Autor: Dr. Giovanni Henrique Pinto

  • Saúde do coração após a menopausa: conheça os cuidados nessa fase da vida 

    Saúde do coração após a menopausa: conheça os cuidados nessa fase da vida 

    A menopausa é definida pela ausência de menstruação por 12 meses consecutivos e acontece, normalmente, entre os 45 e 55 anos de idade. Nesse período da vida, o corpo passa por alterações hormonais significativas (em especial, a queda do estrogênio), que afetam o metabolismo, os ossos, o humor e, principalmente, a saúde do coração.

    De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, doenças cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC), são a principal causa de morte entre as mulheres após a menopausa. O risco aumenta justamente porque, com a queda hormonal, o organismo perde parte da proteção natural que tinha durante a fase reprodutiva.

    Por isso, especialistas destacam a importância do acompanhamento médico regular, de exames preventivos e da adoção de hábitos saudáveis.

    Por que a menopausa aumenta o risco de doenças do coração?

    A menopausa provoca uma série de mudanças no corpo que impactam diretamente o coração. Primeiramente, o estrogênio, principal hormônio feminino, exerce um efeito protetor sobre o sistema cardiovascular. Ele ajuda a manter as artérias flexíveis, regula o colesterol e contribui para o equilíbrio da pressão arterial. Quando o hormônio diminui, o risco de desenvolver doenças do coração aumenta.

    “Com a queda do estrogênio, há piora do perfil do colesterol (aumento do LDL e redução do HDL), aumentando a aterosclerose, assim como aumento da gordura visceral, ganho de peso, resistência à insulina e rigidez dos vasos. Com isso, o risco para doenças cardiovasculares sobe”, explica Giovanni Henrique Pinto, cardiologista e cardio-oncologista do Hospital Albert Einstein.

    Vale lembrar que, muitas vezes, o impacto não acontece de imediato, mas ao longo de anos, o que torna a prevenção ainda mais importante.

    Sintomas cardíacos que merecem atenção após a menopausa

    Pode ser difícil identificar sinais de alerta para problemas cardiovasculares, uma vez que eles podem ser confundidos com os efeitos comuns da menopausa, como insônia e palpitações.

    Segundo o Giovanni Henrique Pinto, é importante não ignorar manifestações como:

    • Dor ou pressão no peito, podendo aparecer também como queimação ou dor nas costas, nos braços ou na mandíbula;
    • Falta de ar em atividades simples;
    • Palpitações frequentes;
    • Tontura ou desmaios;
    • Inchaço nas pernas;
    • Cansaço desproporcional ao esforço.

    Se os sintomas surgirem, é importante procurar atendimento médico para descartar a possibilidade de doenças cardíacas.

    Quais hábitos podem ajudar a proteger o coração na menopausa?

    O estilo de vida continua sendo a melhor forma de reduzir riscos, e mesmo em rotinas mais agitadas, incluir alguns hábitos é necessário para manter a saúde. Segundo orientações do Ministério da Saúde e do cardiologista Giovanni Henrique Pinto:

    • Praticar atividade física regularmente (150 a 300 minutos por semana de exercícios aeróbicos + treinos de força duas vezes por semana);
    • Adotar alimentação de padrão mediterrâneo ou DASH, priorizando frutas, verduras, grãos integrais, peixes e azeite, além de reduzir o consumo de sal;
    • Dormir de 7 a 9 horas por noite;
    • Controlar o estresse por meio de técnicas de relaxamento, meditação ou hobbies;
    • Não fumar e moderar o consumo de álcool;
    • Seguir corretamente o uso de medicamentos para pressão, colesterol e diabetes, quando indicados.

    Acompanhamento na menopausa é importante para proteger o coração

    Durante a menopausa, manter consultas regulares com o cardiologista permite identificar cedo alterações na pressão, no colesterol, na glicemia e até na rigidez dos vasos. Os exames cardíacos regulares nessa fase incluem:

    • Eletrocardiograma (ECG);
    • Holter (monitoramento do ritmo cardíaco por 24h);
    • Ecocardiograma;
    • MAPA (monitoramento da pressão arterial);
    • Exames laboratoriais de glicemia, hemoglobina glicada e perfil lipídico;
    • Teste ergométrico (de esforço);
    • Escore de cálcio coronário em mulheres de risco intermediário;
    • Cintilografia ou angiotomografia coronária quando há sintomas sugestivos ou risco elevado.

    Além disso, o acompanhamento não serve só para detectar doenças, mas também para discutir formas de prevenção. O médico pode orientar sobre dieta, atividade física, controle de peso e, quando necessário, prescrever medicações para equilibrar colesterol, glicemia ou pressão.

    Leia também: Por que cuidar do coração antes de uma cirurgia

    Reposição hormonal na menopausa protege o coração?

    O tratamento de reposição hormonal (TRH ou MHT) pode ser útil para aliviar sintomas moderados a graves da menopausa, como fogachos e suores noturnos. No entanto, Giovanni Henrique Pinto reforça que não deve ser usado com o objetivo de prevenir doenças cardiovasculares.

    A terapia pode ter perfil de risco mais favorável quando iniciada antes dos 60 anos ou até 10 anos após a última menstruação, especialmente pela via transdérmica (adesivo ou gel), que apresenta menor risco de trombose do que os comprimidos orais.

    Ainda assim, há contraindicações importantes: mulheres com histórico de infarto, AVC, trombose ativa, alguns tipos de câncer ou sangramentos uterinos não esclarecidos devem evitar o tratamento. A decisão deve sempre ser individualizada e tomada em conjunto com o médico.

    Perguntas frequentes sobre saúde do coração na menopausa

    1. A menopausa pode acelerar doenças já existentes?

    Sim. Condições como pressão alta, colesterol alto, diabetes e doença coronária podem se agravar mais rápido depois da menopausa se não fizer um controle rigoroso.

    2. A partir de que idade a menopausa costuma aparecer?

    A menopausa ocorre, em média, aos 51 anos. Ela é confirmada quando a mulher fica 12 meses consecutivos sem menstruar. Porém, pode acontecer mais cedo: entre 40 e 45 anos é chamada de menopausa precoce, e antes dos 40 anos recebe o nome de insuficiência ovariana prematura.

    3. Quais são os sintomas mais comuns da menopausa?

    Os principais sintomas da menopausa são:

    • Ondas de calor;
    • Suores noturnos;
    • Insônia;
    • Irritabilidade;
    • Diminuição da libido;
    • Secura vaginal;
    • Alterações do humor;
    • Dificuldade de concentração e palpitações.

