Autor: Dr. Giuliano Bongiovanni

  • Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB): o que é, sintomas e como tratar

    Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB): o que é, sintomas e como tratar

    Você já ouviu falar em vertigem posicional paroxística benigna? Normalmente confundida com labirintite, a condição é uma das principais causas de tontura e está diretamente relacionada ao movimento da cabeça. Ela causa episódios súbitos de vertigem, aquela sensação de que o ambiente está girando — que acontece ao deitar, virar na cama ou olhar para cima, por exemplo.

    O nome até pode ser complicado, mas a vertigem não interfere na audição e não está associada a infecção ou inflamação no ouvido. Porém, ela pode impactar no dia a dia, causar insegurança ao realizar tarefas cotidianas e aumentar o risco de quedas, ainda mais em pessoas idosas.

    O que é vertigem posicional paroxística benigna (VPPB)?

    A vertigem posicional paroxística benigna (VPPB), também conhecida como “tontura dos cristais”, é um tipo de tontura que surge de forma repentina quando a cabeça muda de posição, como ao se deitar, levantar da cama, olhar para cima ou virar de lado. A sensação é de que tudo ao redor está girando, mesmo quando o corpo está parado.

    De acordo com o otorrinolaringologista Giuliano Bongiovanni, apesar da intensidade do desconforto, não existem sintomas auditivos associados, como zumbido ou perda de audição. Após a crise, a pessoa pode sentir um leve desequilíbrio ou náusea — mas a vertigem principal é curta e dura até um minuto.

    Causas da vertigem posicional paroxística benigna (VPPB)

    A VPPB acontece quando pequenos cristais de cálcio, chamados otólitos, se deslocam dentro do ouvido interno e vão para um canal onde não deveriam estar. O ouvido interno é responsável pelo equilíbrio e, quando os cristais ficam no lugar errado, enviam informações confusas para o cérebro sobre o movimento do corpo.

    Normalmente, a vertigem está ligada a algum tipo de trauma na cabeça, que pode variar de leve a grave e provocar o deslocamento dos cristais dentro do ouvido interno. Também pode surgir em pessoas que passaram por distúrbios que danificam o ouvido interno, como inflamações ou infecções, alterando o funcionamento do sistema responsável pelo equilíbrio.

    Em situações mais raras, a condição aparece após cirurgias de ouvido ou depois de longos períodos deitado de costas, como acontece em procedimentos odontológicos. Por fim, a VPPB ainda pode estar associada a crises de enxaqueca, já que pessoas com a condição têm maior sensibilidade no ouvido interno e no sistema vestibular, favorecendo o deslocamento dos cristais.

    Existem fatores de risco para VPPB?

    A vertigem posicional paroxística benigna pode aparecer em qualquer fase da vida, mas é mais frequente em pessoas a partir dos 50 anos e/ou em mulheres — indicando possível influência de fatores hormonais e estruturais.

    Traumatismos na cabeça e alterações que afetam os órgãos de equilíbrio no ouvido também aumentam a suscetibilidade ao desenvolvimento da VPPB, pois favorecem o deslocamento dos cristais.

    Sintomas da vertigem posicional paroxística benigna (VPPB)

    • Sensação de que tudo está girando, principalmente ao deitar, levantar, virar na cama ou olhar para cima;
    • Tontura intensa e breve, que dura segundos ou poucos minutos;
    • Desequilíbrio ao caminhar ou dificuldade para manter a estabilidade;
    • Náusea e, em alguns casos, vômitos;
    • Sensação de cabeça leve ou flutuante;
    • Movimentos involuntários dos olhos (nistagmo) durante a crise.

    Os sintomas aparecem e desaparecem de forma recorrente e costumam durar menos de um minuto. Além da vertigem, muitas pessoas relatam sensação de desequilíbrio ao ficar em pé ou ao caminhar.

    Como é feito o diagnóstico de VPPB?

    O diagnóstico da VPPB é baseado nos sintomas descritos pelo paciente e em testes clínicos feitos pelo médico, geralmente um otorrinolaringologista ou neurologista. O especialista analisa o histórico, verifica quais movimentos provocam a vertigem e utiliza manobras específicas para observar a resposta do sistema de equilíbrio.

    O teste mais usado, segundo Giuliano, é a manobra de Dix-Hallpike. Durante o exame, o médico posiciona a cabeça do paciente de formas específicas para provocar a vertigem e observar os olhos. Quando ocorre nistagmo juntamente com a sensação de giro, o diagnóstico de VPPB é confirmado.

    Em alguns casos, o médico pode pedir exames de imagem para confirmar o quadro ou descartar outras doenças com sintomas parecidos. A eletronistagmografia é utilizada para identificar movimentos oculares anormais ligados ao equilíbrio, enquanto a ressonância magnética ajuda a avaliar o ouvido interno e o cérebro.

    Tratamento de vertigem posicional paroxística benigna (VPPB)

    O tratamento é feito principalmente com manobras de reposicionamento, que têm como objetivo recolocar os cristais de cálcio no local correto dentro do ouvido interno para que eles parem de enviar sinais incorretos ao cérebro.

    Giuliano aponta que a mais utilizada é a manobra de Epley, uma sequência de movimentos da cabeça e do tronco realizados de forma controlada, com o paciente sentado e depois deitado em posições específicas. A técnica costuma gerar alívio rápido e pode ser realizada em consultório.

    Após o procedimento, recomenda-se manter alguns cuidados por cerca de 48 horas para evitar recaídas: dormir com a cabeça elevada e evitar movimentos bruscos do pescoço.

    VPPB é grave?

    A VPPB não é considerada uma condição grave ou perigosa para a saúde do ouvido ou do cérebro. No entanto, ela pode causar bastante desconforto e impactar o dia a dia devido às crises de tontura, que podem surgir de forma inesperada.

    Além disso, a VPPB aumenta o risco de quedas, especialmente em pessoas idosas. Por isso, o diagnóstico e o tratamento adequados são essenciais para aliviar os sintomas e prevenir acidentes.

    Quando procurar ajuda médica?

    Procure atendimento imediato se a tontura ou vertigem vier acompanhada de:

    • Dor de cabeça súbita, intensa ou diferente do habitual;
    • Febre;
    • Visão dupla ou perda de visão;
    • Perda de audição;
    • Dificuldade para falar ou articular palavras;
    • Fraqueza nos braços ou pernas;
    • Desmaio ou perda de consciência;
    • Queda ou dificuldade para caminhar;
    • Dormência ou formigamento no corpo.

    A presença desses sinais pode indicar uma condição mais séria que precisa de diagnóstico e tratamento rápidos.

    Veja também: Consultas médicas para idosos: quais as mais importantes para quem vive sozinho?

    Perguntas frequentes sobre Vertigem Posicional Paroxística Benigna

    1. A VPPB tem cura?

    Sim, a VPPB é tratável e, na grande maioria dos casos, pode ser resolvida com manobras de reposicionamento que recolocam os cristais no local correto. Muitos pacientes melhoram imediatamente; outros precisam de algumas sessões. Recidivas podem ocorrer, mas costumam responder bem ao retratamento.

    2. A VPPB pode causar perda de audição?

    Não. A VPPB afeta apenas o sistema de equilíbrio do ouvido interno e não interfere na audição. Se houver sintomas auditivos, é importante investigar outras causas (como síndrome de Ménière).

