Autor: Dr. Caio Gonçalves de Souza

  • Como carregar peso sem prejudicar a coluna?

    Como carregar peso sem prejudicar a coluna?

    A coluna é a estrutura central do corpo humano, responsável por sustentar, equilibrar e permitir os movimentos. No entanto, ela também é uma das partes mais vulneráveis a lesões — especialmente quando carregamos peso de forma incorreta.

    Seja no trabalho, na academia ou até nas tarefas de casa, dobrar o corpo da maneira errada pode gerar dores intensas e problemas como hérnia de disco, lombalgia e desgaste precoce das articulações.

    Por isso, o recomendado é adotar técnicas seguras, limites recomendados e hábitos preventivos que ajudam a proteger a saúde da coluna em qualquer idade. Conversamos com o médico ortopedista Caio Gonçalves de Souza para esclarecer as principais dúvidas e reunir orientações práticas sobre como levantar, carregar e distribuir pesos no dia a dia sem comprometer a coluna. Dá uma olhada!

    Por que carregar peso da forma errada prejudica a coluna?

    A coluna é a principal estrutura de sustentação do corpo, e funciona como um eixo central, formado por vértebras, discos, ligamentos e músculos que trabalham juntos para manter o equilíbrio e o movimento.

    Quando levantamos peso de forma errada, aumentamos a pressão sobre os discos intervertebrais, os músculos e as articulações, o que pode causar:

    • Sobrecarga nos discos, favorecendo hérnias;
    • Estresse nos ligamentos e articulações facetárias;
    • Desequilíbrio muscular, levando a má postura;
    • Irritação nervosa, resultando em dor irradiada para braços ou pernas.

    Qual é a forma correta de carregar peso no dia a dia?

    De acordo com Caio, o princípio básico para pegar o peso é levantar o peso com as pernas, não com as costas. Isso significa utilizar a força dos grandes músculos das pernas e glúteos — que são mais potentes e projetados para essa função —, em vez de sobrecarregar os pequenos músculos da coluna lombar.

    Para levantar objetos do chão, o especialista orienta:

    • Planeje: avalie o peso e o formato do objeto. Se ele for muito pesado ou volumoso, peça ajuda para alguém ou utilize equipamentos de apoio;
    • Aproxime-se: posicione-se o mais perto possível do objeto para reduzir o esforço sobre a coluna;
    • Estabilize a base: afaste os pés na largura dos ombros, com um deles levemente à frente, garantindo firmeza e equilíbrio;
    • Agache corretamente: dobre os joelhos e os quadris, mantendo a coluna ereta, como se houvesse uma linha reta da cabeça até o cóccix. Evite curvar a lombar;
    • Segure com firmeza: pegue o objeto com as duas mãos, se possível, garantindo segurança no movimento;
    • Levante usando as pernas: mantenha o objeto próximo ao corpo e suba estendendo joelhos e quadris, com a coluna alinhada. A força deve vir das pernas e glúteos;
    • Evite torções: ao mudar de direção, mova os pés e gire o corpo inteiro, sem torcer o tronco com o peso nas mãos;
    • Ao colocar no chão: repita o processo inverso, agachando com a coluna reta até apoiar o objeto.

    Como carregar mochilas, sacolas e caixas?

    Cada tipo de carga exige uma postura específica, conforme aponta Caio:

    • Mochilas: use sempre as duas alças, ajustadas ao corpo, sem ultrapassar a linha da cintura. Os objetos pesados devem ficar próximos às costas;
    • Sacolas: divida o peso entre as duas mãos. Se for só uma sacola, alterne os lados;
    • Caixas ou objetos grandes: mantenha o mais próximo possível do corpo, entre a altura do meio da coxa e os ombros.

    “A consciência corporal e a prática dessas técnicas ergonômicas podem reduzir significativamente a sobrecarga na coluna, protegendo-a de estresses desnecessários e prevenindo o desenvolvimento de dores e lesões a longo prazo”, explica o médico ortopedista.

    Existe um limite de peso recomendado?

    Não existe um limite único que sirva para todo mundo, já que fatores como idade, sexo, condicionamento físico e saúde influenciam muito. No entanto, existem recomendações gerais para reduzir os riscos, sendo eles:

    • Para adultos: levantar mais de 20% a 25% do peso corporal já pode ser arriscado, especialmente sem técnica adequada. No trabalho, o recomendado é não ultrapassar 23 kg em levantamentos repetitivos, sendo que o limite deve ser menor se houver torções ou posições desconfortáveis. No dia a dia, lembre-se: se o peso parecer demais, peça ajuda ou use apoio.
    • Para crianças e adolescentes: como a coluna ainda está em desenvolvimento, a mochila não deve ultrapassar 10% a 15% do peso corporal. Uma criança de 30 kg, por exemplo, deve carregar no máximo entre 3 e 4,5 kg. Além do peso, a forma de carregar também importa: usar sempre as duas alças, bem ajustadas e sem passar da linha da cintura.

    “O não cumprimento das recomendações pode levar a desequilíbrios musculares e má postura crônica. E, em casos mais severos, o agravamento de condições preexistentes ou o surgimento de novas dores e desconfortos que podem ter repercussões a longo prazo na saúde da coluna, afetando até mesmo o padrão de crescimento vertebral”, esclarece Caio.

    Quais sinais mostram que a coluna está sendo prejudicada?

    No dia a dia, é importante ficar atento a sinais de alerta de que a coluna está sofrendo com uma sobrecarga ou alguma lesão, como:

    • Dor nas costas que não melhora com repouso e dura mais de duas semanas;
    • Dor que irradia para pernas ou braços;
    • Formigamento, dormência ou perda de força nos membros;
    • Alterações na marcha ou no equilíbrio;
    • Dor constante, especialmente à noite;
    • Febre, perda de peso inexplicável ou histórico de trauma;
    • Dificuldade em controlar urina ou fezes (consiste em uma emergência médica).

    Se qualquer um dos sinais aparecer, procure um médico ortopedista ou neurologista. Apenas um profissional poderá indicar o tratamento adequado, que pode envolver desde repouso e fisioterapia até remédios ou procedimentos específicos.

    Veja também: Exercícios para fortalecer a coluna: o guia completo para proteger sua postura e prevenir dores

    Perguntas frequentes sobre carregar peso sem prejudicar a coluna

    1. O uso de cintas ou coletes ajuda a coluna?

    O uso de cintas lombares pode ser útil em alguns casos, como no pós-operatório ou em pessoas com instabilidade na coluna. Elas ajudam a limitar movimentos que poderiam agravar a dor e lembram o corpo a manter a postura correta.

    Porém, de acordo com o médico ortopedista Caio Gonçalves de Souza, usar cinta de forma contínua e sem indicação pode ser prejudicial, porque ela pode dar uma falsa sensação de segurança e levar a esforços além do seguro. O uso prolongado também enfraquece os músculos do abdômen e lombar — que são justamente os responsáveis por proteger a coluna.

    O ideal é que a cinta seja usada apenas sob orientação médica ou fisioterapêutica e por tempo limitado. Para a maioria das pessoas, a melhor proteção é fortalecer o core com exercícios.

    2. Quais erros de postura sobrecarregam a coluna ao carregar peso?

    Alguns hábitos no dia a dia aumentam muito o risco de dor e lesões, como:

    • Curvar a coluna para levantar peso: o certo é agachar dobrando os joelhos e mantendo as costas retas;
    • Manter o peso afastado do corpo: quanto mais longe, maior a pressão sobre a lombar;
    • Torcer o tronco com o peso nas mãos: sempre gire o corpo inteiro, movendo os pés;
    • Carregar peso de um lado só: mochila em um ombro ou sacola pesada em apenas uma mão desequilibram a postura;
    • Movimentos bruscos: levantar rápido ou em “arranco” sobrecarrega a coluna;
    • Falta de aquecimento: músculos frios são mais vulneráveis a lesões;
    • Prender a respiração de forma errada: pode aumentar a pressão arterial e trazer riscos extras.