    Os sinais podem começar anos antes da última menstruação e durar até 8 anos.

    4. Quais doenças cardiovasculares são mais comuns após a menopausa?

    Há um risco maior de doenças como:

    • Doença arterial coronariana (angina e infarto);
    • Pressão alta;
    • Acidente vascular cerebral (AVC);
    • Arritmias, como fibrilação atrial;
    • Insuficiência cardíaca.

    5. A menopausa causa aumento de peso? Isso afeta o coração?

    Sim. Na menopausa o metabolismo fica mais lento e o corpo gasta menos energia. Isso facilita o ganho de peso, principalmente na barriga, onde a gordura tende a se acumular.

    E é importante apontar: esse tipo de gordura libera substâncias inflamatórias que aumentam a resistência à insulina, aumentando o risco de desenvolver diabetes tipo 2. Além disso, está diretamente ligada à pressão alta e à aterosclerose — que aumentam o risco de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC.

    6. Quais sinais diferenciam sintomas da menopausa de problemas cardíacos?

    Fogachos e palpitações podem ser sintomas da menopausa, mas quando há dor no peito, falta de ar, inchaço em pernas ou cansaço desproporcional, é preciso investigar problemas cardíacos.

    O acompanhamento médico é fundamental porque apenas exames, como eletrocardiograma e ecocardiograma, conseguem diferenciar com clareza o que é efeito hormonal e o que é sinal de doença cardiovascular.

    7. A menopausa pode causar palpitações?

    Sim. Muitas mulheres sentem o coração acelerar ou bater mais forte durante a menopausa, por causa das mudanças hormonais e das ondas de calor. Mas, se as palpitações forem frequentes e vierem junto com tontura, dor no peito ou falta de ar, é importante procurar um médico para investigar.

    8. Como diferenciar sintomas de ansiedade dos sintomas cardíacos na menopausa?

    A ansiedade pode provocar palpitações, falta de ar, aperto no peito e até sensação de desmaio — sintomas muito semelhantes aos cardíacos. A diferença é que, muitas vezes, a ansiedade aparece em situações de estresse emocional ou crises de pânico, e tende a melhorar com técnicas de respiração e relaxamento.

    Já os sintomas de origem cardíaca podem surgir de forma inesperada, durante esforços leves ou mesmo em repouso, e não desaparecem apenas com controle emocional. Destaca-se que a única forma segura de diferenciar é com avaliação médica e exames específicos.

    Confira: Tosse persistente: quando pode ser problema no coração

  • Tosse persistente: quando pode ser problema no coração

    Tosse persistente: quando pode ser problema no coração

    Você sabia que a tosse é um mecanismo de defesa do organismo? Sempre que algo ameaça irritar ou bloquear as vias respiratórias, o organismo reage para proteger os pulmões e manter o ar limpo. É assim que secreções como muco, partículas de poeira, fumaça, mofo, alérgenos e até micro-organismos acabam sendo eliminados.

    Ela pode surgir em quadros simples de gripe ou resfriado, crises de rinite e alergia, bronquite, asma e até refluxo gastroesofágico. Na maior parte das vezes, não representa perigo e desaparece sozinha em poucos dias.

    O alerta surge quando o sintoma não passa. Uma tosse persistente, que continua por semanas ou até meses, precisa ser investigada para descartar condições de saúde mais sérias. Embora as causas respiratórias sejam as mais comuns, em alguns casos, ela pode estar relacionada ao funcionamento do coração, especialmente quando acompanhada de outros sintomas.

    Quando a tosse persistente pode ser cardíaca?

    Apesar de normalmente associada a doenças respiratórias, a tosse também pode ser consequência de problemas cardíacos. O cardiologista e cardio-oncologista Giovanni Henrique Pinto, do Hospital Albert Einstein, explica que o sintoma pode surgir em diferentes condições cardiovasculares, como:

    Insuficiência cardíaca

    Em quadros de insuficiência cardíaca, o coração perde a capacidade de bombear o sangue adequadamente, o que causa acúmulo de líquido nos pulmões. Isso provoca uma tosse persistente, que normalmente piora à noite ou quando a pessoa se deita.

    Em alguns casos, a manifestação é conhecida como “asma cardíaca”, justamente pela semelhança com as crises de falta de ar típicas da asma respiratória. É a causa mais frequente quando se fala em tosse de origem cardíaca.

    Valvopatias

    Doenças que afetam as válvulas do coração, como a estenose mitral, dificultam a passagem do sangue dentro do coração e podem causar tosse persistente, acompanhada de escarro rosado, em situações mais graves. É um quadro mais raro, mas que não deve ser descartado.

    Arritmias

    As alterações do ritmo cardíaco, principalmente as taquicardias, podem favorecer episódios de tosse persistente. Isso acontece porque o coração, batendo de forma acelerada ou irregular, sobrecarrega a circulação e acaba afetando também o funcionamento dos pulmões.

    Pressão alta descompensada

    Quando a pressão arterial está mal controlada, o coração precisa trabalhar mais, aumentando a pressão nos pulmões. Isso pode resultar em tosse contínua, muitas vezes acompanhada de falta de ar.

    Uso de remédios

    Além das doenças, alguns remédios usados no tratamento de condições cardiovasculares podem provocar tosse persistente como efeito colateral. É o caso dos inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA), como captopril, enalapril e lisinopril.

    Eles podem causar tosse seca em até 20% dos pacientes. Quando isso acontece, o médico geralmente substitui o remédio por um antagonista dos receptores de angiotensina II (BRA), como losartana ou valsartana, que raramente causam o mesmo sintoma.

    Como diferenciar tosse cardíaca da respiratória?

    Identificar a origem da tosse pode ser desafiador, mas existem sinais que ajudam na diferenciação:

    • Respiratória: normalmente surge após sintomas de infecção, como febre, dor de garganta e coriza. Pode vir acompanhada de chiado no peito e catarro amarelado ou esverdeado, como em casos de pneumonia. Costuma melhorar com antibióticos ou broncodilatadores, quando indicados;
    • Cardíaca: piora ao deitar, pode acordar o paciente durante a madrugada, vem associada a falta de ar, cansaço, inchaço nas pernas e palpitações. O escarro pode ser espumoso ou rosado.

