Autor: Bárbara Andrade Yared

  • Projeto verão: dá para emagrecer rápido até o final do ano?

    Projeto verão: dá para emagrecer rápido até o final do ano?

    O fim de ano está se aproximando e, com a expectativa para as férias de verão, não é incomum que muitas pessoas procurem meios de perder alguns quilos rapidamente. Mas será que é possível fazer isso de forma saudável? Conversamos com a nutricionista Bárbara Yared para entender os cuidados para emagrecer sem comprometer a saúde e as medidas que ajudam no projeto verão.

    Dá para emagrecer rápido até o fim do ano?

    Se você está procurando emagrecer antes do Réveillon, é importante entender, antes de tudo, que o processo não deve ser uma corrida contra o tempo, nem um processo movido por pressão e ansiedade. Não é possível emagrecer de forma saudável num período muito curto de tempo, de acordo com Bárbara, e a perda rápida de peso costuma vir da redução de água e de massa muscular, sobretudo do tecido muscular.

    Quando o organismo perde musculatura, o metabolismo desacelera, aumentando o risco de recuperar o peso após o processo — muitas vezes em quantidade maior do que a inicial. Com um metabolismo mais lento, qualquer ingestão calórica acima do necessário tende a ser armazenada com maior facilidade, favorecendo o acúmulo de gordura corporal.

    Por isso, o caminho mais seguro envolve alguns ajustes graduais na rotina, em especial na alimentação e prática de atividades físicas, permitindo um emagrecimento mais saudável e sustentável a médio e longo prazo.

    O que deve ser evitado durante o projeto verão?

    Durante o projeto verão, apesar da pressa ser um fator comum nessa época do ano, é importante evitar alguns comportamentos que prejudicam o organismo, como:

    • Dietas extremamente restritivas, que reduzem de forma brusca a ingestão de nutrientes, provocam perda de massa muscular, derrubam o metabolismo e aumentam o risco de recuperação acelerada do peso após o período de restrição;
    • Jejuns prolongados sem orientação médica, que podem causar hipoglicemia, tontura, irritabilidade, mal-estar, redução da capacidade de concentração e episódios de exagero alimentar ao longo do dia;
    • Uso de suplementos ou medicações sem prescrição, prática que expõe o organismo a riscos desnecessários e pode provocar efeitos adversos importantes.

    De acordo com Bárbara, as abordagens estimulam a perda de peso às custas de massa muscular, aumentam a chance de compulsão alimentar por falta de orientação individual e ainda podem prejudicar a saúde de maneira importante quando adotadas sem acompanhamento profissional.

    Como perder peso de forma saudável?

    Não é preciso adotar medidas radicais para perder peso, e algumas mudanças no dia a dia já contribuem para melhorar a alimentação e aumentar o gasto calórico, como:

    Priorizar ingestão adequada de proteína

    A proteína é uma molécula formada por aminoácidos, que são como blocos de construção usados pelo organismo para estruturar, reparar e manter diversos tecidos. Ela contribui para a preservação da musculatura, aumenta a saciedade e evita que o corpo utilize músculos como fonte de energia quando há redução calórica.

    A recomendação diária de proteína depende de fatores como idade, nível de atividade e condições de saúde, mas a base geral é:

    • Adultos que não fazem exercícios: cerca de 0,8 g de proteína por quilo de peso;
    • Pessoas mais velhas ou ativas, que treinam com frequência: entre 1 g e 1,6 g por quilo ao dia.

    A proteína está presente em alimentos de origem animal, como carnes, ovos, peixes e laticínios, e também em fontes vegetais, como feijões, lentilhas, grão-de-bico e tofu.

    Manter refeições distribuídas ao longo do dia

    A distribuição de refeições ao longo do dia ajuda a controlar a fome, estabilizar a glicemia e evitar episódios de exagero alimentar no fim do dia. Por outro lado, longos períodos sem comer podem levar a hipoglicemia, queda de energia e maior dificuldade de manter escolhas equilibradas.

    A organização alimentar também protege a massa muscular, pois fornece energia contínua para o organismo, diminuindo a necessidade de quebrar tecido magro como fonte de combustível.

    Dar preferência a alimentos in natura

    Os alimentos in natura e minimamente processados oferecem vitaminas, minerais, fibras e compostos bioativos que contribuem para o funcionamento adequado do organismo. Por apresentarem menor quantidade de gordura saturada, sódio, açúcares adicionados e aditivos químicos, aumentam a saciedade e ajudam a estabilizar níveis de glicose e energia.

    Beber bastante água

    A água participa de praticamente todas as reações químicas do organismo, auxilia na digestão, no transporte de nutrientes e na regulação da temperatura corporal. A hidratação também ajuda a diferenciar fome de sede — algo que muitas pessoas confundem.