    3. Mochilas pesadas fazem mal para crianças e adolescentes?

    Sim, carregar mochilas muito pesadas ou mal ajustadas pode trazer consequências sérias para a saúde da coluna em longo prazo. Como os ossos, músculos e ligamentos ainda estão em desenvolvimento, eles ficam mais vulneráveis à sobrecarga.

    Os problemas mais comuns incluem:

    • Dores crônicas, principalmente em pescoço, costas e lombar;
    • Alterações posturais, como postura corcunda, que pode evoluir para escoliose;
    • Desequilíbrio muscular, pois alguns músculos ficam sobrecarregados, enquanto outros enfraquecem;
    • Compressão dos discos intervertebrais;
    • Impacto no bem-estar, pois a dor e desconforto podem atrapalhar a concentração, reduzir a prática de atividades físicas e afetar a autoestima.

    Para evitar problemas na coluna, os pais devem checar o peso das mochilas todos os dias, orientar as crianças a levar só o necessário e escolher modelos com alças largas, ajustáveis e, se possível, com apoio na cintura.

    4. Qual a diferença entre dor muscular comum e dor de lesão na coluna?

    A dor muscular comum aparece de 24 a 48 horas depois do esforço, é leve, localizada nos músculos usados e melhora com alongamento. Já a dor na coluna surge durante ou logo após a atividade, costuma ser forte, pode se espalhar para braços ou pernas e vir com formigamento, dormência ou perda de força.

    5. Atividades físicas ajudam a evitar dores ao carregar peso?

    Com certeza, pois pessoas ativas têm músculos mais fortes, articulações mais móveis e melhor consciência postural — o que facilita carregar peso com menos risco. Algumas opções recomendadas incluem caminhadas, musculação, natação e pilates.

    Segundo a OMS, adultos devem praticar pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana. O hábito não só protege a coluna como também melhora o bem-estar geral, reduzindo o estresse e a fadiga.

    6. O que devo fazer se sentir dor após carregar peso?

    Se a dor for leve e localizada, ela normalmente melhora com repouso, compressa morna, alongamento suave e hidratação. No entanto, se a dor persistir por mais de alguns dias, piorar com o tempo, irradiar para braços ou pernas ou vier acompanhada de formigamento e fraqueza, a recomendação é interromper os esforços e procurar um médico.

    Confira: Como manter a postura correta no trabalho? Veja dicas práticas

  • 5 atividades físicas para quem tem problemas na coluna 

    5 atividades físicas para quem tem problemas na coluna 

    Pessoas que convivem com problemas na coluna, como hérnia de disco e escoliose, podem se beneficiar (e muito!) da prática constante de atividades físicas. Exercícios adequados ajudam a reduzir a dor, aumentam a flexibilidade, fortalecem os músculos que sustentam a coluna e melhoram a qualidade de vida no dia a dia, de acordo com o Ministério da Saúde.

    Além disso, manter o corpo ativo contribui para prevenir crises recorrentes e evitar o avanço das lesões, proporcionando mais autonomia e bem-estar a longo prazo. O importante é sempre respeitar os limites do próprio corpo e seguir as orientações do médico.

    Pensando nisso, reunimos orientações de um especialista e sugestões de atividades para incluir no dia a dia, além dos cuidados necessários para que a prática seja segura. Confira, a seguir!

    Por que as atividades físicas são importantes para quem tem problemas na coluna?

    A coluna é o eixo central do corpo humano, responsável por sustentar o tronco, permitir movimentos e proteger a medula espinhal. Quando está enfraquecida ou sobrecarregada, é comum o surgimento de dores e limitações.

    De acordo com o Ministério da Saúde, a prática regular de atividades físicas pode contribuir para:

    • Fortalecer os músculos de sustentação da coluna (abdômen, quadris e costas);
    • Melhorar a postura, reduzindo a sobrecarga nas vértebras;
    • Aumentar a flexibilidade e o equilíbrio, prevenindo quedas e movimentos bruscos;
    • Diminuir o peso corporal, reduzindo a pressão sobre a lombar;
    • Ativar a circulação e liberar endorfina, o que ajuda no controle da dor;
    • Reduzir o estresse e melhorar o sono, fatores que influenciam diretamente na percepção da dor.

    Veja mais: Como manter a postura correta no trabalho? Veja dicas práticas

    Quais as atividades físicas indicadas para problemas na coluna?

    O médico ortopedista Caio Gonçalves de Souza esclarece que as atividades mais recomendadas tendem a ser aquelas de baixo impacto, que minimizam as forças compressivas e de cisalhamento sobre os discos intervertebrais e articulações facetárias – ao mesmo tempo que promovem o fortalecimento do core (centro do corpo), a mobilidade articular e a consciência postural.

    Entre algumas atividades recomendadas, podemos destacar:

    1. Musculação

    Quando feita de maneira adequada, a musculação pode contribuir para o fortalecimento muscular e na prevenção de dores e problemas na coluna. Ela aumenta a estabilidade da região lombar e cervical, fortalece os músculos responsáveis pela sustentação da coluna e auxilia tanto na reabilitação quanto na prevenção de novas crises.

    Quais os cuidados?
    “É fundamental começar com cargas leves, priorizar a forma correta, utilizar um bom controle respiratório e progredir gradualmente. Exercícios compostos podem ser excelentes, mas exigem domínio técnico e um core forte”, orienta Caio.

    2. Caminhada

    A caminhada é uma das formas mais acessíveis e seguras de se manter ativo. Ela contribui para melhorar a circulação, controlar o peso corporal, fortalecer os músculos das pernas e do abdômen e aliviar tensões acumuladas na coluna.

    Além disso, estimula a lubrificação natural das articulações, favorece a postura e a mobilidade e ainda reduz a sobrecarga em comparação a atividades de maior impacto.

    Quais os cuidados?
    Mantenha a coluna ereta, ombros relaxados e olhar à frente. Use tênis com bom amortecimento. Caminhe em terrenos planos e seguros, evitando superfícies muito irregulares ou escorregadias, principalmente em períodos de dor mais intensa. Comece com distâncias e tempos menores e aumente gradualmente. Bastões de caminhada podem ajudar.

    3. Natação

    A natação é considerada um dos exercícios mais completos para quem apresenta dores ou alterações na coluna. Dentro da água, o peso corporal é reduzido, diminuindo a pressão sobre articulações e discos intervertebrais.

    Assim, é possível trabalhar todos os grupos musculares sem impacto, fortalecer a musculatura de sustentação da coluna e ainda melhorar a respiração, que influencia diretamente na postura.

    Quais os cuidados?
    Alguns estilos exigem atenção especial. No nado peito, manter a cabeça fora da água pode causar hiperextensão cervical e lombar. O borboleta e rotações exageradas no crawl podem não ser ideais em hérnia de disco ou instabilidade. O nado de costas ou um crawl bem executado tendem a ser mais seguros. A hidroginástica é alternativa eficaz e de baixo impacto.

    Pilates

    O pilates integra fortalecimento, alongamento e respiração, com foco na estabilização do tronco. Beneficia o core, melhora alinhamento e consciência postural e reduz o risco de crises de dor.

    Quais os cuidados?
    Pratique com instrutor qualificado, que adapte os exercícios. Evite movimentos bruscos e respeite limites. “A execução correta e a adaptação às limitações individuais são essenciais para evitar compensações que possam prejudicar a coluna. O pilates de solo pode ser mais desafiador por exigir maior controle do próprio corpo”, explica Caio.

    5. Yoga

    A yoga combina posturas físicas, respiração e meditação. Aumenta a flexibilidade, fortalece músculos profundos, melhora o equilíbrio e reduz o estresse — fator que pode agravar dores lombares e cervicais.

    Quais os cuidados?
    Evite posturas muito avançadas ou dolorosas. Prefira modalidades suaves (Hatha, Restaurativa) e informe limitações ao instrutor para adaptações seguras.