    Enquanto a tosse respiratória está mais ligada a infecções e inflamações, a de origem cardíaca reflete a sobrecarga do coração e dos pulmões.

    Quando a tosse deve preocupar?

    A tosse que ultrapassa oito semanas já é considerada crônica e precisa ser investigada. No entanto, segundo Giovanni Pinto, não é necessário esperar tanto tempo: se a tosse dura mais de duas semanas ou aparece acompanhada de falta de ar, dor no peito, perda de peso, febre prolongada, chiado intenso, sangue no escarro ou histórico de doenças cardíacas, é muito importante procurar atendimento médico.

    Diagnóstico da tosse persistente relacionada ao coração

    O primeiro passo do diagnóstico é a consulta clínica detalhada, em que o médico avalia o histórico do paciente e faz o exame físico. A partir daí, outros exames podem ser solicitados, de acordo com Giovanni Henrique Pinto. São eles:

    • Eletrocardiograma;
    • Raio-X de tórax;
    • Exames laboratoriais (BNP/NT-proBNP);
    • Ecocardiograma;
    • Testes de esforço ou Holter;
    • Espirometria (avaliação pulmonar).

    Existe tratamento para a tosse de origem cardíaca?

    Quando a tosse persistente tem origem cardíaca, o foco do tratamento deve ser a condição que está sobrecarregando o coração e os pulmões.

    Segundo o cardiologista Giovanni Henrique Pinto, o tratamento pode envolver o uso de diuréticos para reduzir o acúmulo de líquidos, medicamentos específicos para insuficiência cardíaca, controle do ritmo em casos de arritmia e ajustes na pressão arterial. Em situações mais complexas, pode ser necessário tratar diretamente problemas nas válvulas cardíacas.

    À medida que o coração volta a funcionar de forma mais eficiente e a pressão nos pulmões diminui, a tosse tende a regredir de forma natural.

    Perguntas frequentes sobre tosse persistente

    1. A tosse persistente cardíaca é sempre seca ou pode ter catarro?

    Inicialmente, a tosse causada por problemas no coração costuma ser seca e persistente. Isso acontece porque o acúmulo de líquido nos pulmões (uma consequência da ineficiência do coração em bombear sangue) irrita as vias aéreas, mas ainda não é suficiente para gerar muco.

    No entanto, em casos mais graves, quando a congestão pulmonar aumenta, a tosse pode se tornar produtiva, isto é, com catarro.

    2. Existe algum horário do dia em que a tosse cardíaca piora?

    Sim, a tosse de origem cardíaca normalmente piora à noite ou quando a pessoa se deita. A posição deitada, também chamada de decúbito, facilita o retorno de fluidos dos membros inferiores para a circulação, aumentando a congestão nos pulmões e, consequentemente, a tosse.

    3. Quando devo procurar um médico se minha tosse persistir?

    A tosse comum costuma ser inofensiva, mas ela não deve ser ignorada quando se torna persistente. Procure atendimento médico se:

    • O sintoma durar mais de duas semanas;
    • Estiver acompanhado de falta de ar, dor no peito ou palpitações;
    • Houver perda de peso sem explicação;
    • Aparecer sangue no escarro;
    • Tiver histórico de problemas cardíacos.

    4. A tosse de origem cardíaca pode piorar com o exercício?

    Sim, porque o exercício físico aumenta a demanda de bombeamento do coração. Em uma pessoa com insuficiência cardíaca, por exemplo, o esforço sobrecarrega o coração, eleva a pressão nas veias pulmonares e, consequentemente, promove acúmulo de líquido nos pulmões. Isso intensifica a tosse e a sensação de falta de ar.

  • Falta de ar: quando pode ser problema do coração

    Falta de ar: quando pode ser problema do coração

    Quem nunca ficou sem fôlego depois de subir alguns lances de escada ou correr para não perder o ônibus? A falta de ar, também conhecida como dispneia, tende a ser uma resposta natural do corpo diante de um esforço físico. Em situações como essas, o organismo simplesmente exige mais oxigênio para manter o ritmo, e logo o fôlego se recupera.

    No entanto, a falta de ar nem sempre está ligada apenas ao esforço físico. Quando surge de maneira repentina, intensa, em repouso ou durante a noite, o sintoma pode indicar problemas cardíacos que precisam de atenção imediata.

    O cardiologista e cardio-oncologista Giovanni Henrique Pinto, do Hospital Albert Einstein, detalhou como identificar quando a falta de ar pode ter origem cardíaca, quais doenças estão por trás do quadro e quando é hora de procurar ajuda médica.

    Quando a falta de ar pode estar ligada ao coração?

    Nem todo cansaço é apenas consequência de estar fora de forma. De acordo com Giovanni Henrique Pinto, alguns sinais específicos podem indicar que o problema tem origem no coração. É importante procurar avaliação médica se a falta de ar:

    • Piora com pouco esforço: dificuldade para respirar em atividades leves que antes eram fáceis, como andar um ou dois quarteirões, ou piora rápida em dias ou semanas;
    • Aparece ao deitar: necessidade de usar mais travesseiros ou acordar de madrugada com a sensação de estar sufocando;
    • Vem acompanhada de outros sintomas: dor ou pressão no peito, palpitações, tontura, desmaio, inchaço nas pernas ou ganho de peso rápido e sem explicação;
    • Surge após infecção viral ou em quem já tem problemas cardíacos: pode indicar pericardite, miocardite ou agravamento de doença pré-existente.

    Qual a diferença entre cansaço comum e o cardíaco?

    Muitas vezes, o corpo apenas sinaliza esforço. Pessoas sedentárias, acima do peso ou que carregam objetos pesados podem sentir fôlego curto sem que isso represente doença. Nesses casos, o cansaço melhora rapidamente quando a atividade acaba, não aparece em repouso e não costuma vir com outros sintomas.

    Já quando a causa é cardíaca, a falta de ar surge em esforços cada vez menores e até ao deitar-se. Tosse noturna persistente, chiado no peito, palpitações, sensação de aperto no peito, inchaço nas pernas e cansaço desproporcional ao esforço são sinais de sobrecarga do coração.

    Quais condições cardíacas podem causar falta de ar?