    3. Quem tem VPPB pode dirigir?

    Durante as crises, não é seguro dirigir, pois a vertigem pode ser desencadeada por movimentos da cabeça. Com os sintomas controlados e orientação médica, a pessoa pode voltar a dirigir normalmente.

    4. A VPPB pode piorar com o estresse?

    O estresse não causa VPPB, mas pode intensificar a percepção dos sintomas e dificultar a recuperação, aumentando o desconforto.

    5. Como diferenciar VPPB e labirintite?

    A VPPB causa vertigem rápida e intensa, de segundos, que aparece com mudanças de posição da cabeça e não afeta a audição. Já a labirintite provoca vertigem contínua por horas ou dias e costuma vir acompanhada de perda auditiva, zumbido, febre ou mal-estar.

    6. Como é feita a manobra de Epley?

    É uma sequência de movimentos da cabeça e do corpo feita pelo médico para reposicionar os cristais no ouvido interno. O paciente começa sentado, vira a cabeça para o lado afetado e é deitado rapidamente; em seguida, a cabeça é girada para o outro lado e o corpo é virado até que os cristais retornem ao local correto. O processo dura poucos minutos e costuma aliviar a vertigem rapidamente.

    Veja mais: Tontura: o que pode estar por trás desse sintoma tão comum

  • Teste da orelhinha: para que serve e como é feito

    Teste da orelhinha: para que serve e como é feito

    Com a chegada de um recém-nascido, há uma série de exames que devem ser realizados nos primeiros dias de vida para garantir que o bebê esteja saudável. Um deles é o teste da orelhinha, também conhecido como triagem auditiva neonatal (TAN), que ajuda a identificar precocemente possíveis alterações na audição.

    Segundo a Academia Americana de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço, cerca de 1 em cada 1.000 crianças já nasce com surdez ou com algum grau severo de perda auditiva, caracterizada como congênita. O número pode ser ainda maior em crianças prematuras ou que apresentaram complicações durante a gestação ou o parto.

    Com a orientação de um especialista, reunimos as principais informações sobre o exame e como ele é feito, além de outros testes obrigatórios para recém-nascidos no Brasil.

    Para que serve o teste da orelhinha?

    O teste da orelhinha serve para verificar se o bebê apresenta algum grau de perda auditiva já nos primeiros dias de vida, o que permite identificar possíveis alterações de forma precoce.

    Quando isso acontece, os profissionais de saúde podem iniciar o acompanhamento e, se necessário, o tratamento ainda nos primeiros meses, fase em que o desenvolvimento da audição e da fala é mais intenso.

    Quando a deficiência auditiva não é diagnosticada logo cedo, a criança pode apresentar atrasos no desenvolvimento da fala, dificuldades de aprendizagem e até impacto na vida social e emocional.

    Afinal, o bebê começa a ouvir ainda na barriga da mãe, por volta do quinto mês de gestação. Desde cedo, os sons ajudam no seu desenvolvimento, especialmente na construção da linguagem.

    Quando existe alguma perda auditiva, mesmo que pequena, o bebê deixa de receber estímulos sonoros importantes — o que pode atrapalhar o aprendizado da fala e da comunicação.

    Como é feito o teste da orelhinha?

    O teste da orelhinha é feito por profissionais capacitados, geralmente fonoaudiólogos, ainda na maternidade. De acordo com o otorrinolaringologista Giuliano Bongiovanni, é um exame indolor, rápido, a criança mal percebe que está sendo feito e não depende da colaboração dela.

    No teste, uma pequena sonda, que parece um fone de ouvido macio, é colocada delicadamente na entrada do canal auditivo do recém-nascido — e é conectada a um aparelho que emite sons de baixa intensidade.

    O aparelho emite sons suaves e a sonda capta a resposta do ouvido interno do bebê (a cóclea). O ouvido de uma criança com audição normal, ao receber esses sons, produz um eco que o aparelho consegue registrar. Se a resposta for captada pelo aparelho, indica que a audição do pequeno está funcionando bem.

    E quando o teste apresenta alteração?

    Quando o teste aponta alguma alteração, Giuliano aponta que pode ser necessário a realização do Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE), também conhecido como BERA, um exame complementar que verifica como o nervo auditivo e o cérebro respondem a estímulos sonoros, fornecendo dados mais precisos sobre o tipo e o grau da perda.

    Nessa etapa, também é feita a diferenciação entre crianças de baixo e alto risco. Nos bebês de baixo risco, em geral, Giuliano explica que as emissões otoacústicas (teste da orelhinha) já são suficientes.

    Já em crianças consideradas de alto risco (como as que tiveram complicações perinatais ou precisaram de internação em UTI), o BERA deve ser realizado desde o início, independentemente do resultado da triagem inicial.

    Uma vez identificado o tipo e o grau da perda, a criança é direcionada para um programa de intervenção precoce. O acompanhamento inclui a orientação da família, a adaptação ao uso de aparelhos auditivos ou implante coclear, quando indicado, e o início da terapia fonoaudiológica.

    Confira: Janela imunológica: como prevenir alergia alimentar em bebês

    Quando fazer o teste da orelhinha?

    O ideal é que o teste da orelhinha seja feito ainda na maternidade, antes da alta hospitalar. Isso costuma acontecer entre as primeiras 24 e 48 horas de vida.

    Se por algum motivo o bebê não fizer o teste ainda na maternidade, os pais ou responsáveis podem e devem procurar um serviço de saúde do SUS ou clínica especializada para realizar o exame gratuitamente até os 30 primeiros dias de vida.

    A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Sociedade Brasileira de Pediatria reforçam o protocolo conhecido como 1-3-6:

    1. 1 mês: o teste inicial de audição deve ser feito preferencialmente nas primeiras 24 a 48 horas de vida do bebê, ainda na maternidade, ou no máximo até o 1º mês de vida. Isso ajuda a identificar rapidamente se há alguma alteração auditiva;
    2. 3 meses: se houver alteração, um diagnóstico completo e aprofundado deve ser realizado por um fonoaudiólogo até os 3 meses de vida;
    3. 6 meses: se a perda auditiva for confirmada, o processo de intervenção, que pode incluir o uso de aparelhos auditivos ou implante coclear, deve ser iniciado o quanto antes, idealmente até os 6 meses de vida.

    O protocolo garante que, mesmo em casos de perda auditiva, a criança tenha tempo de iniciar a intervenção precoce e desenvolver fala e linguagem sem grandes prejuízos.

    É um teste obrigatório?

    Sim, a triagem auditiva neonatal é considerada um exame obrigatório em todo o Brasil, garantido por lei e pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Dessa forma, todos os hospitais e maternidades devem oferecer gratuitamente o exame a todos os recém-nascidos antes da alta hospitalar.

    Perguntas frequentes sobre teste da orelhinha

    1. O que os pais devem fazer se a maternidade não oferecer os testes?

    Se algum dos exames obrigatórios não for realizado na maternidade, os pais devem procurar imediatamente uma unidade de saúde do SUS para agendar.

    O sistema público garante todos esses testes de forma gratuita, e é um direito da criança recebê-los. Caso haja negativa do hospital, os responsáveis podem exigir a realização com base na legislação vigente.

    2. O bebê precisa de algum preparo para fazer os testes obrigatórios?

    Não, nenhum dos testes neonatais exige preparo especial. O bebê pode estar mamando, dormindo ou até mesmo chorando durante a realização. Para o teste do pezinho, a recomendação é apenas que ele seja feito entre o 3º e o 5º dia de vida, porque nesse período as doenças rastreadas ficam mais fáceis de identificar.