    Leia também: Alongamentos simples para aliviar dores musculares: veja quando e como praticar

    Quanto tempo de atividade física deve ser feito?

    De acordo com o Ministério da Saúde, adultos devem realizar pelo menos 150 minutos semanais de atividades moderadas ou 75 minutos de vigorosas (ou combinação). Para quem tem problemas na coluna, comece leve, aumente gradualmente e respeite os sinais do corpo.

    Quais atividades devem ser evitadas?

    • Corrida de alta intensidade em solo duro;
    • Esportes de impacto ou contato (futebol, basquete, lutas);
    • Exercícios com torções bruscas ou levantamento de peso excessivo;
    • Abdominais tradicionais sem orientação, que podem aumentar a pressão na lombar.

    A forma mais segura de começar é com avaliação individual (ortopedista, fisioterapeuta e, quando indicado, educador físico). Eles consideram tipo de lesão, inflamação, condição física e sintomas neurológicos para definir um plano adequado. Seguir orientação evita complicações, ajuda na reabilitação, fortalece a coluna e promove uma vida mais ativa e com menos dor.

    Perguntas frequentes sobre atividades físicas para problemas na coluna

    1. Alongamento e fortalecimento realmente ajudam a coluna?

    Sim. O fortalecimento do core (abdômen, lombar, glúteos e assoalho pélvico) cria uma “cinta natural” que estabiliza a coluna. O alongamento devolve flexibilidade, melhora a postura e reduz rigidez. Juntos, reduzem dores e aumentam a segurança dos movimentos.

    2. Como diferenciar dor normal de treino de um sinal de alerta da coluna?

    A dor muscular tardia surge 24–48h após o treino, é difusa e melhora com movimentos leves. A dor de alerta aparece durante ou logo após o exercício, é aguda, localizada e pode irradiar para braços ou pernas. Se vier com dormência, formigamento, fraqueza ou alterações urinárias, procure avaliação médica imediata.

    3. Quem já fez cirurgia na coluna pode voltar a se exercitar?

    Sim — e é recomendado. Após liberação médica, inicie com caminhadas leves, exercícios respiratórios e fortalecimento básico. Progrida para pilates, hidroginástica e musculação adaptada conforme a recuperação. O retorno completo pode levar semanas ou meses e deve ser supervisionado.

    4. Como incluir mais movimento no dia a dia?

    Qualquer movimento conta. Exemplos:

    • Usar escadas (de forma moderada e segura);
    • Caminhar pequenas distâncias em vez de usar o carro;
    • Levantar-se a cada hora para alongar;
    • Praticar respiração/relaxamento no trabalho;
    • Fazer tarefas domésticas ativas, jardinagem ou passear com o pet.

    5. Trabalhar sentado o dia todo pode prejudicar a coluna?

    Sim. Ficar horas sentado aumenta a pressão nos discos intervertebrais e favorece lombalgia. Levante-se a cada hora por alguns minutos para se alongar, caminhar ou mudar de posição. Ajuste cadeira, monitor e apoio lombar para postura correta.

    6. Como aliviar a dor na coluna no dia a dia?

    • Postura correta: sente-se com coluna ereta, use apoio lombar e evite longos períodos na mesma posição;
    • Pausas frequentes: levante-se a cada hora, caminhe e alongue;
    • Alongamentos leves: foque lombar, pescoço e pernas;
    • Compressas mornas: relaxam a musculatura em tensão;
    • Atividades leves: caminhada, pilates ou hidroginástica ajudam a circulação e liberam endorfina;
    • Evite o sedentarismo: manter-se ativo diariamente previne crises recorrentes.

    Confira: 8 dicas para prevenir a dor nas costas no dia a dia

  • Exercícios para fortalecer a coluna: o guia completo para proteger sua postura e prevenir dores 

    Exercícios para fortalecer a coluna: o guia completo para proteger sua postura e prevenir dores 

    Manter a saúde da coluna é um desafio. Longas horas sentado, má postura no trabalho e o sedentarismo contribuem para dores lombares e problemas que comprometem a qualidade de vida. A boa notícia é que a prática regular de exercícios simples pode mudar esse cenário, pois é possível fazer em casa exercícios para fortalecer a coluna.

    “Uma rotina de exercícios para fortalecer a coluna melhora a consciência corporal e a mobilidade, contribuindo para uma melhor qualidade de vida”, afirma o ortopedista Caio Gonçalves. A seguir, entenda por que fortalecer a região é importante e veja exercícios seguros para fazer em casa.

    Por que exercícios de fortalecimento para a coluna são importantes?

    Fortalecer a musculatura que envolve e sustenta a coluna é essencial para manter a postura adequada, reduzir dores e evitar lesões.

    • Estabilidade: músculos fortes dão suporte ao peso corporal e permitem movimentos seguros no dia a dia.
    • Proteção contra sobrecargas: a musculatura distribui melhor as cargas sobre vértebras, discos e articulações.
    • Prevenção de desequilíbrios: reduz risco de desvios posturais (ex.: hiperlordose) e desgastes.
    • Consciência corporal e mobilidade: favorecem autonomia e um estilo de vida mais ativo.

    Exercícios para fortalecer a coluna: simples e seguros para fazer em casa

    Não é preciso equipamento sofisticado. “Exercitar-se em casa é uma excelente alternativa para quem busca saúde da coluna, qualidade de vida e mais autonomia”, explica Caio.

    Como começar: escolha 2–3 exercícios de cada grupo (força, mobilidade/alongamento e postura), 3x por semana. Movimentos lentos e controlados. Se sentir dor aguda, pare e procure orientação.

    Fortalecimento muscular

    1. Prancha frontal
      Como fazer: apoie antebraços e pontas dos pés, corpo alinhado. Contraia o abdômen por 20–40 s.
      Objetivo: fortalecer o core (abdômen, lombar e glúteos) para proteger a coluna.
    2. Ponte (elevação de quadril)
      Como fazer: deite de costas, joelhos flexionados e pés no chão. Eleve o quadril até alinhar ombros–quadris–joelhos. 10–15 repetições.
      Objetivo: trabalhar glúteos e lombar, estabilizando a pelve.
    3. Superman
      Como fazer: de bruços, eleve braços e pernas por 3–5 s. 8–12 repetições.
      Objetivo: ativar a cadeia posterior e fortalecer a região lombar.

    Alongamento e mobilidade

    1. Gato e Camelo (Cat–Cow)
      Como fazer: em quatro apoios, alterne arqueamento e extensão suave da coluna. 10 repetições.
      Objetivo: mobilizar a coluna e reduzir rigidez.
    2. Rotações de tronco deitado
      Como fazer: de costas, joelhos dobrados; leve-os para um lado e gire o rosto para o outro. Segure 20–30 s e troque.
      Objetivo: relaxar a lombar e melhorar a flexibilidade.
    3. Alongamento isquiotibial
      Como fazer: sentado ou em pé, leve as mãos aos pés com leve flexão dos joelhos. Segure 20–30 s.
      Objetivo: alongar posterior de coxas e aliviar tensão lombar.

    Exercícios de postura e consciência corporal

    1. Sentar na ponta da cadeira
      Como fazer: sente-se na borda, pés no chão, coluna ereta e abdômen ativo por 1–2 min.
      Objetivo: treinar postura e ativar o core.
    2. Respiração diafragmática
      Como fazer: deite-se, uma mão no peito e outra na barriga. Inspire pelo nariz expandindo o abdômen; expire lentamente.
      Objetivo: relaxar, melhorar estabilidade e consciência corporal.

    Atenção: quem tem histórico de dor crônica ou lesões deve adaptar os exercícios e, se possível, iniciar com supervisão.

    Diferença entre exercícios de força e alongamento

    São complementares: força aumenta estabilidade e proteção articular; alongamento amplia flexibilidade e reduz tensões. O equilíbrio entre ambos evita rigidez (muita força sem mobilidade) e instabilidade (muita flexibilidade sem força).