    De acordo com o cardiologista, existem várias condições em que a falta de ar é frequente, como:

    • Insuficiência cardíaca: coração fraco que acumula líquido e dificulta a respiração;
    • Doença das artérias coronárias: inclui angina e infarto, causados por obstruções no fluxo sanguíneo;
    • Valvopatias: mau funcionamento das válvulas cardíacas, como estenose aórtica ou insuficiência mitral;
    • Arritmias: batimentos muito rápidos, lentos ou irregulares, que reduzem o oxigênio no corpo;
    • Miocardite e pericardite: inflamações do músculo ou membrana do coração, muitas vezes após infecções;
    • Pressão alta sem controle: força excessiva sobre o coração que pode gerar falta de ar;
    • Doenças congênitas: malformações de nascença que afetam a respiração.

    Quando procurar um cardiologista?

    A orientação é procurar um especialista sempre que a falta de ar se torna frequente, piora rapidamente, aparece em repouso ou ao deitar, ou quando surge com dor no peito, palpitações, tontura ou inchaço.

    Entre os exames para investigar estão: histórico clínico, exame físico, aferição de pressão, eletrocardiograma, ecocardiograma, radiografia de tórax, teste ergométrico, cintilografia, tomografia de coronárias, cateterismo, Holter e MAPA.

    Falta de ar: situações que exigem atendimento imediato

    Procure uma urgência se houver:

    • Falta de ar em repouso;
    • Lábios e extremidades azuladas;
    • Dor forte no peito;
    • Desmaio;
    • Confusão mental;
    • Inchaço com ganho de peso rápido.

    Esses sintomas podem indicar complicações graves, como infarto ou insuficiência cardíaca aguda.

    É possível tratar a falta de ar causada por problemas no coração?

    Sim. O tratamento inclui controle da pressão arterial, diuréticos para insuficiência cardíaca, remédios para arritmias, correções de valvopatias, anti-isquêmicos e até procedimentos de revascularização, conforme Giovanni Henrique Pinto.

    Reabilitação cardíaca e prática de atividade física também são fundamentais. Quanto mais cedo o diagnóstico, maiores as chances de recuperação e prevenção de complicações.

    Perguntas frequentes sobre falta de ar e coração

    1. É normal sentir falta de ar ao subir escadas?

    Sim, especialmente para quem está fora de forma. Preocupa quando piora em poucas semanas, exige paradas frequentes ou surge em atividades leves. Se vier com dor no peito, palpitações, tontura ou inchaço, procure um médico.

    2. A falta de ar pode ser um sintoma de infarto?

    Sim. Embora a dor no peito seja o sintoma mais conhecido, a falta de ar pode indicar angina ou infarto, principalmente em mulheres, idosos e diabéticos.

    3. É normal sentir falta de ar todos os dias?

    Não. Pode estar ligada a doenças do coração, pulmões, anemia ou ansiedade. Se for frequente, procure atendimento médico.

    4. A falta de ar pode ser só ansiedade?

    Sim. Crises de ansiedade podem causar respiração acelerada e sensação de aperto no peito. Apenas um médico pode diferenciar corretamente.

    5. Em que casos a falta de ar é uma emergência médica?

    Quando surge em repouso, com lábios azulados, dor forte no peito, desmaio, confusão mental ou inchaço repentino.

    6. A idade aumenta o risco de sentir falta de ar por problemas no coração?

    Sim. O envelhecimento torna artérias e músculo cardíaco mais rígidos, aumentando o risco de insuficiência cardíaca e estenose aórtica, que podem causar falta de ar, dor no peito e desmaios.

  • Quero começar a correr: preciso ir ao cardiologista antes?

    Quero começar a correr: preciso ir ao cardiologista antes?

    A vontade de calçar o tênis e sair correndo pode aparecer do nada, ou surgir pela intenção de melhorar a saúde, entrar em forma ou apenas desestressar. Mas aí vem a dúvida: é preciso mesmo passar no cardiologista antes para avaliar a saúde do coração?

    Correr é uma das formas mais simples e acessíveis de se exercitar, pois não precisa de mensalidade na academia, dá para fazer sozinho e ainda traz resultados rápidos. Só que, como em qualquer atividade física, é importante respeitar o corpo e começar do jeito certo para evitar sustos e fazer com que o novo hábito dure por muito tempo.

    Quando é necessário fazer avaliação médica antes de correr

    O cardiologista Giovanni Henrique Pinto, que integra o corpo clínico do Hospital Albert Einstein, conta que, se a pessoa não tiver nenhum sintoma de problemas cardíacos, for jovem e sem fatores de risco, ela pode começar a fazer corrida com intensidade leve.

    “Mas é prudente fazer uma avaliação médica antes, especialmente para quem está sedentário ou tem histórico familiar de problemas cardíacos”, recomenda.

    Mesmo quem é jovem pode se beneficiar de uma avaliação preventiva. Quem tem histórico familiar de problemas cardíacos ou está há muito tempo parado, o ideal é passar no consultório antes de acelerar o passo.

    Segundo o cardiologista, alguns sinais indicam que é melhor procurar avaliação médica antes de continuar os treinos:

    • Dor no peito;
    • Falta de ar desproporcional ao esforço;
    • Palpitações (sensação de coração acelerado ou batendo irregular);
    • Tontura;
    • Desmaios.

    “Esses sintomas não devem ser ignorados, mesmo em jovens”, aconselha.

    Leia Mais: Check-up cardíaco: quais exames fazer e com que frequência

    Quais exames o cardiologista pode pedir

    Para avaliar se o coração está pronto para encarar os treinos, os exames mais comuns são:

    • Eletrocardiograma;
    • Teste ergométrico;
    • Ecocardiograma.

    “Esses exames ajudam a identificar alterações que poderiam representar risco durante a atividade física, como arritmias e isquemia”, explica o cardiologista.

    Benefícios da corrida para o coração

    A corrida não é só boa para a disposição, ela também fortalece o coração de várias formas. “Melhora a função cardíaca, reduz a pressão arterial, o colesterol ruim (LDL), melhora o bom colesterol (HDL), diminui a inflamação e o risco de arritmias”, conta o especialista.

    Mas quem tem pressão alta ou colesterol elevado precisa ter um pouco mais de cuidado antes de correr. “Essa pessoa precisa de acompanhamento médico para ajustar medicações e controlar os fatores de risco. O exercício faz parte do tratamento”.

    Se você é sedentário e quer começar a correr, a pressa é inimiga da saúde. Comece devagar e siga estas dicas do cardiologista:

    Por que correr demais ou sem orientação pode ser perigoso

    Nada de exagerar. “O esforço excessivo e súbito pode causar arritmias, aumento de pressão e, em casos raros, eventos cardíacos como parada cardiorrespiratória e morte súbita”, alerta Giovanni.

