada ou com fissuras;
    • Feridas que demoram a cicatrizar, uma vez que a circulação sanguínea está prejudicada;
    • Inchaço e vermelhidão local;
    • Alterações na forma dos dedos ou no arco do pé;
    • Odor forte, secreção ou coloração escurecida na pele (sinais de infecção).

    Em casos mais graves, podem surgir úlceras abertas, infecções profundas e necrose. Nesses estágios, o risco de amputação é elevado.

    O pé diabético causa dor?

    Muitas pessoas costumam perder a sensibilidade, mas a dor pode aparecer em estágios iniciais da neuropatia ou quando há inflamação e infecção. Ela tende a surgir em forma de queimação, pontadas ou choques elétricos, principalmente à noite.

    A dor neuropática é causada por nervos lesionados e costuma ser persistente. Já a dor associada a feridas e infecções indica agravamento e exige tratamento médico urgente.

    Como é feito o diagnóstico do pé diabético?

    O diagnóstico é clínico e deve ser feito por um profissional de saúde, normalmente um endocrinologista, angiologista ou cirurgião vascular. O médico examina os pés em busca de feridas, calos, alterações de sensibilidade e sinais de má circulação.

    Em alguns casos, a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV) aponta que podem ser realizados exames complementares, como:

    • Exames laboratoriais: avaliam os níveis de glicemia, identificam possíveis infecções associadas e investigam doenças correlacionadas, como insuficiência renal;
    • Índice tornozelo-braço (ITB): mede a gravidade da obstrução arterial, embora possa ser impreciso em pessoas com diabetes devido à calcificação (endurecimento) das paredes arteriais;
    • Radiografia simples: auxilia na detecção de deformidades ósseas e sinais de osteomielite (infecção óssea);
    • Tomografia computadorizada e ressonância magnética: permitem diagnóstico mais detalhado das alterações ósseas e dos tecidos moles;
    • Angiotomografia computadorizada: fornece uma avaliação precisa da circulação sanguínea, sendo especialmente útil em casos de obstrução arterial.

    Tratamento de pé diabetico

    Nos casos em que já existem feridas, deformidades ou alterações estruturais nos pés, o tratamento de pé diabetico envolve medidas como:

    • Manter as feridas sempre limpas e cobertas, com curativos trocados diariamente para evitar contaminações. As lesões nunca devem ficar expostas;
    • Usar antibióticos conforme prescrição médica, em caso de infecção;
    • Evitar apoiar o pé lesionado no chão, reduzindo o risco de piora e facilitando a cicatrização;
    • Manter acompanhamento médico rigoroso, com equipe multidisciplinar (endocrinologista, angiologista, podólogo e enfermeiro).

    Quando o tratamento clínico não é suficiente ou a ferida apresenta maior gravidade, pode ser necessária intervenção cirúrgica, apontada pela SBACV:

    • Revascularização do membro, indicada quando há obstrução arterial. Pode ser realizada por meio de pontes arteriais (cirurgia aberta) ou técnicas endovasculares, como angioplastia (dilatação da artéria com balão), com ou sem colocação de stent;
    • Remoção de tecido necrosado, eliminando partes mortas ou infeccionadas para permitir a recuperação dos tecidos saudáveis;
    • Correção cirúrgica de deformidades ósseas, em casos sem infecção ativa, para estabilizar o pé e prevenir novas lesões;
    • Amputação, indicada apenas em situações extremas, como infecção óssea grave (osteomielite) ou necrose extensa. Pode envolver desde a retirada de um único dedo até a amputação parcial do pé ou abaixo do joelho, dependendo da gravidade do quadro.

    Quando procurar atendimento médico?

    Pessoas com diabetes devem procurar atendimento médico ao primeiro sinal de alteração nos pés, mesmo que pareça algo simples, como bolhas ou calos que não cicatrizam. A avaliação precoce evita complicações graves e pode impedir a evolução para infecções profundas ou amputações.

    Pessoas com histórico de úlceras, infecções anteriores ou má circulação também devem manter acompanhamento periódico com o médico.

    Convivendo com o pé diabético

    Além do acompanhamento médico, existem alguns cuidados diários que ajudam a proteger os pés e evitar complicações, como:

    • Realizar avaliações periódicas dos pés, observando a presença de feridas, rachaduras, calos, mudanças de cor ou temperatura;
    • Utilizar sapatos adequados, confortáveis e sem costuras internas, que protejam o pé contra atritos e machucados;
    • Adotar uma alimentação equilibrada, rica em fibras, vegetais e proteínas magras, ajudando no controle da glicemia e do peso corporal;
    • Praticar atividade física regular, sempre com liberação médica, para melhorar a circulação e reduzir a resistência à insulina;
    • Controlar a pressão arterial e o colesterol, fatores que influenciam diretamente a saúde vascular;
    • Evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, que prejudicam a circulação e retardam a cicatrização.

    Marcelo ainda ressalta que quem já apresenta complicações, perda de sensibilidade, calos ou feridas precisa de acompanhamento mais próximo, preferencialmente com profissional especializado em pé diabético ou cirurgião vascular.

    Atualmente, nesses casos, existem palmilhas e calçados adaptados que redistribuem a pressão e ajudam a reduzir o atrito, prevenindo novas lesões. Alguns cuidados diários de higiene também fazem diferença, como secar muito bem os espaços entre os dedos após o banho, evitar micoses e inspecionar os pés regularmente para identificar qualquer alteração de pele, calo ou início de ferida antes que evolua.

    Vale lembrar que pessoas com diabetes precisam ser orientadas sobre como cuidar dos pés diariamente, identificar feridas ou alterações logo no início e reconhecer sinais de alerta que exigem avaliação médica. A educação em saúde é a principal aliada na prevenção de complicações do diabetes.

    Veja mais: Diabetes autoimune latente do adulto (LADA): o ‘tipo 1,5’ do diabetes

    Perguntas frequentes

    O pé diabético tem cura?

    O pé diabético não tem cura definitiva, mas pode ser controlado e tratado. Com o controle rigoroso da glicemia, cuidados diários com os pés e acompanhamento médico multidisciplinar, é possível evitar novas feridas e impedir a progressão da doença.

    O tratamento adequado permite viver com segurança e conforto, reduzindo significativamente o risco de infecções e amputações.

    Por que pessoas com diabetes perdem a sensibilidade nos pés?

    A perda de sensibilidade ocorre por causa da neuropatia periférica diabética, resultado de danos aos nervos causados pelo excesso de glicose no sangue. Com o tempo, os nervos deixam de transmitir corretamente os estímulos de dor, calor e pressão.

    Assim, o paciente pode se machucar sem perceber — por exemplo, com um sapato apertado ou um corte ao aparar as unhas, e o ferimento evoluir para uma infecção grave.

    Tenho diabetes e surgiu uma ferida no pé, o que devo fazer?

    Qualquer ferida, por menor que pareça, deve ser tratada imediatamente por um profissional de saúde. É necessário manter a lesão limpa, coberta e trocada diariamente, além de evitar apoiar o pé machucado no chão. O uso de pomadas ou curativos caseiros sem orientação médica pode piorar o quadro, então não se automedique!

    Qual é o melhor sapato para quem tem pé diabético?

    O calçado ideal deve ser macio, sem costuras internas, com solado firme e bico arredondado. O objetivo é proteger o pé de traumas e evitar pontos de pressão.

    Sapatos ortopédicos sob medida, palmilhas anatômicas e meias de algodão sem costura também ajudam. Vale evitar o uso de saltos altos, sandálias abertas e chinelos, pois eles aumentam o risco de lesões.