    3. O teste da orelhinha dói?

    Não, o exame é completamente indolor, não exige picadas, agulhas ou cortes. O bebê pode até estar dormindo durante o procedimento, que dura em torno de 5 a 10 minutos.

    4. Qual o valor do teste da orelhinha?

    O teste da orelhinha é gratuito em todo o Brasil porque é garantido por lei desde 2010. Todos os hospitais e maternidades, sejam públicos ou privados, devem realizar o exame sem custo para a família.

    5. O teste da orelhinha pode ser feito em crianças maiores?

    Sim, mas nesse caso já não é considerado triagem neonatal e pode exigir outros exames auditivos complementares. O recomendado é que todos os bebês façam até o primeiro mês de vida. Depois disso, existem outros métodos de avaliação da audição infantil, indicados pelo pediatra ou pelo otorrino.

    6. O que é o exame PEATE e quando ele é indicado?

    O Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) é um exame complementar usado quando o teste da orelhinha apresenta alteração ou quando o bebê tem fatores de risco. Ele avalia como o nervo auditivo e o cérebro respondem aos estímulos sonoros, oferecendo informações mais detalhadas sobre o grau e o tipo de perda auditiva. É seguro, indolor e pode ser feito em bebês pequenos.

    Leia mais: Criptorquidia: o que é, causas, fatores de risco e cirurgia

  • Sente zumbido no ouvido? Veja o que pode ser, causas e como tratar 

    Sente zumbido no ouvido? Veja o que pode ser, causas e como tratar 

    Você já ouviu um zumbido no ouvido? O sintoma é comum especialmente após shows, baladas e ambientes barulhentos, onde o som alto pode lesionar as células auditivas da cóclea, causando zumbido normalmente temporário.

    Segundo dados do Instituto Nacional de Surdez e outras Desordens de Comunicação (NIDCD), cerca de 10 a 15% da população mundial já apresentou algum grau de zumbido.

    O barulho interno pode se manifestar de formas diferentes: algumas pessoas descrevem como um chiado leve, outras como um apito contínuo ou até mesmo como o som de cigarras. Em muitos casos, ele é passageiro e não apresenta grandes riscos, mas quando se torna persistente ou surge de forma súbita e intensa, merece atenção de um médico.

    Para entender melhor o que pode estar por trás do sintoma e quando procurar atendimento, conversamos com o médico otorrinolaringologista Giuliano Bongiovanni e esclarecemos as principais dúvidas. Confira!

    O que é o zumbido no ouvido?

    O zumbido no ouvido é a percepção de um som que não vem de nenhuma fonte externa. Ele pode se manifestar de diferentes maneiras, como:

    • Apito constante ou intermitente;
    • Chiado parecido com o som de uma panela de pressão;
    • Estalos ritmados;
    • Som de batidas ou pulsações;
    • Ruído semelhante ao mar ou ao vento.

    O zumbido pode ser temporário, surgindo após exposição a ruídos altos, ou persistente, indicando algum problema mais sério no ouvido ou no organismo.

    Vale ressaltar que o zumbido não é uma doença, mas um sintoma. Logo, entender a causa é importante para definir o tratamento adequado.

    O que pode ser o zumbido no ouvido?

    O zumbido pode ser causado por diversos fatores, desde condições auditivas até problemas de saúde geral. As principais incluem:

    • Exposição a sons altos: fones de ouvido em volume elevado, shows, baladas e ambientes barulhentos podem lesionar as células auditivas da cóclea, gerando zumbido temporário ou permanente;
    • Acúmulo de cera: o excesso de cerume pode obstruir o canal auditivo, causando sensação de ouvido tampado e zumbido;
    • Perda auditiva relacionada à idade: a presbiacusia, perda de audição natural do envelhecimento, é uma das principais responsáveis pelo surgimento de zumbido em idosos;
    • Doenças do ouvido interno: alterações como a doença de Ménière, otosclerose ou infecções podem provocar zumbido;
    • Problemas vasculares: o chamado zumbido pulsátil acontece quando há alterações na circulação sanguínea próxima ao ouvido e pode estar associado à hipertensão ou malformações vasculares;
    • Alterações na articulação temporomandibular (ATM): disfunções da mandíbula podem causar ruídos e zumbidos no ouvido;
    • Doenças metabólicas: diabetes, alterações da tireoide, colesterol elevado e hipertensão podem contribuir para o surgimento do sintoma;
    • Uso de medicamentos ototóxicos: alguns remédios, como antibióticos aminoglicosídeos, anti-inflamatórios e quimioterápicos, podem danificar o ouvido interno e causar zumbido.

    O estresse no dia a dia também pode piorar a forma como o paciente percebe o som, já que a relação psicológica com o sintoma intensifica o incômodo.

    Quando o zumbido no ouvido é preocupante?

    Nem sempre o zumbido no ouvido é sinal de algo grave. Segundo Giuliano, ele pode aparecer depois de festas ou shows com som alto e desaparecer em poucas horas ou após uma noite de sono.

    Porém, alguns sinais servem de alerta, como:

    • Zumbido súbito e intenso em apenas um ouvido;
    • Zumbido acompanhado de perda auditiva repentina;
    • Presença de tontura, vertigem ou desequilíbrio junto ao sintoma;
    • Barulho persistente que interfere no sono e na qualidade de vida.

    O zumbido crônico está presente em 6 a 20% dos adultos e pode afetar seriamente a saúde mental e o bem-estar do paciente se não for investigado. Por isso, no surgimento de qualquer um dos sintomas, procure atendimento médico.

    Diagnóstico do zumbido no ouvido

    O diagnóstico de zumbido no ouvido é feito a partir da avaliação clínica, considerando a história do paciente, os sintomas e fatores de risco como exposição a barulho, doenças como hipertensão ou diabetes, uso de certos medicamentos e histórico familiar.

    De acordo com Giuliano, a audiometria é o exame principal no diagnóstico, já que a perda de audição é uma das causas mais comuns do zumbido. Ela avalia a capacidade auditiva em diferentes frequências e ajuda a identificar se há algum grau de deficiência auditiva associado.

    Em alguns casos, uma ressonância da orelha interna pode ser solicitada para avaliar possíveis alterações no nervo auditivo ou estruturas internas, como tumores ou inflamações.

    Como tratar o zumbido no ouvido?

    Na maioria das vezes, é difícil descobrir e tratar exatamente a causa do zumbido. Ainda assim, existem algumas abordagens que podem reduzir a intensidade do sintoma e melhorar a qualidade de vida do paciente, como:

    Uso de remédios para zumbido no ouvido

    Alguns remédios podem ajudar a reduzir o zumbido, como o clonazepam, por exemplo, que diminui a atividade do nervo auditivo e pode deixar o zumbido menos intenso.

    Já o ginkgo biloba melhora a circulação de sangue na orelha interna, o que também pode trazer alívio, de acordo com Giuliano. Contudo, lembre-se que nenhum remédio deve ser tomado sem a orientação de um médico.

    Terapias sonoras

    As terapias sonoras usam sons externos para mascarar o zumbido — e isso faz o cérebro prestar menos atenção ao barulho interno e, com o tempo, pode reduzir a percepção do sintoma. Muitas pessoas relatam melhora quando convivem com o zumbido de forma crônica.

    Fisioterapia e relaxamento

    Se o zumbido vem de tensões nos músculos do pescoço ou da mandíbula, a fisioterapia pode ajudar a aliviar essas contraturas, com exercícios e técnicas de alongamento. O uso de relaxantes musculares também pode ser indicado nesses casos.