    O segredo está no equilíbrio. “É importante respeitar os limites, seguir um plano progressivo e fazer acompanhamento médico e físico adequado”, aconselha.

    Perguntas frequentes sobre corrida e cardiologista

    1. Preciso ir ao cardiologista antes de correr se sou jovem e saudável

    Não é obrigatório, mas é recomendado se você está sedentário ou tem histórico familiar de problemas cardíacos.

    2. Quais exames são mais comuns antes de começar a correr

    Eletrocardiograma, teste ergométrico e, em casos específicos, ecocardiograma.

    3. Posso correr com pressão alta?

    Sim, mas com acompanhamento médico para ajustar os remédios e controlar os fatores de risco.

    4. Posso correr com colesterol alto?

    Sim, e a corrida pode ajudar a reduzi-lo, desde que com supervisão médica.

    5. A corrida pode causar problemas no coração?

    Quando feita de forma exagerada ou sem preparo, pode trazer riscos, mas com acompanhamento é segura e faz bem.

    6. Começar correndo é melhor do que começar caminhando?

    Para iniciantes, o ideal é começar com caminhadas e progredir pouco a pouco.

    7. Posso correr se já tive problemas no coração?

    Depende do caso. É muito importante uma avaliação médica com cardiologista antes de retomar as atividades.

    8. Correr faz bem para a saúde mental também?

    Sim! A corrida libera endorfina, diminui o estresse e melhora o humor.

  • Como cuidar do coração durante o tratamento do câncer 

    Como cuidar do coração durante o tratamento do câncer 

    O tratamento contra o câncer é uma batalha que envolve força, coragem e, muitas vezes, uma agenda cheia de consultas e exames. Mas existe um detalhe que não pode ficar de fora dessa rotina, que é o cuidado com o coração.

    O cardiologista Giovanni Henrique Pinto, que faz parte do corpo clínico do Hospital Albert Einstein, explica que alguns medicamentos e terapias contra o câncer podem afetar diretamente o coração. “Além disso, o próprio câncer e o estado inflamatório aumentam o risco de eventos cardiovasculares”, alerta.

    É por isso que é importante cuidar do coração durante o tratamento do câncer.

    Por que o tratamento do câncer pode afetar o coração

    O coração pode sofrer pelos efeitos colaterais de certos remédios e pela própria resposta do corpo ao câncer. Isso significa que, além de cuidar do tumor, é importante prevenir que o tratamento traga problemas para o coração.

    Tratamentos oncológicos que merecem atenção para o coração

    Algumas terapias têm maior potencial de afetar o coração, segundo o cardiologista. Veja quais são:

    • Quimioterápicos: como as antraciclinas, usadas no tratamento de vários tipos de câncer;
    • Medicamentos-alvo: como o trastuzumabe, muito utilizado no câncer de mama;
    • Imunoterapia: pode causar inflamação no músculo cardíaco;
    • Radioterapia no tórax: pode lesionar diretamente estruturas do coração, como pericárdio, artérias coronárias e músculo cardíaco.

    “Esses tratamentos podem causar danos temporários ou permanentes ao coração, por isso é importante o acompanhamento cardiológico nesses pacientes”, explica o médico.

    Principais riscos cardíacos durante o tratamento

    O cardiologista conta alguns problemas que podem surgir durante o tratamento contra um câncer:

    • Insuficiência cardíaca: geralmente pelo uso de remédios como antraciclinas e trastuzumabe;
    • Arritmias: pelo uso de remédios como platinas e taxanos;
    • Pressão alta: pelo uso de inibidores da tirosina kinase e inibidores fator de crescimento angiogênico;
    • Isquemia miocárdica: por conta do remédio 5 fluoruracila;
    • Miocardite: principalmente por conta da imunoterapia.

    Exames importantes antes, durante e depois do tratamento do câncer

    Para acompanhar a saúde do coração, o médico que acompanha a pessoa em tratamento de câncer poderá solicitar:

    • Ecocardiograma com strain
    • Eletrocardiograma
    • Biomarcadores cardíacos
    • Testes de função cardíaca

    O papel do cardio-oncologista

    Por conta de remédios para tratamento de câncer causarem danos ao coração, hoje, inclusive, existem médicos especializados em cardio-oncologia, aptos a lidar e tratar questões cardíacas em decorrência do câncer.

    Esse profissional trabalha junto com o oncologista para garantir a segurança do tratamento. “O cardio-oncologista avalia o risco cardiovascular, monitora a função cardíaca e intervém precocemente caso surjam efeitos colaterais. O objetivo é manter o tratamento oncológico com segurança cardíaca”, destaca Giovanni Henrique Pinto.

    É possível prevenir danos ao coração?

    Sim. O médico explica que ajustar doses, monitorar precocemente e usar remédios que possam proteger o coração, como betabloqueadores, IECA ou estatinas, pode reduzir o risco.

    O que o paciente pode fazer no dia a dia

    • Evitar o sedentarismo, mas sempre com orientação médica;
    • Controlar a pressão e o colesterol;
    • Ter uma alimentação equilibrada;
    • Avisar o médico sobre qualquer sintoma novo no coração;
    • Continuar o acompanhamento mesmo após o fim do tratamento.

    Perguntas frequentes sobre cuidar do coração no tratamento do câncer

    1. Todo tratamento contra o câncer afeta o coração?

    Não. Apenas alguns remédios e terapias têm mais risco de afetar o coração, mas todos devem ser monitorados.

    2. Posso continuar fazendo exercícios durante o tratamento?

    Sim, desde que com liberação médica e acompanhamento adequado.

    3. A radioterapia sempre causa problemas no coração?

    Não, mas quando feita na região do tórax, pode afetar estruturas cardíacas.

    4. É preciso continuar acompanhando o coração depois do tratamento do câncer?

    Sim. É preciso fazer acompanhamento até o médico cardiologista liberar.

    5. Remédios cardioprotetores têm efeitos colaterais?

    Podem ter, mas os benefícios muitas vezes superam os riscos, especialmente com acompanhamento médico.

    6. Cuidar do coração durante o tratamento atrapalha o combate ao câncer?

    Pelo contrário, o objetivo de cuidar do coração durante o tratamento do câncer é fazer com que ele seja feito com segurança.