    Confira: Como manter a postura correta no trabalho? Veja dicas práticas

    Cuidados para quem tem histórico de lesões

    • Evite movimentos bruscos e grandes amplitudes.
    • Não force exercícios que provoquem dor aguda.
    • Comece leve e evolua gradualmente.
    • Priorize exercícios posturais e respiratórios.
    • Mantenha acompanhamento com ortopedista ou fisioterapeuta.

    Contraindicações: quando não fazer certos exercícios

    Em casos de hérnias avançadas, estenose ou osteoporose grave, evite cargas excessivas, impactos e flexões/rotações bruscas da coluna. Gestantes, idosos e pessoas em reabilitação devem adaptar movimentos com orientação profissional. Dor intensa é sinal para parar.

    Pilates e ioga também podem ajudar?

    • Pilates: fortalece o core, melhora estabilidade e postura.
    • Ioga: combina força, flexibilidade, respiração e relaxamento.

    Ambas reduzem dores e tensões; adapte as práticas se houver histórico de lesões.

    Perguntas frequentes sobre exercícios para fortalecer a coluna

    1. Por que devo fortalecer a musculatura da coluna?

    Para garantir postura correta, prevenir dores e lesões, distribuir melhor o peso corporal e aumentar a estabilidade nos movimentos diários.

    2. Exercícios simples em casa funcionam mesmo?

    Sim. Com poucos minutos e sem equipamentos é possível fortalecer, alongar e melhorar a mobilidade da coluna.

    3. Qual a diferença entre exercícios de força e alongamento?

    Força dá estabilidade e protege a coluna; alongamento amplia flexibilidade e alivia tensões. São complementares.

    4. Tenho hérnia ou dor crônica. Posso treinar?

    Sim, mas com orientação profissional, evitando sobrecargas e respeitando os limites do corpo.

    5. Pilates e ioga ajudam a coluna?

    Sim. O pilates fortalece o core e melhora a postura; a ioga trabalha força, flexibilidade e relaxamento.

    Leia mais: Alongamentos simples para aliviar dores musculares: veja quando e como praticar

  • Alongamentos simples para aliviar dores musculares: veja quando e como praticar 

    Alongamentos simples para aliviar dores musculares: veja quando e como praticar 

    Incorporar exercícios de alongamento na rotina é uma das formas mais eficazes de aliviar dores musculares e prevenir lesões. Embora muitas vezes negligenciados diante da correria do dia a dia, os alongamentos podem ser feitos em poucos minutos e proporcionam benefícios que vão desde a melhora da postura até o relaxamento físico e mental.

    “O ideal é incorporar os alongamentos em diferentes momentos estratégicos do dia para obter diversos benefícios”, garante o ortopedista Caio Gonçalves, que explica nesta reportagem como tornar o hábito mais seguro e eficiente.

    Em que momento apostar nos alongamentos para dores musculares?

    O ortopedista ressalta que não existe apenas um horário correto para se alongar. A prática pode ser incorporada em diferentes momentos do dia, cada um trazendo benefícios específicos.

    • Ao acordar: desperta o corpo, ativa a circulação e reduz a rigidez após o sono
    • No trabalho (a cada 1–2 horas): pausas curtas com alongamento no trabalho aliviam a tensão acumulada de quem fica muito tempo sentado ou em pé
    • Após atividades físicas: favorece o relaxamento, auxilia na recuperação e ajuda a prevenir dor tardia
    • Antes de dormir: alongamentos leves reduzem o estresse e contribuem para um sono mais tranquilo

    “Praticar alongamentos nesses momentos permite cuidar da saúde postural, reduzir desconfortos e aumentar o bem-estar ao longo do dia”, fala o especialista.

    Confira: Exercícios para melhorar a postura no home-office: guia prático para evitar dores

    Exercícios de alongamento simples que podem ser feitos no trabalho ou ao acordar

    Para quem busca alongamentos para dores musculares simples no ambiente de trabalho ou mesmo na hora de despertar, o especialista indica exercícios discretos, que não exigem equipamentos e podem ser feitos em qualquer lugar:

    • Cervical (pescoço): incline suavemente a cabeça para os lados, para a frente e para trás, alongando a região do pescoço
    • Ombros/trapézio: leve um braço estendido à frente do corpo e, com a outra mão, puxe suavemente em direção ao peito; repita com o outro braço
    • Rotação torácica sentada: sentado, cruze os braços à frente do peito e rode o tronco para a direita e depois para a esquerda, sentindo o alongamento nas costas
    • Punhos/antebraços: estique um braço à frente, com a palma virada para cima e, com a outra mão, puxe delicadamente os dedos para baixo e para cima, alternando os lados
    • Isquiotibiais sentado: sentado, estenda uma das pernas à frente e tente tocar a ponta do pé (sem forçar), mantendo a coluna ereta. Repita na outra perna

    Cada alongamento deve ser mantido entre 20 e 30 segundos, sentindo apenas um leve desconforto, nunca dor. O ideal é repetir de duas a três vezes, sempre de forma lenta, sem balanços ou impulsos, e retornando à posição inicial com cuidado. “São exemplos que podem ser feitos em poucos minutos e ajudam a diminuir desconfortos, aumentar a disposição e prevenir dores”, garante o profissional.

    Esses alongamentos para dores musculares são ótimos para o ambiente de trabalho, mas não são os mesmos alongamentos que devem ser feitos nos treinos diários (como na academia ou na corrida, por exemplo). Vamos entender!

    Alongamento antes e depois do treino: o que fazer?

    Antes do treino, a recomendação é dar preferência aos alongamentos dinâmicos, aqueles que envolvem movimento, como elevação de joelhos ou rotações de tronco. Eles ajudam a preparar músculos e articulações para o esforço, além de reduzir o risco de lesões.

    Já os alongamentos estáticos, em que se mantém a posição por alguns segundos, são mais indicados após o exercício. Eles relaxam a musculatura, reduzem a tensão acumulada durante a atividade e contribuem para prevenir dores musculares tardias.

    Exemplos de alongamentos dinâmicos (pré-treino)

    1. Elevação de joelhos
      Como fazer: Eleve alternadamente os joelhos até a altura do quadril, simulando uma marcha no lugar. Movimente os braços de forma natural
      Duração: 30 segundos
    2. Kickbacks (calcanhar nos glúteos)
      Como fazer: Flexione um joelho e leve o calcanhar em direção ao glúteo, alternando as pernas rapidamente
      Duração: 30 segundos
    3. Rotação de tronco
      Como fazer: Com os pés afastados na largura dos ombros, flexione levemente os joelhos e gire o tronco de um lado para o outro, mantendo os quadris parados
      Duração: 20 repetições (10 para cada lado)
    4. Elevação lateral de braços circulares
      Como fazer: Estenda os braços lateralmente e faça pequenos círculos, primeiro para frente e depois para trás
      Duração: 15 segundos para cada direção
    5. Agachamento com elevação de braços
      Como fazer: Agache e, ao levantar, eleve os braços acima da cabeça. Repita o movimento de forma contínua e controlada
      Duração: 10 a 15 repetições
    6. Estocada com rotação do tronco
      Como fazer: Dê um passo à frente em uma estocada e, com as mãos juntas à frente do peito, gire o tronco para o lado da perna da frente. Volte e troque de lado
      Duração: 10 repetições para cada lado
    7. Abdução dinâmica de quadril
      Como fazer: Em pé, levante lateralmente uma perna de cada vez, mantendo o movimento fluido
      Duração: 10 repetições por perna

    Exemplos de alongamentos estáticos (pós-treino)