    Acupuntura e terapias complementares

    A acupuntura atua equilibrando fluxos de energia do corpo e, segundo alguns estudos, pode ajudar a reduzir a percepção do zumbido. Além dela, terapias alternativas como a meditação, a yoga e práticas voltadas ao controle do estresse também podem ajudar a diminuir o sintoma.

    Controle de doenças associadas

    Em alguns casos, o zumbido surge como consequência de doenças metabólicas ou cardiovasculares, como diabetes e hipertensão. Manter as condições sob controle, junto a hábitos saudáveis e consultas regulares, ajuda a reduzir a frequência e a intensidade do sintoma.

    Como prevenir o zumbido no ouvido?

    A melhor maneira de prevenir o zumbido no ouvido é cuidar da saúde auditiva no dia a dia. Isso envolve atenção a hábitos de escuta, ao ambiente e até ao estilo de vida, como:

    • Evitar sons muito altos, como em shows, boates e festas com som elevado;
    • Cuidar do volume dos fones de ouvido — o ideal é não ultrapassar 60% da potência máxima e limitar o uso contínuo a menos de 60 minutos por vez (regra dos 60/60);
    • Usar protetores auriculares em ambientes barulhentos, como obras, fábricas, aeroportos ou locais com ruído intenso;
    • Manter controle de doenças metabólicas, como hipertensão, diabetes e colesterol alto;
    • Evitar consumo excessivo de cafeína, álcool e nicotina;
    • Controlar o estresse com técnicas de relaxamento, sono adequado e atividades físicas;
    • Procurar atendimento precoce em casos suspeitos, se o zumbido surgir de forma súbita, for unilateral ou vier acompanhado de tontura e perda auditiva.

    Confira: Tipos de sinusite: veja as diferenças entre viral, bacteriana e fúngica

    Perguntas frequentes sobre zumbido no ouvido

    1. Quais alimentos podem piorar o zumbido no ouvido?

    Alguns alimentos e substâncias, especialmente quando em excesso, podem intensificar o barulho, como cafeína, bebidas alcoólicas, nicotina e alimentos muito industrializados. Já uma dieta equilibrada, com boa hidratação e consumo moderado de estimulantes, ajuda a controlar o sintoma.

    2. O zumbido no ouvido pode sumir sozinho?

    Em muitos casos, sim. Quando o zumbido é causado por exposição temporária a sons altos ou por fatores passageiros, como cansaço extremo, ele tende a desaparecer em poucas horas ou dias. Mas, se persistir, deve ser investigado por um médico.

    3. Crianças podem ter zumbido?

    O zumbido é mais comum em adultos e idosos, mas pode ocorrer em crianças por infecções, acúmulo de cera, problemas auditivos ou emocionais. É importante procurar um especialista para investigar.

    4. Zumbido no ouvido pode ser emocional?

    O fator emocional influencia na percepção do sintoma. Ansiedade, estresse e depressão podem agravar o incômodo, pois o cérebro foca no barulho interno e aumenta a sensação de desconforto. Embora nem sempre seja a causa, o estado psicológico pode piorar o quadro.

    5. Zumbido pode ser causado por acúmulo de cera?

    Sim. O excesso de cera pode dificultar a propagação do som e gerar ruídos internos. A remoção feita por um profissional costuma resolver o problema, mas nunca use hastes flexíveis, pois podem empurrar a cera e agravar a situação.

    Leia mais: Sinusite: o que é, causas, sintomas e como tratar

  • Sinusite aguda ou crônica? Conheça as diferenças

    Sinusite aguda ou crônica? Conheça as diferenças

    Você já teve a sensação de nariz entupido, dor no rosto e pressão na cabeça que parece não passar? Os sintomas podem indicar um quadro de sinusite, caracterizada pela inflamação da mucosa que reveste os seios da face — pequenas cavidades localizadas ao redor do nariz, das bochechas e da testa.

    A condição pode surgir por diferentes motivos, desde infecções virais até alterações anatômicas, e pode se apresentar de duas formas: aguda, quando dura até quatro semanas, e crônica, que persiste por mais de 12 semanas e exige tratamento adequado. Entenda mais, a seguir.

    Afinal, o que é sinusite e quais as causas?

    A sinusite, ou rinossinusite, é a inflamação da mucosa que reveste os seios da face, responsáveis por umidificar e aquecer o ar que respiramos, além de ajudar na filtragem de impurezas. A inflamação pode ser causada por fatores como:

    • Infecções virais (as mais comuns, associadas a gripes e resfriados);
    • Infecções bacterianas;
    • Reações alérgicas;
    • Alterações anatômicas, como desvio de septo;
    • Exposição a poluentes e irritantes, como fumaça e poeira.

    Quando a mucosa fica inflamada, o muco fica preso dentro dos seios paranasais, causando os sintomas mais comuns da condição, como dor de cabeça, pressão facial, congestão nasal e secreção.

    Sinusite aguda

    A sinusite aguda é caracterizada por um processo inflamatório com duração inferior a 4 semanas. Na maioria dos casos, está ligada a infecções virais comuns, como as que causam resfriados. Entre os principais sintomas, é possível apontar:

    • Congestão ou obstrução nasal;
    • Secreção nasal amarelada ou esverdeada;
    • Dor ou pressão facial (principalmente ao inclinar a cabeça);
    • Dor de cabeça;
    • Febre (em alguns casos);
    • Tosse, especialmente à noite.

    Como é feito o tratamento de sinusite aguda?

    Na maioria das vezes, a sinusite aguda melhora sozinha entre 7 e 10 dias, já que costuma estar relacionada a infecções virais. O tratamento, portanto, é direcionado principalmente para aliviar os sintomas.

    As medidas mais comuns incluem:

    • Uso de analgésicos para reduzir dor de cabeça e dor facial;
    • Uso de antitérmicos quando há febre;
    • Lavagem nasal com solução salina, para fluidificar e eliminar secreções;
    • Hidratação adequada e repouso, o que ajuda o corpo a se recuperar mais rápido.

    Em alguns casos, quando os sintomas são muito intensos, duram mais de 10 dias sem melhora ou voltam a piorar depois de uma melhora inicial, pode haver necessidade do uso de antibióticos, que devem ser sempre prescritos por um médico após uma avaliação.

    Sinusite crônica

    A sinusite crônica acontece quando os sintomas duram 12 semanas ou mais, mesmo com tratamento. A grande diferença em relação à sinusite aguda está no tempo: até 12 semanas é considerada aguda; passando desse período, já é crônica.

    De acordo com o otorrinolaringologista Giuliano Bongiovanni, os sintomas costumam ser parecidos nos dois tipos, como nariz entupido, secreção espessa, dor ou pressão no rosto, tosse e alteração no olfato. No caso da forma crônica, algumas pessoas desenvolvem pólipos nasais, que aumentam a obstrução e causam perda de olfato mais acentuada.

    É importante entender que a sinusite aguda não vira crônica apenas porque não foi tratada. A crônica geralmente está ligada a uma predisposição genética ou a alterações na mucosa do nariz, que favorecem uma inflamação contínua, segundo Giuliano.

    Como é feito o tratamento?

    Ao contrário da sinusite aguda, o tratamento da sinusite crônica costuma ser contínuo e precisa de acompanhamento médico. Um dos principais cuidados é a lavagem nasal com soro, que ajuda a limpar as secreções, reduzir a inflamação e facilitar a respiração. Além disso, podem ser usados sprays nasais com corticoide para controlar a inflamação da mucosa.