  • Check-up cardíaco: quais exames fazer e com que frequência

    Check-up cardíaco: quais exames fazer e com que frequência

    O coração trabalha 24 horas por dia, sem pausa para descanso. E, assim como um carro que precisa de revisão para não quebrar no meio da estrada, o coração também merece atenção preventiva. É aí que entra o check-up cardíaco, um conjunto de exames que ajuda a identificar riscos e prevenir problemas antes que eles apareçam.

    O cardiologista Giovanni Henrique Pinto, que integra o corpo clínico do Hospital Albert Einstein, explica que a partir dos 40 anos mesmo quem não tem fatores de risco já deve começar a avaliação.

    “Mas se houver histórico familiar de doenças cardíacas, diabetes, hipertensão ou colesterol alto, o check-up deve começar antes, por volta dos 30 ou 35 anos”, recomenda.

    Quando começar o check-up do coração

    Se você tem um histórico familiar de infarto ou AVC, a recomendação é antecipar o check-up cardíaco.

    “Se um parente de primeiro grau teve infarto ou AVC antes dos 55 anos, no caso de homens, ou 65 anos, para mulheres, é indicado iniciar a avaliação 10 anos antes da idade em que o evento ocorreu”, orienta Giovanni.

    Exames básicos que fazem parte do check-up cardíaco

    Segundo o cardiologista, todo check-up começa com exames essenciais:

    • Eletrocardiograma: exame que registra a atividade elétrica do coração e ajuda a detectar arritmias.
    • Dosagem de colesterol e glicemia: exame que mede as gorduras e o açúcar no sangue, fatores ligados a doenças cardíacas.
    • Avaliação da pressão arterial: verifica se a pessoa tem pressão alta, um dos maiores problemas para o coração.

    Exames complementares que podem ser solicitados no check-up cardíaco

    Dependendo do perfil e histórico da pessoa, o médico pode pedir outros exames do coração para avaliar pontos específicos. Alguns deles são:

    • Ecocardiograma: ultrassom que mostra o funcionamento do coração.
    • Teste ergométrico: é o famoso teste da esteira, que avalia o desempenho do coração sob esforço intenso.
    • MAPA ou Holter: monitoram a pressão arterial ou o ritmo cardíaco por 24 horas.
    • Cintilografia miocárdica ou angiotomografia coronariana: em casos selecionados, para avaliar fluxo sanguíneo e artérias do coração.

    Esses são exames para prevenir infarto e outros problemas cardiovasculares.

    Homens e mulheres: exames iguais, mas atenção diferente

    De maneira geral, os homens e as mulheres fazem os mesmos exames do coração. “No entanto, mulheres podem apresentar sintomas atípicos de doenças cardíacas e, por isso, a avaliação pode incluir exames mais específicos”, diz o médico.

    “A menopausa também é um fator de risco e devemos estar atentos a esse período de vida das mulheres”, alerta o cardiologista. Nessas situações, o médico pode recomendar exames extras.

    Com que frequência repetir os exames

    A resposta depende do risco cardiovascular de cada um. A partir do primeiro check-up cardíaco, o médico saberá dizer quando deve ser feito o próximo.

    • Baixo risco, sem outros fatores de risco: a cada 2 a 3 anos.
    • Risco moderado: anualmente.
    • Alto risco ou portadores de doenças cardiovasculares: anual ou até semestral, conforme orientação médica.

    Check-up cardiológico detecta risco de infarto?

    Sim, o check-up cardíaco consegue detectar risco de infarto, conta o cardiologista.

    “Por meio da análise dos fatores de risco e exames, é possível estimar a chance de eventos cardiovasculares e adotar medidas preventivas”, afirma o médico.

    O cardiologista Giovanni Henrique Pinto conta que exames como escore de cálcio e teste ergométrico podem identificar placas nas artérias ou isquemia silenciosa, que é quando o coração sofre falta de sangue sem causar sintomas.

    Sintomas que merecem atenção fora da rotina

    Apesar de fazer o check-up regularmente, não espere a data do próximo exame cardiológico para procurar ajuda se sentir:

    • Dor no peito;
    • Falta de ar ao se esforçar;
    • Tontura ou desmaios;
    • Palpitações;
    • Inchaço nas pernas.

    Esses são sinais que você deve procurar um médico imediatamente para investigar o que está acontecendo.

    Check-up cardiológico normal significa risco zero?

    Infelizmente, não. “O risco cardiovascular pode mudar com alterações nos hábitos, peso, pressão e colesterol. Por isso, mesmo com exames normais, é fundamental manter hábitos saudáveis e reavaliar periodicamente”, reforça o Dr. Giovanni.

    Perguntas frequentes sobre check-up cardíaco

    1. Check-up cardíaco dói?

    Não. Os exames são simples e não invasivos na maioria dos casos.

    2. Preciso fazer jejum para o check-up?

    Para exames de sangue, sim, geralmente de 8 a 12 horas.

    3. Posso fazer check-up grávida?

    Alguns exames são seguros, mas é preciso informar o médico para adaptar a avaliação.

    4. Quanto custa um check-up cardíaco?

    O valor varia conforme a quantidade de exames solicitados e o local. Os planos de saúde também cobrem os exames que constam no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

    5. Atletas também precisam fazer check-up?

    Sim. A avaliação ajuda a garantir que o coração está preparado para esforços intensos.

    6. Quem nunca teve sintomas precisa fazer?

    Sim. O objetivo é prevenir e identificar riscos antes dos sintomas aparecerem e manter a saúde do coração.

    7. Existe idade máxima para fazer check-up?

    Não. A avaliação é importante em qualquer fase da vida.

    8. O check-up substitui hábitos saudáveis?

    De forma alguma. Ele complementa a prevenção, para que os médicos consigam intervir precocemente caso necessário, mas não dispensa alimentação equilibrada, exercícios e controle do estresse.

  • 10 coisas para fazer hoje e ganhar mais anos de vida 

    10 coisas para fazer hoje e ganhar mais anos de vida 

    Viver mais é muito bom. Mas viver mais com saúde é ainda melhor. Hoje, a ciência já sabe que várias coisas simples na rotina podem ajudar a ganhar anos de vida no calendário e, de quebra, deixar o dia a dia muito mais leve.

    O cardiologista Giovanni Henrique Pinto, do Hospital Albert Einstein, resume bem. “Os 5 hábitos mais comprovados para viver mais são alimentação balanceada, atividade física regular, sono de qualidade, não fumar e evitar o consumo excessivo de bebida alcoólica”, conta.