    1. Alongamento do pescoço lateral
      Como fazer: Sentado ou em pé, mantenha as costas eretas. Com uma das mãos, segure a lateral da cabeça e incline suavemente o pescoço para o lado, aproximando a orelha do ombro (sem elevar o ombro)
      Mantenha por: 20 a 30 segundos de cada lado
    2. Alongamento de trapézio e ombros
      Como fazer: Cruze um braço sobre o corpo na altura do peito e, com a outra mão, puxe delicadamente o braço estendido, mantendo o ombro relaxado
      Mantenha por: 20 a 30 segundos de cada lado
    3. Alongamento de peitoral na parede
      Como fazer: Em pé, coloque a mão e o antebraço em uma parede, com o cotovelo flexionado a 90°. Gire o tronco levemente para o lado oposto até sentir alongar o peito e o ombro
      Mantenha por: 20 a 30 segundos de cada lado
    4. Alongamento de flexores de quadril
      Como fazer: Em posição de avanço/afundo, com uma perna à frente e a outra estendida para trás, empurre suavemente o quadril para frente até sentir alongar a parte da frente do quadril da perna de trás
      Mantenha por: 20 a 30 segundos de cada lado
    5. Alongamento de posterior da coxa
      Como fazer: Sentado com uma perna esticada e outra flexionada, incline-se lentamente sobre a perna esticada, mantendo as costas retas, até sentir alongar a parte de trás da coxa
      Mantenha por: 20 a 30 segundos de cada lado
    6. Alongamento de panturrilha na parede
      Como fazer: Apoie as mãos na parede, coloque uma perna à frente flexionada e a outra atrás esticada com o calcanhar no chão. Incline o corpo para frente, mantendo o calcanhar da perna de trás no chão e a perna reta, até sentir alongar a panturrilha
      Mantenha por: 20 a 30 segundos de cada lado
    7. Alongamento de glúteos deitado
      Como fazer: Deite-se de costas, cruze um tornozelo sobre o joelho oposto. Segure a coxa da perna apoiada no chão e puxe suavemente em direção ao peito até sentir alongar o glúteo
      Mantenha por: 20 a 30 segundos de cada lado

    Para evitar problemas, mesmo em alongamentos simples, a orientação é alongar devagar, manter a postura correta e interromper o exercício se a dor ultrapassar o desconforto leve. Em caso de dúvidas, vale buscar orientação de um fisioterapeuta ou profissional de educação física.

    Veja também: Quando a dor nas costas pode ser preocupante? Entenda os sinais de alerta

    Cuidados na hora de alongar para evitar lesões

    Quando feitos sem atenção à postura ou ultrapassando os limites do corpo, os alongamentos para dores musculares podem trazer mais problemas do que benefícios. Entre os riscos estão distensões musculares, sobrecarga articular e lesões em tendões.

    Segundo o especialista, os erros mais comuns incluem realizar movimentos bruscos, insistir apesar da dor intensa ou alongar sem alinhamento adequado da coluna.

    “Sempre realize os alongamentos lentamente, preste atenção à postura e pare imediatamente se sentir dor intensa — alongamento deve ser confortável!”, enfatiza o médico.

    É seguro alongar com dor?

    A resposta depende da intensidade da dor. “Em uma dor leve e relacionada à tensão muscular, por exemplo, alongamentos suaves e controlados podem ser benéficos, proporcionando alívio imediato”, diz o ortopedista.

    No entanto, quando há dor intensa, sinais de inflamação (como inchaço, vermelhidão e calor local) ou grande limitação dos movimentos, o ideal é evitar alongar até uma avaliação médica.

    “Jamais force o movimento caso sinta dor aguda. O ideal é sempre escutar o corpo e respeitar seus limites para que o alongamento seja seguro e eficaz.”

    Perguntas frequentes sobre alongamento para dores musculares

    1. Qual é o melhor momento do dia para se alongar?

    O alongamento pode ser feito em diferentes momentos, cada um trazendo benefícios: ao acordar, para ativar o corpo; no trabalho, para aliviar tensões; após os exercícios, para acelerar a recuperação; e antes de dormir, para relaxar.

    2. Quais alongamentos posso fazer no trabalho ou ao acordar?

    Exercícios simples como inclinar a cabeça para alongar o pescoço, cruzar o braço à frente do peito para os ombros, torcer o tronco sentado, alongar punhos e tocar a ponta do pé sentado já trazem bons resultados.

    3. Qual a diferença entre alongar antes e depois do treino?

    Antes do treino, os alongamentos dinâmicos (com movimento) são os mais indicados, pois preparam músculos e articulações. Depois do treino, prefira alongamentos estáticos (mantidos por alguns segundos), que ajudam a relaxar e prevenir dores.

    4. Existe risco de lesão ao se alongar?

    Sim. Movimentos bruscos, postura inadequada ou insistir mesmo sentindo dor podem causar distensões e sobrecarga articular. O correto é alongar de forma lenta, respeitando os limites do corpo.

    5. É seguro alongar quando já estou com dor?

    Depende. Se for dor leve por tensão muscular, alongamentos suaves podem ajudar. Mas em caso de dor intensa, inflamação ou limitação de movimentos, o ideal é evitar alongar e procurar um médico antes de retomar a prática.

    Leia também: Como evitar dores ao usar computador e celular: um guia prático de ajustes na rotina

  • Como manter a postura correta no trabalho? Veja dicas práticas  

    Como manter a postura correta no trabalho? Veja dicas práticas  

    Com a rotina acelerada e cada vez mais tempo diante de telas, seja no escritório ou no home-office, é comum passar horas seguidas na mesma posição e, em alguns casos, sem nem prestar atenção na postura correta no trabalho. Isso pode desencadear rigidez nos ombros, dores nas costas e fadiga, que afetam o bem-estar e a qualidade de vida.

    “Manter-se por muito tempo sentado prejudica a circulação, causa pressão nos discos intervertebrais e favorece o surgimento de dores e doenças musculoesqueléticas, além de aumentar o risco de doenças cardiovasculares. A pressão nos discos intervertebrais é maior quando estamos sentados que quando estamos em pé”, explica o ortopedista Caio Gonçalves de Souza.

    Mas afinal, como proteger a saúde da coluna em meio a tantas horas de trabalho? Com a ajuda do especialista, reunimos algumas dicas práticas para te ajudar a manter a postura correta no ambiente e evitar dores nas costas.

    Por que a postura é tão importante?

    A postura influencia diretamente o funcionamento da coluna e do sistema musculoesquelético. Quando está desalinhada, a coluna recebe uma sobrecarga extra e os discos intervertebrais, que funcionam como amortecedores entre as vértebras, acabam sendo pressionados de forma desigual, aumentando o risco de desgaste.

    Para compensar, músculos e ligamentos trabalham mais do que deveriam, o que resulta em dor e tensão no corpo.

    Entre as principais consequências da má postura, podemos destacar:

    • Dores crônicas nas costas, pescoço e ombros;
    • Problemas circulatórios, como inchaço nas pernas e varizes;
    • Dores de cabeça tensionais, ligadas à sobrecarga cervical;
    • Cansaço excessivo, já que o corpo gasta energia tentando se equilibrar;
    • Risco vascular maior, pois ficar muito tempo sentado reduz a circulação sanguínea.

    De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os problemas musculoesqueléticos estão entre as principais causas de afastamento do trabalho em todo o mundo.

    O que é ter uma postura correta no trabalho?

    Uma postura correta é o posicionamento equilibrado do corpo que respeita as curvaturas naturais da coluna e distribui o peso de forma uniforme entre músculos e articulações.

    De maneira geral, é quando o corpo se mantém alinhado, sem sobrecargas desnecessárias, o que permite que os ossos, músculos e ligamentos trabalhem de maneira eficiente e sem esforço excessivo.

    No dia a dia, isso significa:

    • Coluna ereta, mas relaxada, com apoio total no encosto;
    • Ombros alinhados, sem tensão;
    • Quadris e joelhos em ângulo de 90°;
    • Pés firmes no chão ou em apoio adequado;
    • Cabeça erguida, olhando para a tela sem precisar inclinar para cima ou para baixo.

    Já em pé, a postura correta exige distribuir o peso igualmente entre os dois pés, manter joelhos levemente dobrados (nunca travados) e evitar inclinar o tronco para frente.

    Como manter a postura correta no trabalho?