    Em alguns casos, quando há infecção bacteriana associada, o médico pode indicar antibióticos por períodos mais longos. Já nos quadros em que a sinusite está ligada a alergias, é importante tratar a causa alérgica para evitar novas crises.

    Quando os cuidados do dia a dia não são suficientes e os sintomas persistem, afetando a qualidade de vida, pode ser necessária a cirurgia endoscópica, um procedimento que desobstrui os seios da face e melhora a drenagem do muco. Assim, o paciente volta a respirar melhor e a condição é controlada.

    Diferenças entre sinusite aguda e sinusite crônica

    Característica Sinusite Aguda Sinusite Crônica
    Duração Menos de 4 semanas Mais de 12 semanas
    Causa comum Infecção viral ou bacteriana Inflamação persistente, alergias, fatores anatômicos (como desvio de septo)
    Sintomas Intensos, febre pode estar presente Sintomas moderados, mas contínuos
    Tratamento Uso de descongestionantes, hidratação adequada e analgésicos; uso de antibióticos se houver infecção bacteriana Tratamento prolongado; pode precisar de cirurgia em casos específicos
    Prognóstico Melhora espontânea na maioria dos casos Tendência à recorrência e impacto na qualidade de vida

    Sinusite é contagiosa?

    A sinusite em si não é contagiosa, mas as infecções virais que podem causá-la, como o resfriado, podem ser transmitidas de pessoa para pessoa através de gotículas de saliva e secreção ao tossir, espirrar ou falar. Na maioria das vezes, a sinusite é viral e pode se espalhar; já a bacteriana, em geral, não é contagiosa.

    Como é feito o diagnóstico?

    O diagnóstico da sinusite é feito, inicialmente, a partir da avaliação dos sintomas que o paciente apresenta. Depois, podem ser necessários exames complementares, como aponta Giuliano Bongiovanni:

    • Endoscopia nasal: também chamada de nasofibroscopia, permite enxergar dentro do nariz e identificar sinais como secreção purulenta, inchaço da mucosa, obstrução do canal de drenagem e até pólipos.
    • Tomografia computadorizada: mostra com clareza o interior dos seios da face e ajuda a confirmar o diagnóstico. Ela pode ser solicitada se a endoscopia não for conclusiva ou não puder ser feita naquele momento.

    Normalmente, não é preciso fazer os dois exames ao mesmo tempo, complementa o otorrinolaringologista.

    Quando procurar um médico?

    É importante buscar ajuda médica se você apresentar:

    • Sintomas que duram mais de 10 dias sem melhora;
    • Piora após uma melhora inicial;
    • Febre alta persistente;
    • Dor intensa no rosto ou ao redor dos olhos;
    • Sintomas que retornam várias vezes no ano.

    Complicações possíveis da sinusite

    Apesar de raras, complicações da sinusite podem acontecer, especialmente quando a infecção não recebe o tratamento adequado ou quando há atraso no diagnóstico. Isso acontece porque os seios da face ficam muito próximos de estruturas importantes, como os olhos e o cérebro, o que facilita a disseminação da infecção em casos mais graves.

    Entre as principais complicações estão:

    • Celulite orbital: infecção ao redor dos olhos que pode causar inchaço, dor intensa e até risco de perda da visão.
    • Abscesso cerebral: quando o processo infeccioso atinge o cérebro, formando uma coleção de pus dentro do tecido cerebral.
    • Meningite: inflamação das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, com risco de sequelas graves e até de morte.
    • Infecções ósseas (osteomielite): atingem os ossos da face, tornando o quadro ainda mais difícil de tratar.

    Todas essas situações são emergenciais e exigem atendimento hospitalar imediato.

    Leia também: 5 causas de alergia dentro de casa e o que fazer para evitar

    Sinusite tem cura?

    A sinusite aguda costuma desaparecer com o tratamento adequado e até mesmo de forma espontânea em poucos dias ou semanas. Nesse caso, medidas simples como hidratação, lavagem nasal e uso de medicamentos sintomáticos já são suficientes para resolver o quadro.

    Já a sinusite crônica, uma vez que envolve fatores como predisposição genética, alergias, pólipos nasais ou alterações anatômicas, dificilmente tem cura. Nesse caso, o tratamento é contínuo, focado em reduzir a inflamação, aliviar os sintomas e prevenir novas crises. Para alguns pacientes, a cirurgia pode ser indicada para trazer mais qualidade de vida.

    Perguntas frequentes sobre sinusite aguda ou crônica

    1. Quais são os sintomas mais comuns da sinusite?

    Os sintomas típicos da sinusite incluem:

    • Dor ou pressão no rosto;
    • Congestão nasal persistente;
    • Secreção amarelada ou esverdeada;
    • Dor de cabeça;
    • Sensibilidade ao toque na região dos seios da face.

    Muitas pessoas também relatam tosse noturna, mau hálito e redução do olfato. A intensidade pode variar: na sinusite aguda, a dor costuma ser mais forte. Já na crônica, os sintomas são mais leves, mas persistem por meses.

    2. Sinusite e rinite são a mesma coisa?

    Não. A rinite é a inflamação da mucosa do nariz, geralmente causada por alergia ou vírus. Já a sinusite envolve a inflamação dos seios paranasais. As duas podem aparecer juntas, e por isso os médicos chamam de rinossinusite. Quem tem rinite tem mais chance de ter sinusite, porque o nariz entupido atrapalha a saída do muco.

    3. Existe sinusite causada por fungos?

    Sim. Em pessoas saudáveis, os fungos podem apenas viver no nariz sem causar problemas, mas em algumas situações, eles provocam inflamação:

    • Bola fúngica: acúmulo de fungos em um seio, geralmente o maxilar.
    • Sinusite fúngica alérgica: reação exagerada a fungos, com formação de pólipos.
    • Sinusite fúngica invasiva: condição muito grave, que ocorre em pessoas imunossuprimidas, podendo se espalhar para os olhos e cérebro.

    4. Quais tratamentos caseiros podem ajudar nos sintomas?

    Algumas medidas simples ajudam a aliviar os sintomas de sinusite, como fazer lavagem nasal com soro fisiológico, inalar vapor, manter-se bem hidratado e usar toalhas mornas no rosto para aliviar a pressão. Contudo, eles não substituem a avaliação médica quando os sintomas são graves ou persistentes.

    5. A sinusite pode causar tontura ou sensação de pressão na cabeça?

    Sim. A inflamação e o acúmulo de secreções nos seios da face podem gerar uma sensação de cabeça pesada, pressão ou até tontura leve. Isso acontece porque os seios estão próximos a estruturas do ouvido e do sistema de equilíbrio. Não é o sintoma mais comum, mas pode aparecer em alguns casos.

    6. Quando a sinusite é grave?

    A gravidade da sinusite varia de pessoa para pessoa. O quadro exige atenção quando os sintomas se tornam muito intensos, com nariz extremamente congestionado, secreção abundante, dor facial forte, febre ou sensação de mal-estar generalizado.

    Apesar de raro, a sinusite pode evoluir para complicações mais sérias, atingindo estruturas próximas, como os olhos ou até mesmo o cérebro. Por isso, diante de sinais mais graves, o recomendado é procurar atendimento médico.

    7. O que é sinusite subaguda?

    A sinusite subaguda é aquela que dura entre 4 e 12 semanas e costuma ser uma continuação de uma sinusite aguda que não se resolveu completamente.