    Quando é necessária a amputação no pé diabético?

    A amputação é indicada apenas em casos graves, quando há necrose extensa, infecção óssea irreversível (osteomielite) ou obstrução arterial severa sem possibilidade de revascularização, a fim de evitar que a infecção se espalhe para outras partes do corpo.

    Apesar de ser uma medida extrema, muitas amputações poderiam ser evitadas com diagnóstico precoce, tratamento adequado e controle do diabetes.

    Leia também: Sintomas silenciosos do diabetes: atenção aos sinais que podem passar despercebidos

  • Linfedema: o que é, sintomas, causas e tratamento

    Linfedema: o que é, sintomas, causas e tratamento

    Um inchaço persistente, que causa sensação de peso, rigidez e até dor leve, pode ser mais do que uma simples retenção de líquidos. Quando piora ao longo do dia, especialmente após longos períodos em pé ou sentado, pode indicar um quadro de linfedema — uma condição crônica caracterizada pelo acúmulo anormal de líquido linfático nos tecidos do corpo.

    Normalmente, ela surge após algum tipo de dano ou obstrução no sistema linfático, que pode ocorrer depois de cirurgias, radioterapia, infecções ou traumas. Sendo um quadro crônico, que não tem cura, o linfedema exige cuidados contínuos mesmo após o tratamento para evitar que o líquido volte a se acumular e cause novas complicações. Vamos entender os detalhes, a seguir!

    O que é linfedema?

    O linfedema é um inchaço crônico que acontece quando o sistema linfático não consegue drenar o líquido linfático de forma adequada. A linfa começa a se acumular nos tecidos, principalmente em braços ou pernas, levando a aumento de volume, sensação de peso, desconforto e até alterações na pele — que pode ficar mais grossa e endurecida com o tempo.

    Mas afinal, o que é linfa? De forma geral, é um líquido claro que circula pelo sistema linfático, formado principalmente por água, proteínas, gorduras, células de defesa e resíduos metabólicos. Ela funciona como um filtro interno do corpo, recolhendo substâncias que não podem voltar diretamente para o sangue e levando para os gânglios linfáticos. Lá, o líquido é filtrado, removendo impurezas e ajudando no combate a infecções, antes de retornar ao sistema circulatório.

    O acúmulo pode acontecer por uma série de fatores, que impedem o fluxo normal do líquido. O corpo continua produzindo linfa, mas a via de drenagem não dá conta de transportar tudo, de modo que o excedente fica retido nos tecidos e provoca inchaço. Quanto mais tempo o líquido fica parado, maior o risco de inflamação local, endurecimento da pele e infecção.

    Causas de linfedema

    As causas do linfedema variam de acordo com o tipo da doença. No linfedema primário, o problema está no desenvolvimento insuficiente ou anômalo do sistema linfático. Ele pode aparecer na infância, adolescência ou na vida adulta sem causa aparente.

    O linfedema secundário, por outro lado, é o mais frequente e surge quando há uma lesão ou obstrução dos vasos linfáticos, o que pode ocorrer nas seguintes situações:

    • Cirurgias oncológicas, como retirada de linfonodos na mama, pelve ou abdômen;
    • Radioterapia, que pode causar fibrose e prejudicar os canais linfáticos;
    • Infecções, especialmente erisipela e celulite, que inflamam e danificam os vasos;
    • Traumas, queimaduras ou ferimentos que comprometem a drenagem linfática;
    • Doenças venosas, como insuficiência venosa crônica, que dificultam o retorno da linfa;
    • Obesidade e sedentarismo, que aumentam a sobrecarga no sistema linfático.

    Em regiões tropicais, há ainda a filariose linfática, uma infecção parasitária que pode causar linfedema grave. O Brasil foi certificado como livre da doença como problema de saúde pública em 2024, embora a transmissão ainda possa ser observada em áreas endêmicas restritas do país, como na Região Metropolitana do Recife.

    Qual a diferença entre linfedema e lipedema?

    É importante esclarecer que linfedema é diferente de lipedema. Enquanto o linfedema é causado por falha do sistema linfático que deixa de drenar o líquido de volta para o corpo, o lipedema está ligado ao acúmulo desproporcional de gordura no tecido, principalmente em coxas e pernas — e costuma provocar dor ao toque, aumento de sensibilidade e facilidade para hematomas.

    De acordo com o cirurgião vascular Marcelo Dalio, a ciência ainda não definiu a origem exata do lipedema, mas a condição, quando causa sintomas no paciente, é tratada a partir de medidas como redução de peso quando há obesidade, fortalecimento, exercício regular, controle de diabetes e tireoide, e compressão graduada em casos selecionados. Em alguns casos específicos, pode ser indicada uma lipoaspiração.

    Quais são os sintomas do linfedema?

    O principal sintoma do linfedema é o inchaço persistente em uma parte do corpo, normalmente em um braço ou perna. Ele pode variar de leve a intenso e tende a piorar ao longo do dia, especialmente após longos períodos em pé ou sentado.

    A condição também pode provocar os seguintes sinais:

    • Sensação de peso ou rigidez no membro afetado;
    • Dificuldade de movimentar a articulação próxima;
    • Pele mais espessa, endurecida ou brilhante;
    • Marcas de roupas ou meias mais visíveis na pele;
    • Maior propensão a infecções de pele, como erisipela;
    • Dor leve, formigamento ou sensação de calor local.

    Um ponto importante, apontado por Marcelo Dalio, é que o edema linfático tende a endurecer porque há acúmulo de proteínas no tecido, o que faz com que ele não deixe aquela marca do dedo após compressão (característica do edema venoso).

    Com o tempo, podem surgir pequenas vesículas na pele, criando um padrão de inchaço muito próprio, que não se confunde com edema provocado por outras condições, como trombose, insuficiência cardíaca, doença renal ou varizes.

    Como é feito o diagnóstico?

    O diagnóstico do linfedema é principalmente clínico, em que o médico avalia o padrão do inchaço, a textura da pele, o tempo de evolução e possíveis causas associadas, como cirurgias prévias ou infecções. Marcelo também aponta a verificação de sinais característicos, como o sinal de Stemmer — que é quando não se consegue pinçar a pele do dorso do dedo do pé ou da mão.

    Para confirmar o diagnóstico e descartar causas venosas, podem ser realizados exames complementares, como:

    • Ultrassom venoso: avalia trombose, refluxo e insuficiência venosa, sendo útil para excluir causa venosa, mas não mostra bem o sistema linfático;
    • Linfocintilografia: é o exame funcional mais clássico do sistema linfático, em que o profissional injeta um traçador radioativo no dorso do pé e acompanha sua progressão por horas, comparando um membro com o outro;
    • Ressonância magnética com linfangiografia: disponível em centros especializados, avalia detalhamento anatômico para casos selecionados;
    • Linfografia com verde de indocianina: mapeia trajetos linfáticos superficiais, útil no planejamento pré-operatório.

    De acordo com o cirurgião, a escolha dos exames depende de disponibilidade, indicação clínica e objetivo terapêutico.

    Tratamento de linfedema

    O tratamento do linfedema é contínuo e visa reduzir o inchaço, aliviar os sintomas e prevenir complicações. Ele deve ser individualizado, feito por uma equipe multidisciplinar, que pode incluir médicos, fisioterapeutas, enfermeiros e terapeutas ocupacionais.