    Algumas mudanças simples no dia a dia podem trazer vários benefícios, reduzindo desconfortos e prevenindo dores a longo prazo. Entre elas, podemos citar:

    1. Ajuste a cadeira

    Para pessoas que trabalham sentadas, o primeiro passo para manter a postura adequada é ajustar a cadeira. Primeiro, ela deve ser regulável em altura, de modo que os pés fiquem totalmente apoiados no chão e que os joelhos se mantenham em ângulo reto, em torno de 90 graus, sem deixar as pernas suspensas nem dobradas demais.

    Além disso, o encosto precisa acompanhar a curvatura natural da lombar, oferecendo suporte para que a coluna permaneça ereta e confortável. Apoios de braço ajustáveis também fazem diferença, já que ajudam a manter os cotovelos na altura correta em relação à mesa. Quando os pés não alcançam o chão, uma dica interessante é usar um apoio, como um barquinho ou uma caixa.

    “O ajuste correto desses elementos proporciona distribuição equilibrada do peso corporal, melhor alinhamento da coluna, menor fadiga muscular e menor risco de lesões”, explica Caio.

    2. Regule a altura da mesa e da tela

    Para uma postura correta no trabalho, a mesa deve estar na altura ideal para que os braços fiquem relaxados e os cotovelos formem um ângulo próximo a 90°. Já a tela do computador precisa ficar alinhada à altura dos olhos, evitando que você precise inclinar o pescoço para baixo ou para cima.

    Quem usa notebook diretamente sobre a mesa, por exemplo, quase sempre precisa abaixar a cabeça, o que causa tensão na cervical e dores nos ombros. Uma ideia é usar um suporte para elevar o aparelho ou mesmo empilhar livros, conectando teclado e mouse separados, o que garante um conforto maior.

    3. Mantenha o corpo alinhado

    Para manter o corpo realmente alinhado, é importante que o quadril esteja bem encaixado no encosto da cadeira, de modo que as costas fiquem totalmente apoiadas e a coluna respeite sua curvatura natural. Os ombros devem permanecer soltos e relaxados, sem tensão acumulada, evitando aquela tendência de encolhê-los em direção às orelhas.

    Cruzar as pernas por longos períodos também não é recomendável, pois compromete a circulação sanguínea, sobrecarrega uma das laterais do quadril e pode gerar desequilíbrio postural ao longo do tempo. Quanto mais alinhado o corpo estiver, menor a pressão sobre músculos e articulações.

    4. Faça pausas ativas

    Realizar pausas ao longo do trabalho não serve apenas para descansar, sabia? Elas ajudam a diminuir a rigidez muscular, melhoram a circulação e ainda ajudam a manter o foco. O hábito também impacta a produtividade, afinal a mente funciona melhor quando o corpo não está sobrecarregado.

    A recomendação é levantar-se a cada 30 a 60 minutos. Caminhe até a cozinha, vá ao banheiro, beba água, pegue um cafezinho ou faça alongamentos rápidos, como esticar os braços acima da cabeça. Mesmo movimentos pequenos já fazem diferença.

    Além dessas pausas maiores, pequenas interrupções também ajudam. A cada 20 minutos, alinhe a postura e desvie o olhar da tela por alguns segundos. Isso relaxa os olhos e dá um reset rápido no corpo.

    5. Respeite a distância da tela

    Trabalhar colado no monitor ou distante demais tem efeitos ruins tanto na visão quanto na coluna, e não é nada bom para uma postura correta no trabalho. Quando a tela fica muito próxima, é comum projetar a cabeça para frente sem perceber, aumentando a pressão sobre a região cervical.

    Já quando está muito longe, a tendência é inclinar o tronco, forçando a lombar e os ombros. A medida prática é manter a tela a aproximadamente um braço de distância.

    Leia também: Como evitar dores ao usar computador e celular: um guia prático de ajustes na rotina

    Acessórios que ajudam a manter a postura no dia a dia

    De acordo com Caio, alguns acessórios são comprovadamente úteis para auxiliar na correção e manutenção da postura, como:

    • Suporte ergonômico para notebook/monitor: eleva a tela à altura dos olhos;
    • Apoio para pés: mantém quadris e joelhos alinhados;
    • Teclado e mouse separados: fundamental para quem usa notebook;
    • Apoios lombares: oferecem suporte extra para a região da lombar;
    • Cadeiras ergonômicas: com ajustes de altura, encosto e apoio para braços;
    • Tapete antifadiga: indicado para quem trabalha em pé, reduz pressão nos pés;
    • Sensores de postura ou apps: alertam em caso de má postura.

    “Acessórios não substituem o hábito de se movimentar, alongar e manter conscientização corporal. Eles ajudam, mas não trabalham sozinhos”, lembra o especialista.

    Quanto tempo é saudável ficar sentado?

    Mesmo no caso de pessoas que mantêm uma boa postura, passar muitas horas sentado é extremamente prejudicial para a saúde. O tempo ideal não é ficar imóvel, mas alternar períodos de trabalho com pequenas pausas. Algumas recomendações incluem:

    • Pausas ativas a cada 30 a 60 minutos: levantar da cadeira, caminhar um pouco, se espreguiçar ou fazer alongamentos leves. Isso já ajuda a soltar a musculatura e estimular a circulação;
    • Intervalos maiores de 5 a 10 minutos por hora: sugeridos em protocolos oficiais, como os do INSS e da Organização Mundial da Saúde. O tempo é suficiente para reduzir a sobrecarga do corpo;
    • Micro pausas a cada 20 minutos: alinhar a postura novamente e desviar o olhar da tela por alguns segundos, para aliviar a visão e dar descanso rápido ao corpo.

    E para quem trabalha em pé?

    Ficar de pé por muito tempo também exige cuidados, uma vez que pode causar dores nas costas, pernas e pés, além de favorecer o aparecimento de varizes, de acordo com Caio. O especialista aponta algumas orientações:

    • Apoiar os dois pés no chão, dividindo o peso igualmente;
    • Evitar apoiar o corpo em um único lado ou cruzar as pernas;
    • Deixar os joelhos levemente dobrados, sem travá-los;
    • Alternar o apoio dos pés a cada 15-20 minutos, usando um suporte de 6 a 10 cm;
    • Usar tapete antifadiga para reduzir o impacto em pisos duros;
    • Escolher calçados confortáveis, de solado macio e anatômico.

    “Funcionários de balcão, professores e profissionais de saúde, mesmo em pé, devem adotar pausas para alongamentos rápidos e alternância de apoio dos pés”, finaliza o especialista.

    Fique atento aos sinais de má postura

    Com a rotina atarefada, é comum que os sinais de má postura passem despercebidos, mas é importante estar atento para evitar que o incômodo se torne um problema maior. Entre eles, podemos citar:

    • Dores frequentes nas costas, pescoço ou ombros;
    • Rigidez ao acordar que não melhora durante o dia;
    • Dor de cabeça recorrente no fim do expediente;
    • Formigamento ou dormência em braços e pernas;
    • Necessidade constante de se “ajeitar” na cadeira;
    • Sensação de cansaço mesmo após poucas horas sentado ou em pé.

    Mudanças nos hábitos tendem a ser suficientes para aliviar os sintomas, mas caso eles persistam, procure atendimento médico.

    Confira: 8 dicas para prevenir a dor nas costas no dia a dia

    Perguntas frequentes sobre postura correta no trabalho

    1. Cruzar as pernas faz mal?

    Sim, quando é feito por longos períodos. Ao cruzar as pernas, a circulação sanguínea fica comprometida — o que favorece inchaço, sensação de formigamento e até o surgimento de varizes em quem já tem predisposição.

    A posição também desequilibra o apoio do quadril e altera o alinhamento natural da coluna, o que, com o tempo, pode causar dores lombares, tensão muscular e até desvios posturais.