    “A isso, somam-se manter peso saudável, controlar pressão, colesterol e glicemia e cultivar relações sociais, reduzindo o estresse”.

    O que fazer para viver mais – e bem

    Venha saber em mais detalhes e como você pode aplicar essas recomendações no seu dia a dia e ter mais longevidade.

    1. Coma bem, mas com prazer

    Nada de radicalismos. O que funciona mesmo é alimentação balanceada: muitos vegetais, frutas, grãos integrais, azeite, oleaginosas, peixes e carnes magras. “Padrões alimentares como o mediterrâneo ou DASH são cardioprotetores”, explica o cardiologista.

    E o que evitar? Afaste-se de alimentos ultraprocessados, ricos em sal, açúcar e gorduras ruins, como saturada e trans. Essas simples alterações já fazem parte de hábitos para viver mais.

    2. Mantenha-se em movimento

    Você não precisa correr maratonas para ter longevidade, a não ser que este seja um objetivo de vida. A atividade física regular, porém, é essencial para viver mais e melhor. Caminhar, pedalar, nadar ou dançar já valem muito. “A recomendação é de ao menos 150 minutos semanais de atividade moderada”, reforça o médico.

    3. Durma bem

    Sono ruim não traz só uma aparência cansada. Ele realmente envelhece por dentro. “O sono inadequado e não reparador, com menos de 6h ou mais de 9h por noite, aumenta o risco de pressão alta, arritmias e diabetes”, alerta o cardiologista. A meta, então, é dormir de 7 e 9 horas de sono reparador por noite, para adultos, para ganhar mais anos de vida.

    4. Diga não ao cigarro

    O cigarro encurta a vida, e isso não é brincadeira. Parar de fumar aos 40 anos, por exemplo, elimina cerca de 90% do risco extra de mortalidade causado pelo tabagismo. “Mesmo entre 45 e 54 anos, parar de fumar pode fazer a pessoa recuperar cerca de 6 anos de vida”, afirma o médico.

    5. Consuma álcool com moderação

    Se você tem costume de ingerir bebidas alcoólicas, faça isso de forma moderada. O excesso está ligado a doenças do coração, do fígado e a vários tipos de câncer.

    6. Controle peso, pressão e exames

    Manter um peso saudável e fazer check-ups regulares é bem importante e fazem parte dos hábitos para viver mais. “Medir pressão, colesterol, glicemia e função dos rins, além de eletrocardiograma e, se necessário, teste ergométrico ou outros exames cardiológicos ajudam a detectar doenças silenciosas”, orienta o especialista.

    7. Movimente os músculos também

    Aqui vai mais uma dica para viver mais. Não é só o exercício aeróbico que conta, o treino de força faz diferença e é recomendado também. O ideal é reservar dois dias por semana de musculação ou exercícios resistidos que ajudam a preservar ou aumentar os músculos.

    8. Cuide da sua mente

    O estresse crônico é um ladrão de anos de vida. “Ele eleva hormônios como adrenalina e cortisol, que aumentam a pressão arterial e a frequência cardíaca”, explica o cardiologista.

    “Isso aumenta o risco de pressão alta, arritmias, infarto e até um problema no coração induzido pelo estresse, a síndrome de Takotsubo ou ‘síndrome do coração partido’”, detalha o especialista.

    Quem quer viver mais se programa para fazer pausas, ter hobbies e momentos de relaxamento na rotina.

    9. Cultive bons relacionamentos

    Amigos e família fazem bem para o coração além do sentido figurado. Estudos mostram que conexões sociais reduzem estresse e podem até prolongar a vida em comparação com quem vive na solidão. Cultivar essas amizades são hábitos saudáveis para viver mais.

    10. Nunca é tarde para começar

    Talvez você pense que já passou da idade para mudar e ter bons hábitos para viver mais, mas o cardiologista garante que não.

    “Mesmo começando aos 40 ou 50 anos, mudanças de estilo de vida reduzem rapidamente o risco cardiovascular e aumentam a expectativa e a qualidade de vida”, diz o médico.

    “Estudos mostram que mudanças saudáveis mesmo após os 50 anos reduzem risco de infarto, AVC e morte prematura. Nunca é tarde para parar de fumar, começar a se exercitar e adotar hábitos saudáveis”, aconselha.

    7 práticas que mais encurtam a vida

    • Fumar;
    • Excesso de peso, especialmente aquele na região da barriga;
    • Sedentarismo;
    • Alimentação ultraprocessada;
    • Pressão alta não tratada;
    • Colesterol alto;
    • Diabetes mal controlado.

    “Esses fatores, juntos, são responsáveis por mais de 70% das mortes cardiovasculares evitáveis”, alerta o médico.

    Perguntas frequentes sobre como viver mais

    1. Existe uma dieta ideal para viver mais?

    Sim. Padrões como a dieta mediterrânea e DASH, ricas em vegetais, frutas, grãos integrais, azeite e peixes, são protetores do coração.

    2. Quantos minutos de exercício devo fazer por semana?

    Pelo menos 150 minutos de atividade moderada ou 75 minutos de intensa, mais dois dias de treino de força, como musculação, por exemplo.

    3. Dormir demais faz mal?

    Sim. Mais de 9 horas por noite de forma habitual pode estar associado a maior risco de doenças. Dormir menos que 7 horas por dia, no entanto, também faz mal.

    4. Parar de fumar depois dos 50 anos ainda vale a pena?

    Sim. O risco de infarto e morte precoce cai significativamente, mesmo em idades mais avançadas. É sempre melhor mudar hábitos do que esperar ainda mais tempo.

    5. O estresse realmente pode matar?

    Sim. O estresse crônico eleva hormônios que sobrecarregam o coração e aumentam as chances de doenças graves.

    6. Quais exames médicos ajudam na prevenção?

    Pressão arterial, colesterol, glicemia, função dos rins, eletrocardiograma e, quando indicado, teste ergométrico ou outros exames cardiológicos.

    7. Posso viver mais mesmo se tiver histórico familiar de doenças cardíacas?

    Sim. Hábitos saudáveis podem reduzir o impacto da genética.

    8. Preciso cortar totalmente o álcool para viver mais?

    Não necessariamente, mas é preciso moderação. Quanto menos, melhor para a saúde a longo prazo.