    A recomendação geral é entre 2 e 3 litros por dia, podendo aumentar em dias quentes ou durante treinos.

    Dormir bem e controlar o estresse

    O sono regula hormônios ligados à fome e saciedade. Quando dormimos pouco, buscamos alimentos calóricos para compensar a falta de energia.

    O estresse crônico aumenta o cortisol, favorecendo acúmulo de gordura e maior fome emocional.

    Alcançar as quantidades recomendadas de atividade física

    A atividade física é essencial para perder peso e manter saúde a longo prazo.

    A OMS recomenda:

    • 150 minutos semanais de atividade moderada ou 75 minutos de atividade intensa;
    • Exercícios de força pelo menos duas vezes por semana.

    Existem chás para emagrecer rápido?

    Não há comprovação científica de que chás causem emagrecimento rápido. Alguns podem aumentar discretamente o gasto energético, mas não substituem hábitos saudáveis.

    Como calcular o déficit calórico?

    O déficit calórico corresponde à diferença entre o que o corpo gasta e o que é ingerido ao longo do dia. O emagrecimento ocorre quando o gasto supera a ingestão.

    O cálculo considera:

    • Metabolismo basal;
    • Atividade física;
    • Movimentos cotidianos.

    O déficit deve ser moderado, evitando restrições severas que prejudicam metabolismo e massa muscular.

    Confira: Gorduras boas: como incluir na dieta de quem treina?

    Perguntas frequentes

    Como saber se o déficit calórico está adequado para o meu corpo?

    O déficit ideal permite perda gradual de gordura sem fome excessiva, fraqueza ou perda de desempenho. Deve ser individualizado.

    É verdade que pular refeições ajuda a emagrecer?

    Não. Pular refeições causa hipoglicemia, aumenta a fome e prejudica o metabolismo.

    O que é efeito sanfona e por que ele acontece?

    Acontece quando se perde peso muito rápido e depois recupera — muitas vezes mais do que antes — devido à perda de massa muscular e metabolismo lento.

    Água com limão emagrece?

    Não há evidência de que emagrece. Pode ser uma bebida saudável, mas não substitui hábitos equilibrados.

    Como saber se estou perdendo gordura ou apenas água?

    A perda de água é rápida e enganosa; a de gordura é lenta e consistente. Avaliações periódicas ajudam a diferenciar.

    É possível emagrecer sem cortar carboidratos?

    Sim. Carboidratos complexos são fonte importante de energia e ajudam na saciedade.

    Por que algumas pessoas emagrecem mais rápido que outras?

    Genética, idade, histórico de dietas, composição corporal e rotina influenciam bastante.

    Leia também: Treino full body: o que é, para quem é indicado e como montar

  • Canetas emagrecedoras: ficar sem comer faz emagrecer mais rápido?

    Canetas emagrecedoras: ficar sem comer faz emagrecer mais rápido?

    Não é novidade que o uso de canetas emagrecedoras, como são conhecidos popularmente medicamentos a base de semaglutida e tirzepatida, mudou completamente o cenário do tratamento de obesidade. Só que, junto com a perda de peso, existem alguns cuidados que devem existir para evitar problemas que podem surgir durante o emagrecimento, como a perda de massa muscular.

    As orientações envolvem especialmente a rotina alimentar que deve ser seguida no período, afinal, não é incomum algumas pessoas adotarem longos jejuns, acreditando que comer pouco ajudaria a emagrecer mais rápido.

    Conversamos com a nutricionista Bárbara Yared para entender os principais riscos da restrição alimentar durante o uso de agonistas GLP-1, além dos cuidados necessários e de como deve ser a alimentação ao longo de todo o tratamento.

    Como os agonistas GLP-1 atuam no emagrecimento?

    As canetas emagrecedoras atuam no organismo imitando o hormônio GLP-1, que é liberado naturalmente pelo intestino após a refeição. Ao se ligarem aos receptores localizados no cérebro, no pâncreas e no trato gastrointestinal, os medicamentos ajudam a regular o apetite de maneira mais eficiente, fazendo o corpo perceber a saciedade mais cedo e com maior intensidade.

    Ao mesmo tempo, o esvaziamento gástrico fica mais lento, fazendo com que a comida fique no estômago por um período maior de tempo, prolongando a sensação de plenitude. Com isso, a vontade de beliscar diminui e a ingestão calórica reduz de maneira natural, sem provocar sensação intensa de restrição que costuma dificultar as dietas tradicionais.

    O pâncreas também passa a produzir insulina de forma mais estável, enquanto a liberação de glucagon diminui. Isso melhora o controle glicêmico e evita picos e quedas bruscas de açúcar no sangue, que frequentemente aumentam o desejo por carboidratos ou doces. Com a glicemia mais estável, a fome emocional tende a diminuir.