    De acordo com Marcelo Dalio, o padrão-ouro do tratamento conservador é a Terapia Descongestiva Complexa (TDC), composta por várias etapas complementares:

    • Drenagem linfática manual: realizada por profissional especializado, estimula o fluxo da linfa e reduz o inchaço;
    • Compressão: uso de bandagens compressivas multicamadas na fase intensiva, seguidas de meias ou mangas de compressão sob medida na fase de manutenção;
    • Exercícios orientados: movimentos que ativam a bomba músculo-articular e favorecem o retorno linfático;
    • Cuidados com a pele: higiene e hidratação rigorosas para prevenir infecções e evitar portas de entrada de bactérias;
    • Bombas pneumáticas intermitentes: podem ser indicadas como terapia adjuvante em casos selecionados;
    • Controle de peso e atividade física regular: reduzem a sobrecarga linfática e auxiliam no controle do edema;
    • Educação do paciente: inclui orientação para reconhecer sinais precoces de infecção e manter adesão às medidas de manutenção.

    O uso de remédios antibióticos é indicado para tratar episódios de celulite ou erisipela e, em casos de recidivas frequentes, alguns protocolos consideram profilaxia antibiótica.

    Nos casos em que há fibrose e adiposidade secundária importantes, podem ser avaliadas opções cirúrgicas, sempre em centros especializados e com critérios rigorosos de seleção:

    • Anastomoses linfático-venulares (LVA): conectam vasos linfáticos a vênulas para drenar a linfa;
    • Transferência de linfonodos vascularizados (VLNT): transplante de linfonodos saudáveis para restaurar o fluxo linfático;
    • Lipoaspiração específica: indicada para remoção de tecido fibroso e gorduroso em estágios avançados, com compressão rigorosa no pós-operatório.

    Os resultados variam conforme o estágio do linfedema, a localização e a adesão do paciente às medidas de manutenção contínua.

    Cuidados após o tratamento

    Mesmo após o controle do inchaço e melhora dos sintomas, o linfedema exige cuidados contínuos para evitar que o líquido volte a se acumular e cause novas complicações. Algumas das medidas de cuidado incluem:

    Mantenha o uso da compressão elástica

    O uso diário de meias, braçadeiras ou bandagens compressivas contribui para manter o fluxo linfático equilibrado. Elas ajudam a evitar o retorno do inchaço e devem ser trocadas periodicamente, conforme orientação do fisioterapeuta ou médico. Nunca utilize compressão que cause dor, dormência ou marcas profundas na pele.

    Pratique exercícios físicos regularmente

    Só o hábito de movimentar o corpo já estimula a drenagem natural da linfa. Os mais indicados para a rotina são exercícios leves, como caminhada, natação, pilates e alongamentos. Ah, e evite atividades de alto impacto ou levantamento de peso sem orientação, pois podem sobrecarregar o membro afetado.

    Cuide da pele todos os dias

    A pele com linfedema é naturalmente mais sensível, frágil e propensa a infecções como erisipela e celulite bacteriana, já que o acúmulo de linfa compromete as defesas locais. Por isso, é fundamental manter uma rotina de cuidados diários que preserve a integridade da pele.

    Primeiro de tudo, a hidratação deve ser feita com cremes neutros ou hipoalergênicos, aplicados com movimentos suaves, sempre após o banho. Também é importante usar repelente para prevenir picadas de insetos, além de limpar e desinfetar imediatamente qualquer ferimento, corte ou arranhão.

    Controle o peso corporal

    O excesso de peso aumenta a pressão sobre os vasos linfáticos e dificulta o retorno da linfa, favorecendo o acúmulo de líquido e o agravamento do inchaço. Para evitar isso, recomenda-se uma alimentação equilibrada, rica em frutas, verduras, legumes e proteínas magras, com baixo teor de sal e gordura.

    Beber água em quantidade adequada ao longo do dia também ajuda na eliminação de toxinas e melhora o funcionamento do sistema linfático.

    Evite calor excessivo

    As altas temperaturas dilatam os vasos e pioram o inchaço, então é necessário evitar banhos muito quentes, saunas, exposição prolongada ao sol e o uso de bolsas térmicas quentes na região afetada.

    Sempre que possível, é interessante escolher ambientes ventilados, roupas leves e tecidos naturais, que favorecem a transpiração e mantêm o corpo fresco. Em dias mais quentes, o uso de compressas frias pode trazer alívio e ajudar a reduzir o edema.

    Linfedema tem cura?

    O linfedema não tem cura definitiva, mas é possível viver bem com o diagnóstico e controlar o inchaço. Após a fase intensiva, Marcelo explica que há uma fase de manutenção, para manter o resultado do tratamento.

    Se o cuidado for interrompido, o inchaço tende a voltar, já que o tratamento atual controla os sintomas, mas ainda não consegue restaurar totalmente o sistema linfático.

    Como prevenir o linfedema?

    Nem sempre é possível prevenir o linfedema, especialmente quando ele é resultado de uma cirurgia ou tratamento de radioterapia. No entanto, algumas medidas podem reduzir o risco e evitar o agravamento do problema, como:

    • Evitar traumas, cortes e picadas na área afetada;
    • Não usar roupas ou acessórios apertados;
    • Manter a pele limpa e hidratada;
    • Evitar exposição prolongada ao calor;
    • Controlar o peso corporal;
    • Fazer exercícios regulares com orientação profissional;
    • Procurar atendimento médico diante de qualquer sinal de infecção ou aumento do inchaço.

    Mulheres que passaram por cirurgias de câncer de mama, por exemplo, devem receber orientações específicas sobre cuidados com o braço operado para evitar o desenvolvimento do linfedema.

    Quando procurar atendimento médico?

    Qualquer inchaço que persista por mais de alguns dias ou aumente progressivamente deve ser avaliado por um médico. O linfedema é uma condição crônica e, quanto antes for diagnosticado, melhor será o controle dos sintomas.

    Assim, procure atendimento quando apresentar:

    • Inchaço em um membro que não melhora com o repouso;
    • Sensação de peso, formigamento ou rigidez;
    • Alterações na pele, como vermelhidão, calor ou feridas;
    • Febre ou dor súbita no local afetado.

    O acompanhamento com um cirurgião vascular ou fisioterapeuta especializado em linfoterapia é necessário para definir o tratamento mais adequado e evitar complicações.

    Confira: Trombose do viajante: o que é, sintomas, causas e como evitar

    Perguntas frequentes sobre linfedema

    1. Qual é a diferença entre linfedema e inchaço comum?

    O inchaço comum (edema) costuma ser temporário e melhora com o repouso, a elevação dos membros ou a eliminação da causa, como o calor ou o uso de medicamentos.

    Já o linfedema é persistente e tende a progredir. Com o tempo, o tecido se torna mais endurecido, o inchaço não regride completamente e aparecem alterações na pele. Ainda, o linfedema normalmente começa de forma localizada (como no dorso do pé ou da mão) e pode evoluir para toda a extremidade.

    2. O que é o “sinal de Stemmer” e como ele ajuda no diagnóstico de linfedema?

    O sinal de Stemmer é um teste clínico simples usado para ajudar no diagnóstico do linfedema e consiste em tentar pinçar a pele na base do segundo dedo do pé ou da mão. Se for difícil ou impossível levantar uma prega de pele, o teste é considerado positivo, indicando comprometimento linfático.

    O sinal costuma estar presente em casos moderados ou avançados de linfedema e ajuda a diferenciá-lo de outros tipos de edema.

    3. O linfedema pode afetar apenas um lado do corpo?

    O linfedema normalmente é unilateral, afetando apenas um braço ou uma perna, dependendo da área onde houve obstrução linfática. No entanto, pode ocorrer de forma bilateral, principalmente nos casos de linfedema primário, quando há anormalidade genética generalizada do sistema linfático. Mesmo nesses casos, a gravidade costuma ser assimétrica.