    Os sinais são muito parecidos com os da sinusite aguda, e a diferença está no tempo: na subaguda, os sintomas persistem por várias semanas seguidas, sem chegar a ultrapassar 12 semanas — que é quando já passa a ser considerada crônica.

    Leia também: Tipos de sinusite: veja as diferenças entre viral, bacteriana e fúngica

  • Tipos de sinusite: veja as diferenças entre viral, bacteriana e fúngica 

    Tipos de sinusite: veja as diferenças entre viral, bacteriana e fúngica 

    Você conhece os diferentes tipos de sinusite? A condição, que ocorre por uma inflamação da mucosa dos seios da face, pode provocar sintomas que afetam diferentemente o bem-estar no dia a dia, como nariz entupido, dor ou pressão na região da face, secreção espessa e dor de cabeça.

    Ela pode ser causada por uma série de fatores, como vírus, bactérias e até fungos — cada uma com particularidades, tempo de duração e formas específicas de tratamento. Por isso, é importante entender as diferenças, reconhecer os sintomas e saber quando procurar ajuda médica. Esclarecemos tudo para você, a seguir!

    1. Sinusite viral

    A sinusite viral é um dos tipos de sinusite e é a forma mais comum. Na maioria dos casos, surge como uma complicação passageira de um resfriado. Ela ocorre quando vírus típicos de infecções respiratórias, como o rinovírus e a Influenza, atingem a mucosa dos seios paranasais, causando inflamação e produção excessiva de muco.

    De acordo com o médico otorrinolaringologista Giuliano Bongiovanni, a evolução típica inclui piora nos primeiros três dias, com melhora gradual e resolução em um período de 7 a 10 dias. Os sintomas incluem:

    • Coriza clara ou aquosa no início, que pode se tornar amarelada nos dias seguintes;
    • Congestão nasal moderada;
    • Sensação de pressão na face, mas sem dor intensa;
    • Dor de garganta leve e mal-estar;
    • Febre baixa, quando presente;
    • Tosse seca ou com pouco muco, pior durante a noite.

    Como é feito o tratamento de sinusite viral?

    O tratamento de sinusite viral é feito para aliviar os sintomas e, em geral, a condição desaparece sozinha após alguns dias. Entre as medidas indicadas, estão:

    • Lavagem nasal com soro fisiológico várias vezes ao dia, para fluidificar o muco e facilitar a drenagem;
    • Inalação com vapor de água ou soluções salinas, que ajudam a reduzir a congestão;
    • Repouso e boa hidratação, fundamentais para o corpo se recuperar;
    • Analgésicos e antitérmicos, como paracetamol e dipirona, para dor e febre;
    • Descongestionantes nasais tópicos, usados com cautela e por no máximo 3 dias, para evitar efeito rebote.

    Se os sintomas persistirem por mais de 10 dias ou piorarem após uma melhora inicial, pode haver evolução para uma sinusite bacteriana, que requer acompanhamento médico.

    Sinusite bacteriana

    A sinusite bacteriana é um dos tipos de sinusite e frequentemente surge como uma complicação de infecções virais, como o resfriado. A inflamação da mucosa e o acúmulo de secreções cria um ambiente quente e úmido, propício à proliferação de bactérias — resultando em um quadro mais prolongado e com sintomas mais intensos.

    Segundo Giuliano, a sinusite pode se manifestar com piora dos sintomas após a melhora inicial, ou com sintomas persistentes por mais de duas semanas. Entre os principais sinais de alerta da sinusite bacteriana, podemos destacar:

    • Sintomas que duram mais de 10 dias sem melhora;
    • Febre alta, geralmente acima de 38 °C;
    • Dor intensa e localizada na face, muitas vezes em apenas um lado;
    • Secreção nasal abundante, espessa e com odor desagradável;
    • Tosse persistente, principalmente à noite.

    As bactérias mais frequentemente envolvidas são Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae e Moraxella catarrhalis. Em alguns casos, especialmente após infecções dentárias, podem estar presentes bactérias anaeróbias (isto é, que sobrevivem e se multiplicam na ausência de oxigênio).

    Como é feito o tratamento da sinusite bacteriana?

    Os cuidados no tratamento de sinusite bacteriana são semelhantes aos da viral, mas nesse quadro, é necessário o uso de remédios antibióticos para combater a infecção. As principais medidas incluem:

    • Lavagem nasal com soro fisiológico;
    • Uso de analgésicos e anti-inflamatórios para controle da dor;
    • Corticoides tópicos nasais para reduzir inflamação e melhorar a ventilação.

    Quanto aos antibióticos, a escolha mais comum é a amoxicilina, utilizada por 7 a 14 dias, dependendo da gravidade. Em pacientes com alergia à penicilina, podem ser prescritos outros medicamentos.

    É fundamental destacar que o uso inadequado de antibióticos favorece a resistência bacteriana. Por isso, a prescrição deve ser feita somente por médicos, após uma avaliação criteriosa.

    Sinusite fúngica

    Forma mais rara da sinusite, acontece quando fungos conseguem crescer e se desenvolver nos seios paranasais, e são classificados em quadros crônicos. Ela pode afetar qualquer pessoa, mas aquelas com o sistema imunológico comprometido são mais suscetíveis a quadros graves — como é o caso de pessoas imunossuprimidas.

    Dependendo do caso, a sinusite fúngica pode se apresentar de três formas principais:

    • Bola fúngica (aspergiloma): é o crescimento localizado de fungos dentro de um seio paranasal;
    • Sinusite fúngica alérgica: é a reação exagerada do sistema imunológico à presença de fungos, com formação de pólipos nasais e secreção viscosa;
    • Sinusite fúngica invasiva (mucormicose): é a forma mais grave, em que o fungo invade tecidos vizinhos, podendo atingir olhos e cérebro.

    O otorrinolaringologista Giuliano ressalta que os fungos estão presentes no nariz da maioria das pessoas, mas nem todos desenvolvem a doença. A predisposição genética também desempenha um papel importante.

    Entre os sintomas mais comuns da sinusite fúngica, estão:

    • Congestão nasal persistente;
    • Secreção espessa, por vezes com sangue;
    • Dor e pressão facial constante;
    • Inchaço ao redor dos olhos;
    • Febre e sinais sistêmicos nos casos invasivos;
    • Alterações visuais, quando o fungo atinge a órbita ocular.

    Como é feito o tratamento de sinusite fúngica?

    O tratamento de sinusite fúngica depende do tipo:

    • Nos casos de bola fúngica, a principal medida é a cirurgia endoscópica, para remover o material fúngico e melhorar a drenagem;
    • Na sinusite fúngica alérgica, além da cirurgia, são usados corticoides para controlar a inflamação;
    • Já na forma invasiva, o tratamento é emergencial e inclui cirurgia associada a remédios antifúngicos potentes, como anfotericina B.

    Se não tratada rapidamente, a sinusite fúngica pode ser fatal, então é fundamental estar atento aos sinais de alerta, que ajudam no diagnóstico precoce.

    Leia também: Asma infantil: sintomas, diagnóstico e tratamento

    Quando a sinusite é grave?

    Na maioria dos casos, a sinusite se manifesta de forma leve e autolimitada, e o quadro se resolve a partir de cuidados simples. Contudo, existem situações em que a condição causa sintomas intensos e persistentes, o que exige atendimento médico.