    Ficar sem comer emagrece mais rápido durante o tratamento?

    O uso das canetas emagrecedoras não deve ser feito em combinação com longos períodos sem comer. A prática não acelera o emagrecimento e, na verdade, pode prejudicar o processo e o organismo.

    Os agonistas de GLP-1 já reduzem a fome de forma natural, mas o corpo continua precisando de energia, proteínas, vitaminas e minerais para manter funções básicas e preservar a massa muscular.

    Segundo Bárbara Yared, permanecer muitas horas sem se alimentar reduz a oferta de energia e proteína, favorecendo perda de massa muscular e queda do metabolismo. A ausência prolongada de comida também pode provocar hipoglicemia, com redução de glicose (açúcar) no sangue, mal-estar, tremores e até risco de desmaios.

    A falta de refeições regulares ainda eleva a chance de carências de vitaminas e minerais importantes para o funcionamento do organismo, como ferro, vitamina B12, cálcio, magnésio, potássio e ácido fólico. Com o tempo, déficits desses nutrientes podem causar queda de cabelo, fadiga intensa, fraqueza muscular, alterações de humor, redução da imunidade e até problemas neurológicos.

    Reganho de peso depois do tratamento

    Como pode acontecer em quase todo processo de emagrecimento, o retorno do peso depois do tratamento pode acontecer (e de forma rápida!), principalmente quando não houve a adoção de hábitos saudáveis que ajudem a controlar o apetite no dia a dia.

    Sem uma rotina estruturada, o apetite volta de forma mais intensa quando o medicamento é suspenso. A pessoa tende a comer mais do que comeria antes, pois o corpo tenta compensar o período de baixa ingestão calórica. O processo, chamado de efeito rebote, faz com que parte ou até todo o peso eliminado volte com o tempo.

    É por isso que os ajustes nos hábitos de vida, que começam durante o uso das canetas emagrecedoras, precisam ser mantidos mesmo com o fim do tratamento. Isso envolve tanto a alimentação adequada quanto a prática de atividades físicas regularmente.

    Como deve ser a alimentação de quem usa caneta emagrecedora?

    Antes de tudo, Bárbara reforça que é fundamental contar com orientação de um nutricionista, que pode avaliar a rotina, horários, preferências alimentares e necessidades individuais para montar o plano mais adequado durante o tratamento.

    De maneira geral, a orientação é manter pequenas refeições ao longo do dia, mesmo quando não tiver fome, pois isso ajuda a garantir energia, preserva massa muscular e evita desconfortos digestivos.

    Entre algumas medidas necessárias, vale destacar:

    • Priorizar proteínas em todas as principais refeições, como ovos, carnes magras, peixes, tofu, iogurtes e leguminosas, porque ajudam na saciedade, evitam perda muscular e mantém o metabolismo ativo;
    • Incluir fibras diariamente, com alimentos como aveia, chia, linhaça, frutas, verduras e legumes, que melhoram o trânsito intestinal, reduzem desconfortos gastrointestinais e prolongam a sensação de plenitude;
    • Manter carboidratos de boa qualidade, como grãos integrais, arroz, batata-doce, mandioca e frutas, para garantir energia estável e evitar tontura, fraqueza ou hipoglicemia;
    • Adicionar gorduras boas, como azeite, abacate, castanhas e sementes, que ajudam na saciedade e favorecem equilíbrio metabólico;
    • Evitar longos períodos sem comer, porque o jejum prolongado pode intensificar os efeitos colaterais dos agonistas GLP-1, como náuseas, mal-estar, tontura, além de estimular episódios de compulsão ao final do dia.

    Por fim, Bárbara orienta que a hidratação deve ser distribuída ao longo do dia, para evitar que a falta de sede causada pelo remédio diminua o consumo de água. Uma dica é manter uma garrafa sempre por perto e beber pequenos goles com frequência, mesmo sem vontade, além de programar lembretes no celular para te ajudar a lembrar.

    Sinais de alerta quando a alimentação é insuficiente

    Quando a alimentação começa a ficar muito reduzida durante o uso de agonistas GLP-1, o corpo costuma dar alguns sinais de que falta energia e nutrientes, como:

    • Queda de cabelo;
    • Fadiga intensa;
    • Fraqueza nas pernas;
    • Tontura frequente;
    • Sensação de desmaio iminente;
    • Alterações de humor;
    • Dificuldade de concentração;
    • Intestino preso;
    • Redução da imunidade;
    • Perda de força muscular;

    Em muitos casos, a pessoa sequer percebe que a fome desapareceu, mas o corpo começa a funcionar com lentidão, demonstrando que a ingestão de alimentos ficou insuficiente.