    4. O uso de meias de compressão ajuda a aliviar o inchaço do linfedema?

    O uso de meias elásticas ou bandagens compressivas é fundamental no tratamento e manutenção do linfedema. A compressão ajuda a impedir que a linfa volte a se acumular, melhora a circulação e mantém o volume reduzido após a drenagem. As meias devem ser ajustadas sob medida, com orientação de um profissional, e usadas diariamente, principalmente durante o dia.

    5. Existem alimentos que ajudam a controlar o linfedema?

    Não há uma dieta específica para o linfedema, mas o ideal é manter o peso corporal adequado, evitar o consumo excessivo de sal, que retém líquidos, e incluir alimentos como frutas, legumes, verduras e peixes ricos em ômega-3.

    A ingestão adequada de água também é importante para manter o equilíbrio do organismo e facilitar o trabalho do sistema linfático.

    Veja mais: Sente pernas pesadas no fim do dia? Confira dicas para aliviar

  • Trombose do viajante: o que é, sintomas, causas e como evitar

    Trombose do viajante: o que é, sintomas, causas e como evitar

    Você já ouviu falar em trombose do viajante? Antigamente conhecida como síndrome da classe econômica, ela acontece pela formação de coágulos sanguíneos nas pernas ou coxas durante viagens de longa duração — em especial em aviões.

    A condição, conhecida como trombose venosa profunda (TVP), costuma estar relacionada a fatores individuais, como obesidade, idade avançada, gravidez, uso de anticoncepcionais hormonais ou terapia de reposição hormonal. Normalmente, você só vai sentir os sintomas depois da viagem, como inchaço súbito, dor e rigidez nas pernas.

    O maior risco associado à trombose do viajante é que, em alguns casos, o trombo pode se desprender da veia e viajar até os pulmões, causando uma complicação grave e potencialmente fatal, conhecida como embolia pulmonar.

    Conversamos com o cirurgião vascular Marcelo Dalio para esclarecer as principais dúvidas sobre a condição, incluindo como ela se manifesta, quando procurar atendimento e medidas de prevenção. Confira!

    Afinal, o que é trombose venosa profunda?

    A trombose venosa profunda (TVP) é uma condição causada pela formação de coágulos sanguíneos (trombos) no interior das veias profundas, normalmente nas pernas, que podem obstruir o fluxo normal do sangue e causar dor, inchaço e sensação de peso no membro afetado.

    Durante uma viagem longa, o corpo passa muito tempo parado, de modo que a falta de movimento faz com que o sangue tenha mais dificuldade para retornar das pernas ao coração. Como resultado, ele pode se acumular nas veias — e, com o tempo, formar um coágulo.

    O problema ganhou o apelido de “trombose do viajante” justamente por ser comum em pessoas que passam muitas horas sentadas, especialmente em aviões. As poltronas apertadas, o ar seco e o baixo nível de oxigênio na cabine agravam a situação, aumentando a viscosidade do sangue e favorecendo a formação de trombos.

    Vale lembrar que a trombose não é exclusiva dos voos — longos trajetos de carro ou ônibus também podem favorecer o problema. Segundo Marcelo, em viagens terrestres é possível fazer pausas e se movimentar, o que reduz o risco; já em viagens aéreas longas, isso é mais difícil.

    Por que as viagens longas aumentam o risco de trombose?

    As viagens longas aumentam o risco porque o corpo fica parado por muito tempo, com as pernas dobradas e pouca movimentação. A imobilidade prolongada dificulta a circulação do sangue, favorecendo o acúmulo nas veias e a formação de trombos.

    No avião, há agravantes como:

    • Baixa umidade da cabine (favorece desidratação);
    • Pressão atmosférica reduzida (altera a fisiologia);
    • Pouco espaço, dificultando mexer panturrilhas e tornozelos.

    Quem está mais vulnerável à trombose do viajante?

    Condições que aumentam significativamente o risco:

    • História prévia de trombose ou embolia pulmonar;
    • Cirurgias recentes (especialmente ortopédicas e abdominais);
    • Câncer e tratamentos oncológicos;
    • Uso de anticoncepcionais hormonais ou terapia de reposição hormonal;
    • Gravidez e pós-parto;
    • Obesidade e sedentarismo;
    • Tabagismo;
    • Idade acima de 60 anos.

    Ainda assim, qualquer pessoa pode desenvolver o problema se permanecer tempo demais sem se movimentar.

    Quais os sintomas de trombose venosa?

    De acordo com Marcelo, os sintomas geralmente aparecem após o desembarque e podem piorar nas horas seguintes:

    • Inchaço súbito em uma perna (panturrilha ou coxa);
    • Dor ou sensibilidade na perna, pior ao caminhar ou ficar em pé;
    • Calor local e vermelhidão;
    • Rigidez ou sensação de peso nas pernas.

    Os sinais surgem porque o coágulo impede a passagem do sangue, causando inflamação e acúmulo de líquido.

    Segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), o perigo aumenta quando o trombo se desprende e migra para os pulmões, provocando embolia pulmonar. Nesses casos, pode haver falta de ar, dor no peito, tosse com sangue, tontura e desmaios. Qualquer sinal diferente após uma longa viagem merece avaliação médica.

    Quando saber que é hora de procurar atendimento médico?

    Procure um profissional de saúde se, nas horas ou dias após a viagem, você apresentar:

    • Inchaço em apenas uma perna;
    • Dor persistente na panturrilha;
    • Sensação de calor, vermelhidão ou endurecimento local;
    • Dificuldade para andar por dor ou peso na perna.

    O médico poderá solicitar ultrassonografia com doppler venoso para detectar coágulos e avaliar o fluxo sanguíneo. Quanto mais cedo o diagnóstico, menores as chances de complicações (embolia pulmonar, progressão do trombo ou síndrome pós-trombótica).

    Após viagens longas, os sintomas podem surgir entre 24 e 72 horas (ou mais). Sinais sutis que evoluem merecem atenção, especialmente em quem tem fatores de risco.

    Qual a relação entre trombose e embolia pulmonar?

    A TVP ocorre quando se forma um coágulo nas veias (geralmente das pernas). Se o coágulo se desprende e viaja até os pulmões, pode bloquear uma artéria pulmonar, causando uma embolia pulmonar — condição potencialmente grave, com falta de ar, dor torácica e taquicardia. Tratar a trombose precocemente reduz o risco de embolia.

    Como é feito o tratamento de trombose venosa profunda?

    O objetivo é impedir o aumento do coágulo e evitar que ele se desprenda:

    • Anticoagulantes (orais ou injetáveis): reduzem a coagulação, previnem novos trombos e permitem que o organismo dissolva o existente. A duração depende da gravidade e do risco de recorrência;
    • Internação e procedimentos (em casos graves): trombólise, trombectomia ou filtro de veia cava;
    • Meias de compressão graduada: aliviam dor e inchaço e ajudam a prevenir síndrome pós-trombótica (sempre com orientação médica).

    É seguro usar anticoagulantes antes de viajar?

    Não. O uso preventivo de anticoagulantes sem prescrição não é indicado, pois aumenta o risco de sangramentos. A prevenção deve focar movimentação e hidratação, nunca automedicação.

    Como evitar a trombose venosa durante uma viagem longa?

    Dicas da SBACV e do cirurgião vascular Marcelo Dalio:

    • Movimente-se a cada ~2 horas: levante, ande, estique as pernas; sentado, gire os tornozelos e flexione os pés;
    • Use roupas confortáveis e evite peças apertadas;
    • Meias de compressão (média compressão) se prescritas, especialmente para quem tem varizes, histórico familiar ou TVP prévia;
    • Hidrate-se: beba água antes, durante e após a viagem; evite álcool e excesso de cafeína;
    • Evite álcool e sedativos (podem aumentar imobilidade e desidratação);
    • Prefira assentos no corredor para facilitar levantar e se movimentar.