    2. Dormir de bruços faz mal para a coluna?

    Sim, pois a posição força a curvatura da lombar e exige rotação do pescoço, o que pode gerar dores e rigidez. As posições mais recomendadas são de lado (com travesseiro entre os joelhos) ou de barriga para cima (com apoio embaixo dos joelhos).

    3. Usar salto alto piora a postura?

    Sim. O salto desloca o centro de gravidade do corpo para frente, o que obriga a lombar e os joelhos a compensarem, gerando dores e sobrecarga. Por isso, o ideal é limitar o uso diário e optar por modelos mais baixos ou com salto largo, que oferecem maior estabilidade.

    4. É possível corrigir postura depois de adulto?

    Sim. A correção costuma ser mais lenta do que em crianças, mas é totalmente possível! Com exercícios de fortalecimento, ajustes ergonômicos no ambiente de trabalho e hábitos conscientes, a postura melhora bastante. Em alguns casos, a fisioterapia pode acelerar o processo e corrigir vícios antigos.

    5. Trabalhar deitado ou na cama faz mal?

    Sim, pois sofás e camas não oferecem o apoio adequado para a coluna, braços e pernas, de modo que trabalhar assim por longos períodos sobrecarrega a lombar e a cervical — além de favorecer dores nos ombros. Pode até parecer confortável no início, mas a médio prazo pode desencadear rigidez e fadiga muscular.

    6. Usar celular deitado na cama pode causar dor?

    Pode. Apoiar a cabeça em travesseiro alto ou olhar para baixo por muito tempo aumenta a tensão cervical e pode causar dor no pescoço, ombros e até dor de cabeça. O recomendado é limitar o tempo nessa posição ou buscar um apoio que mantenha o olhar na altura dos olhos.

    7. O que é escoliose postural?

    A escoliose postural é um desvio lateral da coluna provocado por maus hábitos, como sentar torto ou carregar peso de um só lado. Diferente da escoliose estrutural, que possui origem genética, a postural não envolve alterações fixas nas vértebras.

    Na maioria dos casos, ela pode ser corrigida com mudanças de postura, fortalecimento dos músculos que dão sustentação à coluna (principalmente abdômen e lombar) e acompanhamento fisioterapêutico. Quanto mais cedo for diagnosticada, maiores são as chances de reverter o desvio sem complicações.

    8. O que é risco ergonômico?

    Um risco ergonômico é todo fator no ambiente de trabalho que pode causar desconforto físico ou psicológico por conta de más condições de postura, esforço repetitivo ou organização inadequada das tarefas. Na prática, ele surge quando as exigências do trabalho ultrapassam os limites do corpo, como:

    • Posturas incorretas e prolongadas: sentar torto, ficar horas em pé sem pausa;
    • Movimentos repetitivos: digitar, operar máquinas, usar o mouse sem descanso;
    • Esforço físico excessivo: levantar peso de forma errada;
    • Jornada prolongada e monotonia: falta de pausas, excesso de horas na mesma posição;
    • Pressão psicológica: cobrança intensa, metas irreais, falta de pausas mentais.

    Situações assim podem gerar dores musculares, problemas de coluna, fadiga, estresse e até doenças ocupacionais como LER (Lesões por Esforço Repetitivos) e DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho).

    Leia também: Quando a dor nas costas pode ser preocupante? Entenda os sinais de alerta

  • 8 dicas para prevenir a dor nas costas no dia a dia

    8 dicas para prevenir a dor nas costas no dia a dia

    Passar horas sentado diante do computador, dirigir por muito tempo ou carregar peso de forma errada são alguns dos principais fatores que causam dores nas costas. É um incômodo tão comum que, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 80% da população mundial terá ao menos um episódio significativo de dor nas costas ao longo da vida.

    Como a maioria dos casos está ligada a hábitos do dia a dia, pequenas mudanças na rotina (como corrigir a postura e praticar exercícios físicos regularmente) podem reduzir significativamente a ocorrência de dores e melhorar a qualidade de vida.

    Pensando nisso, listamos as principais causas da dor nas costas e as orientações práticas para preveni-la, com dicas que podem ser aplicadas tanto no trabalho quanto em casa. Confira!

    Afinal, o que causa dor nas costas?

    O ortopedista Caio Gonçalves de Souza explica que as dores nas costas podem ser causadas por diversos fatores, podendo atingir jovens, adultos e idosos. Entre os fatores mais comuns estão:

    • Má postura nas atividades diárias: sentar-se curvado, ficar horas no celular ou trabalhar com o monitor na altura errada sobrecarrega a coluna;
    • Levantamento incorreto de peso: pegar objetos no chão sem dobrar os joelhos aumenta o risco de lesões;
    • Sedentarismo: a falta de exercícios enfraquece a musculatura de sustentação da coluna;
    • Uso excessivo de dispositivos eletrônicos: olhar para baixo por horas mexendo no celular causa sobrecarga na cervical;
    • Movimentos repetitivos: atividades como varrer, carregar caixas ou digitar por longos períodos geram fadiga muscular;
    • Estresse e tensão emocional: aumentam a contração muscular e agravam as dores, principalmente na região cervical;
    • Envelhecimento: o desgaste natural dos discos intervertebrais e articulações leva a episódios mais frequentes de dor;
    • Traumas e quedas: desde pequenos impactos até acidentes maiores, podem desencadear dores importantes.

    Como prevenir a dor nas costas no dia a dia?

    Pequenas mudanças de postura, de rotina e de ambiente podem reduzir muito os episódios de dor, como:

    1. Mantenha uma boa postura

    Ao sentar, o ideal é apoiar totalmente as costas no encosto da cadeira, manter os ombros relaxados e os dois pés firmes no chão. Cruzar as pernas pode parecer confortável, mas favorece o desalinhamento da pelve e aumenta a sobrecarga lombar.

    2. Levante-se com frequência

    Ficar muito tempo sentado, em especial diante do computador, reduz a circulação sanguínea e aumenta a rigidez muscular. O recomendado é levantar por intervalos, dar alguns passos e realizar movimentos simples de alongamento.

    Você pode ir buscar um café, ir ao banheiro ou aproveitar o momento para esticar as pernas. O hábito reduz (e muito!) a fadiga dos músculos de sustentação e previne contraturas.

    3. Saiba como pegar peso

    O esforço sempre deve ser feito com as pernas, nunca com a coluna. Isso significa dobrar os joelhos, manter as costas retas e segurar o objeto bem perto do corpo. Também vale respeitar o próprio limite, não querer carregar mais do que aguenta e, sempre que possível, dividir a carga com outra pessoa.

    4. Pratique atividade física

    O sedentarismo está entre os principais fatores de risco para dor nas costas. “A ausência de movimento leva ao enfraquecimento muscular – especialmente dos músculos responsáveis por estabilizar a coluna (core) – e à perda de flexibilidade das articulações”, explica Caio.

    Exercícios que fortalecem a musculatura do abdômen, lombar e pelve (como pilates, yoga, musculação, caminhada e natação) contribuem para estabilizar a coluna e reduzir a chance de sobrecarga. A recomendação mínima é de 150 minutos de atividade física por semana, segundo orientações da OMS.

    “Antes de iniciar qualquer atividade física, principalmente pessoas com histórico de dor crônica ou limitações, é recomendável avaliação com profissional de saúde qualificado (médico, fisioterapeuta ou educador físico)”, aponta o ortopedista.

    5. Evite sobrecargas

    Carregar peso em um só braço ou usar mochilas de alças finas favorece o desequilíbrio postural e aumenta a sobrecarga na coluna e nos ombros. Quando o hábito se repete por muito tempo, pode causar dores musculares e até alterações na curvatura da coluna.

    O ideal é dividir o peso entre os dois lados do corpo e preferir mochilas de duas alças largas, acolchoadas e firmes, que distribuem melhor a carga e reduzem o risco de lesões. Também é importante evitar o excesso de peso em bolsas e mochilas para preservar a saúde da coluna no dia a dia.