    Quando os sintomas aparecerem, é indicado avaliar a alimentação, ajustar quantidades e buscar orientação profissional para corrigir o desequilíbrio. O uso dos agonistas GLP-1 não devem ser feitos sem o acompanhamento de um profissional da saúde.

    Confira: Canetas emagrecedoras: saiba como evitar a perda de massa muscular

    Perguntas frequentes

    1. Como organizar as refeições mesmo com pouca fome?

    A organização das refeições durante o tratamento deve começar com horários definidos e porções pequenas, distribuídas ao longo do dia.

    A intenção não é consumir grandes quantidades de comida, mas oferecer ao corpo proteína, fibras, carboidratos de boa qualidade e fontes de gordura que mantenham a energia e preservem os músculos. Uma porção pequena, mas nutritiva, já é suficiente para manter o corpo funcionando bem.

    A orientação de um nutricionista ajuda a ajustar quantidades conforme a rotina e as necessidades de cada pessoa.

    2. Por que comer proteínas é tão importante durante o tratamento?

    A proteína é necessária porque mantém os músculos, sustenta o metabolismo e contribui para uma saciedade mais duradoura. Durante o uso de GLP-1, a fome diminui bastante e muitas pessoas acabam ingerindo menos proteína do que o corpo precisa.

    Logo, se não há proteína suficiente, pode ocorrer a perda muscular, o metabolismo fica mais lento e o risco de recuperar o peso aumenta. A distribuição de proteína em várias refeições ao longo do dia garante melhor uma preservação muscular e melhora os resultados do tratamento.

    3. Por que a sede diminui com o uso de canetas emagrecedoras?

    Os agonistas GLP-1 afetam os centros cerebrais ligados à saciedade e ao apetite, o que inclui sensações corporais como sede. Isso faz com que muitas pessoas bebam menos água sem perceber, aumentando o risco de desidratação — o que pode causar tontura, mal-estar e piorar desconfortos digestivos.

    A recomendação é beber água em pequenos goles ao longo do dia, mesmo sem sentir sede, para manter o corpo funcionando bem.

    4. Qual é o melhor horário para usar canetas emagrecedoras?

    O horário pode variar de acordo com orientação médica e a rotina de cada pessoa, mas normalmente o medicamento pode ser aplicado a qualquer hora do dia, independentemente das refeições. O mais importante é manter regularidade e aplicar sempre no mesmo período, evitando mudanças constantes que possam alterar a tolerância do organismo.

    5. Quantas refeições por dia são recomendadas?

    O ideal é manter três refeições principais e pequenos lanches caso necessário, sempre respeitando as orientações do nutricionista. A ideia não é comer mais, mas distribuir nutrientes de maneira que o corpo receba energia suficiente ao longo do dia e evite quedas bruscas de glicemia.

    Leia mais: Canetas emagrecedoras: como evitar deficiências nutricionais?

  • Canetas emagrecedoras: como evitar deficiências nutricionais?

    Canetas emagrecedoras: como evitar deficiências nutricionais?

    Em qualquer tratamento que envolva a perda de peso, o acompanhamento médico e nutricional deve acontecer de forma constante — e não seria diferente com o uso de agonistas de GLP-1, conhecidos como canetas emagrecedoras.

    Eles atuam controlando a fome e retardando o esvaziamento do estômago, o que prolonga a saciedade e, consequentemente, reduz o consumo de alimentos. Se não houver um plano alimentar individualizado, isso pode resultar em deficiências nutricionais, que comprometem o bem-estar e a saúde ao longo do tratamento, inclusive tornando o processo de emagrecimento mais desgastante.

    Como as canetas emagrecedoras atuam no emagrecimento?

    As canetas emagrecedoras, como semaglutida (Ozempic, Wegovy) e tirzepatida (Mounjaro), atuam principalmente por meio da regulação do apetite e do metabolismo, interferindo em áreas específicas do cérebro responsáveis pela fome e saciedade.

    Elas imitam a ação de um hormônio natural do corpo, o GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon tipo 1), que é liberado pelo intestino após as refeições. Ele envia sinais ao cérebro informando que o organismo está satisfeito, o que diminui o consumo de alimentos.

    Somado a isso, as canetas também retardam o esvaziamento do estômago, fazendo com que a sensação de saciedade dure por mais tempo. Com isso, a pessoa tende a comer menos e de forma mais controlada ao longo do dia — o que cria um ambiente metabólico favorável ao emagrecimento.

    Por que o uso pode causar deficiências nutricionais?

    As deficiências nutricionais podem acontecer porque os agonistas GLP-1 reduzem de forma significativa o apetite e, como resultado, a ingestão de alimentos. Quando a pessoa passa a comer menos, o corpo pode deixar de receber quantidades adequadas de vitaminas, minerais e outros nutrientes essenciais, como explica a nutricionista Bárbara Yared.