    Pessoas com histórico de trombose, doenças cardíacas, câncer, varizes ou gravidez devem conversar com o médico antes de viagens longas para medidas personalizadas.

    Confira: Sente pernas pesadas no fim do dia? Confira dicas para aliviar

    Perguntas frequentes sobre trombose do viajante

    1. Qual a diferença entre trombose venosa e trombose arterial?

    A trombose venosa ocorre nas veias (retorno do sangue ao coração), gerando inchaço, dor e calor local. A trombose arterial ocorre nas artérias (envio de sangue oxigenado aos tecidos) e é mais rara, porém grave, podendo causar infarto, AVC ou isquemia de membros.

    2. A trombose tem cura?

    Sim, com diagnóstico precoce e anticoagulação adequada. O tratamento costuma durar de 3 a 6 meses (ou mais, conforme o caso). Acompanhamento médico e prevenção reduzem recidivas.

    3. A trombose pode voltar depois do tratamento?

    Sim. Quem já teve TVP tem risco maior de novos episódios. Meias elásticas, controle de peso, hidratação e atividade física ajudam a reduzir a recorrência.

    4. Como é feito o diagnóstico da trombose?

    É clínico e confirmado por imagem. O principal exame é a ultrassonografia com doppler venoso. Em casos complexos, podem ser solicitados exames laboratoriais e tomografia.

    5. A trombose pode acontecer em qualquer parte do corpo?

    É mais comum nas veias profundas das pernas, mas pode ocorrer em braços, abdômen, cérebro e coração. Sintomas persistentes e atípicos devem ser investigados.

    6. Existe relação entre trombose e obesidade?

    Sim. A obesidade aumenta a pressão nas veias das pernas, dificulta o retorno venoso e altera fatores de coagulação. Manter peso saudável, praticar exercícios e ajustar a alimentação reduz o risco e melhora a saúde cardiovascular.

    Leia também: Qual a relação entre varizes e dor nas pernas?

  • Sente pernas pesadas no fim do dia? Confira dicas para aliviar

    Sente pernas pesadas no fim do dia? Confira dicas para aliviar

    Com a correria do dia a dia, muitas pessoas chegam em casa à noite com o mesmo incômodo: uma sensação de pernas pesadas, inchadas e cansadas, às vezes com formigamento. Apesar de comum, ela pode ser causada por uma série de fatores — desde má circulação até hábitos do cotidiano.

    Conversamos com o cirurgião vascular Marcelo Dalio para apontar as principais causas, como reduzir o peso nas pernas e evitar que o desconforto se torne rotina.

    O que pode causar as pernas pesadas?

    A sensação de pernas pesadas pode ser causada por uma série de fatores, como:

    • Varizes: são veias dilatadas e tortuosas que dificultam o retorno do sangue das pernas para o coração. É a causa mais frequente na população;
    • Insuficiência cardíaca: o coração não consegue bombear o sangue de forma adequada, provocando inchaço nas pernas, geralmente acompanhado de falta de ar;
    • Problemas renais: os rins não filtram corretamente, causando retenção de líquidos, com inchaço em duas pernas e até no rosto pela manhã;
    • Doenças do fígado: o mau funcionamento do fígado pode levar ao acúmulo de líquidos e inchaço;
    • Doenças reumatológicas: inflamações crônicas que afetam articulações e tecidos também podem causar inchaço e peso nas pernas;
    • Estilo de vida: ficar longos períodos sentado ou em pé, usar salto alto com frequência, sobrepeso, má alimentação e sedentarismo são fatores que favorecem a sensação de pernas cansadas.

    Como aliviar a sensação de peso nas pernas?

    Pernas acima do coração

    Uma das recomendações mais eficazes é colocar as pernas acima do nível do coração. Segundo Marcelo, não adianta apenas apoiar os pés em um puff: o ideal é deitar-se no sofá e apoiar as pernas no braço ou em almofadas, de forma que fiquem inclinadas para cima. A posição cria uma espécie de “via de drenagem” — facilitando o retorno do sangue e reduzindo o inchaço.

    Você pode incluir esse hábito na sua rotina ao chegar do trabalho ou antes de dormir. Cerca de 15 a 20 minutos já ajudam a sentir alívio.

    Movimentar a panturrilha

    A panturrilha desempenha um papel importante na circulação, pois contribui para impulsionar o sangue em direção ao coração. Quando a musculatura permanece sem movimento por longos períodos, a circulação fica prejudicada e o sangue acaba se acumulando nos membros inferiores — o que favorece o surgimento da sensação de peso e inchaço.

    Para ativar a circulação, é importante movimentar a panturrilha:

    • Fazer exercícios de flexão e extensão dos tornozelos (como se estivesse usando uma antiga máquina de costura);
    • Subir na ponta dos pés e descer devagar, repetindo várias vezes;
    • Alongar as pernas após longos períodos sentado.

    Os movimentos simples podem ser feitos em casa ou no trabalho, e ajudam a reduzir a sensação de peso.

    Evitar calor excessivo

    O calor pode piorar bastante a sensação de pernas pesadas, já que as altas temperaturas provocam dilatação das veias. Com isso, o sangue circula mais lentamente, aumentando o inchaço e a sensação de cansaço nas pernas.

    Por isso, segundo Marcelo, banhos muito quentes podem intensificar o problema, assim como ambientes abafados e verões intensos. O ideal é optar por duchas mornas ou frias, que ajudam a refrescar e estimular a circulação.

    Outra dica é evitar longas exposições ao sol sem hidratação adequada. Sempre que possível, mantenha as pernas frescas e hidratadas.

    Massagem e cremes

    A massagem nas pernas pode proporcionar alívio imediato, já que estimula a circulação sanguínea e linfática. Você pode fazer movimentos suaves de baixo para cima, ajudando o sangue a retornar ao coração. Existem também cremes refrescantes com ativos como mentol e cânfora que potencializam a sensação de leveza.

    Além de relaxar, a massagem pode ser um momento de autocuidado ao final do dia. No entanto, em situações como insuficiência cardíaca ou varizes, ela funciona apenas como forma de aliviar os sintomas, sem resolver a causa do problema. Nesses casos, procure a ajuda de um médico.

    Drenagem linfática

    A drenagem linfática é uma técnica de massagem que ajuda a reduzir o inchaço e melhorar a circulação. No entanto, Marcelo Dalio faz uma observação importante: ela é um movimento passivo, ou seja, depende de um profissional estimular a drenagem.

    Por isso, para pessoas ativas, a melhor opção continua sendo o exercício físico, que fortalece a panturrilha e melhora o retorno venoso. A drenagem é mais indicada para quem tem limitações de movimento, como idosos ou pessoas com restrições de saúde.

    Se você optar pelo procedimento, busque sempre um profissional qualificado para garantir que a técnica seja feita de forma segura e eficaz.

    Quando procurar atendimento médico?

    A sensação de pernas pesadas costuma ser uma consequência da rotina, mas em alguns casos, pode indicar problemas mais sérios. É importante procurar atendimento médico se você apresentar:

    • Inchaço persistente em uma ou ambas as pernas;
    • Dor intensa ou que não melhora com repouso;
    • Vermelhidão, calor local ou presença de feridas;
    • Falta de ar associada ao inchaço;
    • Sintomas que pioram com frequência.