  • Excesso de sal: por que é perigoso para o coração e os rins

    Excesso de sal: por que é perigoso para o coração e os rins

    O sal é um ingrediente presente em quase todas as refeições. No entanto, quando em excesso, ele pode ser muito prejudicial à saúde. Consumir muito sal está ligado um risco maior de pressão alta, sobrecarga dos rins e aumento do risco de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC.

    Venha entender a fundo por que o excesso de sal pode fazer tão mal a sua saúde e aprenda a deixar a comida saborosa mesmo usando o sal em menor quantidade.

    O que é considerado excesso de sal no Brasil?

    O sal, quimicamente conhecido como cloreto de sódio (NaCl), é muito importante para funções corporais, como o equilíbrio de fluidos e a transmissão de impulsos nervosos.

    “Porém, quando ingerido em quantidade excessiva, pode trazer riscos à saúde”, alerta Giovanni Henrique Pinto, médico especialista em cardiologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

    É considerado excesso de sal quando se consome mais do que 5g por dia (cerca de 2g de sódio), ou o equivalente a mais do que uma colher de chá rasa.

    O problema é que, no Brasil, o consumo médio chega a quase o dobro disso, muito por conta dos alimentos industrializados, como pães, molhos e embutidos, que escondem quantidades altas de sódio.

    Como o excesso de sal prejudica coração e rins?

    Quando consumimos muito sal, nosso corpo retém mais água para diluí-lo e manter uma concentração adequada no sangue. Isso aumenta o volume de sangue nos vasos e obriga o coração a trabalhar mais, aumentando a pressão nas paredes das artérias, a chamada pressão arterial, e isso pode provocar pressão alta.

    “Nem todo mundo é igualmente sensível ao sódio. Há uma condição chamada ‘sensibilidade ao sal’, que varia geneticamente e é mais comum em algumas populações, como idosos ou pessoas com histórico familiar de hipertensão”, explica o médico.

    Os rins também sofrem com esse excesso de sal. Como são eles que filtram o sódio do sangue, esse esforço constante para eliminar o excesso pode causar danos e prejudicar a saúde dos rins ao longo do tempo.

    4 principais riscos do consumo excessivo de sal

    De acordo com o dr. Giovanni, os principais problemas associados ao excesso de sal incluem:

    • Pressão alta: o sal (sódio) em excesso aumenta a pressão sanguínea.
    • Problemas nos rins: os rins têm dificuldade para eliminar tanto sódio, o que pode levar a danos crônicos.
    • Inchaço: o corpo retém água para equilibrar o sódio, causando inchaço.
    • Risco cardiovascular: maior probabilidade de infarto e AVC.

    6 alimentos ricos em sal que você não imagina

    Boa parte do sal que consumimos não vem do saleiro. Ele está escondido em alimentos industrializados e ultraprocessados, como:

    • Embutidos, como presunto, salame e salsicha;
    • Queijos amarelos;
    • Pães, bolachas e biscoitos;
    • Temperos prontos e molhos industrializados;
    • Salgadinhos;
    • Fast-food.

    “Nesses alimentos temos muito ingredientes ocultos, como aditivos e conservantes, que podem conter altos níveis de sódio”, destaca o médico.

    Como reduzir o sal sem perder o sabor: 4 dicas práticas

    Reduzir o sal não significa comer comida sem graça. Há várias maneiras de temperar de forma saborosa e ter uma alimentação saudável com baixo consumo de sódio:

    • Use ervas frescas ou secas como alecrim, orégano, salsinha, manjericão;
    • Adicione alho e cebola para dar mais sabor;
    • Substitua o sal por limão ou vinagre em saladas e carnes;
    • Experimente pimentas frescas ou em pó, que dão gosto e estimulam o apetite.

    “É importante estar consciente dos alimentos que você consome, ler os rótulos nutricionais, cozinhar mais em casa e usar alternativas saudáveis para temperar os alimentos. Pequenas mudanças podem fazer uma grande diferença na sua saúde a longo prazo”, diz o médico.

    Por que é tão difícil comer menos sal?

    Além do costume, o dia a dia corrido favorece o consumo de comidas prontas e industrializadas. Segundo o médico, o maior desafio é mudar o paladar e os hábitos. “As pessoas se acostumam ao sabor salgado dos alimentos e podem achar difícil adaptar-se a uma dieta com menos sal”, conta.

    Outro problema é a dificuldade de encontrar opções saudáveis e com bom preço, principalmente em grandes cidades, onde comer fora de casa se tornou rotina. Restaurantes por quilo, lanchonetes e fast-foods costumam exagerar no sal para realçar o sabor dos alimentos.

    A falta de informação também é outra questão. O cardiologista adverte que nem todos sabem como ler rótulos nutricionais ou identificar alimentos com muito sódio, assim como nem todo rótulo deixa claro o que realmente contém no produto.

    Políticas públicas e educação para reduzir o sal

    Campanhas de conscientização, leis de rotulagem e iniciativas do governo têm ajudado os consumidores a fazer escolhas melhores em relação ao sal. No Brasil, os rótulos de alimentos precisam destacar o alto teor de sódio, o que já é um grande avanço.

    “Em nosso país, a normatização da rotulagem nutricional clara e obrigatória ajuda os consumidores a identificarem alimentos com alto teor de sódio e a fazerem escolhas mais saudáveis”, comenta o especialista.

    Por fim, Giovanni acredita que se deve incentivar a indústria alimentícia a reformular os produtos para reduzir a quantidade de sal, açúcar e gordura, o que tornaria os alimentos industrializados mais saudáveis.

    Perguntas frequentes sobre excesso de sal

    1. Quanto sal posso consumir por dia?

    A Organização Mundial da Saúde recomenda:

    • Adultos: máximo 5g de sal por dia (1 colher de chá)
    • Crianças: até 2g de sal por dia
    • Realidade brasileira: consumo médio de 9g/dia (80% acima do recomendado)

    2. Todo tipo de sal faz mal?

    O problema está no excesso, não no tipo. Sal rosa, marinho ou light têm sódio e devem ser usados com moderação.

    3. Como saber se um alimento tem muito sal?

    Leia os rótulos. Se tiver mais de 400 mg de sódio por porção, já é considerado alto.

    4. O que fazer para mudar o paladar?

    Reduza o sal aos poucos e use mais temperos naturais. Com o tempo, seu paladar se adapta.

    5. Comer menos sal melhora a pressão?

    Sim. Reduzir o sódio pode ajudar a controlar a pressão e diminuir o risco de problemas no coração e nos rins.