    Portanto, mesmo que a pessoa consiga emagrecer, a restrição alimentar prolongada, sem acompanhamento nutricional adequado, cria um desequilíbrio que pode afetar desde a imunidade até a saúde da pele, cabelos e músculos.

    A redução significativa da ingestão calórica também interfere na absorção de nutrientes. Como o esvaziamento do estômago é mais lento, o processo digestivo passa por algumas alterações, comprometendo a absorção de ferro, cálcio, vitamina B12 e outras substâncias.

    Para complementar, o enjoo e a sensação de saciedade precoce, efeitos comuns nas primeiras semanas, levam muitas pessoas a evitarem refeições completas ou variados grupos alimentares.

    Quais os riscos das deficiências nutricionais?

    Os riscos das deficiências nutricionais são muitos e podem afetar o corpo de várias formas, como:

    • Perda de massa muscular;
    • Fraqueza e fadiga frequente;
    • Queda de cabelo;
    • Pele e unhas mais frágeis;
    • Redução da imunidade;
    • Dificuldade de concentração;
    • Alterações no humor;

    Em situações mais graves, podem surgir quadros de anemia, enfraquecimento dos ossos (osteopenia), alterações hormonais e até dificuldades de concentração ou raciocínio.

    Como prevenir deficiências nutricionais usando canetas emagrecedoras?

    Antes de tudo, é importante destacar que o uso de agonistas de GLP-1 deve ser feito apenas com prescrição médica. Todo o tratamento precisa ter acompanhamento médico e nutricional, já que cada organismo reage de forma diferente aos medicamentos e às mudanças alimentares.

    No dia a dia, existem algumas estratégias que podem ajudar a prevenir deficiências nutricionais e manter o equilíbrio do corpo, como:

    Fracionar as refeições ao longo do dia

    Como o apetite tende a diminuir com o uso de agonistas GLP-1, Bárbara orienta a fracionar a alimentação em pequenas porções distribuídas ao longo do dia. O hábito de comer em intervalos regulares evita longos períodos de jejum e ajuda o corpo a receber nutrientes de forma contínua. Ah, e pequenas refeições equilibradas também reduzem o risco de enjoo, que é comum nas primeiras semanas do tratamento.

    Montar pratos equilibrados nas refeições principais

    Nas principais refeições, como almoço e jantar, o ideal é montar pratos balanceados, como:

    • 1/3 de carboidratos integrais, como arroz integral, batata-doce ou quinoa;
    • 1/3 de proteínas, como frango, peixe, ovos, carne magra ou leguminosas;
    • 1/3 de vegetais, preferindo uma boa variedade de cores para garantir diferentes vitaminas e minerais.

    Ter um equilíbrio ajuda a preservar a massa magra, sustenta por mais tempo e garante que o corpo receba energia suficiente para as atividades do dia a dia.

    Incluir gorduras boas nas refeições

    As gorduras boas são tipos de lipídios que ajudam a manter várias funções vitais em equilíbrio. Elas participam da produção de hormônios, protegem o coração, auxiliam na absorção de vitaminas (A, D, E e K) e contribuem para o bom funcionamento do cérebro.

    As gorduras são divididas em dois grupos, sendo eles:

    Monoinsaturadas: ajudam a reduzir o colesterol ruim (LDL) e aumentar o colesterol bom (HDL). Estão presentes em alimentos como azeite de oliva, abacate, amêndoas, castanhas e amendoim;

    Poli-insaturadas: incluem os famosos ômega-3 e ômega-6, que têm ação anti-inflamatória e são importantes para o sistema nervoso e imunológico. Podem ser encontradas em peixes como salmão, sardinha e atum, além de sementes de chia, linhaça e nozes.

    Apesar de saudáveis, as gorduras devem ser consumidas com moderação. Pequenas porções já são suficientes para oferecer benefícios sem prejudicar o controle de peso.

    Considerar opções nutritivas e leves

    Quando o apetite está muito reduzido, pode ser difícil atingir a quantidade ideal de nutrientes apenas com comida sólida. Nessas situações, podem ser incluídas vitaminas proteicas, shakes equilibrados ou sopas completas, sempre com orientação profissional. Elas ajudam a manter a ingestão adequada de proteínas e micronutrientes, evitando carências nutricionais.

    Fazer acompanhamento regular com exames

    Durante o tratamento com as canetas emagrecedoras, realizar exames periódicos é necessário para monitorar níveis de ferro, cálcio, vitamina B12, vitamina D e outros nutrientes. A avaliação constante ajuda a identificar precocemente qualquer sinal de deficiência e permite ajustar o plano alimentar antes que o problema evolua.

    Ainda, os resultados laboratoriais orientam o médico e o nutricionista na decisão sobre possíveis suplementações ou mudanças na dieta. Em alguns casos, pode ser necessário reforçar o consumo de determinados alimentos ou incluir vitaminas e minerais em cápsulas ou líquidos, de acordo com a necessidade de cada um.