    Dependendo do quadro, pode ser necessário o uso de meias de compressão, medicamentos ou até procedimentos específicos. Apenas um médico pode indicar o tratamento mais adequado, por isso, não se automedique!

    Veja também: Pés inchados no fim do dia podem indicar problema no coração, mas há outras causas

    Perguntas frequentes sobre pernas pesadas

    1. O que são varizes?

    As varizes são veias dilatadas e tortuosas que perdem a capacidade de levar o sangue das pernas de volta ao coração — de modo que o acúmulo provoca sensação de peso, dor, inchaço e até cãibras noturnas.

    Além do incômodo estético, as varizes são um problema de saúde que pode evoluir para complicações, como trombose e úlceras venosas. O tratamento varia desde o uso de meias de compressão e medicamentos até procedimentos como laser ou cirurgia, dependendo da gravidade.

    2. Uso de salto alto pode causar pernas pesadas?

    Pode sim. O salto alto reduz o movimento natural da panturrilha, prejudicando o retorno do sangue das pernas para o coração, o que favorece o inchaço e a sensação de peso. Para prevenir o problema, é importante alternar os tipos de calçados, optar por sapatos mais confortáveis no dia a dia e dar pausas no uso do salto sempre que possível.

    3. Pernas pesadas podem ser sinal de problemas no coração?

    Podem, sim. Problemas como a insuficiência cardíaca podem provocar acúmulo de líquidos nas pernas, normalmente acompanhado de falta de ar e limitação para atividades físicas.

    Quando o coração não consegue bombear o sangue de forma eficiente, o líquido se acumula nos membros inferiores. Nesse caso, não adianta apenas elevar as pernas: é fundamental procurar um cardiologista para uma avaliação completa.

    4. Quem fica muito tempo sentado pode sentir as pernas pesadas?

    Sim, ficar sentado por muitas horas diminui a movimentação da panturrilha, que é fundamental para bombear o sangue de volta ao coração. Isso favorece o acúmulo de sangue e líquidos nas pernas, gerando peso e inchaço.

    5. O uso de remédios pode causar pernas pesadas?

    Alguns medicamentos, como anticoncepcionais hormonais, corticoides e certos anti-hipertensivos, favorecem a retenção de líquidos e dificultam a circulação venosa. Se você percebeu que os sintomas começaram após o uso de algum remédio, converse com o médico. Nunca interrompa o tratamento por conta própria, mas é possível avaliar alternativas mais adequadas.

    6. Existe alguma posição ideal para dormir e evitar pernas pesadas?

    Dormir de barriga para cima com as pernas levemente elevadas pode ajudar bastante. Colocar um travesseiro ou almofada sob os pés estimula o retorno venoso durante a noite. Ah, e evite dormir de bruços, pois a posição comprime vasos e articulações, atrapalhando a circulação.

    Confira: Varizes: o que são e como tratar

  • Qual a relação entre varizes e dor nas pernas?

    Qual a relação entre varizes e dor nas pernas?

    A dor nas pernas é um dos incômodos mais frequentes do dia a dia, especialmente na rotina de pessoas que passam muito tempo em pé ou sentadas. Ela pode ser causada por uma série de fatores, variando desde uma sensação de peso, que aparece no fim do dia, até dores intensas que atrapalham atividades simples.

    No entanto, quando a dor vem acompanhada de sinais típicos de varizes, como inchaço, sensação de peso e veias azuladas saltadas, é um sinal de alerta de alterações na circulação venosa. As varizes, além da estética, podem trazer desconfortos significativos e até indicar complicações vasculares mais graves.

    Mas afinal, como saber quando a dor nas pernas é sinal de varizes? Para esclarecer as principais dúvidas sobre essa relação, conversamos com o cirurgião vascular Marcelo Dalio. Confira!

    Afinal, como surgem as varizes?

    As varizes aparecem quando há falhas no retorno do sangue das pernas para o coração. Enquanto as artérias enviam o sangue para todo o corpo, o caminho de volta acontece pelas veias, que dependem da contração da musculatura, principalmente da panturrilha, e de pequenas válvulas internas que direcionam o fluxo para cima.

    Quando o mecanismo não funciona de forma eficiente, o sangue se acumula nos membros inferiores, provocando inchaço, peso e cansaço. Com o tempo, a sobrecarga favorece a dilatação dos vasos e o aparecimento das varizes, como explica Marcelo.

    Qual a relação entre varizes e dor nas pernas?

    A dor causada pelas varizes costuma ser descrita como um peso ou um cansaço nas pernas. Ela aparece, na maioria das vezes, nas duas pernas e tende a piorar ao final da tarde ou no fim do dia, especialmente depois de longos períodos em pé.

    Marcelo explica que situações comuns, como passar horas em um show, numa balada ou em trabalhos que exigem permanecer em pé (como segurança, limpeza ou comércio) favorecem o aparecimento do desconforto. Mas, quando a pessoa deita e eleva os pés, os sintomas costumam melhorar — justamente porque o sangue consegue fluir com mais facilidade.

    Além da dor, outros sintomas podem estar relacionados a varizes, como:

    • Inchaço nos tornozelos e pés;
    • Sensação de calor na região das veias;
    • Coceira na pele sobre as varizes;
    • Escurecimento da pele em estágios mais avançados.

    Dor nas pernas: o que mais pode ser?

    A dor nas pernas pode ser causada por uma série de fatores, desde causas simples e temporárias até condições que exigem avaliação médica, como:

    • Esforço físico: excesso de exercícios ou ficar muito tempo em pé pode gerar dor muscular e cansaço;
    • Problemas ortopédicos: alterações nos pés, quadris ou coluna podem sobrecarregar as pernas e provocar dor;
    • Lesões musculares: distensões, câimbras ou inflamações (como tendinite) provocam dor localizada;
    • Doenças articulares: artrite e artrose afetam joelhos e quadris, irradiando dor para as pernas;
    • Compressão nervosa: hérnia de disco ou ciático inflamado podem causar uma dor que desce pela perna;
    • Condições circulatórias graves: trombose venosa profunda, por exemplo, exige atenção médica imediata;
    • Outros fatores: obesidade, gravidez, uso de salto alto constante, sedentarismo e até alguns medicamentos podem contribuir para a dor.

    Se a dor nas pernas aparece com frequência e já começa a atrapalhar o dia a dia, o recomendado é procurar atendimento médico. Apenas um especialista pode investigar a causa, pedir exames se necessário e indicar o tratamento mais adequado.

    Como identificar as varizes?

    Não é difícil identificar as varizes, já que elas costumam ser visíveis sob a pele, formando veias azuladas, arroxeadas ou esverdeadas, dilatadas e tortuosas. No entanto, nem sempre os sinais externos aparecem logo de início. Em fases mais precoces, os sintomas podem se manifestar apenas como dor, inchaço e sensação de peso.

    Alguns sinais importantes para identificar incluem:

    • Veias aparentes: salientes, dilatadas e em formato irregular;
    • Sensação de peso: especialmente no fim do dia ou após longos períodos em pé;
    • Inchaço nos tornozelos: que pode piorar com o calor;
    • Alterações na pele: manchas, escurecimento ou descamação na região das pernas;
    • Câimbras noturnas: são comuns em pessoas com insuficiência venosa.

    Vale lembrar que existem também os vasinhos, que são menores, finos e superficiais. Eles costumam causar menos dor, mas podem ser um sinal inicial de insuficiência venosa. “Começa com um vasinho, depois eles vão se multiplicando, proliferando, e aí podem surgir sintomas”, explica Marcelo.