    6. Adapte o ambiente de trabalho

    Um espaço mal ajustado faz com que o corpo compense de forma errada, adotando posições prejudiciais à coluna. Para evitar isso, recomenda-se o uso de cadeiras ergonômicas, que apoiem toda a região lombar, e mesas na altura correta, de modo que os braços fiquem relaxados ao digitar.

    O monitor deve estar alinhado à altura dos olhos, evitando que a cabeça se incline para frente. Para pessoas que utilizam notebooks, uma dica é utilizar suportes para erguer o aparelho.

    7. Inclua alongamentos na rotina

    Alongamentos leves de pescoço, ombros, braços e pernas são fáceis de fazer e ajudam a evitar rigidez muscular. Praticá-los logo ao acordar prepara o corpo para o dia, e repetir durante pequenas pausas no trabalho diminui a tensão acumulada. Não é necessário muito tempo: cinco minutos já fazem diferença para o bem-estar.

    8. Controle o estresse

    O estresse emocional também impacta o corpo, provocando contrações involuntárias na região cervical e lombar. Técnicas de respiração profunda, pausas curtas durante o dia, meditação guiada e atividades prazerosas, como caminhar ao ar livre ou ouvir música, ajudam a aliviar a tensão muscular.

    Orientações para pessoas que dirigem

    Ficar muito tempo ao volante exige que o corpo permaneça na mesma posição, com movimentos limitados. Isso aumenta a pressão sobre os discos intervertebrais, dificulta a circulação sanguínea e favorece contraturas musculares, principalmente na lombar e no pescoço.

    Por isso, quem dirige por longos períodos precisa adotar alguns cuidados básicos. Caio orienta:

    • Ajuste o banco: mantenha o encosto levemente inclinado (100 a 110 graus), permitindo apoio total das costas;
    • Apoio lombar: use uma almofada ou toalha enrolada, se o carro não oferecer suporte;
    • Altura dos joelhos: devem estar levemente dobrados, em um nível ligeiramente mais alto que o quadril;
    • Evite objetos nos bolsos: carteira ou celular podem desalinhar o quadril;
    • Faça pausas a cada 2 horas: caminhe, alongue as pernas e movimente a coluna por, pelo menos, 15 minutos;
    • Controle o estresse no trânsito: respiração profunda e calma ajudam a evitar contrações musculares, causadas pelo nervosismo ao volante.

    Como o colchão e travesseiro podem ajudar na dor nas costas?

    Um colchão e travesseiro inadequados podem causar ou agravar dores ao manter a coluna desalinhada por várias horas seguidas, o que também prejudica a qualidade do sono.

    O colchão deve ser firme o suficiente para sustentar a coluna, sem ser excessivamente duro ou mole, já que ambos os extremos favorecem pontos de pressão e desconforto. Já o travesseiro precisa manter o pescoço alinhado ao restante da coluna:

    • Quem dorme de lado deve usar um modelo que preencha o espaço entre o ombro e a cabeça;
    • Quem dorme de barriga para cima deve escolher um travesseiro que preserve a posição neutra do pescoço.

    A posição de bruços, por outro lado, deve ser evitada, pois sobrecarrega a cervical e a lombar. O uso de almofadas pode ser um recurso complementar, ajudando a aliviar a pressão — entre os joelhos, no caso de quem dorme de lado, ou sob os joelhos, para quem prefere dormir de barriga para cima.

    De acordo com Caio, o colchão e o travesseiro devem ser trocados periodicamente, à medida que perdem a capacidade de suporte.

    Quando a dor nas costas é preocupante?

    Na maioria das vezes, a dor nas costas é passageira e melhora com repouso, mudanças de hábito e exercícios. No entanto, existem sinais de alerta que indicam a necessidade de avaliação médica urgente, já que podem estar relacionados a condições mais graves, como hérnias de disco avançadas, compressão nervosa, fraturas, infecções ou até tumores.

    O ortopedista Caio Gonçalves de Souza aponta alguns deles:

    • Dor intensa e de início súbito, sem causa aparente;
    • Dor que não melhora com repouso e persiste por mais de quatro a seis semanas;
    • Dores crônicas que não respondem a medidas simples;
    • Perda de força, dormência, formigamento ou sensação de choque elétrico nos braços ou pernas;
    • Alterações urinárias ou intestinais, como perda de controle da bexiga ou do intestino (pode indicar compressão da medula e é uma emergência);
    • Emagrecimento sem explicação associado a dor;
    • Febre persistente acompanhada de dor lombar, sinal possível de infecção;
    • Histórico de trauma recente, especialmente em idosos ou pessoas com osteoporose;
    • Histórico prévio de câncer, HIV ou uso crônico de corticoides, que aumenta o risco de complicações ósseas.

    Quando procurar ajuda médica?

    Buscar atendimento médico é fundamental sempre que a dor for incapacitante, persistente ou vier acompanhada de sinais de alerta. Ademais, qualquer sintoma neurológico novo, como perda de sensibilidade, fraqueza nos membros ou dificuldade para andar, deve ser considerado motivo para procurar um especialista com urgência.

    Perguntas frequentes

    1. Qual é o melhor exercício para prevenir dor nas costas?

    Não existe um exercício único para prevenir a dor nas costas. O ideal é combinar fortalecimento, alongamento e atividades aeróbicas.

    Pilates e yoga, por exemplo, melhoram a flexibilidade e a consciência postural. Já a musculação fortalece a região abdominal e lombar, conhecida como core, e caminhadas e natação mantêm o corpo ativo sem sobrecarregar as articulações.

    2. Como saber se a dor é muscular ou algo mais grave?

    As dores musculares geralmente aparecem após esforço ou má postura e tendem a melhorar com repouso, alongamento e analgésicos simples.

    Já as dores persistentes, que não melhoram após semanas, ou que vêm acompanhadas de formigamento, fraqueza ou perda de sensibilidade, exigem investigação médica, pois podem estar relacionadas a problemas estruturais na coluna.

    3. A dor nas costas pode ser sintoma de hérnia de disco?

    Sim. A hérnia de disco acontece quando o disco intervertebral sofre desgaste ou deslocamento e acaba comprimindo nervos próximos. Isso pode gerar dor intensa, muitas vezes irradiando para braços ou pernas, além de sintomas como formigamento e perda de força.

    No entanto, destaca-se que nem toda dor lombar é sinal de hérnia. Existem várias outras causas possíveis, então é essencial procurar um médico para uma investigação adequada e identificar o tratamento correto para cada caso.

    4. Sentir dor nas costas depois de exercícios físicos é normal?

    A dor leve após atividades pode estar relacionada ao esforço muscular e tende a desaparecer em poucos dias. No entanto, dores intensas, persistentes ou acompanhadas de formigamento e limitação de movimentos não são normais e devem ser avaliadas. Isso pode indicar lesão ou execução inadequada do exercício.

    5. Gravidez aumenta o risco de dor nas costas?

    Sim! Durante a gestação, o aumento de peso e as alterações hormonais modificam o centro de gravidade da mulher e alteram a postura, o que sobrecarrega especialmente a coluna lombar e a região pélvica.

    Além disso, os ligamentos ficam mais frouxos para preparar o corpo para o parto, deixando as articulações menos estáveis e mais suscetíveis a dor. Exercícios leves, fisioterapia e orientações de postura podem ajudar bastante a aliviar o desconforto, desde que feitos sempre com acompanhamento médico.

    6. Dormir de bruços faz mal?

    Dormir de bruços não é recomendado porque força o pescoço e a região lombar, deixando a coluna em desalinhamento por várias horas. As posições mais indicadas são de lado, com um travesseiro entre os joelhos, ou de barriga para cima, com apoio sob os joelhos.

    7. Os analgésicos resolvem a dor nas costas?

    Os analgésicos podem aliviar a dor momentaneamente, mas não tratam a causa do problema. O uso frequente sem orientação médica também não é recomendado, já que pode mascarar problemas mais graves. O ideal é associar alívio da dor a mudanças de hábitos e acompanhamento profissional, quando necessário.

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