    Leia também: Canetas emagrecedoras: como evitar o efeito rebote no emagrecimento?

    Quando o uso de suplementos é necessário?

    O uso de suplementos alimentares pode ser necessário quando a alimentação, mesmo quando bem planejada, não consegue suprir todas as necessidades nutricionais do organismo durante o tratamento com as canetas emagrecedoras.

    A indicação deve sempre ser feita por um profissional de saúde, após a análise de exames laboratoriais. Quando existe uma deficiência comprovada de nutrientes como ferro, vitamina B12, vitamina D, cálcio ou proteínas, o médico ou o nutricionista pode definir o tipo, a dose e o tempo de uso mais adequado. O uso depende sempre da avaliação individual, segundo Bárbara.

    Sinais de alerta de deficiências nutricionais

    Os principais sinais de que o corpo está com deficiências nutricionais são, de acordo com Bárbara:

    • Cansaço e fraqueza;
    • Fadiga constante;
    • Sonolência excessiva;
    • Falta de ar;
    • Infecções frequentes, como gripes e resfriados;
    • Cicatrização lenta de feridas;
    • Unhas quebradiças;
    • Queda de cabelo;
    • Constipação;
    • Dores abdominais.

    Se algum desses sinais aparecer, é importante procurar um médico para realizar exames e identificar possíveis deficiências antes que elas se tornem mais sérias.

    Veja mais: Canetas emagrecedoras: saiba como evitar a perda de massa muscular

    Perguntas frequentes sobre deficiências nutricionais

    1. Quem pode usar medicamentos agonistas de GLP-1?

    Os agonistas GLP-1, como Ozempic, são indicados para adultos com diagnóstico de obesidade, ou de sobrepeso com doenças associadas, como diabetes tipo 2, hipertensão, colesterol alto ou apneia do sono.

    O uso deve sempre ser avaliado e prescrito por um médico, que analisará o histórico clínico, possíveis contraindicações e os objetivos do tratamento. O uso recreativo, estético ou sem acompanhamento profissional não é recomendado, pois pode causar efeitos colaterais graves. Nunca se automedique!

    2. Quais são os principais efeitos colaterais das canetas emagrecedoras?

    Os efeitos mais comuns aparecem nas primeiras semanas de uso e costumam ser leves e temporários, sendo eles:

    • Náuseas;
    • Dor de estômago;
    • Gases;
    • Constipação;
    • Diarreia;
    • Azia;
    • Sensação de estufamento.

    Os sintomas normalmente diminuem à medida que o corpo se adapta, mas ainda é importante manter o acompanhamento médico e relatar qualquer desconforto, já que o ajuste da dose ou a mudança na forma de administração podem amenizar os efeitos.

    3. É possível manter os resultados após parar o uso?

    Sim, mas depende do estilo de vida adotado durante o tratamento. O medicamento ajuda a controlar o apetite e criar novos hábitos, mas, ao suspender o uso, o corpo tende a retomar o comportamento anterior se não houver uma reeducação alimentar sólida.

    Para manter o peso, é preciso continuar com uma alimentação equilibrada, prática regular de exercícios e acompanhamento médico. Alguns profissionais também recomendam uma transição gradual para evitar o “efeito rebote”.

    4. O uso de canetas de GLP-1 substitui dieta e exercícios?

    Não! O remédio deve ser visto como um apoio no processo de emagrecimento, mas não substitui a importância de uma alimentação equilibrada e da prática regular de atividades físicas.

    A combinação entre remédio, dieta e exercício é o que garante resultados mais saudáveis. Sem isso, o corpo tende a recuperar todo o peso perdido assim que o tratamento termina.

    5. O que comer durante o tratamento com agonistas de GLP-1?

    Durante o uso de canetas emagrecedoras, a prioridade é comer alimentos leves, nutritivos e de fácil digestão. Uma ideia é montar pratos equilibrados com proteínas magras (frango, peixe, ovos), carboidratos integrais (arroz integral, quinoa, batata-doce) e vegetais variados.

    As refeições devem ser pequenas, fracionadas e distribuídas ao longo do dia para evitar enjoo e garantir energia constante.

    6. Quais alimentos evitar durante o uso de canetas emagrecedoras?

    O recomendado, durante e após o tratamento, é evitar o consumo de bebidas alcoólicas, refrigerantes, alimentos ultraprocessados e frituras. Também é bom limitar o consumo de doces e carboidratos simples, que podem causar picos de glicemia e atrapalhar o controle do apetite.

    O ideal é priorizar comidas naturais, ricas em fibras e proteínas, que sustentam por mais tempo e protegem a massa magra.