    O diagnóstico definitivo deve ser feito por um médico angiologista ou cirurgião vascular, geralmente com o auxílio do exame de ultrassonografia Doppler, que avalia o fluxo sanguíneo e confirma a presença de refluxo venoso.

    Quando procurar atendimento médico?

    É importante procurar um angiologista ou cirurgião vascular assim que surgirem os primeiros sinais de varizes ou qualquer sintoma relacionado, como:

    • Veias salientes e tortuosas;
    • Dor ou sensação de peso nas pernas;
    • Inchaço frequente ao final do dia;
    • Cãibras noturnas;
    • Formigamento;
    • Coceira;
    • Alterações na textura da pele ou até o aparecimento de manchas escuras na região das pernas e tornozelos.

    As varizes, de acordo com Marcelo, nunca são um problema apenas estético e o ideal é não esperar o problema agravar para procurar ajuda médica. Quanto antes o tratamento for iniciado, menores as chances de complicações, como úlceras varicosas, sangramentos ou trombose venosa.

    Leia mais: Pés inchados no fim do dia podem indicar problema no coração, mas há outras causas

    Perguntas frequentes sobre varizes e dor nas pernas

    1. As varizes sempre causam dor nas pernas?

    Nem sempre. Na verdade, muitas pessoas têm varizes bem visíveis e nunca sentem dor, enquanto outras podem sentir desconforto mesmo em casos leves. A dor típica das varizes costuma ser descrita como peso, queimação ou cansaço, principalmente no fim do dia ou após ficar muito tempo em pé.

    Isso acontece porque as veias não conseguem bombear o sangue de volta ao coração de forma eficiente, causando acúmulo de sangue e aumento da pressão dentro delas.

    2. Relaxante muscular serve para dor nas pernas?

    O relaxante muscular pode aliviar a dor nas pernas se ela for causada por tensão ou espasmos musculares, como depois de muito esforço físico, má postura ou câimbras. Nesses casos, o remédio pode trazer alívio temporário, porque age diminuindo a contração involuntária dos músculos.

    Quando a dor está associada a problemas de circulação, como varizes, insuficiência venosa ou até trombose, o relaxante muscular não resolve. Na verdade, ele pode até mascarar o sintoma, atrasando o diagnóstico. Por isso, não utilize nenhum medicamento sem orientação médica.

    3. Sentir câimbras frequentes à noite pode ser sinal de varizes?

    Pode ser. As câimbras noturnas são comuns em quem tem insuficiência venosa, já que a má circulação prejudica a oxigenação dos músculos. Isso deixa a musculatura mais sensível e propensa a contrações involuntárias.

    No entanto, as câimbras também podem estar ligadas à falta de magnésio, potássio, desidratação ou uso de certos remédios. Se elas vierem acompanhadas de varizes visíveis, inchaço ou dor, vale procurar orientação de um médico.

    4. As varizes podem provocar feridas dolorosas nas pernas?

    Sim, quando a insuficiência venosa não é tratada, a pressão dentro das veias e o acúmulo de líquido nos tecidos prejudicam a oxigenação da pele. Isso pode levar à formação de úlceras varicosas, feridas abertas, dolorosas e de difícil cicatrização, geralmente localizadas nos tornozelos. Elas exigem tratamento médico especializado.

    5. Tenho varizes e dor nas pernas, posso fazer exercícios físicos?

    Sim, e é até recomendado. A prática regular de atividade física ajuda a melhorar a circulação sanguínea, fortalece a musculatura da panturrilha e reduz os sintomas de peso, dor e inchaço nas pernas.

    Atividades como caminhada, bicicleta ergométrica, pilates, yoga são algumas das mais recomendadas, porque estimulam a circulação sem sobrecarregar as veias.

    Saiba mais: Varizes: o que são e como tratar

  • Varizes: o que é, causas, tratamento e como evitar

    Varizes: o que é, causas, tratamento e como evitar

    Você sabia que as varizes não são apenas um problema estético? Na verdade, a presença de veias dilatadas e tortuosas indica alterações na circulação venosa e pode causar sintomas como dor, inchaço e até feridas em casos mais graves.

    Segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular, as varizes afetam cerca de 38% da população adulta, presentes em 30% dos homens e 45% das mulheres. Isso significa que quase quatro em cada dez pessoas convivem com algum grau de insuficiência venosa, muitas vezes sem sequer saber que se trata de uma condição de saúde.

    O problema pode começar com uma sensação de peso nas pernas ao fim do dia, mas evoluir para limitações maiores se não houver acompanhamento médico. Por isso, entender como elas se desenvolvem e as maneiras de tratar é fundamental para evitar complicações e preservar a qualidade de vida.

    O que são varizes?

    As varizes são veias dilatadas e tortuosas, normalmente localizadas nas pernas, que aparecem devido a problemas na circulação do sangue de volta ao coração.

    Enquanto as artérias levam o sangue do coração para o corpo, as veias fazem o caminho de volta. Nesse retorno, o movimento acontece com a ajuda da contração da musculatura das pernas e de válvulas dentro das veias, que funcionam para manter o sangue na direção correta.

    De acordo com o cirurgião vascular Marcelo Dalio, quando essas válvulas não atuam adequadamente, o sangue tende a se acumular nas pernas, causando inchaço, sensação de peso e cansaço. Com o tempo, o processo leva à dilatação dos vasos, conhecida como varizes.

    Causas das varizes

    O surgimento das varizes resulta na combinação de predisposição genética com fatores ambientais e de estilo de vida. Entre as principais causas, é possível citar:

    • Genética: pessoas com histórico familiar têm maior risco de desenvolver varizes;
    • Idade: com o passar dos anos, as veias perdem elasticidade e as válvulas se tornam menos eficientes;
    • Gravidez: cada gestação aumenta a pressão sobre as veias e pode acelerar o aparecimento das varizes;
    • Sedentarismo: falta de atividade física reduz a ação da musculatura da panturrilha, que ajuda no retorno venoso;
    • Permanecer muito tempo em pé ou sentado: profissões como professores, seguranças e atendentes de loja favorecem a sobrecarga nas veias;
    • Sobrepeso e obesidade: o excesso de peso aumenta a pressão nas pernas, sobrecarregando as veias e dificultando o retorno do sangue ao coração, o que favorece o surgimento das varizes.

    É importante lembrar que cada pessoa reage de forma diferente: alguém com pouca predisposição genética pode desenvolver varizes por estilo de vida, enquanto outra com forte predisposição pode manifestá-las mesmo tendo hábitos saudáveis.

    Como identificar as varizes?

    Nem sempre as varizes causam sintomas além da aparência de veias salientes e tortuosas, mas em algumas pessoas, é possível observar:

    • Sensação de peso, dor ou cansaço nas pernas, principalmente no fim do dia;
    • Inchaço nos tornozelos e pés;
    • Coceira e desconforto local;
    • Câimbras e sensação de pernas inquietas;
    • Escurecimento da pele em torno das varizes em casos mais avançados.

    Segundo Marcelo, a dor típica das varizes costuma ser em peso e aparece mais no fim da tarde, após longos períodos em pé ou sentado. Quando a pessoa coloca as pernas para cima, o alívio costuma ser imediato.

    Qual a diferença entre varizes e vasos?

    É bastante comum que varizes sejam confundidas com os chamados vasinhos, mas existem diferenças significativas entre as duas condições.

    • Vasos (ou telangiectasias): são veias bem finas, visíveis na pele como linhas finas avermelhadas ou arroxeadas, e costumam ter impacto mais estético do que clínico;
    • Varizes: são veias maiores, com 4 a 5 mm de diâmetro, localizadas abaixo da pele, no tecido gorduroso. Podem causar dor, peso, inchaço e complicações.