    De acordo com Giuliano, as complicações da sinusite incluem complicações intracranianas, como meningite e abscessos cerebrais, complicações ósseas, como osteomielite, e complicações orbitárias, que podem variar de inflamações nas pálpebras a abscessos orbitários, com potencial de comprometer a visão.

    Quando procurar ajuda médica?

    Procure atendimento médico quando notar os seguintes sinais de alerta:

    • Os sintomas duram mais de 10 dias sem melhora;
    • Há febre alta ou dor intensa na face;
    • Os sintomas pioram após uma melhora inicial;
    • O problema se repete várias vezes ao ano;
    • O paciente tem condições crônicas, como asma, diabetes ou imunodeficiência.

    O diagnóstico da sinusite é clínico, baseado em um exame físico e nos sintomas que a pessoa apresenta. O médico ainda pode solicitar exames complementares em alguns casos, quando ainda há dúvida quanto ao diagnóstico.

    Perguntas frequentes sobre tipos de sinusite

    1. Sinusite pode causar dor de dente?

    Sim. Quando a sinusite atinge os seios da face, principalmente os maxilares, que ficam logo acima dos dentes de cima, a inflamação pode gerar pressão e causar dor que se confunde com dor de dente.

    Por isso, nem sempre a dor vem de um problema no dente em si, e pode ser reflexo de um quadro de sinusite. Ah, e o contrário também acontece: uma infecção dentária pode se espalhar e provocar sinusite.

    2. Descongestionantes nasais são perigosos?

    Os descongestionantes nasais podem ajudar no alívio rápido da congestão, mas não devem ser usados por tempo prolongado, pois podem causar efeito rebote. Isso significa que, em vez de melhorar, a mucosa passa a inchar ainda mais quando o remédio é interrompido, criando dependência do medicamento.

    Por isso, o uso deve ser sempre orientado por médico, e preferencialmente substituído por medidas mais seguras, como lavagem nasal com soro fisiológico.

    3. A sinusite pode voltar várias vezes ao ano?

    Sim. O quadro é chamado de sinusite recorrente, quando a pessoa apresenta quatro ou mais episódios de sinusite aguda em um período de 12 meses. Isso pode estar relacionado a fatores predisponentes, como alergias mal controladas, desvio de septo, pólipos nasais ou imunidade baixa.

    Nessas situações, o otorrinolaringologista pode recomendar exames complementares, tratamento preventivo ou até cirurgia para corrigir alterações anatômicas que dificultam a drenagem dos seios.

    4. Qual é a diferença entre sinusite aguda, subaguda, crônica e recorrente?

    A principal diferença está na duração do quadro:

    • Aguda dura até 4 semanas e está frequentemente ligada a infecções virais que se resolvem espontaneamente;
    • Subaguda é a continuação de um quadro que não foi totalmente resolvido, com duração entre 4 e 12 semanas;
    • Crônica é definida quando os sintomas persistem por mais de 12 semanas, mesmo após tratamento adequado;
    • Recorrente ocorre quando o paciente apresenta pelo menos quatro episódios agudos por ano, com intervalos de melhora completa entre as crises.

    5. Quando a cirurgia é indicada no tratamento da sinusite?

    A cirurgia, geralmente feita por via endoscópica, é indicada quando o tratamento clínico não é suficiente, em casos de sinusite crônica grave, sinusite fúngica ou quando há complicações, como abscessos.

    O procedimento é feito para melhorar a drenagem dos seios, remover pólipos e permitir ventilação adequada. Contudo, a cirurgia não impede que novas crises aconteçam se os fatores de risco não forem controlados.

    6. Sinusite tem cura?

    A sinusite crônica dificilmente tem cura, mas pode ser controlada a partir de um tratamento orientado pelo especialista. Ele depende especialmente da causa principal: quando há alterações estruturais, como desvio de septo ou presença de pólipos, pode ser indicada uma cirurgia para corrigir a obstrução.

    Já nos casos ligados a alergias ou inflamações persistentes, o tratamento inclui o uso de remédios específicos, lavagens nasais frequentes e acompanhamento médico contínuo. Ele contribui para reduzir as crises, aliviar os sintomas e proporcionar mais qualidade de vida ao paciente.

    Leia também: Sinusite: o que é, causas, sintomas e como tratar

  • Sinusite: o que é, causas, sintomas e como tratar

    Sinusite: o que é, causas, sintomas e como tratar

    Nariz entupido, dor de cabeça, pressão no rosto e uma sensação de mal-estar são alguns dos principais sintomas de sinusite, que pode surgir após uma crise alérgica, infecção viral ou até mesmo por mudanças bruscas de clima. Causada pela inflamação dos seios paranasais da face, ela pode comprometer a qualidade de vida e atrapalhar diversas atividades do cotidiano.

    Para entender por que ela acontece, o tratamento e como diferenciar a sinusite de outros quadros, conversamos com um especialista e esclarecemos tudo que você precisa saber, a seguir!

    O que é sinusite?

    A sinusite, também chamada de rinossinusite, é uma inflamação que atinge os seios paranasais, pequenas cavidades ocas localizadas ao redor do nariz, maçãs do rosto, olhos e testa. Elas são revestidas por uma mucosa que produz muco, responsável por filtrar o ar, aquecê-lo e impedir a entrada de impurezas.

    Quando ocorre uma inflamação da mucosa, a drenagem natural do muco é prejudicada — o que provoca acúmulo de secreção e facilita a proliferação de microrganismos, como vírus, bactérias e, em alguns casos, fungos. Isso leva ao surgimento de sintomas como congestão nasal, dor de cabeça, sensação de pressão no rosto e dificuldade para respirar.

    Causas da sinusite

    A sinusite acontece por uma combinação de fatores, como características individuais da pessoa, ambiente em que ela vive e presença de microrganismos. Entre as causas mais comuns, podemos destacar:

    • Infecções respiratórias: gripes, resfriados e outras doenças do trato respiratório inflamam e engrossam as membranas nasais, bloqueando a drenagem natural do muco. Isso favorece a proliferação de vírus, bactérias ou até fungos, resultando num quadro de sinusite.
    • Alergias respiratórias: pessoas com rinite alérgica apresentam inflamação frequente da mucosa nasal, o que facilita a obstrução e torna o organismo mais vulnerável a episódios repetidos de sinusite. Alguns dos gatilhos incluem poeira, pólen, mofo e pelos de animais.
    • Fatores anatômicos: alterações estruturais como desvio de septo, pólipos nasais ou conchas aumentadas podem dificultar a drenagem natural das secreções, favorecendo o surgimento de inflamação e infecção.
    • Fatores ambientais e hábitos: poluição, fumaça de cigarro, uso excessivo de ar-condicionado, mudanças bruscas de temperatura e ambientes fechados ou úmidos aumentam o risco de crises de sinusite.

    Sinusite aguda x sinusite crônica

    Primeiro, é importante ressaltar que sinusite aguda e a crônica não são a mesma coisa, e se diferem especialmente pelo tempo de duração dos sintomas.

    De acordo com o otorrinolaringologista Giuliano Bongiovanni, enquanto a sinusite aguda costuma durar até 12 semanas, a sinusite crônica se prolonga por mais tempo — e normalmente ocorre em pessoas que já têm predisposição genética ou alterações na mucosa.

    Os sintomas são parecidos nos dois tipos: nariz entupido, secreção, dor no rosto, tosse e alteração do olfato. A diferença está no tempo de duração e, no caso da forma crônica com pólipos, a obstrução nasal e a perda de olfato tendem a ser mais intensas.