    Confira: 6 dicas para quem está começando a usar canetas emagrecedoras

  • Canetas emagrecedoras: saiba como evitar a perda de massa muscular

    Canetas emagrecedoras: saiba como evitar a perda de massa muscular

    A perda de massa muscular é um processo que acontece quando o corpo reduz a quantidade de músculos, normalmente por falta de proteínas e energia suficientes na alimentação. No caso do tratamento com agonistas GLP-1, popularmente conhecidos como canetas emagrecedoras, que atuam no corpo diminuindo o apetite, o organismo pode começar a usar o tecido muscular como fonte de energia — já que recebe menos calorias do que precisa.

    Isso faz com que o metabolismo fique mais lento, a força diminua e o gasto calórico diário caia, dificultando a manutenção do peso a longo prazo. Para completar, a perda de massa muscular afeta a postura, o equilíbrio e até o funcionamento de órgãos vitais. Vamos entender mais, a seguir.

    Por que a perda de massa muscular pode acontecer?

    Os agonistas de GLP-1, como semaglutida (Ozempic, Wegovy) e tirzepatida (Mounjaro), atuam imitando a ação de um hormônio natural produzido no intestino, que regula o apetite e o metabolismo da glicose. Eles enviam sinais ao cérebro indicando saciedade e retardam o esvaziamento do estômago, fazendo com que a pessoa sinta menos fome e permaneça satisfeita por mais tempo.

    Logo, com a redução significativa da ingestão de alimentos, o corpo precisa encontrar outras maneiras de produzir energia para manter as funções vitais. Quando o aporte calórico é muito baixo, o organismo passa a quebrar proteínas dos músculos para gerar energia — processo conhecido como catabolismo.

    “Sem a devida ingestão das proteínas, a pessoa fica carente dos aminoácidos que são essenciais no processo de construção do músculo, e o organismo passa a usar a massa muscular como fonte de energia, resultando na perda de massa muscular. A perda dessa massa reduz o metabolismo basal, tornando mais difícil a manutenção do emagrecimento no longo prazo”, explica a nutricionista Bárbara Yared.

    As proteínas são responsáveis por sustentar o tecido magro, manter a força e garantir que o corpo utilize preferencialmente a gordura como fonte de energia. Elas também ajudam na saciedade e na estabilidade glicêmica, fatores essenciais para um emagrecimento saudável.

    Como evitar a perda de massa muscular?

    A principal medida para evitar a perda de massa muscular durante o uso de agonistas de GLP-1 é manter uma alimentação rica em proteínas e ajustar a dieta conforme o novo ritmo alimentar. Veja algumas dicas:

    Consumir proteína em todas as refeições

    As proteínas fornecem os aminoácidos usados na construção e na manutenção dos músculos. O ideal é distribuí-las ao longo do dia (no café da manhã, almoço, jantar e lanches intermediários) para garantir uma absorção contínua. As melhores fontes incluem:

    • Ovos;
    • Carnes magras;
    • Frango;
    • Peixe;
    • Iogurtes;
    • Queijos brancos;
    • Tofu;
    • Leguminosas (feijão, lentilha, grão-de-bico).

    “Embora as proteínas de origem vegetal sejam ricas em aminoácidos essenciais, algumas são limitantes em alguns deles, mas quando combinadas, elas se complementam”, complementa Bárbara.

    A nutricionista ainda aponta que a quantidade ideal de proteína varia conforme fatores como idade, peso, nível de atividade física e presença de condições metabólicas. Uma vez que cada organismo tem demandas diferentes, ajustar as porções de proteína sem orientação pode levar a excessos ou deficiências. Por isso, consulte um nutricionista!

    Fracionar as refeições

    Com o estômago esvaziando mais devagar, comer grandes quantidades de uma vez pode causar enjoo, azia ou sensação de estufamento.

    O fracionamento, que consiste em fazer de cinco a seis pequenas refeições ao dia, ajuda o corpo a digerir melhor os alimentos e absorver os nutrientes de forma mais eficiente. O hábito também mantém os níveis de energia estáveis, evita longos períodos de jejum e reduz o risco de o organismo usar os músculos como fonte de energia, prevenindo o catabolismo.

    Praticar exercícios de força

    A prática de atividades físicas é praticamente indispensável no processo de emagrecimento, e quando o assunto é massa muscular, eles são ainda mais necessários para estimular o crescimento e a manutenção dos músculos — mesmo em períodos de restrição calórica.

    Os treinos de força, como musculação e pilates, ajudam o corpo a direcionar a queima de energia para a gordura em vez de utilizar o tecido muscular, além de manter o metabolismo ativo e prevenir a perda de massa magra.

    O recomendado é combinar os treinos de força com atividades aeróbicas leves a moderadas, como caminhadas, bicicleta ou natação, que favorecem a queima de gordura e melhoram a resistência física.