    Segundo Marcelo, ambos fazem parte do mesmo problema: um acúmulo de sangue venoso nas pernas, e o que muda é a profundidade e o tamanho do vaso afetado.

    Apesar disso, o especialista lembra que o problema pode evoluir com o tempo. “Começa com um vasinho, depois eles vão se multiplicando, proliferando, e aí podem surgir sintomas”, explica.

    Como é feito o diagnóstico de varizes?

    O diagnóstico das varizes é clínico, de modo que o médico conversa com o paciente, avalia os sintomas e examina as pernas em pé, quando os sinais ficam mais evidentes.

    Depois, o especialista pode solicitar a realização de exames, como o ultrassom doppler venoso, que avalia o fluxo de sangue, identifica refluxos e mede o tamanho das veias. Ele é fundamental para definir se existe comprometimento de veias maiores, como a safena, e se há necessidade de tratamento cirúrgico ou procedimentos minimamente invasivos.

    Como funciona o tratamento de varizes?

    O tratamento das varizes depende do grau do problema e das queixas do paciente. Em casos mais leves, o médico pode indicar apenas medidas clínicas que ajudam a melhorar a circulação e aliviar sintomas como dor, peso e inchaço nas pernas. Elas não eliminam as varizes, mas trazem mais conforto ao dia a dia:

    • Praticar exercícios físicos (como caminhada, corrida leve, natação, bicicleta), que estimulam a musculatura da perna e favorecem o retorno venoso;
    • Elevar as pernas ao final do dia, facilitando a drenagem do sangue de volta ao coração;
    • Usar meias elásticas de compressão graduada, que apertam mais na região do tornozelo e aliviam o peso nas pernas;
    • Manter o peso saudável, reduzindo a sobrecarga sobre as veias;
    • Evitar permanecer longos períodos em pé ou sentado sem movimentar as pernas;
    • Utilizar medicamentos e cremes específicos, que podem aliviar sintomas de cansaço, inchaço e dor (mas não eliminam as varizes).

    Quando a cirurgia é necessária (e como é feita)?

    A indicação de cirurgia ou procedimento depende do contexto, de acordo com Marcelo: queixas do paciente, intensidade dos sintomas, tamanho e localização das varizes. Hoje existem técnicas modernas e variadas, que vão desde a aplicação em consultório até cirurgias minimamente invasivas.

    Para vasinhos (menos de 1 mm), o tratamento mais utilizado é a escleroterapia, que consiste na aplicação de uma substância dentro do vaso para que ele deixe de funcionar. Outra alternativa é o laser transdérmico, que atua através da pele e ajuda a eliminar os vasos mais superficiais.

    Para veias de 4–5 mm abaixo da pele, pode ser indicada a cirurgia convencional, realizada por meio de pequenos cortes para retirar a veia, ou o laser endovenoso, em que um cateter é introduzido na veia e emite energia térmica para inutilizá-la.

    Em casos mais avançados, com manchas na pele ou quando a cirurgia não é possível, pode ser feita a escleroterapia com espuma. O procedimento é realizado em consultório, com auxílio do ultrassom, e a espuma faz a veia perder a função, sendo depois absorvida pelo corpo. É uma alternativa menos invasiva, recomendada sobretudo para idosos ou pessoas com outras doenças.

    Segundo Marcelo, as técnicas não prejudicam a circulação, pois o sangue passa a ser direcionado para as veias saudáveis, melhorando o funcionamento do sistema venoso como um todo.

    É possível prevenir as varizes?

    Não é possível evitar totalmente o aparecimento das varizes, especialmente em quem tem forte predisposição genética. Mas algumas medidas ajudam a retardar e reduzir os sintomas, como:

    • Praticar atividade física regularmente;
    • Manter o peso saudável;
    • Evitar ficar longos períodos em pé ou sentado sem se movimentar;
    • Colocar as pernas para cima alguns minutos por dia;
    • Usar meias elásticas de compressão em situações de risco (longos voos, dias de trabalho em pé);
    • Evitar banhos muito quentes e exposição prolongada ao calor.

    Segundo Marcelo, o ideal é não esperar o problema agravar para procurar ajuda médica. Quanto antes o tratamento for iniciado, menores as chances de complicações, como úlceras e tromboses.

    Confira: Exercícios para fortalecer a coluna: o guia completo para proteger sua postura e prevenir dores

    Perguntas frequentes sobre varizes

    1. Qual a melhor meia de compressão para varizes?

    A melhor meia de compressão para varizes é aquela escolhida de acordo com o grau da doença, a intensidade dos sintomas e as necessidades individuais de cada paciente.

    Existem diferentes modelos, que variam tanto na altura quanto na força de compressão, e apenas um médico vascular pode indicar qual é a mais adequada para cada caso.

    2. Quem tem varizes sempre precisa operar?

    Nem sempre, pois o tratamento das varizes depende da gravidade do caso. Em situações leves, é possível controlar os sintomas com medidas clínicas, como praticar exercícios físicos regularmente, manter o peso adequado, adotar pausas para elevar as pernas ao longo do dia e usar meias elásticas de compressão.

    A cirurgia ou os procedimentos minimamente invasivos só são indicados quando as varizes causam dor intensa, complicações (como manchas na pele, úlceras ou sangramentos), ou quando o impacto estético é significativo para o paciente.

    Mesmo nesses casos, existem diferentes técnicas modernas, desde a escleroterapia até o laser endovenoso, que tornam o tratamento mais seguro e eficaz.

    3. Tenho varizes, posso usar salto alto?

    Sim, é possível usar salto alto, mas com moderação! O uso frequente de calçados altos pode dificultar o movimento natural da panturrilha, de modo que a circulação venosa fica mais lenta e os sintomas das varizes, como peso e inchaço, podem piorar.

    Por isso, quem tem varizes pode usar salto em ocasiões específicas, mas é recomendável alternar com sapatos mais confortáveis, de salto baixo ou médio, e sempre incluir atividade física na rotina para fortalecer a musculatura das pernas.

    4. Banhos quentes podem piorar as varizes?

    Sim, a água muito quente provoca dilatação dos vasos sanguíneos, o que aumenta a sensação de peso, inchaço e desconforto nas pernas. Além disso, a exposição frequente ao calor, como em dias quentes ou em ambientes como saunas, também pode agravar sintomas.

    O ideal, nesses casos, é optar por banhos mornos ou frios, que ajudam a manter a circulação mais equilibrada e proporcionam alívio imediato para o desconforto.

    5. O que é úlcera varicosa?

    A úlcera varicosa é uma ferida crônica que surge normalmente próxima ao tornozelo, causada pela insuficiência venosa prolongada.

    Quando o sangue não circula corretamente, ele se acumula nas pernas, aumentando a pressão e prejudicando a oxigenação dos tecidos — e isso faz com que a pele fique mais frágil, escura e, com o tempo, possa abrir uma ferida.

    Ela é considerada uma complicação grave das varizes e exige acompanhamento médico especializado, pois a cicatrização pode ser lenta e há risco de infecções. O tratamento inclui curativos adequados, uso de meias de compressão, controle dos sintomas e, em alguns casos, procedimentos para tratar a circulação venosa.

    6. O que posso fazer em casa para aliviar as pernas pesadas?

    Elevar as pernas acima do nível do coração, praticar exercícios que movimentem a panturrilha (como ficar na ponta dos pés), usar meias de compressão e evitar longos períodos em pé ou sentado. Medidas como massagens e drenagem linfática também podem ajudar, mas o exercício ativo é sempre a medida mais eficaz.

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