    Alguns fatores como rinite, asma e tabagismo também aumentam o risco de desenvolver sinusite crônica.

    Quais os sintomas de sinusite?

    • Nariz entupido (obstrução nasal);
    • Secreção nasal espessa, amarelada ou esverdeada;
    • Dor ou pressão facial, especialmente na testa, maçãs do rosto e ao redor dos olhos;
    • Diminuição ou perda do olfato;
    • Tosse, mais comum à noite;
    • Febre baixa em alguns casos;
    • Mau hálito devido ao acúmulo de secreção.

    Como diferenciar a sinusite de um resfriado?

    Para diferenciar a sinusite e o resfriado, esteja atento à duração e intensidade dos sintomas.

    O resfriado é uma condição viral que costuma piorar nos primeiros três dias e, em seguida, melhora gradualmente. O tempo médio de duração é de 7 a 10 dias, podendo se estender um pouco mais em alguns casos, mas faz parte do curso normal da doença, conforme explica Giuliano Bongiovanni.

    No caso da sinusite, os sintomas tendem a persistir por mais de dez dias, com secreção nasal espessa e amarelada, dor no rosto, pressão na cabeça e sensação de congestão intensa. Isso implica que a inflamação nos seios paranasais se instalou e a pessoa pode precisar de tratamento específico.

    Sintomas de sinusite em crianças e idosos

    A sinusite pode afetar todas as idades, mas em crianças e idosos os sinais podem ser um pouco diferentes. No caso de pessoas mais velhas, os sinais tendem a ser parecidos com os dos adultos jovens, mas complicações podem ser mais sérias devido à imunidade reduzida ou presença de outras condições de saúde.

    Já no caso de crianças, Giuliano Bongiovanni aponta que a tosse costuma aparecer com mais frequência. Isso acontece porque a secreção que sai do nariz pode escorrer para a garganta, irritando a região e provocando o reflexo da tosse.

    O muco também pode ir para as vias respiratórias em pequenas quantidades, o que aumenta ainda mais a vontade de tossir.

    Leia também: 5 causas de alergia dentro de casa e o que fazer para evitar

    Como é feito o diagnóstico?

    O diagnóstico da sinusite é clínico, ou seja, feito principalmente pela análise dos sintomas e exame físico realizado pelo médico.

    Em alguns casos, podem ser solicitados exames complementares, como endoscopia nasal, que permite visualizar a região de drenagem dos seios.

    “Quando não é possível avaliar bem, pode-se pedir tomografia dos seios paranasais. Normalmente não é necessário fazer os dois exames ao mesmo tempo”, complementa Giuliano.

    Como tratar a sinusite?

    O tratamento de sinusite depende da gravidade do quadro, mas normalmente envolve o alívio dos sintomas a partir de:

    • Uso de analgésicos para aliviar a dor facial e a pressão na cabeça;
    • Uso de antitérmicos em caso de febre;
    • Lavagem nasal com solução salina para fluidificar secreções e melhorar a respiração;
    • Hidratação adequada e repouso para favorecer a recuperação.

    Só quando os sintomas são muito intensos, duram mais de 10 dias sem melhora ou pioram depois de alguns dias é que pode haver necessidade de antibiótico, sempre prescrito por um médico.

    E a sinusite crônica?

    A sinusite crônica é uma condição inflamatória, geralmente associada a fatores como rinite, pólipos nasais ou até tabagismo. Nesses casos, o tratamento é baseado principalmente no uso contínuo de corticoide nasal para controlar a inflamação.

    Em algumas situações, quando há presença de pólipos ou quando o tratamento clínico não é suficiente, pode ser indicada a cirurgia endoscópica dos seios da face, que melhora a ventilação e a drenagem.

    Mesmo após a cirurgia, porém, a pessoa geralmente precisa manter o uso do corticoide nasal, porque a sinusite crônica não tem cura definitiva, mas pode ser controlada.

    Hoje em dia, também existem imunobiológicos que atuam nas vias inflamatórias da mucosa nasal, conforme aponta Giuliano. São medicamentos indicados em casos selecionados, principalmente para pacientes com pólipos nasais e inflamação refratária. Não é para todos os casos, mas é uma opção de tratamento mais recente.

    Sinusite é grave?

    A gravidade da sinusite varia de pessoa para pessoa, de acordo com Giulliano. Em alguns casos, ela pode causar complicações mais sérias, como problemas nos olhos ou até no cérebro, mas isso é menos comum.

    De modo geral, é considerado grave quando os sintomas são intensos — como nariz muito entupido, secreção em excesso, dor forte ou mal-estar.

    Na maioria dos casos, a sinusite melhora apenas com analgésicos e lavagem nasal, mas se os sintomas forem intensos, o ideal é procurar um médico, pois pode ser necessário usar remédios específicos ou antibióticos.

    Perguntas frequentes

    1. A sinusite é contagiosa?

    A sinusite em si não é considerada uma doença contagiosa, pois se trata de uma inflamação dos seios paranasais. No entanto, a infecção viral que pode desencadear a condição, como um resfriado ou gripe, é transmissível.

    Isso significa que você não “pega sinusite” de outra pessoa, mas pode contrair o vírus que, em alguns casos, evolui para um quadro de sinusite. Portanto, manter hábitos de higiene, como lavar as mãos com frequência e evitar contato direto com pessoas gripadas, é fundamental para reduzir o risco.

    2. Qual a diferença entre sinusite e rinite?

    As duas são condições respiratórias, mas não são iguais. A rinite é uma inflamação da mucosa nasal, geralmente causada por alergias, e se manifesta com sintomas como espirros, coriza clara e coceira no nariz.

    Já a sinusite é a inflamação dos seios paranasais (cavidades ósseas ao redor do nariz), podendo gerar dor facial, secreção espessa e sensação de pressão. Muitas vezes, as duas condições podem ocorrer ao mesmo tempo, dificultando o diagnóstico.

    3. Sinusite crônica tem cura?

    A sinusite crônica pode ser controlada e tratada, mas não tem cura. Quando está associada a fatores estruturais, como desvio de septo ou pólipos nasais, pode ser necessário realizar cirurgia para corrigir o problema.

    Em casos relacionados a alergias, o controle é feito com medicamentos, lavagens nasais e acompanhamento médico, com o objetivo de reduzir os sintomas e melhorar a qualidade de vida da pessoa.

    4. Tenho sinusite, quando devo procurar um médico?

    É indicado procurar um médico se os sintomas de congestão, secreção espessa e dor no rosto persistirem por mais de 10 dias sem melhora, ou se houver febre alta, inchaço ao redor dos olhos, dor de cabeça muito forte ou visão turva. Os sinais podem indicar complicações que precisam de atenção imediata.

    5. Posso tratar sinusite em casa?

    Sim, em muitos casos é possível aliviar os sintomas em casa. Medidas como hidratação, lavagem nasal com soro fisiológico, inalações com vapor e repouso ajudam bastante. No entanto, é importante não substituir a orientação médica, principalmente quando os sintomas são persistentes ou graves.

    6. Por que os seios paranasais ficam inflamados?

    Os seios paranasais inflamam quando a mucosa que os reveste incha e dificulta a drenagem natural do muco. Isso pode acontecer após resfriados virais, crises de rinite alérgica ou por alterações anatômicas, como desvio de septo.

    O acúmulo de secreção cria um ambiente favorável para vírus, bactérias ou fungos, o que desencadeia os sintomas.

    Leia também: Asma infantil: sintomas, diagnóstico e tratamento