    Priorizar o sono e o descanso

    Durante o sono profundo, o organismo libera hormônios importantes, como o GH (hormônio do crescimento), que ajudam na regeneração muscular e no equilíbrio do metabolismo. Quando a pessoa dorme mal, todo o processo é prejudicado e os músculos não conseguem se recuperar direito.

    Por outro lado, uma rotina de sono regular, com horários definidos e um ambiente tranquilo, ajuda o corpo a se regenerar, melhora o desempenho nos treinos e mantém o metabolismo ativo e equilibrado.

    Ajustar o plano alimentar com acompanhamento nutricional

    O acompanhamento com médico e nutricionista permite avaliar a evolução corporal e ajustar o cardápio de acordo com as necessidades de cada fase do tratamento. Quando a pessoa tem dificuldade para atingir as metas proteicas apenas com alimentos, podem ser recomendadas vitaminas proteicas, shakes ou sopas enriquecidas com proteína.

    No geral, Bárbara explica que é possível atingir a meta diária de proteínas por meio da alimentação, mas há situações em que o uso de suplementação pode ser necessário — algo que deve ser avaliado individualmente por um nutricionista.

    Confira: ‘Bebês Ozempic’: como os análogos do GLP-1 impactam a fertilidade?

    Como saber se o corpo está perdendo massa muscular?

    A perda de massa muscular nem sempre é perceptível de imediato, mas o corpo costuma dar sinais de que algo está errado, como:

    • Fraqueza e cansaço frequente;
    • Dificuldade para realizar atividades simples, como subir escadas;
    • Queda no desempenho nos treinos;
    • Estagnação do emagrecimento;
    • Braços, pernas e glúteos mais flácidos;
    • Recuperação lenta após o exercício;
    • Sensação de fraqueza ao acordar;
    • Metabolismo mais lento;
    • Menor disposição no dia a dia.

    Ao perceber os sinais, a orientação é procurar um nutricionista ou médico para avaliar a composição corporal e ajustar o plano alimentar.

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    Perguntas frequentes sobre perda de massa muscular

    1. O que é a perda de massa muscular?

    A perda de massa muscular acontece quando o corpo reduz a quantidade de músculos, geralmente por falta de proteínas ou energia suficientes. Durante o emagrecimento com canetas emagrecedoras, o apetite diminui, e muitas pessoas acabam comendo pouco.

    Quando o organismo não recebe combustível adequado, ele começa a quebrar o tecido muscular para produzir energia. Isso deixa o corpo mais fraco, desacelera o metabolismo e dificulta a manutenção do peso a longo prazo.

    2. O que significa catabolismo?

    O catabolismo é o processo em que o corpo quebra moléculas grandes, como proteínas dos músculos, para obter energia — e acontece quando há falta de nutrientes ou calorias suficientes. Durante o emagrecimento, o objetivo é que o corpo use gordura como combustível, não músculo. A presença de proteína na alimentação e a prática de exercícios evitam que o organismo entre nesse modo de economia extrema.

    3. Como saber se a perda de peso é de gordura ou de músculo?

    A melhor forma é acompanhar a composição corporal por meio de exames, como bioimpedância. Eles mostram quanto do peso vem de gordura, músculo e água. Se o número na balança cai rapidamente, mas há perda de força e energia, o emagrecimento provavelmente está vindo do tecido muscular. O acompanhamento com um nutricionista ajuda a ajustar o cardápio e preservar a massa magra.

    4. A perda de massa muscular tem reversão?

    Sim! Com a ingestão adequada de proteínas, a prática regular de exercícios de força e o descanso necessário, o corpo consegue reconstruir o tecido muscular perdido. O processo leva tempo e exige constância, mas com acompanhamento profissional e alimentação equilibrada, o organismo retoma o equilíbrio e volta a manter o metabolismo em bom funcionamento.

    5. Como os agonistas de GLP-1 influenciam no metabolismo?

    Os agonistas de GLP-1 tornam o metabolismo mais eficiente no controle da glicose e na saciedade, mas também o deixam um pouco mais “econômico” no gasto calórico. Como o corpo passa a receber menos alimento, ele reduz o ritmo natural de queima de energia.

    Por isso, manter músculos ativos com treinos de resistência contribui para evitar que o metabolismo desacelere demais durante o tratamento.

    6. A alimentação vegetariana prejudica o ganho de massa muscular?

    Não, desde que ela seja bem planejada. A dieta vegetariana pode fornecer todos os aminoácidos necessários ao corpo, desde que combine diferentes fontes de proteína vegetal, como leguminosas, cereais integrais e sementes.

    O nutricionista pode ajudar a equilibrar as porções e, quando necessário, indicar suplementação específica para garantir os nutrientes ausentes em maior quantidade nas proteínas vegetais.

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